Real world escrita por Bi Styles


Capítulo 41
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Hey hey! Chegueeei com mais um capítulo!
PREPAREM SEUS CORAÇÕES. VOCÊS VÃO FICAR LOUCAAAAAAS



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—Mãe disse que a vovó vem pra casa hoje. –Pietro informou, assim que entrei em casa.

—Sério? Mas disseram que a perna da vovó não estaria curada tão breve... –falei, e me joguei no sofá.

—Mas a mamãe viu que não conseguiria mais bancar o hospital por muito tempo. E acho que ela está cansada de ficar dormindo todos os dias em camas desconfortáveis. –ele disse, mas senti que escondia algo de mim.

—Deve ser. –falei, apesar de querer saber o que ele escondia.

Ele voltou seus olhos para a TV, e percebi que estava tenso.

—Está escondendo algo de mim? –perguntei.

—Soph, a nossa vida vai virar de ponta cabeça agora. –ele falou e baixou os olhos.

—Por quê?

—A mamãe foi demitida. Neste exato momento, ela está procurando por outro emprego na cidade. Mas creio que ela não vai achar um que pague tão bem, apesar de seu excelente currículo.

—Não acredito. –falei e pus as mãos na boca, em estado de choque. –E agora?

—Ela disse que caso não encontrasse um, iríamos ter cortes de gastos. E eu senti exatamente o que ela quis dizer.

—O quê? –questionei, com o coração na mão.

—Primeiro, a vovó vai ficar aqui e não vai contratar nenhuma enfermeira para ficar com ela. Vai ficar tudo em suas costas. Segundo, vou ter que parar de estudar e trabalhar dobrado na lanchonete. O meu chefe disse que se eu trabalhasse o dia inteiro, iria subir de cargo e se tornar o gerente do local, ganhando o dobro do que eu ganho hoje.

—Mas, vai trancar a faculdade assim, sem mais nem menos?

—Só enquanto a gente não se estabiliza, Soph. A conta do hospital é enorme, e só o meu pequeno salário não dá pra pagar nem as parcelas. Fora que temos conta de energia, internet, gás e comida.

—Mas e o dinheiro da vovó da aposentadoria?

—Não cobre muita coisa. É pouquíssimo comparado á tudo que temos que pagar agora.

Coloquei as mãos na cabeça, desesperada.

—Você não deveria desistir de sua faculdade assim, Pietro. É seu sonho...

—Melhor desistir de um sonho do que morrer de fome, Soph. –ele falou. –A gente está sem um centavo aqui em casa, sabia? E nem pão aqui tem...

Meus olhos se encheram de água.

—Você avisou a mamãe que a gente não ia conseguir pagar a conta do hospital... –falei e minha voz falhou.

—Não adianta colocarmos a culpa em alguém. O que nos resta é fazer algum plano para diminuição de gastos e pronto.

Assenti e ele me deu um abraço.

—Nós já escapamos de coisas piores, Sophia. Não se desespere. A gente consegue. –ele me consolou e eu solucei. –Vai dar tudo certo.

Assenti contra o seu peito e seu abraço acolhedor e ficamos ali, por muito tempo, até que Lydia e Juan chegaram de um trabalho na casa de uma amiga.

Só pelo o olhar de Lydia, soube que Pietro já tinha dado as notícias á eles. Deu vontade de chorar somente pelo olhar de perdido de Juan.

Droga de vida.

...

                          LIGAÇÃO ON

—Nina, eu não posso ir aí hoje. Está tenho uns problemas aqui em casa, e não estou muito bem. –falei e tentei controlar as lágrimas.

—Tem certeza de que não é por causa do Brian?

—Tenho. Depois lhe conto detalhes. Só sei que eu estou perdida. Não sei o que fazer.

—Eu também estou, amiga. Estou precisando tanto de sua ajuda...

—O que houve? –falei e funguei, enxugando as lágrimas.

—Acho que eu e o Rafa terminamos. —ela disse e ela fungou. —E eu nem sei o por quê.

—Sério? Vocês estavam tão bem hoje...

—Eu sei. Quando cheguei em casa hoje, ele mandou uma mensagem dizendo que “precisava de um tempo”. Você sabe o que isso significa em 99,9% dos casos, não é?

—Ah Deus. Sério que ele falou isso? Vou ligar pra ele agora mesmo!

—Não faça isso. Deixe ele ter o tempo que ele quer. Eu só queria que você viesse aqui hoje. Meus pais vão chegar tarde, e eu não quero ficar sozinha.

—Ok. Chego aí em meia hora. –falei e desliguei.

