Light & Darkness - HIATUS escrita por Miss Weasley


Capítulo 5
Sangue Ruim


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, meus queridos ^^



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Hoje caminhei feliz pelos corredores de Hogwarts. Estava me sentindo novinha em folha, e a dor já tinha acabado. Os remédios da Madame Pomfrey fazem efeito muito rápido mesmo. O café da manhã já havia começado a alguns minutos e tive que sair um pouco tarde da Ala Hospitalar, pois tinham que ter certeza de que eu estava pronta para voltar à minha rotina normal. Mas, eu estava tranquila. Na verdade, nunca estive tão animada por nenhum motivo em anos. Talvez tenham sido aquelas flores, que infelizmente foram jogadas fora antes de eu acordar. Eu até que fiquei aliviada, pois provavelmente iria querer levá-las para o meu dormitório, e se fizesse isso, iria gerar perguntas. Não quero intrometidos se metendo na minha vida.

— Olha só quem está andando por aí como se nada tivesse acontecido. Como está se sentindo? — perguntou Quinn, quando se juntou à mim.

— Estranhamente bem.

— Vai lá, desabafa. – ela tinha o poder de me ler tão bem que às vezes me surpreendia.

— Sabe a minha dupla de Poções? Brittany, da Lufa-Lufa. Bom, ela foi me visitar ontem. E me trouxe flores. – contei. Ela ficou boquiaberta e começou a rir.

— Isso é fofo. Quem dera o Puck fizesse algo assim para mim.

— Não estou de brincadeira! – meus sentimentos estavam confusos demais para eu aturar as piadas da minha melhor amiga.

— Eu acho que você deveria tentar ver o que acontece. Ela não parece ser má pessoa e se te deu flores é por que gosta de você. – olhei para ela, incrédula. Essa era a última coisa que eu queria que ela me dissesse. Esperava mais que ela me aconselhasse a parar de sonhar e que isso não queria dizer nada. Quer dizer, eram só flores… Não é?

— Isso é besteira. Claramente ela só estava sentindo pena de mim. Ou sendo gentil. Ou os dois, lufanos são incrivelmente surpreendentes quando se trata de suas ações.

Quinn riu ainda mais. Ela segurou a minha mão.

— Não te vejo tão feliz assim em anos. Na verdade, acho que nunca te vi tão feliz assim, pelo menos ao falar de alguém. Eu não sou ninguém para dizer o que você deve fazer ou não com a sua vida amorosa, mas acredito que vale a pena tentar. – fiquei com os olhos arregalados e até corei um pouco. Quando se trata de amor, eu entendo de nada.

— Só temos um pequenos problema. A garota está namorando o “Boca de Truta” Sam Evans. Adoro ser uma vadia, principalmente em ocasiões como essa, mas não acho que vou conseguir fazê-los terminarem.  

— Você é Santana Lopez, vai arranjar um jeito. – concluiu Quinn. Nesse momento, acabamos de chegar no Salão Principal e ela teve que se separar de mim e ir para a mesa da Corvinal. Maldita divisão de mesas.

Comi o café da manhã bem lentamente. Não me importava com o horário das aulas, nem que a minha começava em 5 minutos. Qualquer coisa eu iria dizer que eu ainda estava na Ala Hospitalar e acabei me atrasando.

Tudo o que eu tinha em mente era bolar um plano de fazer Brittany terminar com o Sam. Ou, no máximo, se apaixonar por mim o suficiente para terminar com ele. Mas, como diabos eu iria fazer isso? Sou uma pessoa má e fria, não tem como ela se apaixonar por mim daquele jeito. E, aliás, nem sei se ela gosta de garotas. Talvez ela queria ser só minha amiga. Acho que já era alguma coisa… só não sei como iria viver com isso. Porém, eu nem a vejo tanto assim e só preciso aguentar mais um ano nessa maldita escola. Droga, no que eu estou pensando? Preciso esquecê-la por pelo menos um segundo.

Enquanto andava até a aula de Feitiços, fui interceptada por Brittany, o que piorou ainda mais as coisas.

— Não sabia que você já foi liberada. Como você está? – perguntou, toda sorridente. Mal ela sabia que estava causando uma confusão enorme na minha cabeça e nos meus sentimentos. Tentei soar agradável, mas acho que saiu mais falsa do que o possível.

— Estou ótima, obrigada. – falei. Cerrei os dentes e continuei a andar.

