Real world escrita por Bi Styles


Capítulo 39
Capítulo 37 -Narrado por Luke (parte 1)


Notas iniciais do capítulo

Eitaaa que é capítulo narrado por Luke. E vai ter duas partes? Hmmm, prevejo coisinhas acontecendo!
Espero que gostem, passei o dia inteiro trabalhando nesses dois capítulos.



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Não sei por que, quando o professor disse que eu ia fazer dupla com Sophia, pra mim não foi nenhuma surpresa. Ela cantava divinamente bem, sua voz soava doce e melodiosa aos meus ouvidos. Fiquei encantado com sua voz, além de também ter percebido a linda indireta que ela mandou com a música que cantou. Foi uma bela facada no meu estômago.

Quando eu caminhei até onde ela estava, meu coração acelerou. Ela iria falar comigo, depois de tanto tempo.

Me sentei á sua frente e ela não parecia que iria falar. Então decidi tomar a iniciativa:

—Parece que o destino insiste em nos unir, não é?

Ela me olhou com um olhar mortal, e falou, fria:

—Por isso que odeio esses negócios de destino e acaso.

Outch. Então é assim que uma garota age quando está ferida? Todas as que eu me envolviam geralmente corriam atrás de mim, chorando e se desesperando para me ter de volta. Esse negócio de aguentar patada de garotas era completamente novo para mim.

—Você sabe que devemos deixar nossas desavenças para trás, se queremos ganhar esse show de talentos. –falei e quis tanto que ela olhasse para mim.

—Eu nem queria ganhar tanto assim. –ela falou, indiferente. Eu sabia que aquele jeito dela de indiferente era somente uma armadura, já que por dentro ela certamente estava destruída.

—Mas eu quero. E se o professor nos colocou juntos, é porque acredita que somos bons candidatos. –falei e, graças a Deus, ela me olhou. Um olhar penetrante e frio, mas mesmo assim, não pude conter um sorriso que escapou dos meus lábios. –Precisamos agir como uma equipe.

Ela pensou por um tempo. Parecia tentada a dizer que estava cagando pra mim e pra a droga do show de talentos, mas disse:

—Não sei tocar nenhum instrumento.

—Se quiser, posso te ensinar violão para você.

Era arriscado. Mas poderia ser o começo de uma reconciliação.

—Kaio já irá me ajudar com isso. –ela cortou meu barato. De novo.

—Como quiser. –respondi, mas por dentro estava decepcionado. Parece que reconquistar Sophia novamente, iria ter que me esforçar muito mais do que da primeira vez.

Depois disso, ficamos apenas um encarando o outro. Era como se fosse uma espécie de análise.

Fiquei ali, analisando seus olhos castanhos, atentos. Olhei sua boca, uma linha fina delineada com um batom claro, como sempre. Seus cabelos presos em um rabo de cavalo, dos quais soltavam alguns fios no seu rosto, o que o deixava ainda mais belo.

Eu queria tanto dizer para ela o quão ela era importante pra mim. O quanto que eu estava precisando dela. Mas nada saía da minha boca, além de suspiros contidos.

E foi então que todo o encanto se quebrou, quando a sineta da escola tocou, indicando o final da aula. Ela saiu em disparada, não restando tempo nem para dizer “thau”.

Peguei minhas coisas e saí da sala. 

Antes de sair da escola, passei no meu armário e deixei alguns livros que não iria usar. Além de ter pego também minha bombinha de ar. Sim, eu voltei a usá-la. Depois de um belo sermão de minha irmã, que disse que da próxima vez que eu passasse mal por conta da falta de uso da bombinha, ela iria me matar.

Na saída, vi ao longe Brian conversando com Sophia, e ela parecia triste. Ele deu um beijo na testa dela e se afastou, cabisbaixo. Enquanto que Sophia apenas ficou lá, olhando para o nada.

Parecia que ela tinha a intenção de ir embora com Rafa ou Nina, mas os dois estavam aos amassos e, por isso, Sophia decidiu ir a pé. Eu sabia que ela deveria estar muito mal por ter que ir a pé e sozinha, por isso corri para acompanha-la.

Porém, antes de chegar a pelo menos 5 metros dela, uma mão me puxou para trás.

Quando olhei, era Rafael

—Não acha que já fez estrago demais com Sophia não? Babaca! –ele falou e tentou dar um soco em mim, que desviei.

—Cara, calma aí. Eu só ia acompanha-la de longe, porque não quero que ela vá sozinha para casa. Você sabe o que aconteceu com ela, Sophia tem trauma de ir sozinha para qualquer lugar!

Nina, que estava atrás dele, correu para o carro, no intuito de acompanhar Sophia e deixa-la em casa.

—E outra, eu não fiz nada com Sophia. Ela que mudou comigo do dia para noite, me deixando sem entender nada! –me defendi.

—Ah, você é um santinho agora, não é? E aquela foto sua com a Britney que alguém mandou pra a Sophia?

Franzi a sobrancelha, confuso. Que foto?

—Isso foi quando?

—No dia anterior a ela terminar com você. –ele disse e revirou os olhos, como se tivesse se controlando para não me dar um soco.

No dia anterior... Ah, mas eu dei um fora em Britney naquela noite. Ela deveria ter aprontado alguma para cima da Sophia, como meio de me castigar.

—Você sabe me dizer qual foto foi essa? –perguntei.

—Eu não tenho ela. Mas Sophia me mostrou.