                           LIGAÇÃO OFF

Não sei que droga estava passando pela cabeça do Rafa pra ele pedir um tempo. Ele não é desse tipo de pessoa e não faria isso com ninguém, principalmente Nina, que ele tanto amava. O que será que estava acontecendo?

Tomei um banho e troquei de roupa, colocando um short jeans bem curto e uma camisa de mangas longas, com um casaco de lã por cima. Desde muito cedo estava fazendo frio, e eu tenho certeza de que iria chover, já que o tempo estava nublado.  Coloquei minha bota de cano médio e um gorrinho de lã na cabeça.

Ao descer as escadas, gritei por Pietro, que respondeu dizendo que estava no banheiro.

Fui até lá e bati na porta, ouvindo o barulho do chuveiro.

—Pietro! –chamei.

—Diga, Sophia! –ele respondeu.

—Preciso que vá me deixar na casa da Nina.

—Não posso.

—Por que não?

—Iremos poupar gasolina, de agora em diante.

Suspirei.

—Quer dizer que agora não poderei sair de casa também?

—Se quiser ir de ônibus, acho uma boa.

—Tudo bem. –respondi.

Corri até a rua e fiquei esperando algum ônibus passar. Chequei a hora no meu relógio e vi que já passavam das 7, horário que disse a Nina que chegaria lá.

Peguei meu celular e disquei seu número.

                               LIGAÇÃO ON

—Nina?

—Oi Soph.

—Não poderei ir aí hoje. Sinto muito.

—O quê? Por que?

—Não tem com quem eu ir.

—Não tem nem como você dar um jeito e vir de ônibus?

—Não. Estou esperando faz um tempinho e nada.

—Ah, Sophia... Eu precisava tanto de você aqui... Não tem como o Pietro vir te deixar?

—Não. Amanhã eu te expli...

—Ah meu Deus, Sophia... Queria ter algum carro aqui, mas não tenho. O meu está com o meu pai.

—Tudo bem, Nina. Amanhã a gente se fala na escola, beleza?

—Ok. —ela suspirou. —Vai fazer o quê agora?

—Dever de casa, talvez. –falei e dei de ombros. –Até amanhã, amiga.

—Até. Se cuida.

                                   LIGAÇÃO OFF

Entrei dentro de casa e vi os gêmeos sem fazer nada, apenas assistindo televisão.

—Vão fazer o dever de casa, pestinhas! –falei rindo, e eles apenas riram de volta.

—Não temos nada para fazer. –Lydia disse e deu de ombros.

—Se precisarem de algo, estarei lá em cima, ok?

Eles assentiram e eu subi até o meu quarto.

Ao abrir a televisão, me deparei com uma linda cena: Pietro pelado procurando uma cueca em seu guarda-roupa.

—Nossa, que bundinha linda. –elogiei e ele se virou, assustado, mostrando seu belo “instrumento” da frente. –E essa sua ferramenta é bem grande, né? Estou impressionada.

Ele balançou a cabeça e colocou a cueca.

—Vai ter volta, senhorita Sophia. –ele falou e continuou procurando suas roupas.

—Não tenho culpa se você não trancou a porta. –me defendi. –Mas agora já tirei minha dúvida.

—Que dúvida?

—Do por que a Lauren estar com você. Bem, com uma ferramenta dessas, você deve trabalhar bem.

—Deixa de ser tarada, Sophia! –ele disse e jogou um sapato em mim, que desviei com facilidade. –Mas, cá entre nós, eu trabalho excepcionalmente bem.

—Uma pena que você é meu irmão.

Ele riu, balançando a cabeça e disse:

—Você não ia na Nina?

—Não tem mais ônibus.

—Desculpe mesmo, Soph. Mas é que...

—Eu entendo.

—Agora estou indo trabalhar. Vou a pé também. Portanto, posso voltar um pouquinho mais tarde que o habitual.

Assenti. Me dirigi até minha bolsa da escola e procurei pelo meu livro de biologia, já que amanhã eu teria um teste.

—Ah, droga. –exclamei e Pietro olhou pra mim.

—O que foi?

—Esqueci meu livro de biologia no armário. E amanhã tenho teste.

—Vai lá pegar, então. Os gêmeos ficam bem sozinhos.

Suspirei.

—Ok. –foi o que eu disse.

Saí de casa com Pietro, que me acompanhou até a esquina, onde dobrou para ir até a lanchonete.

O restante do caminho fui sozinha. S O Z I N H A.

E estava fazendo frio pra caramba. Ouvi ao longe alguns trovões ressoarem, e me tremi dos pés a cabeça. Iria chover, merda.

