Escolhas - Première escrita por Bilirrubina


Capítulo 1
Uma história não contada


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos à nossa premiére.
Em breve a fanfic será postada, mas enquanto não faço isso, deliciem-se com este pequeno conto.



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Respirou fundo ao fitar seu reflexo no espelho. Com a barba por fazer e cabelos propositalmente desarrumados, Kentin sentia-se pronto para o encontro de ex-alunos da Sweet Amoris. Ao passar o polegar na base do dedo anelar e tocar o metal frio, teve certeza de que tudo daria certo dessa vez.

— Ele vai entender. – falou para o Kentin à sua frente.

Ajeitou o nó da gravata, saiu do quarto e ao passar pela sala, pegou alguns documentos que tinha que deixar na escola, bem como a chave de seu HB20. Ao dirigir pelas ruas, uma voz no fundo da sua consciência insistia em dizer que aquilo não era o correto a se fazer. Tratou de calá-la assim que deixou o carro no estacionamento.

A escola estava decorada com pequenas luzes coloridas e de onde estava já era capaz de ouvir a banda que tocava no ginásio.  Nada daria errado, o encontro acabaria sem incidentes, repetia a si mesmo enquanto andava pelo pátio e cumprimentava as outras pessoas. Algumas crianças passaram correndo por ele e por pouco não caiu. Talvez fosse essa a intenção delas, principalmente por Nathaniel estar entre elas.

Rumou para seu escritório e guardou os papeis que trouxera. Depois voltou para junto dos demais. Estava uma noite agradável, com uma leve brisa soprando e as pessoas ali pareciam divertir-se bastante. Foi então que notou Katherine sozinha e nitidamente emburrada perto de uma árvore.

— Ah... Você está aí?

Ela virou o rosto na direção de quem a chamou e revirou os olhos verdes ao responder:

— Estou. Você tá me vendo aqui, então por que pergunta?

O rapaz agachou-se ao lado da menina de cabelos rosados e começou a tirar a sujeira de suas roupas.

— O que aconteceu pra você estar desse jeito? Caiu? Você deveria ter mais cuidado, encontrei com seu amigo correndo agora há pouco.

“Amigo...”

Sua roupa estava toda arruinada, não que fosse uma patricinha metida, mas a culpa era dele. Nathaniel “sem querer” a derrubou na grama. Como havia chovido durante a tarde, além de algumas folhas, Katherine tinha placas de barro em seu vestido escuro. Não entendia como poderia ter gente naquele lugar rindo e brincando enquanto ela estava neste estado terrível.

— Ele não é meu amigo, Tio Kentin. – fuzilou o moreno com os olhos.

Ambos partilhavam a mesma cor de olhos, porém os dele eram bem mais amigáveis que os dela, naquele momento. Ele riu e bagunçou os próprios cabelos castanhos.

— Ok, senhorita Katherine, entendido. – disse, sem graça – Vou tentar te limpar antes que sua mãe veja e brigue com você.

Ela segurou as mãos em frente ao corpo e agradeceu com embaraço.

— Ken-tin!

Ao ouvir seu nome dito daquela forma cantada, sentiu o sangue gelar. Endireitou-se e colocou-se de pé num pulo, pedindo a Deus mentalmente para que estivesse errado e que não fosse quem ele estava pensado a lhe chamar.

— Aí está você. – a figura de cabelos azulados pulou em cima dele – Te procurei por toda parte, mas finalmente te achei!

— Boa noite, Alexy – desvencilhou-se do abraço com um sorriso amarelo.

Alexy encurvou a boca e olhou para baixo ao dizer:

— Faz tanto tempo que não nos vemos e quando eu decido vir no encontro de ex-alunos você me recebe tão friamente... 

Kentin não gostava de vê-lo assim, mas precisava ser firme antes que as coisas ficassem piores. Ou antes que Alexy entendesse mal suas intenções e fizesse coisas que colocariam os dois em situações complicadas. Já passara por maus bocados devido a isso e sequer queria lembrar.

— Não me entenda mal Alexy... é que eu... – olhou para os outros convidados em busca de socorro.

— Está tudo bem! – tocou os braços de Kentin e sorriu – Sei que não é bom em se expressar.
O moreno instintivamente deu um passo para trás e esbarrou na menina.

— Hey! Não tá me vendo? – ela protestou.

— Está tudo bem? Te machuquei? – agachou-se mais uma vez para ver como ela estava.

Ela fez que não com a cabeça, mas sua expressão continuava irritada.

— Acho melhor te levar para sua mãe, quem sabe ela não trouxe outra roupa?

Segurou Katherine pelas mãos e com essa desculpa, começou a afastar-se de Alexy, porém ele não era daqueles que desistiam facilmente e foi atrás deles. A garota estava relutante, mas Kentin rumava a passos largos para longe de onde estavam.

— Kentin, espera! Eu não consigo andar tão rápido. – resmungou a menina.

— Desculpa... eu... – disse ao parar.

— E minha mãe... como você falou, ela vai brigar comigo. Por favor, não me leve até ela! – implorou.

— Coitadinha dela! – Alexy a tomou nos braços – Vamos minha querida, vou dar um jeito em você.
E saiu em direção ao prédio. Sem outra opção, Kentin seguiu os dois, respirando profundamente tentando acalmar-se. Tudo o que queria era fugir para o mais longe de Alexy enquanto podia. Era uma atitude covarde, mas por experiência própria, era a forma mais eficaz de evitar problemas. Como novo diretor da escola, não queria estar envolvido em boatos com o antigo colega de classe. Já estivera envolvido em boatos demais...

