-bom dia- cumprimentou Yuki, logo que chegou ao trabalho.

-oi!- respondeu Tatsuha, digitando um artigo sobre uma polemica –referente a um artista, claro, mas já era algum progresso comparado às fofoquinhas que ele costumava escrever.

Yuki sentou-se a mesa e ligou seu computador. Sabia que tinha o inicio de um texto em seus arquivos, que poderia aproveitar para poupar trabalho quando fosse escrever seu próximo artigo. So não sabia, claro, onde ele estava.

-Eiri?- chamou uma voz conhecida, na porta do escritório. Yuki levantou o rosto, para encontrar os cabelos loiros, de um tom quase branco, de seu chefe, Seguchi Tohma. Mas, em vez do sorriso habitual –embora este raramente fosse um sorriso sincero –os cabelos de Tohma emolduravam uma expressão apreensiva. – venha aqui.

Yuki estranhou quando Tohma saiu do escritório, sinalizando para que viesse junto, mas não fez nenhuma pergunta. Acompanhou-o até a metade de uma escada. Mas, quando esteve consciente de que ambos estavam sozinhos, arriscou falar algo ao aflito chefe.

-o que houve?

Tohma parou por um segundo, bem a frente de Yuki, virou-se observando-o cautelosamente, como se escolhesse bem as palavras que usaria.

-ligaram de manhã da Macchiato para se queixar de você.

-hã?

-sabe por que, não? Não me obrigue a lhe dizer. Eu acredito em você. – Tohma tentou forçar um sorriso, embora estivesse visivelmente nervoso.- se você negar, eu o defenderei. Então, negue. Eu o apoiarei.

-me desculpe.- disse Yuki, sem hesitar. Tohma compreendeu logo o que estava acontecendo e forjou um sorriso conformado –um tipo de psicologia reversa. - não devo incomodá-lo mais, Sr. Seguchi. Isso é um assunto meu.

-você está falando serio?- perguntou Tohma, desistindo logo da mascara de compreensão e deixando transparecer sua incredulidade.

-sim- afirmou Yuki, tentando manter seu tom de voz o mais seguro possível.

“A vida começa no instante em que se passa a amar alguém”, Seuderi.