Whispering escrita por Brubs


Capítulo 19
Set me Free


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap fresquinho para vocês! Beijinhos!



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A corda se rompe em dois e tudo que segurava Bellamy da sua morte era Murphy, Rey corre para ajuda-lo depois de se recuperar do corte que a corda fez no seu rosto ao se partir. O peso de Bellamy e de Mel estava superando a força de Rey e de Murphy que eram arrastado cada vez mais perto do precipício.

O resto da corda escorregava de sua mão e mesmo com Finn se juntando, ela sentia estar perdendo.

Porque Bellamy tinha que fazer isso? Ser o heroi? Ela não conseguia parar de pensar. Sterling já havia caido para sua morte. Ele tinha que fazer isso e brincar com sua vida tão facilmente. Flechas começam a voar por cima deles. Selvagens. Monroe pega a arma, mas nada era visível como sempre. Eles se escondiam atrás das arvores de modo que eles nos vissem mas nós não. Uma atinge em cheio a perna de Monroe, fazendo-a gritar de dor e recuar um pouco. Bellamy gritava por ajuda e Rey apenas segurava a corda com toda as suas forças.

Por favor, Deus. Eu não posso o perder. Ele não. Ele não. Eu o amo, eu o amo tanto.

A corda escorregava, Bellamy ia cada vez mais caindo e as flechas continuavam voando. Então a trompa soa. Névoa acida. Ótimo, tudo fica cada vez melhor. As flechas sessam e Monroe volta rapidamente para ajuda-los com Bellamy. Com toda a sua força Rey puxa cada vez mais a corda que rasgava a pele da palma de sua mão.

O cabelo castanho bagunçado surge ao lado de uma garota morena. Rey corre em direção de Bellamy o ajudando a se levantar e pula em seus braços o beijando incessantemente. Ele a abraça com seus braços fortes que tomavam todo o corpo miúdo dela.

Era disso que precisava para acordar. Estava dormindo até a corda se arrebentar em seu rosto. Um corte não tanto profundo havia formado em sua bochecha onde o sangue escorria. O choque havia acordado. Nem lembrava de Sterling morrendo, apenas sabia que havia acontecido. Bellamy podia ter morrido e ela nem lembraria, nem saberia se teria feito ou não algo para impedir.

― Bellamy ― uma voz fina soa, separando os dois. Octavia estava lá, com um olhar feliz. Havia mudado, seu cabelo trançado e suas roupas. Não era a mesma de quando havia a deixado.

Ela tocou a trombeta. Salvando a vida de todos aqui.

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Rey fazia um suporte improvisado para Mel enquanto Finn copiava o mapa e Octavia tentava ajudar Monroe com seu ferimento. Bellamy e Murphy procuravam suprimentos. Estavam todos preparados para partir, mas não juntos. Mel e Monroe precisavam voltar para o acampamento, estavam feridos e necessitavam de ajuda.

― Octavia disse que a flecha pode estar envenada ― Bellamy diz se aproximando dela e de Finn ― Preciso levá-los para casa.

Casa. Sua casa.

― Eu sei ― Finn entrega a cópia do mapa e ajeita a mochila.

Rey ajeita sua mochila e coloca o arco no suporte. Suas adagas estavam no cinto de couro e havia trocado o curativo de seu ferimento. Havia prendido seu cabelo, desde a batalha jaziam solto a perturbando.

Agora voltei a ser eu. Ou o que eu acho que é eu.

Não iria voltar, não iria. Ia achar o grupo de Bellamy e depois partir para Mount Weater o mais rápido possível.

― Onde você vai? ― Bellamy pergunta a vendo preparando sua mochila para partir.

― Vou com Finn, tenho que terminar isso ― Rey responde colocando algumas flechas perto do arco pronto para uso. ― Terminamos isso e vamos para Mount Weather, certo? Então eu vou terminar isso.

― Você não está pronta para isso. ― Bellamy a afasta do grupo, diminuindo o tom da sua voz.

― Eu preciso disso, okay? Algo para me manter acordada. ― Ele não gostava nem um pouco disso ― Consigo me virar sem você estando lá para me proteger, viu? A pergunta é, você consegui sobreviver sem mim estando com você?

― Haha, engrançado. ― Bellamy a puxa pela cintura para mais perto dele ― Tenha cuidado. Finn não é mais o mesmo, e Murphy pode ter mudado, mas ainda não é confiável.

