O vômito subia pela minha garganta, deixando um gosto azedo na minha boca. Fiz o ato até cuspir sangue. Minha pele pálida, e as batidas na porta do banheiro atraíram minha atenção. Lavei minhas mãos e apertei a descarga para o vômito ir por água abaixo.

Abri a porta e Hinata estava na porta com um pacotinho de farmácia em mãos.

― Fecha a porta Tenten-san? ― ela disse, sua palidez era visível e suas mãos tremiam bastante. Parecia eu no momento.

― Ok, Hinata agora você vai ter que me contar oque aconteceu! ― a vi abrir o pacote, e tirar lá de dentro um teste de gravidez. ― NANII? ― a encarei incrédula, sem saber oque dizer. ― você está suspeitando que… ― ela assentiu, e eu dei um leve sorriso. ― não é tão ruim assim Hinata!

― Eu não fiz o teste Tenten, como vou saber se estou ou não? ― ela corou levemente, e eu encarei o teste de gravidez.

Apanhei de suas mãos, e o abri. Tirei ele do plástico, e virei-o de cabeça para baixo.

― Está parte você coloca na… ― ela me interrompeu.

― Que constrangedor! ― corou mais ainda.

― Conta até 15. Depois tira, se tive uma listra é negativo, se tiver 2 listras é… ― recitei em falar ― positivo. ― terminei. ― mas esclarece uma coisa aqui pra minha pessoa que lembrou de um detalhe. ― estalei meus dedos várias vezes e ela me encarou ― vocês transaram, faz menos de uma semana. Como você pode está grávida se os “sintomas” só aparecem depois de 15 dias?

― Não foi nossa primeira vez… ― ela murchou ― eu conheço o Naruto-kun desde quando eramos pequenos. Crescemos juntos, resumindo. O sonho dele era ser pai, mais… ― eu a olhei curiosa.

― Mais? ― ela continuou.

― Eu fui embora de Konoha, antes que ele pudesse pedir permissão para o papai me deixar namorar o Naruto. ― suas lágrimas escorriam ― e se ele descobrir ― soluçou em meio a fala ― ele me fará abortar.

Arregalei os olhos ao extremo ― Hinata, eu sei que você quer ter um filho. Para agradar ao Naruto, mais é isso que você quer? Porque se for, dependendo do que acontecer eu estarei do seu lado. Pro que der e vier. ― a abracei, e ela puxou minha blusa. Deixando algumas lágrimas marcadas na blusa. ― agora vai fazer esse teste. ― a empurrei para dentro do banheiro.

― H-hai. ― ela assentiu, e eu sorri.

― Estou esperando aqui, vou só passar uma maquia… ― apenas senti uma pancada, e o chão gelado entrar em contato com meu corpo. Uma visão embaçada, e em menos de 15 segundos Hinata saiu do banheiro sorrindo, oque aconteceu com seu sorriso? Ele simplesmente… sumiu.

Acordando…

Senti pela segunda vez a maior dor de cabeça do dia. Olhei ao redor e me deparei com Hinata abraçada ao Naruto, me pergunto o porque de ela sorrir tanto, e ele também sorrir tanto.

Talvez o teste de gravidez tenha dado positivo. Ou não… É deve ter dado positivo. Neji dormindo na poltrona do meu lado. Sakura sentada ao lado Sasuke de mãos dadas. E Ino e Gaara aonde estavam não sei.

― Ahm, ― levantei rapidamente continuando sentada. Meu desespero se fez quando eu me vi com um tubo de respiração. Eu desejava tirar aquilo logo, meu ataque e ânsia para tirar aquilo. ― tira, tira ― me debati, até a enfermeira, junto com os outros enfermeiros entrarem para me segurar.

Se for para me fazer outra pergunta, me pergunto o porque de todos estarem felizes, e eu estar entubada. Uma dosagem de calmante foi injetada no meu braço, eu me senti lenta.

A ultima coisa que eu ouvi foi Neji dizer: “Vai ficar tudo bem”

Horas depois

Acordando novamente, com uma cólica terrível. Me levantei aos poucos ainda na enfermaria, eu podia respirar melhor. Andei até uma mesa que estava com meu formulário, peguei e o li. Eu tive uma parada cardíaca no banheiro. Tirei a camisola branca e longa e vesti

Short jeans azul caneta, uma blusa larga na barriga cinza, por dentro do short e de mangas. Cabelo bem preso em um coque, e um óculo que estava em cima do criado mudo. Calcei um tênis cano médio, cadarços brancos amarrados em um laço mal feito.

