I Knew You Were Trouble escrita por Najinx


Capítulo 5
O Problema vem á tona!


Notas iniciais do capítulo

Voltei amoras do meu coração!!!

Calma abaixem as armas e os objetos cortantes que eu estou de volta! Fui uma egoísta, sem coração esses últimos meses? Fui eu admito, mas estou aqui para pedir desculpas, minha vida está muito corrida porque estou muita focada em passar na faculdade #VEMNUTRI!, e minha querida beta está na mesma correria e não estamos conseguindo conciliar tudo.
Mas é férias e estamos de volta eeeeeh!
Pretendo postar pelo menos 4 capitulos antes que eu volte a estudar então cruzem os dedos!
Queria agradecer a todos os comentários, os MPs, sério fiquei muito feliz de receber os carinhos de vocês, saberem que estão gostando, muito obrigado por fazerem meu dia melhor! Amo vocês!
Queria agradecer minha beta, por me aguentar, e sempre me ajudar, obrigada Malu de coração!
Bom sem mais enrolações (Graças a Deus rs)
Aproveitem...



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Standing in a hallway

Walls explode with sounds of a fight, yeah

Searching for a reason I don't know

If I'll make it out alright

De pé em um corredor

Paredes  prestes a explodir

                                                                                    com sons de uma luta, sim

Procurando uma razão que eu não sei

Se eu vou conseguir sair bem

 

Existem momentos na vida em que não entendemos porque eles acontecem, o por quê de sermos nós que estamos passando por aquilo e o que iremos fazer a seguir. São pequenas coisas que nos fazem pensar “Que mal eu fiz?”, começamos a negar tudo aquilo que acreditamos e nos levam até a pensarmos em coisas terríveis.

Mas, lá no fundo, sempre há esperança.

Sempre tem uma mão para nós resgatar, no fundo, há uma saída, existe outra maneira, a posta está lá, só basta a encontrar e abri-la.

Mas esse é um dos momentos em que não vejo solução, não há portas ou mãos. Estou sentada no piso do banheiro, com a cabeça apoiada na parede, olhando fixamente para a lâmpada há alguns minutos, horas, dias, semanas, não sei ao certo, o tempo está passando como se quisesse apreciar a minha dor e zombar da minha cara. Meus olhos ardem pelo contato direto com a luz, meu corpo dói pela posição nada confortável, minha cabeça está prestes a explodir. Levanto devagar e me arrasto até meu quarto, jogo-me na cama, cobrindo-me com o cobertor até os ombros, só deixando a minha cabeça para fora. Queria me esconder de tudo e de todos, ser invisível aos olhos alheios e toda fofoca que seria causada pela descoberta da minha gravidez.

Coisas passam na minha cabeça como relâmpagos mas, volta e meia, eu volto para pergunta que eu mais me faço e menos sei a resposta: o que eu vou fazer?

O medo do julgamento das pessoas e a vergonha de contar para os meus pais. Então paro por um minuto, respiro fundo, levanto o cobertor e abaixo os olhos para minha barriga coberta pelo tecido do uniforme da lanchonete, analiso-a e  desabotoo devagarzinho. Encaro por um tempo que não sei determinar. Então toco nela e meu coração se enche de um sentimento que não sei explicar. Tem um mini serzinho dentro de mim, uma vida! Isso é incrível e ao mesmo tempo louco demais. Tem um pequeno ser dentro de mim, um ser pequeno e indefeso que eu terei que cuidar, mas como farei isso? Então eu choro novamente, o medo me invade com força total.

Como eu irei cuidar daquele serzinho? Não tenho dinheiro nem para minhas despesas, minhas necessidades básicas. Abotoo a camisa na tentativa de apagar  aquilo da minha cabeça, mas me sinto tola ao abotoar o último botão por pensar que esse ato simplório iria adiantar de algo em um momento como esse e logo já estou pensando no bebê outra vez e nas minhas condições.

Quantas vezes as minhas moedas e as moedas da Annie juntas não foram suficientes para comprarmos dois pães, imagine para um bebê? São tantas coisas! Fraldas, roupas, brinquedos, móveis para o quarto, consulta com médico e tantas coisas mais. Um desespero enorme se aloja no meu corpo e abraço minha barriga. O medo de não conseguir cuidar daquele serzinho me abate, ele é tão pequeno, tão indefeso, tão dependente.

Fico mais um bom tempo refletindo e tomo uma decisão: não importa o que me digam, o que possa me acontecer, não deixarei ninguém tomar ele de mim, farei o meu máximo para ser a melhor mãe que alguém pode ter, vou cuidar daquele serzinho dentro de mim, dando meu melhor.

Aliso minha barriga e sussurro:

— Eu vou cuidar de você, querido!

Sim, eu irei cuidar dele e não importa o que os outros digam.

