Sempre achei que meus pais estavam querendo me enlouquecer com a ideia de eu ter que me casar, me apresentavam várias garotas, uma pior que a última. Lógico que eram lindas, mas não faziam o meu tipo, sempre havia um problema.

            Minha mãe Elizabeth, vivia preocupada comigo, tinha medo que eu ficasse sozinho, mas ela sabia que meu sonho real era ser um soldado, não que isso deixasse ela menos preocupada, ela odiava o fato de eu querer ir para a guerra, tentava me convencer que era loucura e queria que meu pai conversasse comigo, ele também não me apoiava cem por cento, preferiria que eu seguisse seus passos me tornando advogado.

— Edward! As visitas chegaram, você está dormindo acordado.

Não vi quem havia falado comigo, mas pelo tom carinhoso que me chamou, devia ser minha mãe. Olhei para a porta de entrada da nossa enorme casa a minha direita, perto do vaso de flores que minha mãe amava de tulipas e do porta-casaco, vi minha tia Clarice entrando junto ao seu marido George, sua filha Cloe brincava com uma boneca de pano no colo dele. Levantei-me do sofá onde estava e cumprimentei minha família. Estava feliz em velos, fazia mais de seis meses que não tínhamos notícias deles e tudo isso por causa de uma briga familiar, minha mãe achou que um jantar poderia nos reunir novamente.

Meredith avisou que o jantar estava na mesa, ela é o que chamamos de serviçal, mas para mim ela era minha segunda mãe, cuidou de mim desde criança, demorou para que ela acredita-se que eu já tenho dezessete anos.

FLASH BACK ON

—Eu não acredito que você já tem dezessete anos Edward! Lembro de 1901 como se fosse ontem, dia 20 de junho, quando a sua mãe deu à luz a você, nevava em Chicago, você nasceu com um cabelo liso cor de bronze a marca registrada dos Masen, tirando os olhos verdes cor de gramado...

—Meredith, já ouvi está história mil vezes, eu sei que estou ficando velho, você precisa superar esse fato. - Falei sorrindo abraçando-a.

—Ah querido! Não faz ideia de como vou sentir sua falta quando arranjar uma moça, vou sentir falta de vê-lo tocando em seu piano, e eu tenho todo o direito de sentir isso cuidei de você desde criança.

FLASH BACK OFF

Ela sempre foi muito durona, mas é um amor. Fomos a mesa e sentamos como estávamos habituados, minha mãe e meu pai em cada canto da mesa e eu no meio do lado esquerdo, Mary sentou ao meu lado, e meus tios de frente a nós.

—Clarice, pedi para que Meredith prepara-se sopa de ervilhas. – Disse minha mãe sorrindo com cautela.- Espero que goste.

—Claro, Minha irmã lembro-me bem quando nossa mãe fazia para nós, Elizabeth, sinto muito por tudo o que aconteceu, eu queria ter vindo aqui antes para conversar, mas o falecimento de nossa mãe nos separou mais ainda.

—Está tudo certo, também peço lhes desculpas pelas minhas atitudes, espero que esteja tudo bem.

E o silencio se instalou pela sala de jantar, não houve mais nenhuma conversa, uma pergunta ou outra sobre o trabalho de meu pai ou minha escola, respondidas com respostas curtas.

Já era um pouco tarde e eu tocava em meu piano cor de terra, minha tia queria me ver tocar, disse que sentia falta do "musico" da família, foi um presente de aniversário a um tempo atrás, eu adorava tocar, me acalmava.

O relógio da sala mostrava que já era 23:00 da noite, Meus tios já haviam ido embora fazia pouco mais de uma hora, e meus pais se retiraram para seus aposentos, não havia visto o tempo passar quando tudo aconteceu. Eu estava tremendo fazia um tempo mas jurava que era só por causa do frio, estava nevando. Minha visão tinha começado a ficar turva de repente, minha cabeça girava, eu não estava bem.

Minha mãe apareceu correndo escada abaixo, chorando falando que meu pai não acordava, olhei para ela, e em questão de segundos tudo escureceu e não vi mais nada.