Real world escrita por Bi Styles


Capítulo 25
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Desculpem pela demora para postar esse capítulo, mas não foi culpa minha. O roteador lá de casa deu problema, então estou sem internet desde sexta feira. PORÉM, estou com três capítulos prontos de Real World e, aproveitando que estou na minha vovó, vou postar um. Amanhã farei o possível para postar os outros dois. E, para deixá-los mais ansiosos, vou dar um spoiler: os dois próximos capítulos serão narrados pelo LUKE! ♥
Leiam e não pirem com o final. NÃO PIREM.



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Assim que acabou a aula de música, eu e Kaio fomos até o meu armário. Como a aula de música era nas últimas aulas, já poderíamos ir para casa.

Até que ele era legal. Estava fazendo o terceiro ano aqui na escola e pretendia cursar engenharia química. Ele tinha entrado na escola fazia pouco tempo, o que explicava o fato de eu nunca ter visto aquele deus grego antes.

Kaio gostava das mesmas músicas que eu, as mesmas séries e até mesmo os mesmos filmes. Durante toda a aula de música nós conversamos sobre fatos em geral e eu percebi que ele era muito inteligente.

Então ele, como cavalheiro, perguntou se podia me acompanhar até meu armário. Eu não neguei, é claro.

Assim que chegamos lá, tentei abrir o meu querido armário, sem sucesso.

—É sempre assim. –falei, irritada. Bati duas vezes nele, que abriu.

Kaio riu da situação e observou:

—Parece que ele não sabe lidar com violência.

—Problema dele. Aqui dentro eu tenho várias coisas necessárias para minha sobrevivência.

Ele olhou dentro do meu armário e disse, com a sobrancelha arqueada:

—Tipo esse livro de química quântica?

—Quem vive sem a química, não é? –brinquei e ele ri novamente. Era bem fácil fazer Kaio rir. E isso era bom.

O sinal tocou. Agora era uma boa hora para sair.

—Bem, tenho que me apressar. O ônibus não espera por ninguém. –falei e fechei o armário.

—Você quer carona?

—Não, obrigada. Não quero atrapalhar. –começamos a andar em direção á saída.

—Que nada! Se quiser, pode vir...

—Não posso aceitar. Desculpe.

—Por quê?

—Porque se minha mãe souber que estou pegando carona com garotos... –menti. Menti mais ou menos, porque né.

—Entendo. –ele disse e sorriu.

Saímos da escola e fomos na direção do estacionamento. Não deveria ter feito isso.

No capô de um carro estava Luke e a novata, aos amassos. Não sei porque, mas algo subiu dentro de mim e eu tive uma vontade enorme de chorar. Talvez fosse o fato de me sentir uma qualquer, já que ele me beijava e beijava outras garotas. Talvez fosse o fato de ele me usar nos tempos vagos enquanto ninguém via e beijasse apenas outras garotas em público. Sei lá.

Voltei minha atenção para Kaio.

—Bem, tenho que ir. –falei.

—Você está bem? –droga, ele notou que meus olhos estavam marejados.

—Estou. Só lembrei de algo que não devia. –menti novamente.

—Entendo. Bem, até amanhã, parceira. –ele disse e me deu um beijo na bochecha. Sorri com o gesto e fui para fora da escola, onde os ônibus esperavam. Antes, porém, arrisquei uma olhada para trás. Luke e a novata já tinham se desgrudado e ele, ao que parecia, estava se despedindo dela.

Entrei no meu ônibus e vi que vários assentos estavam vazios. Sentei no mais afastado, para poder ficar sozinha por um tempo.

Foi quando notei que eu não ficaria sozinha. Luke já estava subindo no ônibus. Ele era do mesmo que eu, pelo menos durante um mês. Ah não, droga.

Seus olhos procuravam algo dentro do ônibus e eu percebi que era eu. Abaixei a cabeça e rezei para que alguma garota chamasse ele para sentar com ela.

—Sophia! –ele me encontrou. Ótimo. Sentou do meu lado e começou a me cutucar.

—Sai, Luke. –resmunguei.

—O que foi? Você estava... chorando? –perguntou, preocupado.

—Talvez. –dei de ombros.

—O que houve?