I'm not leaving, I'm not leaving

I'm staying here

Eu não vou embora, eu não estou indo embora

Eu vou ficar aqui

*

Estou distraída olhando para o espelho com minha blusa levantada, analisando minha barriga e pensando como esconderei isso das pessoas até conseguir me ajeitar quando vejo de relance pelo espelho Annie com um dos testes na mão e uma cara com misto de surpresa e assombro, viro-me e, antes que eu diga qualquer coisa, ela desmaia.

— Annie! – Grito e corro até ela.

Arrasto-a e apoio ela na parede, sentada. Corro para a cozinha, pego um copo d'água e sento ao seu lado, sacudindo-a de leve e passando a mão úmida em seu rosto, gradativamente ela recobra a consciência, eu a ajudo a se levantar e a sentar na cama. Ela ainda me olha com uma cara embasbacada.

— Você que me matar do coração, criatura?– Pergunto, sentando-me na cama e entrego o copo d’água, ela pega e bebe, ainda me analisando.

— Você está grávida? – Ela responde minha pergunta com outra, sussurrando, como se fosse um segredo. Ela coloca o copo ao seu lado no criado mudo e me encara com aquelas grandes orbes verdes. Olho para ela e balanço a cabeça em afirmação, num movimento mínimo. Ela coloca a mão na boca e faz uma careta, então se vira e me abraça. E eu choro, como se não houvesse amanhã.

— Calma, vai dar tudo certo. - Diz ela, não acreditando em si mesma e passando a mão em meus cabelos, enquanto me deito em seu colo.

— Estou com tanto medo, Ann! - Falo, em meio aos soluços.

— Ficará tudo bem, estou aqui com você. – Ela continua mexendo em meu cabelo até que eu tomo coragem e levanto. - O que você quer fazer?

— Eu quero ter essa criança – Respondo, com firmeza.

— Certo...

—Você pode não me apoiar nessa decisão, mas é isso que eu quero. Eu fiz e vou assumir. - Disparo com as palavras antes que ela consiga falar qualquer coisa.

— Calma Katniss, eu sempre vou estar contigo, sempre! – Ela se defende, segurando as minhas mãos e as apertando, enquanto sorri. – Eu vou ter um sobrinho. – Ela comemora, dando um gritinho.

If you would be my guiding light

And even in our darkest times

We find strength to carry on

Se você será a minha luz guia

E mesmo em nossos tempos mais sombrios

Nós encontramos força para continuar

Rio da sua cara e a abraço. Mesmo com as nossas brigas, desentendimentos e tudo que melhores amigas fazem, mesmo ela sendo sempre ingênua e muito impulsiva eu agradeço por ela estar comigo. Annie nunca julga ninguém e sei que ela nunca fará isso comigo. Saber que ela está comigo naquele momento era muito  reconfortante pois ainda teria que enfrentar muitas coisas e ter ela comigo era uma dádiva. Poucas pessoas tem amigos assim, no fim das contas. Uma vez ouvi que amigos são preciosos, são irmãos e, em momentos difíceis,  acalmam nossos corações, quando as coisas estão escuras, trazem a luz e minha luz sempre será Annie.

Olho para ela, que tagarela sobre como mimará o sobrinho que ela afirma que será menino. Ela se levanta e começa a me dar ordens do tipo ir ao médico, tomar as vitaminas necessárias, que terei de diminuir as horas de trabalho, que teremos de arrumar o quarto para o bebê e, quando dou por mim, ela já está falando sobre o nascimento, os preparativos e se já nomeou madrinha. Rio dela e falo para ela que ainda é muito cedo para pensamos em tudo aquilo, não fazia nem uma hora que eu sabia disso tudo e que tínhamos de ir com calma mas ela apenas me dá as costas e continua a planejar, falando sem parar, andando de um lado para o outro do quarto, enquanto fala sobre como um bebê vai alegrar nossas vidas quando, do nada ela para de andar e falar e se vira para mim, encarando-me.

— Katniss, e o pai? – Ela indaga, sentando-se novamente na cama.  E essa parte da história bate a minha porta, junto com a minha consciência.

Você tem que contar para ele!

Eu realmente não tinha parado para analisar isso, por um momento tinha me esquecido de Peeta - Diante das atuais circunstâncias, isso me pareceu ligeiramente perturbador.-, não tenho só um bebê a caminho, tenho o pai dessa criança, que não sabe que será pai, não sei, também, se vai querer assumir e não sei se quero contar para ele. E se ele pedir para eu abortar?! Balanço a cabeça para afastar esses pensamentos ruins. Eu não posso contar, eu posso contar, eu não posso, eu posso… Estou hiperventilando! O que irei fazer? Levanto-me e ando de um lado para o outro.

— Katniss, acalme-se! - Manda Annie, usando seu tom autoritário. Paro e viro para ela.

— Eu não vou contar. – Mal acabei de pronunciar a sentença e já sai em disparada do quarto para a cozinha.