— Que legal. Você já parecia melhor ontem mesmo. – ela não tinha nada melhor para fazer? Isso estava começando a me irritar. Preciso ficar sozinha por pelo menos mais um tempo! No fundo, eu sabia que não era culpa dela, então me forcei a continuar com a conversa. Não sabia que ter sentimentos seria tão chato assim.

— Gostou das flores que eu te mandei? Meus pais são floristas. Trouxas que trabalham vendendo e cuidando de flores, sabe? Mas não acho se herdei o talento deles.

— Ah, então você é tipo, uma sangue ruim? Não fazia ideia. – me arrependi profundamente quando falei aquilo. Eu não tinha a intenção de falar daquele jeito, mas acabou saindo. Meu coração partiu quando ela olhou para mim, os olhos começando a lacrimejar.

— Eu deveria ter escutado meus amigos. Você realmente não é uma boa pessoa. É má, cruel e desprezível. – ela se virou bruscamente e quase achei que ia me dar um tapa, mas apenas andou para o lado oposto do meu.

— Me desculpe, eu não quis te magoar, Brittany. Eu realmente sinto muito.

— Não fale comigo. Nunca mais.

E então ela se foi, e quase tive certeza de que ela estava chorando. Como apenas uma palavra pode causar tudo isso? Nós geralmente a usávamos constantemente para se referir aos nascidos trouxas lá em casa, e até mesmo entre meus amigos, mas nunca parei para pensar em como alguém se sentiria ao ser chamado assim. Foi como uma faca cortando a minha barriga.

Não era uma palavra agradável. Com certeza não era nada civilizada. Me odiei muito nesse momento. Eu a magoei, era tudo minha culpa.

— Olha só, finalmente fez a pobre garota chorar. Era só questão de tempo. Você não é do tipo que gosta de pessoas legais. – falou Sebastian, que de repente apareceu do meu lado.

Eu estava com tanta raiva que o empurrei com força contra a parede e saí correndo. Entrei logo na sala e engoli tudo o que eu estava sentindo a manhã inteira. Eu era ótima em fazer isso, então ninguém notou. Quando tivemos um intervalo para o almoço, fui ao banheiro. Não qualquer banheiro, um banheiro que eu sabia que estaria vazio agora. Que estava sempre vazio.

O banheiro da Murta Que Geme.

Comecei a chorar e botar pra fora toda a agonia que eu estava sentindo. Me olho no espelho e vejo o quanto eu estava patética. Não era eu que deveria estar chorando. Resolvo enxugar as lágrimas e me recompor. Eu nunca chorava, por nenhuma razão. E já sofri coisas piores. Quando já estava me sentindo melhor, tive um impulso mais forte do que eu e dei um soco no espelho. Essa garota sem sentimentos é aquela que ferrou com tudo em apenas alguns minutos.

— O que você pensa que está fazendo? – gritou Murta Que Geme, me dando um susto. Minhas mãos começaram a doer, e quando olho para baixo, estavam sangrando e cheias de cacos de vidro. – Não vou deixar que você faça isso no meu banheiro, saia já daqui.

Ela voou em minha direção, achando que isso poderia me assustar, mas eu apenas disse, respirando fundo e bem calmamente:

— Tanto faz.

Quando saí do lugar, me recostei na parede e comecei a tirar os cacos de vidro. Meu punho estava ardendo, mas não era nada com que eu deveria me preocupar agora.

— Santana! Encontrei você. Temos que estudar na biblioteca, lembra. – ela parou quando olhou para a minha mão e viu todo o sangue.

— O que aconteceu?

— Nada. – tentei sair do caminho, mas ela me bloqueou.

— Não minta pra mim.

— Odeio como você age como a minha mãe.

Contei para ela tudo enquanto ela me arrastava até a Ala Hospitalar para fazer um curativo. O Senhor Filch provavelmente iria me matar por deixar um rastro de sangue na escola inteira.

— Foi bem grosseiro da sua parte. – admitiu ela. – Achei que você gostasse dela!

— Você não estava ouvindo o que eu disse? Claro que eu gosto dela. Estou me sentindo terrível. Odeio esse sentimento no meu estômago.

— Se chama culpa.

Quando chegamos e Madame Pomfrey fez um curativo, logo depois de eu mentir sobre como minha mão começou a sangrar, tive que continuar com essa conversa.

— Você vai concertar isso? – perguntou Quinn.

— Vou tentar.

E eu iria mesmo.


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Notas finais do capítulo

Tudo bem, aconteceu muita merda nesse capítulo, por favor não me matem!



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