Rey o puxa para um beijo, agora que era ela de verdade sentia o sentimento que podia ser transferido apenas por um toque dos lábios.

― Eu te amo, sabe disso? ― Rey sussurra ao se separar, os olhos negros de Bellamy pareciam brilhar e sua boca não consegue esconder o sorriso. ― Eu vou voltar. Não vai se livrar de mim tão facilmente.

― Assim espero.

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A vila não era tão grande, no máximo quarenta pessoas vivendo suas vidas. Cozinhando, plantando. Crianças correndo de um lado para o outro, idosos sentados em grupos observando a vida passar perante seus olhos. Não eram diferentes de qualquer outra pessoa.

Nenhum sinal de Clarke, de Jasper, de ninguém. Nem sequer havia nenhuma estrutura para manter prisioneiros. Entretando, Finn não se importava. Estava convencido que estavam lá e não ouvia a Rey ou a Murphy.

Queria invadir e iria invadir ao anoitecer. Causar algumas distração e vasculhar toda a aldeia. Não estava certo, sabia disso no fundo. Murphy também, via isso em suas palavras e olhar. Finn não se importava com que iria fazer se isso terminaria em salvar Clarke.

Rey estava escondida atrás de um tronco caído com seu arco pronto, protegendo a retaguarda deles enquanto os dois observavam a vila.

― Eu não que eles estão aqui, gente ― Ela diz observando a segurança da vila, que se baseava a apenas um selvagem com um facão na entrada. ― Se tivesse alguma prisão teria vários selvagens na segurança.

― Eles podem estar no subterrâneo. ― Finn responde usando a mira da arma para observar o povo de perto ― Esperamos o anoitecer e avançamos.

― Avançamos? ― Murphy o questiona, com a mesma sensação que Rey tinha ― Finn, nem sabemos se a nossa gente está aqui.

― Eles estão aqui. Ou estavam quando aquele terra-firme pegou o relógio da Clarke.

― E se chegamos tarde demais? Provavelmente já estão mortos. Precisamos--  ― Finn avança contra Murphy, com sua mão na gargante dele, Rey se aproxima e os separa, sem entender a reação de Finn.

― Pega leve, Finn ― Rey diz o empurrando para longe de Murphy. Finn parecia alienado, apenas se importava em salvar Clarke.

Ele volta para a mira, com seu dedo no gatilho.

― Quanta munição ainda temos? ― Ele pergunta como se nada tivesse acontecido.

― Acho que gostava mais de você quando era pacifíco ― Murphy suspira voltando a checar no povo com a mira.

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Bellamy estava inquieto do outro lado da sala de reuniões da Arca. Haviam passado a noite inteira andando e já era de tarde quando havia descoberto a verdade. Rey, Finn e Murphy estavam desde da manha deste dia numa vila cheia de terra-firmes tentando recuperar seu povo que não estava lá. Quando chegara no acampamento de depara com Clarke, dizendo que seu grupo estava em Mount Weather.

Mount Weather. Devia ter ouvido Rey, agora ela estava sozinha lutando contra uma vila inteira de selvagens.

A porta se abre e por ela se passa Abby, a mãe de Clarke. Bellamy para no local apertando sua mão contra a outra.

― Não temos o poder de mandar duas missões de resgate separadas ― E nisso ele pare de prestar atenção. A arca não iria mandar ajuda para eles, estavam sozinhos. E tudo isso era culpa dele, devia ter feito Rey ficar. Ela devia estar ao seu lado. Arca nunca iria fazer nada para ajudá-la, eles são perversos capazes de matar pessoas do seu próprio grupo. Imagina então alguém que nem conhecem? ― Eu sinto muito. A decisão foi feita.

― Você lamenta? ― Bellamy intromete na conversa, fazendo a nova Chanceler que estava partindo se voltar para ele junto com Clarke. ― Finn, Murphy e Rey estão lá fora a procura de sua filha com armas que você os deu. E agora que ela está em casa, vai abandoná-los? ― Ele se aproxima delas, vendo que Abby havia recuado seu olhar ― Se não pode mandar guardas, nos de alguma armas. Conhecemos o terreno, temos um mapa. Podemos ir nós mesmos atrás deles.

― De jeito nenhum! ― Ela nega e Clarke protesta ― Eu acabei de te recuperar!