Peguei meu celular da minha mochila e procurei uma foto na minha galeria. Achei uma em que eu e Britney estávamos se beijando, em pé, de frente á uma balada que sempre íamos.

—Por acaso seria essa foto? –perguntei e mostrei a Rafael.

Ele olhou por um instante e confirmou.

—É exatamente esta. Foi você quem enviou? –ele questionou.

—Aposto 500 libras como foi Britney quem enviou essa foto. E não, esta foto não é recente nem nada.

—Como posso saber que acredito em você?

—Tiramos essa foto na época em que namorávamos. A única. E, para ter certeza, essa foto foi tirada na antiga balada localizada na Street Avenue, que hoje está abandonada.

Ele estreitou os olhos, analisando cada vez mais a foto.

—E Britney estava com os cabelos pintados nas pontas, coisa que já saiu do cabelo dela faz meses. –concluí.

Rafael jogou as mãos para cima, irritado.

—Devia ter prestado atenção nos detalhes, caramba! –falou.

—Ah droga, quer dizer que eu estou sem ela por causa de Britney? Aquela vadia me paga.

—Mas ainda teve o fato de você ter transado com Abby. –ele interveio.

—O quê? Eu não transei com Abby.

—Quer dizer que é outra mentira que a própria Abby inventou?

—Eu quase transei com ela. Mas no momento lá, fiquei confuso e vendo Sophia, aí não deu muito certo.

—Vendo Sophia?

—É complicado. –falei, tentando desfocar essa parte de loucura.

—Digamos que você ganhou 1/3 do respeito que havia perdido. Mas daí não vai sair. Agora, se me der licença...

—Não, peraí. Você tem que me ajudar, Rafael.

Ele ficou confuso.

—Ajudar em quê? –perguntou.

—Eu quero reconquistar Sophia. Eu quero ela de novo, cara. Eu sou louco por ela.

—Não sei se quero isso de novo para minha melhor amiga. –ele falou.

—Ah cara, prometo que eu farei ela a menina mais feliz do mundo. Eu fui um babaca por deixar ela escapar. Deveria ter dito a ela o quanto gosto dela, o quanto eu preciso dela, do carinho dela, da presença dela. Eu mal durmo de noite, pensando nela!

—Ah, cara... Não sei não. Você não é o tipo de cara que se prende a uma só garota, Lucas.

—Eu sei. Mas eu quero mudar por ela, entende? Eu quero e vou, só é ela me aceitar.

Rafael me analisou e refletiu por uns minutos. Por fim, assentiu.

—Okay. Tudo bem. Só participo se a Nina concordar. –ele falou e cruzou os braços.

—Você sabe que a Nina não é minha fã.

—Nem eu sou seu fã. Vamos ver o que ela diz.

...

—Nem fodendo que eu vou ajudar você, Lucas. Nem fodendo. –Nina falou assim que lhe pedi ajuda.

—Você pode ao menos me ouvir? –pedi.

—Não quero ouvir uma só palavra que saia da sua boquinha, tá me entendendo? E eu nem acredito que você deu ouvidos a esse verme, Rafa! –ela falou e deu um tapa no braço do namorado.

—A história dele é bem interessante, valeu a pena ouvir. Se eu fosse você, ouviria também. –ele pediu e ela ficou hesitante.

—Não acho uma boa ideia... –falou.

—Só escute. Depois você tira suas conclusões. –ele falou e ela cedeu.

—Tudo bem. Desembucha, verme. –ela falou e cruzou os braços.

Contei tudo o que eu havia dito a Rafa. Desde Britney ter mando aquela antiga foto até o fato de eu não aguentar mais ficar longe de Sophia. Nina, que sempre foi a pessoa mais durona que eu conhecia, pareceu amolecer diante dos meus olhos. Seu olhar ficou mais sereno e ela deixou escapar um sorrisinho ao final da minha história.

—Não acredito que eu ouvi isso da sua boca, Luke. –ela falou e riu.

—Isso o quê? –perguntei, respirando fundo.

—“Estou profundamente apaixonado pela sua amiga, e farei de tudo para reconquista-la, vocês me ajudando ou não”. –ela disse, imitando minha voz de um jeito nem um pouco real.

Revirei os olhos.

—Vocês vão me ajudar ou não? –perguntei.

Nina olhou para Rafa, e eles pareceram conversar somente pelo o olhar.

—Estamos dentro. –ela disse. –Só que, se você fizer minha amiga sofrer de novo, juro que corto sua garganta com minhas unhas.

Engoli em seco.

—Eu não a farei sofrer. Pelo contrário, farei dela a mulher mais feliz do mundo.

—Assim espero. E o que pretende fazer? –ela questionou.

—Não faço a mínima ideia. Vocês tem que me ajudar. Creio eu que Brian está de novo na jogada. –falei e ela trocou um olhar significativo com Rafa.

—Digamos que ele está um passo á sua frente. Mas Sophia está meio que ignorando ele, pelo menos por enquanto. Você tem que agir logo, se ainda quiser ela de verdade.

Assenti.

—Podemos planejar em algo daqui pro final de semana... –Nina falou.

—Tem que ser hoje. Não posso esperar mais tanto tempo. Brian está investindo.

—Hoje? –ela parecia cansada.

—Hoje. –confirmei.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Eu deveria ser malvada e deixar o próximo capítulo somente para amanhã, mas sou boazinha e quero ver vocês louquinhas ainda hoje! hehe



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