Soulmates escrita por noora


Capítulo 1
whats a soulmate?


Notas iniciais do capítulo

MIGA CÊ TA DE PARABÉNS POR EU TER TE TIRADO ♥



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Por muitos anos, o que Sirius já tinha visto de uma cerimônia de casamento era algo arranjado: a noiva normalmente chorava, o noivo tentava manter os olhos longe de alguma das convidadas; os pais assinavam o contrato. Sirius normalmente se distraia com as comidas e olhava as madrinhas se trocarem pela fechadura da porta.

Mas aquele casamento fora diferente. Lily usava um vestido branco largo e longo, com uma coroa de flores. James vestia um conjunto branco, com uma blusa larga parecida com as que reis antigos usavam. Os dois tinham brilho nos olhos, de tão felizes que estavam. Eles tinham apenas 19 anos, mas eram tão felizes que ninguém ousava discordar.

Sirius havia acabado de fazer seu discurso de padrinho e estava fumando um cigarro enquanto observava os amigos terem sua primeira dança como casados. Ele jogou a bituca no chão e apagou quando viu sua sobrinha Nymphadora se aproximar. Ela tinha apenas 6 anos, mas era mais inteligente que garotas mais velhas.

— Tio Sirius, um dia eu quero que alguém me olhe do jeito que o James olha para a Lily! Eles são tão lindos!

— Sim, são mesmo – Sirius sorriu para a sobrinha – e quer saber por quê? Porque eles são alma gêmeas.

— O que é uma alma gêmea?

— Bem... É como um melhor amigo, só que mais do que isso.

 

 

 

Dorcas e Lily eram muito diferentes quando se tratava de amor. Dorcas era toda apaixonada e sonhadora, sempre querendo um príncipe encantado. Lily era mais centrada, não acreditando nesse tipo de coisa. Lily sempre se lembrava de um momento no quinto ano, quando elas discutiam sobre o que era estar apaixonada. Evans dizia que isso não existia, enquanto a amiga tentava provar que era algo verdadeiro.

“Lily, você nunca sentiu isso? Todas aquelas vezes em que você vê ele no corredor e não consegue respirar até estar com ele”.

Naquele momento, James Potter virava o corredor com os amigos. Lily olhou discretamente enquanto ele vinha em sua direção, com o costumeiro sorriso maroto.

“Oi Lil” ele disse ao passar por ela. Lily ignorou, virando para Dorcas e respondendo que nunca tinha sentido aquilo. Para sua surpresa, ao falar, sentiu o ar saindo de seus pulmões.

Involuntariamente, ela tinha prendido a respiração quando viu James Potter.

 

 

Lily sempre gostou de desenhar. Era um talento natural, seu pai dissera. Ela gostava de desenhar suas amigas, paisagens, pessoas em geral. Mas, principalmente, gostava de desenhar uma árvore. Não apenas qualquer árvore, mas um salgueiro extremamente velho que ficava em seu jardim. Ela normalmente desenhava-a quando estava entediada, o que acontecia muito nas aulas de História da Magia. Também ficava desenhando apenas para não ter que conversar com Potter, que era sua dupla fixa aquele ano.

Era começo de ano e Lily se lembrava de que James não havia começado a chamá-la para sair tão desesperadamente. Era final da aula de História da Magia, todos já haviam saído, menos ela. Tinha ficado para tirar uma dúvida com o professor e Severus a esperava. Já fazia um tempo que ficava irritada com a presença dele.

Quando terminou de tirar sua dúvida, foi ao encontro de Snape, que estava segurando sua mochila. Ao tentar pegar dele, se distraiu e acabou derrubando a mala no chão. Ela se abriu e algumas coisas caíram de dentro, muitas Lily não reconhecendo como dela. Pegou a mochila com um certo desespero e começou a mexer dentro, soltando um suspiro pesado.

“Essa mochila não é minha.”

“Como assim?” Snape perguntou, enquanto pegava a mochila da mão dela e mexia dentro.

“Eu e o Potter temos as mochilas iguais, devo ter pego a dele por engano”

Severus remexeu dentro da bolsa, franzindo o cenho ao tirar um quadro de dentro.

“Ei, isso não é um dos seus desenhos?”

Lily olhou para o que ele segurava. Realmente era um dos seus desenhos do salgueiro de seu jardim, enquadrado.

“Coloca isso de volta!”

“Ele gosta muito de você, não é?” a pergunta de Snape continha uma pitada de desdém.

“Talvez... Ele só goste muito do desenho”

Severus virou o quadro, onde atrás estava escrito com uma letra até que bem caprichosa,

“Para Lily.”

Ela agarrou o quadro da mão do amigo, enfiando de volta na mochila. Mesmo que estivesse escrito o nome dela, não quer dizer que fosse da conta deles. Encontrou Potter na hora do almoço e entregou a mochila a ele. James pareceu aliviado ao ouvir de Lily que não havia mexido em sua mochila, claramente uma mentira.

Para a surpresa da garota, três dias depois do ocorrido encontrou o quadro em cima de sua cama. Manteve consigo até o dia de sua morte.

 

— É a única pessoa no mundo que te conhece melhor do que qualquer um.