O homem de cabelos azuis levou a pequena para perto de uma pia externa e passados alguns minutos Katy estava um pouco mais apresentável. Assim que agradeceu ao mais novo amigo, voltou a correr pelo pátio, com intuito de tirar satisfações com o loiro que fazia caretas para ela ao longe. Kentin meneou a cabeça ao pensar que cairia mais uma vez.

— Sua aluna, diretor? – gracejou.

Fitou-o desconfortável ao ver que estavam sozinhos e que Alexy estava cada vez mais próximo. As palavras fugiram de sua boca e o outro venceu a distância entre eles, enquanto Kentin encostava-se na pia de cimento. Aproveitando-se da falta de resposta do diretor, Alexy sorriu maliciosamente e prendeu a gravata dele entre seus dedos médio e indicador.

— Não, é a enteada dele.

Surpreso, Alexy distanciou-se praticamente com um salto e Kentin agradeceu a Deus pela intervenção de Joana. Seus cabelos também eram azuis, porém de um tom mais claro que os do outro rapaz, e eram mais compridos e ondulados.

Com um sorriso gentil ela pousou a mão esquerda no ombro de Kentin, exibindo a aliança dourada no dedo anelar. Em resposta o moreno sorriu acanhado, exibindo as covinhas em suas bochechas e também o anel que fazia par com o de Joana. Naquele momento Alexy perdeu a cor e após engolir em seco, falou:

— K-kentin... Você casou? – piscou os olhos rapidamente – E-e... nem me avisou? – completou triste.

— Foi muito rápido, Alexy. Praticamente nos apaixonamos à primeira vista – lançou um olhar demorado para Joana – E antes que reclame que não te convidei para a festa, saiba que só casamos no civil.

— Alexy? – Joana perguntou ao olhar de um para o outro – Aquele Alexy seu amigo da escola?

— Sim... deixa eu apresentar vocês. Alexy, esta é Joana minha esposa e Joana, este é Alexy, um grande amigo.

Trocaram mais algumas palavras e o outro deixou o casal, indo para junto de seu irmão, visivelmente abatido. Joana colocou-se frente a frente com Kentin e esticou suas bochechas ao falar:

— Viu o que você fez? – disse num tom baixo para não serem ouvidos – Olha como ele ficou? Não era muito melhor você dizer a ele a verdade ao invés de ficar inventando essas besteiras?

— Joana. – afastou as mãos delas de seu rosto vermelho pelos beliscões – Alexy não é de desistir facilmente, se eu dissesse que não gosto dele da mesma maneira que ele gosta de mim, ele tentaria me conquistar... de novo.

— Ah então a melhor saída é inventar um casamento? – perguntou sarcástica.

— Foi melhor assim Joana. Agora ele pode seguir com a vida dele e deixar pra trás sentimentos desnecessários.

A mulher olhou de soslaio para Alexy e sorriu ao ver que já tinha se recuperado.

— Kentin, querido... – meneou a cabeça – Não se iluda achando que Alexy já não seguiu com sua vida. Só que o primeiro amor a gente nunca esquece, entende? E mais uma coisa. – fitou o moreno – Você devia ter pedido isso a Naomi e não a mim.

Ao pensar na amiga, sua face ficou ainda mais rubra e com dificuldade perguntou:

— P-por que e-ela?

— Meu Deus! – massageou as têmporas com a mão esquerda – Na boa, não acredito que você consegue ser tão tapado...


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Notas finais do capítulo

ALERTA DE SPOILER!
ALERTA DE SPOILER!
ALERTA DE SPOILER!

E você, querida leitora que manja dos paranauê e curte uns spoilers... Separei alguns para você ;)

"Assim que o viu, Ambre parou de correr e acenou para ele. Nath olhou em direção ao garoto e revirou os olhos.
— Só faltava esse moleque. Foi você que o chamou, né sua chata! – apontou para a irmã.
— Não, fui eu. – Katy ergueu o queixo e cruzou os braços ao falar.
— Ah sério... – Nath não se deu por vencido – Aposto que você gosta dele... Eca!
— E seu eu gostar, qual o problema?"

"Estavam terminando de passarem as compras quando Dakota lembrou.
— Prinkípissá, você pegou aquela fita?
Ela levou a mão a testa, num gesto mostrando seu esquecimento. Dake sorriu e foi pegar o tal item.
— Mas então, mãe, – falou ao celular – o Kentin nem brigou comigo hoje. E eu acho que ele até gostou da ideia da festa do pijama, né?
Joana ficou quieta por um momento e enfim falou:
— E-essa voz... Katy, quem está aí com vocês?"

"– Joana, Naomi – falou o diretor – este é Dakota, Dake, um amigo que está de mudança para o Brasil.
Naomi sorriu e sentou-se ao lado do moreno ao dizer que era um prazer conhecer Dake. Joana por sua vez estava sem reação. Katherine soltou do abraço e o loiro aproximou-se estendendo a mão.
— Já não nos conhecemos antes?"

"– Eu não tô acreditando até agora! Marcamos de ir ao pub sexta-feira. Estou tão ansiosa! E-eu nem sei com que roupa eu vou. Eu preciso comprar saltos mais altos...
— Pra que, amiga? Você vai ficar muito maior do que ele se comprar saltos mais altos, Naomi. – falou com enfado – Ele não é muito maior que a gente..."



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