Eram somente alguns minutos até a escola, eu poderia ficar tranquila.

1...2...3. Respira.

Ouvi passos atrás de mim. Me virei e me deparei com um senhor, aparentando 50 anos, caminhando bem atrás de mim.

Minha garganta fechou e eu tive dificuldade em respirar. Comecei a andar mais rápido. A vontade que eu tinha era de correr. Só que começou a chover, impedindo que eu corresse ou algo do tipo. Ela começou devagar, fininha. Mas aí ela começou a ficar mais forte e eu me abracei, no intuito de diminuir o frio.

A rua não estava deserta, tinha muitos bares e restaurantes por ali. Mas e se ele me pegasse mesmo assim? Eu iria morrer.

Só queria que Luke estivesse aqui. Ele iria me proteger, assim como prometeu. Mas ele certamente estava muito ocupado, ou com Britney ou com Abby.

Olhei para trás e o homem não estava mais lá. Ele tinha entrado em algum bar, afinal.

Suspirei, aliviada. Algumas lágrimas quiseram descer nesse exato momento, todas de alívio. Mas me segurei. Eu tinha que parar com esse medo de tudo e todos. Nem todos eram bandidos e homens loucos para fazer certas merdas com uma garota. Eu tinha que deixar de tanta paranoia.

Avistei a escola ao longe. Mais alguns metros e eu entraria.

—Ah, merda. –reclamei e comecei a correr.

Sentia as blusas colando em meu corpo, ao mesmo tempo em que meus cabelos se ensopavam.

O portão da escola estava aberto, então entrei rapidamente, procurando um abrigo.

Ao entrar no hall de entrada, vi que as luzes estavam quase todas acesas. Tinha quase me esquecido de que hoje era dia de curso na escola.

Passei pelas salas de aulas que estavam ocupadas com vários estudantes e fui na direção dos armários. Abri o meu armário e procurei pelo meu livro de biologia. Não estava lá.

Fui na minha sala de aula de biologia e procurei: também não estava lá.

Peguei meu celular e liguei pro Rafa.

                            LIGAÇÃO ON

—Oi gatinha. ­-ele saudou.

—Rafa, você pegou meu livro de biologia?

—Peguei.

—E onde está?

—Deixei no vestiário da escola.

—No seu armário de lá?

—Sim.

—Qual a combinação?

—Não me diga que está na escola.

­-Estou, sim. Qual a combinação?

—5-3-4-1-6.

—Ok. Você e a Nina ainda estão brigados?

—Por besteira novamente.

—Bem, pelo o que ela disse, você quem pediu um tempo.

Ouvi um certo suspirar de irritação.

—Depois a gente conversa sobre isso, ok? —ele pediu.

—Ok.

                            LIGAÇÃO OFF

Para ir até o ginásio, onde ficavam os vestiários, tive de passar pelo corredor onde havia a sala de música. Que, estava ocupada por alguém.

E este alguém tocava minha música... Little things.

Ao apurar mais os ouvidos, reconheci a voz: era Luke. Ah, droga, o que ele fazia ali?

Abri a porta da sala de música devagar, para não o interromper. Eu só queria ter a certeza de que era ele mesmo que estava ali. na hora do refrão, lembrei de quando nos beijamos pela primeira vez. Parece que faziam anos, mas não fazia nem 3 meses.

Ele parou de tocar abruptamente, e falou, frustrado:

— Droga, Sophia!  

Levei um susto por ele falar meu nome de maneira tão frustrada, parecendo que eu havia feito algo.

—O que eu fiz? –perguntei e ele se virou, completamente surpreso por me encontrar ali.

Ele ficou estático pelo que pareceu 1 hora, mas foi poucos minutos. Minha vontade era de sair dali, chorando.

Por fim, ele engoliu em seco e disse:

—Eu queria te ver.

—Está vendo agora.

—Você não entendeu o que eu quis dizer.

—Então explica.

—Eu queria te ver e dizer algumas coisas que estão entaladas na minha garganta desde o dia em que você terminou comigo.

Engoli em seco, sentindo as lágrimas queimarem no fundo dos meus olhos. Ele iria falar que eu não merecia ele. Que Britney era muito melhor do que eu. Ou melhor, que Abby era boa para ele.

—Sou todo ouvidos. –falei.

Ele olhou para os lados, como se precisasse de ajuda.

—Ah, droga. Eu não sei nem por onde começar. –ele falou e olhou pra cima.

Cruzei os braços, ficando irritada.

—Então apenas não fale. –falei e ia saindo, porém ele disse:

—Você estragou tudo. Tudinho.