Sai do quarto, sem que ninguém me notasse. Andei saindo do hospital despercebida, corri para pegar um táxi.

― Para onde? ― ele me olhou, me analisando.

― International Elite School… ― revirei os olhos pegando meu telefone, e discando o número sem pensar duas vezes da Hinata. ― alô? Hinata. Oque aconteceu depois que eu desmaiei?

― Alô? Tenten, como você está? Bem, você desmaiou assim que eu sai para dizer a boa “noticia” você teve uma parada cardíaca. Foi tudo tão rápido. Mas enfim você da UTI, foi para o quarto de hospital. ― ela terminou explicação, de tudo que eu não lembrava.

― E o Neji? ― falei imaginando onde ele estaria.

― Está se arrumando, se você chegasse a tempo o pegaria mais ou menos no pátio. ― disse fraco.

― Com quem ele está? ― falei quase não entendendo pois a ligação estava picotando ― ele está indo pra onde Hinata?

― Rio de Janeiro. ― ela disse quase não querendo falar ― s-sinto muito.

― Você não tem que sentir. ― afastei o telefone do meu ouvido olhando para o motorista. ― Acelera por favor, eu preciso impedir uma pessoa. ― voltei a ouvir a voz de Hinata.

― Oque você vai fazer Tenten-chan? ― ela disse se exaltando.

― Eu sei que você não pode se exaltar, mais eu estou chegando no Internato segura o Neji ai pra mim. ― falei desligando sem ao menos esperar um “tchau”.

― Posso te deixar aqui? A multidão é grande. ― apontou para uma multidão e uma feira. Apenas assenti, o entreguei o dinheiro da corrida e peguei minha bolsa. Passei pela multidão, e parei em frente a um bar.

― Ok, onde está minha vítima? ― analisei aos bêbados que estavam sentados. Caminhei até o balcão, onde o barman. ― uma dose de vodca para mim. ― falei, passando a língua pelos lábios.

― Nunca imaginei encontrar você de novo em um lugar desses ― o garoto me olhou, me entregando a dose. Junto com a chave.

― Você terá sua recompensa. ― pisquei ― aqui. Meus pais me internaram lá ― gargalhei ― pena que a segurança é uma merda. E eu acabei parando no hospital com uma merda de uma parada cardíaca.

― Eu passo lá, para pegar minha recompensa. E a minha moto. ― ele disse sem mais delongas.

― Ok ― acenei, e sai pela porta dos fundos. ― Neji Hyuuga, você não vai embora. Eu vou preciso te dizer uma coisa ― disquei o número do seu telefone ― Ei, oi Neji ― tentei fazer uma voz normal mais foi impossível

― T-tenten? ― ele falou assustado, escutei uma voz feminina no fundo parecia a de Hinata ― eu estou de saída. ― toci um pouco.

― Você não pode esperar? ― coloquei o capacete, colocando o celular por dentro. Liguei a moto e comecei a falar alto. ― acho que não. Você está indo viajar é? ― uma lágrima desceu do olho esquerdo.

― Viajar? A Hinata que te falou não foi? ― ele suspirou.

― Neji, eu preciso te falar uma coisa ― meus olhos não aguentaram ― Neji, você é um tremendo babaca. ― as lágrimas começaram a sair. ― um babaca que é impossível alguém não amar. ― minha voz de choro foi audível. ― eu amo você seu idiota. ― acelerei mais ainda ― eu preciso dizer isso frente a frente, mais se mesmo assim você quiser ir embora. Você não vai ouvir falar de mim. ― dei meu último suspiro e ouvi ele desligar. Permaneci escutando aquele “Tu,tu,tu” até chegar no portão do internato. Pulei o muro ralando minha mão. E o joelho totalmente ferrado.

Eu o vi saindo dos corredores com uma mala grande, seria mesmo verdade? Ir para o Rio de Janeiro fazer oque? E porque?

― Neji! ― gritei, correndo o máximo que podia. ― eu não consigo dizer frente a frente oque eu disse pelo telefone. ― respirei fundo e ele se virou indo em direção ao portão. ― eu amo você. ― soltei sem ao menos pensar, só não podia deixar ele ir.

Mesmo assim, ele ao menos olhou para trás. Continuou seguindo em frente.