— Katniss – Annie me chama enquanto caminha atrás de mim, desvio bruscamente, entrando na sala, mas a casa é muito pequena e logo ela está do meu lado. Bufo, virando-me para ela - Você tem que contar, ele é o pai – Ela me encara, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

— E eu sou a mãe! – Retruco, debochadamente, revirando os olhos. – Quem vai ficar gorda, cheia de estrias e sofrer na hora do parto será eu, não ele, portanto, prefiro não contar. Guardar isso para mim até, sei lá, eu morrer. - Falo indo até o quarto e abrindo meu armário, esforçando-me com tudo de mim para não olhar para Annie que tenho certeza que me encara com o olhar da morte. Ele merece saber, eu sei disso, mas não quero contar, não tenho coragem agora, o por quê de eu ter falado aquilo foi: o mais puro e simples desespero.

— Katniss, ele merece saber, você não fez essa criança sozinha! Pare de ser irracional e escute a consciência que eu sei que você tem. Você sabe que isso não tem cabimento, ele merece saber. - Ela joga a realidade, fechando a porta do armário e me encarando.

E o que me deixa com mais raiva é ela saber o que eu estou pensando sem eu falar.

— Eu sei, eu só...  Só preciso de um tempo! - Invento uma desculpa que não é bem desculpa, só não quero falar sobre isso agora. Preciso pensar, refletir, analisar tudo para depois ter uma conversa civilizada com ela.

— Ok.

*

“Uma alimentação mal balanceada, rica em carboidratos e gorduras, pode provocar inúmeros problemas de saúde e doenças, ao passo que, ingerindo com moderação tais grupos alimentares, e também proteínas, vitaminas e minerais; podemos contribuir para uma melhor saúde e qualidade de vida, prevenindo muitos males”

Tento me concentrar, falhando miseravelmente, no que a professora Paylor diz, ainda tendo que anotar tudo que ela passa nos slides e morrendo de vontade de fazer xixi. Contorço-me na cadeira, não conseguindo ficar parada e recebo um olhar reprovador de Emma, minha parceira de bancada.

— Katniss, pare com isso! – Sussurra ela seca para mim e volta a se concentrar em suas anotações.

— É que eu quero muito ir ao banheiro. - Digo, quase dando pulinhos em minha cadeira.

— Então vá, oras!

Crio coragem e me levanto rapidamente, dirigindo-me a Paylor que, ao me ver se aproximando, ergue uma das sobrancelhas para mim.

— Eu preciso ir urgentemente no banheiro. - Falo e acho que minha cara de desespero está horrível já que ela me dispensou rapidamente.

Saio da sala em passos apressados, pensando na rota mais rápida para o banheiro mais próximo e, ao lembrar do caminho, começo a descer as escadas do segundo andar, viro a direita e quase corro em direção ao banheiro, mas como a vida não está ao meu favor, tropeço em alguém e caio de joelhos no chão, como estes já estão acostumados, quase não sinto dor mas me levanto rápido e encaro a pessoa porém encontro apenas o par de olhos azuis que menos queria ver, assustando-me. O susto é tanto, na verdade, que quase faço xixi nas calças por estar frente a frente com Peeta.

— Katniss… - Ele fala, suavemente.

— Agora não, Mellark. – Falo, passando por ele sem olhar novamente em seus olhos e tentando chegar o mais rápido possível ao precioso banheiro.

— Precisamos conversar. – Ele segura meu pulso delicadamente e me vira para ele.

— E eu preciso ir ao banheiro, se você me der licença. – Puxo meu braço bruscamente, cortando o contato entre nós. Ando até a metade do corredor e quando estou longe do alcance dos olhos do Mellark, começo a correr e graças a Deus eu encontrei um banheiro. Entro nele e graças ao bom Deus consigo usa-lo assim que saio do banheiro  dou de cara com Annie.

— Katniss estava te procurando! Sabe o que eu descobri? Claro que não, você não lê mentes! Enfim, sabia que o ácido fólico ajuda a prevenir problemas congênitos no bebê? Pensei em compramos, vai fazer bem para você e para o bebê e é bom já começar a usar desde agora. – Pronto! Era tudo o que me faltava: uma Annie com altas doses de glicose e cafeína na veia! Quando ela toma muito café e come muito doce, fica ansiosa, não para quieta e, principalmente, não fica quieta. Em um tiro de misericórdia, tento colocar a minha mão na sua boca, mas a mesma desvia e continua a tagarelar. – Também vi que faz bem fazer exercícios físicos, tanto para você como para o bebê...

— Quem está grávida? - Não preciso virar para saber que Peeta está bem atrás de mim.

Fudeu!

Tudo fica preto e apenas consigo ouvir o grito de Annie ao fundo e a voz de Peeta me chamando.

Sonho com seus belos olhos azuis.

 

If we could go back to how it was before

I promise I would never do you wrong

No

Se pudéssemos voltar a ser como era antes

Eu prometo que eu nunca faria nada de errado

Não


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Notas finais do capítulo

E agora?
Comentem, favoritem, acompanhem e recomendem vai me deixar muito feliz!
Beijocas!