—O quê? –me voltei, irritada, pra ele.

—Você deveria ter sido apenas mais uma, Sophia. Só mais uma. Mas aí você, com todo esse seu jeito, me fisgou de vez. Eu nunca me apeguei a ninguém, Sophia. Era sempre uma vez e “thau”. As garotas que ficavam atrás de mim, não o contrário. Mas você chegou e virou meu mundo de cabeça pra baixo. Quem diria que eu, Lucas Layght, iria ficar noites em claro pensando em você? Que iria largar garotas super gostosas por causa de uma ruivinha que simplesmente deu um fora nele?

Ele fez uma pausa e eu o encarei, boquiaberta. Nunca que eu acreditaria que Luke falaria isso pra mim.

—Ah cara... Eu comecei a gostar muito de você. E só percebi que estava totalmente perdido quando era tarde demais. Pulei de um penhasco do qual não sabia a profundidade, mas não ligava. O que importava era estar com você, olhando pra você. E quando você me deu aquele fora, tu não sabe como me destruiu por dentro. Eu não conseguia parar de pensar no modo como deixei você escapar assim, sem mais nem menos. Eu me odiei tanto, tanto, tanto. Eu... Sei lá o que passou na minha cabeça, mas pensei que talvez fosse por quê era meu primeiro fora e tal. Porém eu estava profundamente errado. Tentei seguir minha vida, assim como antes. Mas em todas as garotas eu via seu rosto, literalmente. Eu não conseguia mais me aproximar de nenhuma sem pensar em você. E isso me deixou louco. E me fez pensar no quanto eu sou babaca e que eu deveria ir atrás de você. Mas você não me deixava aproximar, cara. Toda vida que eu tentava chegar perto, você me afastava.

—Eu estava machucada... –tentei falar, mas minha voz meio que saiu falhada.

—Eu sei que estava machucada. E foi tudo culpa minha. Mas, Sophia, não pense nem por um minuto que eu seria capaz de te trair, nem que a gente não tivesse tendo nada muito sério. Aquilo tudo foi uma droga de um mal entendido. Eu nunca estive com Britney naquela noite. Nunca.

Meus olhos se encheram de água e as lágrimas começaram a cair. Eu não conseguia acreditar em tudo aquilo que ele estava falando.

—E foi exatamente por isso que eu pedi ajuda de umas certas pessoas, para reconquistar você. Mas foi uma pena você não ter podido ir.

Ah, sabia que aquela historinha da Nina estava muito mal contada... Não acredito que caí direitinho.

—Mas... –ele disse e pegou um buquê de flores murchas que estavam no chão. –Aqui estamos nós. Assim como eu queria. Parece que o destino insiste em nos unir, e você gosta. Não me diga que você odeia essa história de destino e acasos, por que sei que é mentira.

Sorri, sentindo algumas borboletas voarem dentro do meu estômago.

—Sophia, eu queria fazer algo especial pra você. Algo pra lhe surpreender. Mas, vai ter que ser sem buquês exuberantes, sem caixas de chocolate e sem balões de gás hélio. Vai ter que ser somente com eu aqui, oferecendo um buquê destruído, em uma sala de aula, com nós dois encharcados da chuva. –ele se aproximou de mim e olhou no fundo dos meus olhos. –Ah caramba, não sei se é pra se ajoelhar ou não.

Comecei a rir, nervosa do que aconteceria a seguir. Eu não era burra, sabia exatamente o que iria vir.

—Não precisa. –falei e ele sorriu, aquele sorriso que mostrou suas covinhas e que tanto me fascinava.

—Sophia, pelo amor de Deus, você aceita namorar comigo?

Aquela frase fez com que meu mundo girasse. Eu não tinha ideia de como agir, do que fazer. Simplesmente fiquei lá, estática e boquiaberta. Acho que em momentos como este, você pode estar preparada, mas sempre vai sentir algo que vai te empacar.

Luke não era menino de uma só garota. Disso eu tinha absoluta certeza. Mas, pelo o que eu estava percebendo, ele queria mudar isso. Queria se prender a mim, somente a mim.

Será que valeria a pena correr este risco?

Eu olhei pra ele, que estava mordendo os lábios de nervosismo.

—Ah caramba, eu quero sim! –respondi e ele me abraçou, girando meu corpo no ar. Rindo ao meu ouvido. 

Eu estava apaixonada por ele, e não conseguiria escapar tão fácil assim.

Continua...


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Notas finais do capítulo

CADÊ AS LUPHIA'S SHIPPERS? ♥



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