Era para ser você escrita por Sah Gatsby


Capítulo 29
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Oq estão achando?
Gostando?
Odiando?
Apaixonando?
Amando?
Amando o Christoph com certeza hahaha
Recomendem, favoritem, acompanhem!
Boa leitura
Nosso objetivo é satisfazer baby ^^



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—Bom dia mãe. –disse entrando na cozinha.

—Bom dia docinho. Dormiu bem?

—Uhum, -murmurei me sentando. –Cadê todo mundo?

—Sua irmã já foi para a escola. E seu pai para o trabalho. –ela disse colocando café na minha xícara. –Somos só nós duas. –ela sorriu.

Ficamos conversando durante o café da manhã. Eu não estava com fome, mas minha mãe insistiu para eu comer alguma coisa, ela não queria que eu desmaiasse de novo. Dei umas três mordidas no pão, e tomei o café.

—O Christoph estava desesperado ontem. –ela disse de repente. –Ele não saiu de perto de você nenhum minuto. Só quando foi embora, furioso.

Ela me olhou por cima da xícara, esperando que eu dissesse alguma coisa. Mas acontece que eu não quero falar sobre isso, não agora. Eu não quero entrar nesses detalhes agora, pensar sobre ele era a última coisa que eu queria fazer, mas acontece que eu não parava de pensar nele um segundo sequer.

—Vai ver ele estava com dor de barriga. –tentei fazer com que ela não perguntasse mais sobre isso.

—Quem sabe. –ela disse bebericando seu café.

Minha mãe sabe que eu não quero falar sobre isso, e por sorte ela me entende, porque me conhece muito melhor do que eu mesma. Mas eu não poderia escapar das interrogações dela, por ora eu estava livre, e vou tentar aproveitar isso no momento.

Depois que ajudei arrumar a mesa, minha mãe foi para o escritório escrever. Ela estava trabalhando em um livro não sei bem sobre o que é. Não perguntei sobre o que ela anda escrevendo. Mas normalmente ela escrevia romance, ou o que lhe dava na telha. Ela chegou a escrever sobre investigação criminal, e mesmo não sendo meu tema preferido, o livro ficou muito bom, teve uma pitada de romance nele.

Sentei no sofá, e liguei a tevê. Estava passando um filme, mas eu não estava prestando atenção. Eu estava com vontade de chorar, vontade de sair correndo pra lugar algum, mas o que eu poderia fazer é dormir. Só o inconsciente do sono pode amenizar essa dor, e não me permitir ficar pensando nele o tempo todo. O que será que ele estaria fazendo? “certamente ele está indo ver a namoradinha oxigenada” meu inconsciente me perturba com essa idéia.

Fui até o armário onde minha mãe guardava os remédios e tomei um sonífero. Talvez fizesse efeito, eu precisava descansar minha mente, e dormir um sono tranqüilo é o que eu estava precisando. Tomei um banho quente, e depois voltei pro sofá. Peguei meu celular e não tinha nenhuma mensagem do Christoph, pensei em ligar e depois desligar, ou ligar e fingir ser outra pessoa, mas ele veria que sou eu, a não ser que eu colocasse como desconhecido. Mas como é que faz para ligar como desconhecido?

Depois de algumas horas, eu acabei pegando no sono. Como eu esperava, tive um sono tranqüilo, pude descansar minha mente dos pensamentos de Christoph Voughan, e sonhei que estava nadando num mar de águas claras, tão clara que podia ver os peixes nadando perto de mim, enquanto eu nadava com golfinhos. Acordei com a minha irmã falando ao telefone, toda animada.

—Eu sei. Não se preocupa, meu pai vai gostar de você. E minha mãe com certeza.

Já deu pra perceber com quem ela estava falando, mas cá entre nós, porque ser tão apaixonadamente melosa desse jeito? “O que está querendo dizer, quem passou o dia todo numa melancolia?”. Meu inconsciente me repreende. Tudo bem, eu estou melancólica, dramática, mas melancolia é melhor que esse jeito meloso dela falar.

—Minha irmã acordou. Te vejo ás oito. Beijo. –ela desligou o celular e se sentou ao meu lado. –Boa tarde bela adormecida.

—Como foi á aula?

—O mesmo de sempre. Ninguém sentiu sua falta.

—Que alivio. –murmurei.

Será que nem o Christoph perguntou sobre mim, ninguém? Não que eu tivesse muitos amigos, ou fosse a mais popular.

—Quer me ajudar a preparar o jantar? –ela perguntou sorrindo.

—Tem certeza de que não prefere comprar a comida?

—Pelo menos me faça companhia. –ela revirou os olhos e se levantou.

