Fix Me escrita por Angel


Capítulo 63
Rapto & Decisões




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Acordei no quarto com um barulho de algo se quebrando. Thomas pulou da cama e pegou uma arma que estava escondida debaixo da cama e me deu um sinal para ficar quieta. Peguei uma arma que escondi dentro do criado mudo e fui ao seu lado sem ele perceber. Estava tudo escuro mas saímos com cautela. Passamos pelo quarto de David,  que não se manifestou até agora. Descemos as escadas e barulho de talheres se mexendo com rapidez se ouvia. Thomas preparou a arma com uma mão e coloca a outra para trás para me proteger. Preparei a arma e quando Estiquei para atingir uma silhueta que encontrei, alguém me pegou por trás e tapou minha boca, me puxando junto. Soltei a arma que caiu no tapete e ataquei meu agressor com os cotovelos,  que logo me soltou e gemeu de dor.
— Thomas!
Ele logo virou e foi atacado pela cabeça pela pessoa que estava na cozinha. Dei uma rasteira na pessoa atrás de mim e depois peguei minha arma, mas não me mexi sentindo um outra apontada em minha cabeça.
— Não se mova, ou espalho seus miolos.
Aquela voz.
Levantei a cabeça e não consegui ver seu rosto, mas sabia que conhecia aquela voz rouca de algum lugar.
Levantei as mãos e depois me levantei lentamente. A luz finalmente se acendeu mostrando meus agressores.
— Charlie?!
Ele sorriu de um jeito assustador. Ele estava com uma roupa preta como os ghosts do Cubo.
— Olá,  Alice.
— O-o que você está fazendo?!
Abaixei as mãos e fui ao encontro de Thomas que estava acordando aos poucos e gemia de dor.
— Você não percebeu ainda, gata? Sou um ghost.
Arregalei os olhos e quando olhei para o lado vi Pietro com o mesmo uniforme que Charlie. Mais duas pessoas estavam descendo arrastando David, que estava com uma ferida na cabeça e inconsciente,  pelos braços.
— David!
Comecei a ficar assustada. Aqueles dois garotos estavam conosco no refúgio,  se não me engano era da Austrália. Virei para Charlie brava.
— O que você está fazendo?!
— Dragon finalmente encontrou vocês e quer o troco pela amada princesinha morta dele, além dos documentos que vocês roubaram.
— Por que esta fazendo isso, Charlie?! Você não é assim! E que droga de documentos? Não pegamos nada!
Falei com lágrimas nos olhos.  Aquele não era o amigo que conheci e me ajudou tanto. Ele ainda estava com a arma apontada para mim, mas percebi que ele tremeu um pouco e fez careta colocando a mão livre na cabeça,  mas logo voltou ao normal.
Levantei e me aproximei um pouco.
— Você teria coragem de atirar na sua amiga?
— Quem... - Ele iria falar mas hesitou. Algo não está certo com ele. - Quem disse que você é minha... amiga?
Ele forçou uma pequena risada.
— Charlie, o que está acontecendo?
Falei preocupada.
— Você vai pagar pelo que seu querido marido fez. É o único jeito de fazer Thomas sofrer.
Ele sorriu maliciosamente e veio me atacar. Me defendi e corri para a cozinha para pegar uma faça, mas eles me pegaram por trás e atingiram na cabeça me deixando desnorteada. Cai e só virei a cabeça vendo Thomas acordando aos poucos com dor e me olhando assustado.
— Alice?
Ele gritou com preocupação e raiva, logo apaguei.
Acordei em um quarto claro e moderno. A cama era clara e grande, havia uma mesa de madeira com duas cadeiras, um closet de um lado da cama e uma porta que parecia ser o banheiro no outro. Levantei e perdi o equilíbrio,  sentindo o enjôo vir com força desta vez, mas me esforcei para não sujar o chão.  Fui abri uma janela para respirar um ar, mas percebi que não tinha janela aqui,  apenas uma porta de cor creme e em cima uma pequena ventilação.  Comecei a lembra da última coisa que houve. Charlie,  Thomas,  David e alguns australianos na minha casa. Charlie apontando a arma para mim e rindo com maldade. Coloquei a mão na cabeça e o ar começou a faltar em volta de mim. Olhei em volta, entrei no banheiro,  no closet. Em todo lugar para saber onde eu estava, ou se tinha alguma saída.  Nada. Eu estava sozinha e presa. Comecei a gritar de medo.
— ME TIREM DAQUI!