Em seu sexto ano, James foi eleito capitão do time de quadribol. Em seu primeiro jogo nessa posição, ele não estava se sentindo tão bem. Obviamente, ele estava extremamente nervoso. Estava tremendo quando subiu na vassoura e quase não conseguia se manter no ar. Não estava conseguindo acertar nenhuma de suas jogadas, deixando os que torciam pela Grifinória extremamente desapontados.

— O que diabos tá acontecendo com ele? Ele nunca age assim! – Sirius indagou.

— Ele só está nervoso. Daqui a pouco já vai se acalmar, sei disso – Lily Evans respondeu automaticamente.

Suas amigas Marlene e Dorcas se entreolharam escondendo sorrisos em seus rostos. Lily andava muito mais gentil com James, o que acabava deixando as duas com uma pulga atrás da orelha.

 

­— É alguém que te faz uma pessoa melhor, bem, na verdade ela não te faz uma pessoa melhor. Você se torna – porque ela te inspira.

— Isso sim é algo que eu nunca pensei que iria ver – Sirius Black assobiou quando viu James com seu distintivo de Monitor Chefe.

Com extrema surpresa, os Potters haviam recebido uma carta no meio de Agosto dizendo que James havia sido escolhido para ser o Monitor Chefe. Entre todos os da casa, o melhor amigo do filho havia ficado mais chocado. Poderia esperar milhões de coisas do garoto, mas nada parecido com aquilo.

— Eu sei! Mas temos que admitir, eu fico ótimo com isso. – James jogou-se na cama oposta a de Sirius.

Black pegou uma pipoca e jogou para o ar, pegando com sua boca ao cair. Ignorando qualquer ensinamento de etiqueta, continuou a falar enquanto mastigava.

— O estranho mesmo foi Dumbledore te dar isso quando tinha o Remus na jogada.

— Não sei cara – James sorriu – fiquei mais responsável ano passado. Minerva até me elogiou no final das aulas. E o melhor de tudo: Lily sorriu para mim e me parabenizou por ter pego apenas 30 detenções o ano inteiro!

Sirius rolou os olhos. Lily Evans basicamente dominava todas as ações do melhor amigo fazia anos.

— Evans de novo?

— O que eu posso fazer? Ela me inspira – James olhava sonhador para cima.

 

­Uma alma gêmea é alguém que você leva consigo para sempre.

Ninguém podia negar que James Potter e Lily Evans tinham uma química extraordinária. Era uma conexão forte e rara de achar entre duas pessoas. Haviam vezes em que Lily tinha um pressentimento ruim sobre alguma coisa e James admitia ter sentido a mesma coisa. Graças a isso, eles sempre eram escolhidos juntos para missões da Ordem da Fênix; o que acabava levando um ao outro a loucura.

Se preocupavam demais. Queriam saber se o outro estava bem, se precisava de ajuda.

Lily era uma pessoa de sacrifícios. Escolheria dar sua vida para salvar a de outra pessoa. Houve uma missão que não tinha ido com o marido e quase morreu tentando ajudar trouxas. Ao voltar para casa, foi a primeira vez em que escutou o discurso de que James iria ficar completamente doido se ela morresse.

 

A notícia de que a criança da profecia podia ser o filho de Lily destruiu Severus Snape. Não conseguia acreditar que ela ia ficar e lutar.

— Ela pode fugir e deixar o bebê com o Potter! – Severus esbravejada para Dumbledore – pode fugir comigo. Eu iria deixa-la segura.

— Pelo amor de Merlin Severus, não deixe sua obsessão por ela cegá-lo – Dumbledore dizia calmamente – você não consegue entender que Lily nunca iria fugir e se esconder?

Snape olhou para o vazio, absorvendo a informação. Depois de minutos de silêncio, ele vira para Albus e pergunta, com desprezo transbordando de sua fala:

— Por causa do Potter?

 

­— É a única pessoa que te conheceu direito, te aceitou e acreditou em você antes de qualquer outro, ou até mesmo quando ninguém acreditou.

Aquele jogo do sexto ano foi o pior de que todos conseguiam lembrar.

— Ele não vai conseguir. A carreira de capitão dele acaba hoje – Emmeline soltou, entediada.

Todos pareciam concordar, menos Lily.

— Gente, não pensem assim! Ele vai conseguir! Eu acredito nele.

15 minutos de jogo depois, por algum milagre, James se encontrou com a área do gol inimiga completamente vazia, tendo apenas ele e o goleiro. Os torcedores prenderam a respiração e Potter pareceu congelar. Estava travado, sem conseguir fazer nada, até que ouviu a voz de Lily no meio de milhares:

­­— Joga!

E foi como se seu corpo tivesse acendido. Seus músculos voltaram a funcionar e ele arremessou a goles, que passou pelo gol se a menor dificuldade.

A arquibancada explodiu em gritos e comemorações. Enquanto James voltava para seu lado do campo, conseguiu ver Lily Evans sentada perto de suas amigas. Ela não gritava, mas tinha um sorriso orgulhoso enquanto aplaudia e olhava para ele.

Foi naquele dia que ele decidiu que  seria alguém de que Lily se orgulhasse.

 

Eles eram assim. Acreditavam um no outro mais do que qualquer coisa. Tiveram o trabalho de conhecer cada pedacinho daquele ser que amavam tanto. Acreditaram quando ninguém fazia o mesmo.

Qualquer um que botasse os olhos no casal sabia que eles eram destinados um pro outro.

 

— E não importa o que aconteça, você sempre irá amá-la. Nada pode mudar isso.


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