Me sentei no balcão, enquanto minha irmã revirava livros de receita. Eu não estava com a mínima vontade de puxar assunto, e muito menos de conversar, só respondia o que ela me perguntava. Depois que ela terminou o prato surpresa, foi se arrumar e eu voltei pro meu cantinho no sofá. Assim que meu pai chegou do trabalho, minha irmã desceu correndo até a cozinha, deixou passar do ponto seja lá o que ela tinha feito, mas por sorte não queimou. Meu pai perguntou como passei á tarde, e tentei abrir um sorriso que o convencesse de que eu tinha passado bem, acho que deu certo.

Minha irmã estava bem arrumada como sempre, usava um vestido bege com as bordas pretas, de alcinha, e um par de sapatilhas pretas combinando. Eu não achei motivo algum para se arrumar nesse jantar, vestia minha calça jeans mais surrada, uma blusa de moletom velha, e meu par de pantufas.

—Pietra, você poderia se arrumar um pouco, seria inconveniente você estar vestida assim pro jantar. –minha irmã disse parada ao meu lado no sofá.

—Inconveniente é você me mandar se arrumar, enquanto eu estou doente. E até onde eu me lembre, o namorado é seu. Não meu. Não preciso me arrumar pra jantar na minha própria casa. 

Ela bufou e foi caminhando até a cozinha. A campainha tocou, me levantei e fui contando os passos até chegar á porta. Assim que abri, tinha um rapaz alto, com os cabelos castanho, olhos verdes bem escuros parado com uma caixa pequena na mão.

—Você deve ser o Collin. –disse olhando no rosto dele.

—Ahm... é Ian. –ele parecia um pouco nervoso.

—Entre. –abri caminho para ele entrar.

O alfabeto tem vinte e seis letras, eu posso achar um bilhão de nomes, e com certeza não vou chamar ele de Ian. Apesar desse, ser o nome dele, é bem mais divertido irritar minha irmã se eu não chamar ele pelo nome.

Voltei pra sala, e o tal Ian estava sentado ao lado da minha irmã, que estava com um sorriso largo no rosto, enquanto meu pai tentava intimidar o garoto.

—Você nasceu aqui? –meu pai perguntou.

Me sentei ao lado do meu pai, pequei o controle que estava na mesinha de centro, e fui trocando de canal até achar alguma coisa que prendesse a minha atenção para assistir.

—Não senhor. Nós mudamos quando eu tinha uns nove anos.

Meu pai continuou o interrogatório dele, e eu nem escutei o que eles estavam conversando. Minha mãe desceu, ela estava com um vestido preto o cabelo preso num coque no alto da cabeça, linda como ela é. Fomos para a mesa de jantar, que já estava posta. Eu não estava com fome, mas comi porque minha mãe fica me forçando a comer desde que eu desmaiei.

—Então Cameron. Qual sua perspectiva de vida? –perguntei no meio do jantar, só para interagir.

—O nome dele é Ian. Pietra. –minha irmã fez cara feia para mim.

Revirei os olhos para ela, e beberiquei um pouco do meu suco.

—Pretendo me formar em medicina, meu pai é médico.

—Foi o pai dele quem te atendeu no outro dia. –minha irmã disse.

—Seu pai é médico particular da família Voughan? –perguntei curiosa.

—Ah sim. Meu pai e o Sr.Voughan são amigos á anos.

—É mesmo. –meu pai disse entrando na conversa.

—Sim, eles foram colegas de quarto na faculdade. –o Ian explicou.

Depois do jantar teve a sobremesa, mas eu detestada torta de avelã. Então resolvi tomar meu chá. Depois que o Ian foi embora, minha irmã veio me mostrar o colar que ele deu de presente á ela. Era um pingente de pedra branca, com brilhante, lindo. Ela estava muito feliz, minha mãe adorou ele, disse que é um rapaz educado, culto. Meu pai se mostra durão, mas eu sei que é pra impor regras e respeito da parte do garoto. Mas pelo o que parece, meu pai simpatizou com ele. Quando eu terminei meu chá, fui tomar outro banho quente e fui me preparar para dormir.

—Você está bem docinho? Dormiu a tarde toda, e agora vai dormir de novo, ainda é cedo.

Eu não queria preocupar a minha mãe, e usar a desculpa que eu estava indisposta acho que resolveria.

—To bem sim mãe. É só o remédio que da muito sono.

—Tudo bem, durma bem. Eu te amo.

—Te amo mãe.

Ela me deu um beijo no rosto e saiu. A verdade é que eu não estava com sono, mas também não estava com vontade de ficar lá em baixo, ouvindo minha irmã falar do namoradinho, ou meus pais ficarem perguntando sobre como eu estava. Eu quero ficar sozinha, quieta. Peguei meu livro e comecei a ler, eu não estava focando minha atenção nele, ficava mexendo no celular a cada dois minutos pra ver se chegava uma mensagem, mas nada. Certamente o Christoph não estava tão preocupado comigo como disse, e com certeza ele deve estar com a Ashley, nem se lembra de mim.