― E eu acabei de perder alguém para encontrar sua filha. ― Bellamy tenta dizer, mas alguém entra no corredor a procura da Chanceler.

A Chanceler sai do local sem antes os proibir de sair do acampamento, mas isso nunca fora um problema para eles. Afinal, eles são criminosos.

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Finn corria em direção da cabana onde a vila mantia os mantimentos com uma tocha na mão e na outra sua arma. Murphy estava com outro rifle e logo atrás vinha Rey com seu arco pronto para qualquer coisa. A cabana começa a arder em fogo e o grupo se esconde atrás de umas placas de metal enquanto os aldeiões gritavam por ajuda.

Todos a vila então corria para a cabana em fogo tentando apagar as chamas enquanto os três procuravam por seus amigos do outro lado da confusão. Passos sorrateiros e rápidos entre as casas procurando por algum sinal. Mas estava claro para Rey que nada seria encontrado por nada existia lá.

Então um grito ao lado deles. Um senhor havia os vistos. Murphy o atinge no rosto, fazendo o mesmo cair no chão.

― Precisamos fugir. ― Rey sussurra já preparada para correr junto com Murphy.

― Não podemos, irão matar nosso povo ― Finn protesta pegando o senhor pelo cabelo apontando a arma.

― Eles vão nos matar. ― Murphy diz enquanto ele se aproximava do resto do grupo atirando sua arma para o céu com fim de chamar a atenção.

O senhor tinha ambas de suas mãos para cima e era empurrado para frente por Finn. Murphy e Rey se mantiam atrás dele, sem saber exatamente o que fazer. Os dois miravam no povo, mas sem intenção de atirar. Ao contrário de Finn, que tinha sua arma apontando para o senhor de joelhos.

― Quem manda aqui? ― Todo o povo chorava e ninguém se mostrava ― Vou perguntar novamente, quem manda aqui?

Um homem com cabelos e barba negra da um paço, saindo do meu da confusão.

― Nosso líder não está aqui ― O mesmo fala e a arma de Finn sai do senhor para ele ― Mas podem conversar comigo.

― Ninguém precisa se machucar. Apenas queremos nosso povo de volta.

― Não estamos com seu povo.

― Então acho que não se importa se vasculharmos por um tempo.

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O sol já havia nascido e Rey ainda estava de pé com seu arco apontando para um cerco de refens. Era o segundo dia desde que se separou de Bellamy. Era a segunda noite sem dormir. Finn procurava por Clarke já fazia mais de quatro horas e ele ainda corria de um lado para o outro da vila que nem louco.

Os reféns estavam se comportando, todos ajoelhados e com as cabeças abaixadas. Rey agradecia por isso, não estava preparada para revidar. Tinha seu arco pronto, mas não pronto para atirar. O mesmo com Murphy, que ameaçava quando um jovem ao lado do homem barbudo olhava para ele de um modo estranho.

Jovens, sempre fazendo escolhas erradas. Apenas pedia que ele ficasse quieto, que Finn aceitasse que não estavam ali e ela pudesse voltar para Bellamy. Por favor, não quero matar ninguém.

Então, Finn corre para dentro do cercado jogando uma jaqueta na cara do homem barbudo ajoelhado. A jaqueta era dos caídos, era possível identificar pelas cores e o estilo.

― O que vocês fizeram com eles, hein? ― Ele gritava desesperado, cansado de passar tantas horas acordado.Sem resposta, Finn apenas aponta a arma para a cabeça dele.

― Finn! Finn! Para, cara! ― Murphy e Rey gritavam tentando se aproximar da arma que ele segurava.

Todo o povo da aldeia gritava e chorava, porém o homem e o jovem ao seu lado permaneciam quietos olhando fixamente para Finn. Sem medo.

― As roupas deles estão aqui! Eles estiveram aqui! ― Finn gritava convicto que estava certo.

Ele tinha uma respiração incerta, olhos vermelhos e uma certeza estranha na sua voz. Ele recarrega a arma e volta a apontar para o homem de barba.

― Vocês o mataram ― Rey e Murphy pediam para ele parar, mas se avançasse apenas iria dar um motivo para apertar o gatilho.

O povo começa a se levantar, pronto para revidar, mas o homem pedem para eles regressarem e eles obedecem.

― Seus amigos não estiveram aqui! ― Ele repete as palavras mais ouvidas da noite e mesmo assim Finn não acredita. ― Vi uma, Octavia. Ela estava sozinha.

