— Aonde você estava! – Stella mau havia posto o pé em casa e sua mãe a bombardeou de perguntas, seu pai estava perto da janela conversando com alguém mas deixou isso de lado e foi até ela com uma cara nada boa.

— Mãe eu fiz uma viagem mas agora estou de volta

— E não avisa a ninguém – seu pai disse em tom de voz firme

— Pai eu não sou mais criança está bem, eu tenho responsabilidade e posso fazer o que eu quiser – respondeu ela irritada

— Não enquanto estiver debaixo do meu teto! Não enquanto eu ainda for o seu pai!

— Se esse é o problema eu resolvo pra você – ela abriu a porta e saiu da casa

— Stella – chamou sua mãe incrédula e desesperada – Pare aí mesmo! Deixe de ser mimada minha filha...será que não percebe –Stella olhou para ela por cima do ombro – Você saiu e não deu notícias, não deixou recado nada...seu pai e eu ficamos desesperados – as lágrimas que saiam dos olhos dela fizera Stella se sentir péssima – Eu achei que tinha acontecido algo muito pior...

— Eu errei – disse ela – Me desculpe por isso, eu estava muito agitada eu tentei me acalmar mas eu não consegui então eu pedi para um amigo preparar meu jatinho eu fui dar uma volta em New York depois eu voltei...

— Não faça isso outra vez... – ela pediu, Stella foi até a mãe e a abraçou forte – Seu pai estava uma pilha de preocupação querida...

— Eu sei, me desculpe mamãe – sussurrou ela desfazendo o abraço – Vou avisar da próxima vez...

— Assim é melhor – sorriu Selena para a filha – Agora vá se entender com seu pai...não quero desavenças entre vocês dois por favor.

Ela assentiu e voltou para casa, ele não estava mais na sala então o único lugar que ele poderia estar agora era seu antigo quarto. Stella subiu as escadas e seguiu por corredor não muito transitado na casa, era onde ficava o ateliê da sua mãe uma academia e uma biblioteca, Stella abriu uma porta toda cor de rosa cheia de flores brancas, o quarto era todo branco com unicórnios e adesivos na parede, bem no centro uma cama grande e dos lados duas mesinhas com flores.

Estava do mesmo jeito que ela tinha deixado desde a última vez que esteve ali seu pai estava sentado na cama com uma boneca de pano que ela tinha desde pequenininha. Seu pai virou-se para trás e a encontrou ali parada perto de uma prateleira cheia de latinhas de refrigerante.

— Pai...- começou ela

— Eu venho aqui as vezes, só pra acalmar a mente e lembrar de você

— Oh papai – Stella se sentou ao lado dele e segurou sua mão – Me desculpe pelo que falei eu não queria te aborrecer...

— Não, eu fui muito grosso...

— Eu também fui, minha vida não está muito legal papai...parece que tudo vai desabar uma hora dessas...

— Você ainda está de luto?

— Acho que nunca vou deixa-lo – ela deitou a cabeça no colo do pai e abraçou a bonequinha que ele segurava – Eu sinto tanta falta dele...- seus olhos lacrimejaram – Eu podia ter impedido ele papai...eu podia...

— Não podia...ele está em um lugar bom agora...

— Você acha que vou para o inferno? – ele se espantou com tal pergunta

— Por que diz isso...

— Eu matei ele, eu matei os dois...

— Eu não sei muito sobre Deus minha filha – começou ele – Mas tenho certeza que ela não vai te mandar para o inferno – disse ele apertando-a contra sue peito.

Stella agarrou a camisa do pai enquanto deixava que suas lágrimas caísse, a porta estava meio aberta e Selena viu toda a cena e assim como a filha estava chorando muito, pela perda de seu primeiro netinho e pelo sofrimento que ela sentia.