Fix Me escrita por Angel


Capítulo 18
Mistery


Notas iniciais do capítulo

Eiii Fantasmas lindos... É agora!
ESpero que gostem e comentem!
Kiss



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Estávamos sentados no mesmo lugar que da última vez. O sol era lindo como sempre e Thomas ainda era viciado nos bolinhos de baunilha, o que me fez rir e me distrair de tudo que houve essa manhã.

— E então. Alice. - Sua voz me fez voltar a realidade e encará-lo. - Está conseguindo acompanhar a matéria?

— Sim, mas só faço esse curso de cálculos para tentar trabalhar com meu pai.

— Como assim?

Ele me olhou surpreso e com uma sobrancelha elevada.

— Quero trabalhar na empresa de meu pai para tentar reconciliar com ele, mas não gosto de direito e resolvi trabalhar na parte financeira, mas nunca fui boa em matemática também.

Ele começou a gargalhar.

— Como eu consegui conhecer alguém como você?! Nunca vi alguém querer trabalhar com números e não entender eles. Meus parabéns, faz tempo que não riu assim.

Thomas enxugou suas lágrimas enquanto eu fiquei sem graça e continuei a beber meu cappuccino.

“Ele nunca seria James. É impossível ser ele. Mas preciso arriscar...”

— Thomas?

— Sim?

Ele me olhou ainda alegre e sorridente. Não consegui encará-lo então olhei para o céu pela janela enquanto falava.

— Você traz sua namorada para cá?

Ele demorou para responder, mas não consegui encará-lo ainda.

— Trouxe uma vez, mas ela odiou esse lugar, mesmo eu dizendo que era um lugar especial para mim.

Olhei para ele surpresa que estava com um sorriso forçado e encarando o pequeno pedaço que sobrara do bolinho.

— Des-desculpe, eu não sabia.

— Só perdoou se você dançar comigo.

Ele se levantou e ficou parado ao meu lado com sua mão esticada para mim.

— M-mas nem tem música.

— Isso eu posso providenciar.

Ele encarou um velhinho que estava apoiado no balcão e acenou com a cabeça para o senhor que logo se levantou e se aproximou em uma antiga caixa de som, chutou ele uma vez e o fez funcionar, me deixando de queixo caído. A música country começou a rodar, era uma música antiga, mas bem animada que fazia as pessoas se animarem. Sorri para Thomas e que ainda estava com a mão esticada para mim, eu o peguei e o segui para o centro, onde havia um pequeno espaço para nós dois.

— Thomas, eu preciso avisa antes uma coisa...

— Sim?

— Eu... não sei dançar. - falei sussurrando de vergonha.

— Tudo bem, nem eu sei. - Respondeu num sussurro também e então rimos juntos e nos movimentamos de acordo com o ritmo.

Aos poucos eu percebia que as pessoas afastavam as mesas que estavam sentadas e começaram a dançar também. Aquele foi um dia especial, na qual eu não me preocupei com nada, como se aquela pequena lanchonete fosse outro mundo. Um mundo onde podia ser feliz sem me preocupar com família, escola, futuro, ou passado. Um lugar onde existia apenas eu, Thomas, a música e o doce cheiro de café.

O dia se passou rápido e já estava escuro. Thomas havia me deixado na porta do prédio que eu morava, mas ao invés de entrar, dei meia volta e fui para o parque que havia ali perto. O parque estava escuro tendo apenas umas poucas luzes dos postes a iluminar, não me importava com aquilo, apenas não queria encara Lucas por enquanto. Sentei em um banco e logo senti um arrepio na espinha por causa do gelado cimento. Encarei o balanço que rangia suas correntes por causa do vento, aquilo me vez encará-lo a ponto de eu me perder em pensamentos. Pensamentos que não eram meus. Pensamentos que pareciam lembranças de um pesadelo. De gritos e desespero, onde me lembrava do sonho que tive num quarto vazio e frio, e a voz de um garoto gritando para me libertarem. Quem era ele? E o que estava acontecendo? Logo meus olhos estavam ficando pesados e adormeci naquela solidão.

— Anne?

Abri os olhos ao ouvir uma voz parecida.

— Thomas?

— Tente mais uma vez.

Pisquei mais algumas vezes e encontrei ele.

— James?

Ele estava sentado do meu lado, de calça jeans, uma camisa xadrez e touca. Deu um pequeno sorriso, e então o abracei forte.

— O-o que está fazendo aqui? Isso é real ou um sonho? Ai, senhor, quanto senti sua falta.

— Ei, calma. Respire. Não vou fugir.

Se afastou e tocou meu rosto.

— Como posso acreditar? Na última vez você sumiu mesmo dizendo que ficaria comigo!

— Eu sei, mas precisava. Ainda não era hora de eu me revelar.

— Revelar? Como assim? Por acaso você é um fantasma?

— Quase isso.

Ele dei um sorriso malicioso que me fez congelar.

— Você não é de brincar.

— Muita coisa mudou. Você me mudou, lembra?

Ele ainda estava acariciando minhas bochechas com suas mãos frias, fazendo-me arrepiar.

— Onde você esteve? Porque não posso te ver mais?

— Anne, preciso conversar com você a sério. Falar a verdade.

Peguei em sua mão e afastei, abaixando a cabeça.

— Primeiro: não precisa me chamar de Anne. Esse não é meu nome, é Alice. Desculpe mentir, é que eu fiquei com medo e estava desconfiada.

— Tudo bem. - Olhei para ele. - Eu já sabia. - Fiquei surpresa. - Sabia que você estava mentindo.

— Como?!

— Você é péssima mentirosa.

Falou sério.

— Ah.

— Mas você não foi a única que mentiu. Também tive meus segredos.