― Essas pessoas são catadores, Finn ― Murphy tenta dizer algo ― Podem ter simplesmente encontrado essas coisas.

― Vamos embora daqui, Finn ― Rey abaixava o arco, decidida que não iria fazer nada.

Finn abaixa a arma do homem, porém puxa uma mulher pelo cabelo a jogando no chão lamacento graças a garoa que estava sobre eles a noite inteira. Rey sem pensar duas vezes prepara seu arco e o aponta para Finn, estava fazendo o certo.

― Finn, para! Apenas me escute ― Rey falava tentando ser firme e assim soar como amiga, ele grita mandando-a abaixar o arco ― Não faça isso. ― A garota chorava desesperada com seu rosto pressionado contra o chão ― Eu não quero fazer isso, mas você não me deixa outra escolha.

― Vamos embora enquanto ainda podemos, Finn ― Murphy tentava ajudar, agora com sua arma abaixada.

― Finn, por favor ― Rey também estava desesperada, apertando fortemente o arco sem saber o que teria que fazer. Finn estava em duvida e também desesperado, sem saber o que era o certo a se fazer. E ele abaixa a arma, fazendo Rey abaixar seu arco e a garota voltar para o seu lugar num pulo.

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Bellamy corria pela mata junto com Clarke e Octavia. Raven havia os ajudado a sair do acampamento junto com algumas armas e passaram quase a noite inteira a caminho da aldeira onde Rey estaria. Octavia os guiava, já que esteve lá junto com Lincoln, onde ela disse que os ceifeiros surgiram e o levaram para longe.

Bellamy tinha se limpado na sua curta estadia no acampamento, seu rosto agora não era mais um borrão de sangue e sim apenas de arranhões dispersos pelo mesmo. Estava mais acordado do que nunca, apenas com uma palavra em sua mente.

Rey.

E os tiros soaram, não muito longe dali.

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Eu não entendo. Rey pensara quando vira o primeiro corpo cair. Estávamos partindo, fora tudo uma armação do cara que derá a informação. O jovem pula da cerca e corre em direção de Finn, mais tiros outro corpo. Ele estava tentando fugir. Mais corpos, mais corpos.

Finn apenas tinha seu dedo no gatilho e atirava no primeiro que se movia. Era um caos, Murphy o puxava para longe, mas ele apenas continuava atirando.

Ele apenas continuava atirando e os corpos continuavam caindo.

Rey não sabia o que fazer, apenas observava tudo. Precisava fazer algo, precisava. Murphy gritava por ele, mas Finn parecia estar em transe, sem ouvir nada. Então, Rey puxa com tudo sua mão para longe da arma, um movimento impulsivo e não pensado. E o mesmo foi o dele, uma coronhada em sua cabeça a fazendo cair.

Duas vozes gritam, as duas gritando seu nome. Murphy era uma delas, se ajoelhando no chão a cobrindo com seu corpo, com medo do que Finn poderia fazer. E a outra era de Bellamy, correndo ao seu encontro.

Finn estava parado, apenas tinha seus olhos em Clarke, que apenas observava a cena. Vários corpos caídos no chão e pessoas gritando em desespero. Aquilo era um massacre.

Murphy sai de cima de Rey quando Bellamy se aproxima, observando o rosto sujo dela. Tinha seu cabelo grudado ao seu rosto graças ao suor e a agua da chora. O arranhão causado pela corda e vários outros hematomas que o cobriam de sangue. Sua roupa não era mais branca, e sim um marrom misturado com o sangue. Ela não era a mesma de quatro dias atrás, quando a beijara pensando que nunca mais a veria.

Agora estava desacordada, sendo que aquele que estava ao seu lado era o mesmo que havia tentado matar ambos não muito tempo atrás. Seu amigo havia a atingido com tudo na cabeça e coberto o chão com mortos.

Bellamy havia colocado o corpo dela acima do seu, tendo ambas de suas mãos no rosto dela, uma pressionando o ferimento e a outra apenas sentindo o seu corpo.

― Não me deixe, Rey, por favor ― Ele sussurrava incessantemente e Rey não abria seus olhos. ― Não posso te perder…

Rey então abre seus olhos e com eles a dor volta, na sua cabeça, corpo. A sensação de estar morrendo lentamente volta junto. O sangue escorrendo por todos os poros. Porém, Bellamy estava ali sorrindo para ela.

Ele estava ali.


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