Quando passei por aquela porta escrita por Luana Willemann


Capítulo 2
Capítulo dois - Reencontro?




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Sentada no sofá fiquei analisando o cartão que ele havia me dado. Já passava das seis da tarde e ainda não havia feito absolutamente nada dos meus projetos pendentes, apenas pensava nele. Deixei todos os meus pensamentos de lado e resolvi ligar a televisão, procurei em todos os canais até achar um filme que já tinha visto algum tempo atrás. Lembro que meus pais sempre me chamavam para assistirmos juntos, era meio que uma tradição nossa.

Quando o filme terminou eu já estava prestes a me deitar em minha cama após um longo dia, quando recebo uma ligação do porteiro, Bem, do meu prédio, achei estranho pois já era tarde.

— Boa noite Lauren, tem um rapaz alto aqui lhe esperando, devo deixá-lo entrar? – falou Ben.

O quê? O que ele está fazendo aqui, e a essa hora? Por quê? Pensei em milhares de desculpas para não deixá-lo subir, mas algo dentro de mim, talvez meu coração, estivesse querendo a companhia dele.

— É claro. – falei com a voz trêmula.

Fiquei contando os segundos até que ele batesse na porta. Eu estava com o meu cabelo todo desarrumado, roupas muito velhas que fiquei com vergonha quando abri a porta e vi que ele estava com o mesmo traje formal de quando me trouxe até meu apartamento.

— Lauren! – exclamou ele – Como você não me ligou, pensei em te convidar para jantar, e, aproveitando que estaríamos fora, poderia te levar a alguns lugares legais daqui. –  completou ele.

Nykolas está me convidando para sair? Ou melhor, para jantar? Achei que aquilo tudo que ele havia falado no carro fosse nada mais do que apenas boas maneiras, além do mais, ele parece estar sempre ocupado. Quando me trazia até meu apartamento, o celular dele interrompeu nossa conversa umas quatro vezes. Acho que estou um pouco nervosa.

— Acho uma boa ideia, mas a essa hora? Não está muito tarde? – falo nervosa.

— Os melhores estabelecimentos de Trento costumam abrir mais tarde. Vamos?

— Com a roupa que estou vestindo não vou a lugar algum... – murmurei – Entre, vou colocar uma roupa melhor.

Nykolas entrou e ficou olhando a cidade através da enorme janela que tem na minha sala. Levei 20 minutos para que meu traje e maquiagem ficassem a altura do que ele vestia. Pode parecer um exagero mas fico bem nervosa e não consigo me decidir quando as pessoas me convidam de tal maneira, sem avisos prévios.

— E então, vamos? – falei um pouco empolgada.

— Sim, vamos – falou ele.

Descemos até a frente do prédio, Nykolas já não estava com o mesmo carro de antes, aparentava ser mais tradicional, não tão caro. Após dez minutos de silêncio dentro do carro ele diz que finalmente chegamos ao destino, era um pequeno restaurante chamado Bella Trento. Sim, era pequeno, mas tinha uma decoração legitimamente italiana, não havia muitas pessoas no local, a comida era excelente, a sobremesa também. Assim que terminamos, caminhamos até uma praça perto de onde estávamos. Tudo era lindo, nada se parecia com a cidade movimentada que costuma ser ao dia. As lojas, luzes e estrelas... tudo tão mágico, já não conseguia vê-las do mesmo jeito que as via antes. Não sei bem como explicar, mas isso tudo me lembrava de um garoto que namorei na minha adolescência. Lembro que ele me trouxe até Trento porque sabia que eu era apaixonada por essa cidade, e ele me tratava do mesmo modo que Nykolas. Depois que terminamos, nunca mais o vi, nem sua família, nunca mais tive notícias dele. Foi um tanto quanto estranho porque éramos tão próximos, eu e ele, minha família e a família dele.

— Lauren, você está bem? – perguntou Nykolas.

— Oi? Ah sim, estou bem sim, é só que... – não sou nem um pouco boba para estragar esse momento, pensei numa resposta melhor da que eu daria – nada, só que isso tudo me fez lembrar meus pais, faz dias que não os vejo, estou com muita saudades.

— Eu sinto muito, não imaginei que você ficaria assim – disse.

— Não é sua culpa, eu que sou emotiva demais – falei para dar fim à conversa.

Ele deve ter percebido que não estava muito feliz, porque depois disso não falamos mais nada até chegar a porta do meu apartamento. Me despedi dele com um beijo no rosto e entrei. Me joguei na cama e chorei, chorei por lembrar de coisas que não gostaria. Não que eu não tivesse sido feliz com aquele menino, mas pelos erros que cometi com ele. Estou com raiva de mim mesma. Provavelmente ele e a família dele se distanciaram de mim pelo nosso término. As vezes acho que não superei, o problema é que, acho isso todas as vezes que saio com algum cara. É inevitável, talvez eu mereça ficar sozinha pelo resto da minha vida e focar na minha carreira que é a coisa mais importante no momento. Não lembranças e um cara que mal conheço a pouco mais de um dia. Dormi assim mesmo, não me dei ao luxo de trocar de roupa, tirar a maquiagem, nada, estava definitivamente exausta, desanimada. Acordei no outro dia assustada e completamente atrasada. Não que isso afetasse a minha entrevista de emprego, mas eu teria que estar pronta em dez minutos e chegar lá em cinco. Acabou que nem tive tempo de pensar no nervosismo. Acredito que respondi tudo completamente certo e estou com esperanças de receber uma ligação no mesmo dia. Estava feliz, até que passei pela frente da praça. Lembrei-me logo de Nykolas, o quanto novamente ele foi carinhoso comigo e eu apenas o ignorei, fui completamente grosseira com ele. Parece que já não sou mais eu, minhas emoções, meu jeito, está tudo, diferente


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