— Então qual é o seu nome?

Ele olhou para mim sério, mas percebi um pingo de surpresa em seu rosto.

— Não é disso que estou falando. Estou falando do motivo de eu estar no hospital e sobre meu passado. Parece que não fui muito aberto e sincero com você.

— Então quer dizer que você matou pessoas mesmo?

— Anne... Alice. Não quero te assustar mas... já nos conhecemos antes do hospital sabia? E quando te vi de novo, achava que era mais uma de minhas ilusões, não consegui acreditar que era você mesmo, então tive que confirmar, mas algumas pessoas descobriram isso e tentaram me matar.

Ao ouvir aquilo senti meus músculos se endurecerem.

— Do-do que você está falando?

— Estou falando que aqui não é seguro, e você está em perigo. Nós dois estamos. Por favor, venha comigo, vamos fugir. Viver outra vida onde não precisaremos nos esconder mais.

— Fugir? Esconder? Do que você está falando. James, você está me assustando, é sério.

— Alice, nossa família é a causa disso. Existe alguém que está por trás disso. Você precisa ter cuidado. Você...

Antes de ele falar ouvi um barulho bem alto que fez eco. Era um tiro. Um tiro de longe que acertou o braço de James.

— James!

Gritei assustada. Ele simplesmente levantou, pegou minha mão e me levou até a floresta que havia ali perto enquanto os tiros não paravam. Empurrei um pouco James tentando avisar que não conseguiria correr mais, então ele me soltou e recuperamos o fôlego.

— Droga. Como ele pode ter coragem de atirar mesmo com você aqui?!

— Ele quem?!

James olhou para mim surpreso, acho que ele não queria que eu ouvisse.

— Você o conhece, mas ele é uma pessoa que você não gostaria de irritar. Foi criado desde os quatros anos para não sentir sentimentos, ser um bom mentiroso e cumprir sua missão.

— E qual seria..- tentei recuperar o fôlego que ainda faltava. - essa missão?

Ele olhou para mim com um expressão misturada de ódio e medo.

— Me matar.

— O que? Porque?! O que você fez para ele?

— Para ele, nada. Mas seus antigos superiores ainda o mandam em missões, e mandaram ele me matar por irritar o chefe deles. Um tal de Dragon.

— Quem diabos é Dragon?!

— Eu não sei. E pior, ele te conhece e quer sua cabeça também, mas esse assassino, por alguma razão não está tentando te matar.

— Como você sabe?!

— Porque eu sei algumas coisas, como por exemplo, ele é um bom atirador. Poderia ter te matado a muito tempo.

Aquilo fez meu corpo todo arrepiar e o desespero estava aumentando, comecei a sentir minha respiração pesada.

“Calma. Nem pense em desmaiar agora! Lembre do que o Lucas te ensinou. Chute em baixo, de um soco na cara e corre! Mas essa não é a ocasião certa. Droga!”

Sentei no chão apoiando-me numa árvore qualquer.

— Então é isso, vamos ficar aqui até amanhã ou até ele desistir?!

— Ele não desiste, Alice. Apenas nos ilude, fazendo-nos pensar que estamos a salvo.

— E o que vamos fazer?

— Você fica aqui! É muito perigoso.

Quando ele ia dar seu primeiro passo, o impedi ficando em sua frente.

— Nem pense nisso! Acabei de te encontrar e agora vou te perder de novo?! Nem a pau!

Ele deu um pequeno sorriso e se aproximou. Foi quando percebi que ele estava de pé, forte, e ele era alto, com seus olhos azuis que me faziam perder o equilíbrio, mas percebi que ele era familiar.

— Você com certeza tem um problema comigo.

— Thomas? - Sussurrei ao lembrar dessa frase.

— Demorou para perceber, hein?

— Ai meu Deus. VOCÊ ESTEVE COMIGO ESSE TEMPO TODO?!

— Shii.

Thomas/James tapou minha boca e sorriu.

— Desculpe esconder tanta coisa, mas era perigoso eu dizer a verdade, ainda mais quando eu estava vulnerável daquele jeito. Eu achava que meus dias iriam terminar naquele hospital, até ter te conhecido melhor. Você me lembrou que a esperança é a última que morre. - Ele me abraçou. Minha cabeça batia em seu peito e consegui ouvir seus batimentos que estavam um pouco rápido. - Obrigada Alice. Agora é minha vez de te proteger, pois agora eu lembrei.

Ele se afastou e deu-me um beijo na bochecha antes de começar a se afastar de mim.

— Não vá. Por favor. Não me deixe de novo.

“Essa frase.... eu já havia falado antes, mas... quando? E por quê?”

As lágrimas começaram a escorrer.

— THOMAS, É MELHOR VOCÊ VOLTAR OU EU TE MATO!

Ele olhou para trás e deu um lindo sorriso meigo que afligiu mais meu coração.

Ouvi tiros, e meu coração acelerava cada vez mais, as lágrimas não paravam de cair e as pernas já haviam perdido as forças, me obrigando a ficar no chão apenas lamentando. Senti alguém vindo atrás de mim. Abri os olhos o máximo que pude e deparei com um homem que tinha cheiro de hortelã e wisky, mas não pude identificá-lo, então arrisquei.

— Pai?

— Está tudo bem agora. Espero que algum dia você possa me perdoar, princesa.

Senti algo em meu pescoço. Uma picada.

Fechei os olhos e dormi, agora, no meu quarto, em minha cama quente, como se tudo aquilo não tivesse passado de um sonho, um sonho muito misterioso.


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Notas finais do capítulo

E então?
Não me xinguem, tentei revelar o máximo e tentar deixar o mais legal.Quero a opinião de vocês.
KIss