—Lembra que minha avó está em um hospital? E ela não poderá andar por muito tempo? –falei e meus olhos marejaram. Antes eu não chorava por ela, mas agora sim.

—Ah, Cupcake... –ele disse e me puxou para um abraço. Droga, por que ele tinha que fazer aquilo?

As lágrimas começaram a cair com mais rapidez e eu temi que eu começasse a soluçar alto demais.

Senti o ônibus começar a se movimentar.

—Ela vai ficar bem, Sophia. Você sabe disso. –ele sussurrou.

—Mesmo assim. –me desprendi do seu abraço e enxuguei meus olhos.

Seus olhos se dirigiram aos meus e ele sorriu.

—Não é por nada não mas... Você tem olhos muito bonitos. –falou.

Sorri, sem querer. Lembre-se, Sophia, ele está te usando. Fechei a cara.

—O que achou da aula de música hoje? –ele perguntou.

—Foi legal. –respondi como se não me importasse.

—Esse negócio das duplas não vai dar muito certo... –ele disse e algo se acendeu dentro de mim. Ele ia dizer que não queria a novata como dupla dele, mas sim eu!

—Por que não?

—A minha dupla é muito gostosa. –ele explicou e riu. –Não dá pra prestar atenção tendo aquela garota na minha frente.

—Troque de dupla, então. –falei, fria, e me virei para a janela.

Luke ficou calado. E era milagre aquela criatura calar a boca.

Ele me cutucou no ombro, de modo gentil e perguntou:

—Por que você está agindo assim?

—Assim como? –me virei.

—Sei lá. Você está bem irritadinha hoje...

—Só não estou com muita paciência pra ouvir besteiras sobre garotas gostosas.

—Ah, entendi. –ele riu. –Você está com ciúmes.

—Ciúmes? –perguntei, incrédula. –Está maluco?

—É normal entre amigos sentir isso. –ele disse e sorriu. –Se sentir trocada.

“Eu só não queria me sentir como qualquer uma. Parece que você só me beija para se divertir”, minha mente implorava para me dizer. Mas só o que saiu da minha boca foi:

—É.

—Mas você tem que se acostumar com outras amigas em minha vida.

—Eu sei. –falei e me virei. Ele estava se referindo a ela como “amiga”? SÉRIO ISSO?

Luke não falou mais nada. Ainda bem. Era capaz de eu dizer coisas que não deveria.

...

Quando cheguei em casa, senti um aroma bom vindo de dentro. Comida da minha mãe, tenho certeza.

Entrei como um turbilhão na cozinha e me deparei com minha mãe cozinhando.

—Olá, Soph. –ela saudou.

—O que está fazendo aqui? –perguntei e sorri. –Pensava que você só viria quando a vovó viesse...

—Pietro disse que precisava de uma mãozinha aqui hoje. –falou e apontou para uma panela queimada dentro da pia. –Ele está lá com a sua avó, e eu vim aqui fazer o jantar.

—Os gêmeos te viram?

—Não. Eles foram para o hospital ver a avó de vocês.

—Ela já está consciente?

—Sim. Está se recuperando, graças a Deus. E está louca para ver você.

—Amanhã eu irei. Diga a ela isso.

—Pode deixar. –ela falou e sorriu fraco.

—Há algum problema?

Ela apagou o fogo que estava aceso no fogão e sentou-se na mesa.

—Estamos com problemas, Sophia. –ela informou.

—Como assim?

—Aquele hospital é caro. Para sua avó ficar lá até se recuperar, é muito dinheiro. Dinheiro que não temos.

—Não pode parcelar?

—Claro que pode. Mas vou ficar pagando até depois da morte?

—Pietro sabe disso?

—Não. Se ele souber, vai procurar outro emprego para trabalhar durante o dia. E a faculdade dele, como fica?

—Mãe, nós podemos dar um jeito. Economizar...

—Mesmo assim. Nem se eu desse todo o meu salário para o hospital iria pagar. Estou num beco sem saída.

—A vovó tem que ficar todo esse tempo lá?

—Bem, se ela vir para casa, vai precisar de cuidado redobrado. Além de precisar de alguns equipamentos. Vai ser mais caro ainda.

Minha mãe estava desesperada, disso eu tinha certeza. A voz dela tremia e suas mãos não ficavam quietas.