Logo a porta se abriu e uma imagem dos pesadelos de Thomas virou minha realidade. Dragon. Congelei no mesmo lugar. Ele se aproximou com sua barba para fazer e o terno que sempre era impecável.
— Olá, queridinha.  Dormiu bem?
Me encolhi na parede atrás de mim.
— O-o que você quer? Cadê o Thomas?
— Ele está bem, deixei ele livre para sofrer mais um pouco sem sua amada.  Vou dar vários sustos nele até ele não aguentar mais, depois eu o mato.
Sua cara sorridente era assustadora e isso fazia minha barriga revirar e doer cada vez mais.
— Não se preocupe.  Não farei mal a você... muito.
Ele riu alto e saiu trancando a porta atrás de si e me deixando inerte. Escorreguei até o chão e encolhi minhas pernas.
— Papai, cadê você?
Foram as únicas palavras que saiu da minha boca. Eu me sentia uma criança perdida num parquinho.
P. O. V Thomas
Acordei com um apito repetitivo ao meu lado. Aquilo já estava me irritando. Abri os olhos aos poucos por causa da claridade e me encontrei uma cama de hospital. Havia uma senhora dormindo ao meu lado com sua mão sobre a minha. Quando me afastei, senti meu corpo arder e queimar, além da insuportável dor de cabeça. Gemi alto de dor fazendo minha mãe acordar.
— Thomas?
— Minha... cabeça. O que houve?
Passei a mão na minha nuca e várias imagens começaram a passar da noite em que alguém entrou na minha casa.
— A-Alice?  Cadê ela? Cadê minha esposa?!
Comecei a ficar bravo e preocupado. Minha mãe, assustada, gritou por ajuda dos enfermeiros que logo me seguraram e tentaram picar algo em meu pescoço.  Irado, empurrei todos e me levantei da cama segurando a gola de um dos enfermeiros, ignorando a dor do meu corpo todo.
— CADÊ A ALICE?!
Minha voz saiu grossa e assustadora.  Nem eu reconheci,  mas minha preocupação com minha menina era maior.
— THOMAS, SE ACALME OU EU NÃO TE CONTAREI NADA!
Minha mãe gritou e eu logo peguei todo o ar em minha volta e soltei o enfermeiro que correu daquele quarto junto com os outros,  assustados.
— Cadê ela?!
Falei com fogo nos olhos.
— Deite-se.
— Cadê ela?!
— DEITE-SE,  OU VOU EMBORA AGORA!
Deitei bravo na cama e encarei ela, que se sentou e se arrumou formalmente.
— Vou contar tudo, mas você tem que me prometer que irá se recuperar primeiro e depois sair daqui.  Combinado?
— Porque eu...
— COMBINADO?
Apesar de tudo, ela ainda era minha mãe,  e eu ainda tinha um pouco de medo de deixá-la brava.  Só eu e meu pai já vimos ela brava de verdade. E não foi nada legal.
— Está bem. Fale.
— Alice sumiu. Seu irmão está em coma e você tem duas costelas quebradas.
Congelei, o resto eu não ouvia mais, apenas sabia que tudo foi culpa minha. Feri as pessoas que amo por causa da minha vingança.
— E-e o apartamento?
— O que tem ele?
— Está inteiro? Sentiu falta de algo lá dentro?
— Thomas, o que você fez?
Minha mãe logo percebeu a besteira que eu fiz.
— Eu... eu...
— FALE, GAROTO! A VIDA DA MINHA NORA E DE MEU NETO ESTÃO EM PERIGO!
— Eu roubei um pen drive de Dragon que estava com Cameron antes de matá-la.  Lá tem dados que podem levar ele e seus capangas para trás das grades por mais de uma vida!
— Você... o que?
Sua voz sumiu.
— Eu não sabia que...
Ela logo se levantou e bateu em meu rosto.
— Alice e MEU NETO ESTÃO DESAPARECIDOS E PODEM ESTAR EM PERIGO POR CAUSA DE SEU EGOÍSMO,  THOMAS! Eles podem até estarem mortos agora por causa da sua atitude infantil.
Ela diminuía a voz e seus olhos começaram a encherem de lágrimas. Logo meu corpo congelou. Minha esposa e meu filho, eu poderia ter matado eles agora por causa dessa escolha.
Meu corpo tremia, coloquei a mão na cabeça e eu logo encarei minha mãe perdido.
— Mãe. .. o que eu fiz?
Comecei a chorar e ela me abraçou.
— Enquanto você se recupera,  irá cuidar de seu irmão. Dragon irá se arrepender de ter mexido com meus pequenos e com a família Fenrir.

Fenrir.

Essa palavra não era soada há anos, achava que não teria mais volta.
Ela falava enquanto acariciava meus cabelos. Logo senti um frio passar em mim e sabia que minha mãe estava brava. Muito brava.


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