Coloquei meu livro na estante e fui até meu armário, tirar do fundo das minhas roupas a jaqueta do Christoph, o perfuma continuava ali como se ele tivesse acabado de passar, e era tão bom.

Deitei na minha cama, e virei pro canto. Eu tinha que parar de ficar pensando nele, parar de ficar me iludindo, se ele também está pensando em mim ou não. Isso já está começando a ficar dramático, meloso demais pra mim. Eu não sou desse jeito. “Você também nunca se apaixonou antes”. Meu inconsciente me interrompe com esse comentário desnecessário.

Acordei meio grogue, era 7:32 da manhã, como eu ainda estava de atestado e não podia ir para a escola, tentei voltar a dormir. Minha mãe veio me chamar para almoçar, depois do almoço fiquei na sala vendo tevê, eu estava bem melhor, não pensei no Christoph nenhuma vez.

—Pietra, visita pra você. –minha mãe disse.

Não, será? Será que é o Christoph? Me virei ansiosa para ver quem era, quando eu vi que a minha mãe estava parada ao lado do Logan, eu tive uma pontada de desapontamento, mas fiquei feliz por ver ele.

—Logan.

—Oi. –ele disse se sentando ao meu lado. –Como você está? Soube que você desmaiou.

—Eu vou estar no escritório, se precisar é só chamar. –minha mãe disse saindo da sala.

—Estou bem melhor. E você, me parece contente. –disse sorrindo.

—Ahm... segui seu conselho. –ele murmurou.

—E? –perguntei curiosa.

—Estamos conversando, nada sério ainda.

—Logan, isso já é um progresso.

—É.

—Mas o que tiver que ser, com certeza será. Vocês vão se acertar. –disse esperançosa.

—Espero que você esteja certa.

—Acredite. Minha intuição nunca falha.

Ficamos conversando por mais alguns minutos, ele teve que ir buscar o irmão não sei onde. Assim que ele saiu, fui até a cozinha pegar um copo d’água.

—Esse é o tal Logan? –minha mãe perguntou, aparecendo do nada.

—É sim. –confirmei, bebericando a água.

—Ele parece um garoto legal. Vocês se acertaram?

—Concordamos que não daríamos certo se ficássemos juntos. Mas somos amigos, nenhum lado saiu ruim.

—Entendi. A Genevieve ligou, quer ir até lá comigo?

—Não. Vou ficar e ver tevê. Programei um filme de ação para eu assistir.

—Tudo bem. Se precisar é só ligar no meu celular. Sua irmã deve chegar a qualquer hora.

—Fica tranqüila.

Eu é quem não vou me arriscar a ver o Christoph, de jeito algum. Consegui passar o dia sem chorar ou ficar me remoendo pelos cantos, mas isso não significa que eu não tenha parado de pensar nele por um segundo, porque isso não aconteceu.

Depois que a minha mãe saiu, voltei pro sofá, assisti ao filme que eu tinha programado, me esforcei para prestar atenção, e funcionou. Quando o filme acabou, fui até a cozinha procurar alguma coisa pra comer. Eu não quero comida, ou salgado, quero doce, e de preferência bolacha, chocolate, e refrigerante. Não sou muito fã de sorvete, apesar de gostar dele quando está muito calor.

Subi até meu quarto coloquei meus tênis e troquei de blusa, pequei a chave da minha picape em cima da escrivaninha, minha carteira e fui pro carro.

Liguei o rádio e apreciei o vento batendo no meu rosto, eu estava me sentindo leve, livre e bem. Desde que eu praticamente mandei o Christoph ir embora, eu estava me sentindo bem, mas sabia que se eu parasse e ficasse quieta, voltaria a me sentir vazia, porque apesar de eu não querer assumir isso para mim mesma, ele já estava escrito nas paginas do meu livro, ele entrou na minha vida, e eu tentei arrancar essas páginas, mas não tive coragem de queimar, porque cada lembrança que eu tenho dele, são momentos felizes. Eu era feliz e não sabia.

Estacionei o carro em frente ao mercado, como uma cidade pequena, esse mercado não era um hiper mercado, mas até que tem muitas coisas aqui. Eu estava perto dos refrigerantes e chocolates, quando de repente olhei em direção da porta, sem motivo algum, e vi ele abrindo a porta, soou o barulhinho do sino. O Christoph estava lindo, com o cabelo bagunçado, uma calça jeans, e uma camisa azul que combinava com o tom de pele dele, e all-star. Eu fiquei apavorada, e tentei me esconder, me abaixei depressa e acabei derrubando algumas barras de chocolate no chão, o que fez um barulho um pouco alto.


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