Foi então que uma ideia surgiu na minha mente.

—E se eu trabalhasse? –perguntei.

—De noite? E quem cuidaria de sua avó?

Ah, droga. Não tinha escapatória. Estávamos em um beco sem saída.

—Mas enfim, vou pensar em algo para conseguirmos sair dessa. –ela se levantou e se dirigiu ao fogão. –Tenho que terminar o jantar antes de ir embora.

Assenti e subi para o meu quarto. Sabe quanto você quer ajudar alguém e não consegue? Quando você tenta achar uma solução para um problema e vê que não tem? Eu estava desse jeito.

E eu odiava estar assim, impotente.

...

Minha mãe já tinha ido embora fazia pouco tempo. Já tínhamos jantado e eu estava terminando de lavar a louça do jantar, quando Pietro apareceu na cozinha.

—Estou indo trabalhar. –avisou.

—A mamãe te contou? –perguntei, de repente.

—Sim. Vou encontrar uma solução.

—E espero que não envolva assaltos a bancos. –brinquei.

—Essa era a solução número 1. –ele brincou de volta e saiu.

Assim que terminei meus afazeres na cozinha, fui até a sala, onde os gêmeos estavam.

—Vamos assistir algum filme? –perguntei. Eles negaram com a cabeça.

—Na verdade, a gente queria pedir uma coisa... –Lydia começou.

—O quê?

—Podemos ir dormir na casa da Emily? –Lydia perguntou.

—A filha do açougueiro? –perguntei.

—Sim. –Juan respondeu. –A gente queria dormir lá hoje, para sair um pouco daqui e tal.

—Tenho que falar com a mamãe primeiro.

—A gente já falou com ela. Ela disse que dependia apenas de você. –Lydia interveio e me olhou com aqueles olhos extremamente piedosos.

—Onde ela mora? –perguntei.

—Há dois quarteirões daqui. É pertinho. –Juan falou.

Pensei por um momento. Seria bom para eles, já que sairiam de casa e aliviariam um pouco a tensão que tanto estava acumulada aqui. E também seria bom pra mim, já que poderia passar um tempo sozinha.

—Tudo bem. –disse, por fim. –Vão arrumar as coisas.

O sorriso de satisfação no rosto dos dois pagaria qualquer coisa, sério.

...

Depois de deixar os gêmeos na casa da Emily, voltei pra casa sozinha. A cada esquina que eu passava, imaginava um estuprador escondido com uma faca. Eu estava ficando paranoica.

Foi um alívio chegar em casa. Deitei no sofá, liguei a TV e pude enfim relaxar. Sem ninguém para me perturbar nem nada. Seria a primeira noite que eu teria só pra mim.

Então meu celular tocou. Tive 1 minuto sem ninguém azucrinar meu juízo.

                   LIGAÇÃO ON

—Sophia? —a voz do meu irmão soou do outro lado.

—Oi.

Se eu dissesse que não poderia dormir hoje em casa, você ficaria chateada?

—Por quê? Onde você quer dormir?

­-Lauren ligou para mim, pedindo que eu dormisse lá. Ao que parece, Luke saiu para se divertir e a deixou lá sozinha.

—E o pai deles?

—Ela preferiu não dizer onde ele está.

—Então ela não pode ficar sozinha e eu posso?

—E cadê os gêmeos?

—Foram dormir na casa de uma amiga. Os dois.

—Ah. Então deixa pra lá. Vou dormir em casa.

Eu estava sendo egoísta. De novo.

—Não precisa. Eu estava brincando. Fico bem sozinha.

—Tem certeza?

Não, não tenho certeza. Mas...

—Tenho total certeza. Vou ficar bem.

—Te amo, Soph. Até amanhã. Dorme bem. Se cuida.

—Faço isso toda hora. –falei e ele riu.

                   LIGAÇÃO OFF

Ótimo, iria passar a noite sozinha. Era isso que eu queria, mas... Não sei. Bateu agora aquele sentimento de solidão...

Me deitei novamente no sofá e procurei por algum programa ou filme legal. Não havia nenhum.

Só restava ir dormir. O whats app estava sem ninguém online. Até mesmo o Rafa e a Nina não estavam, mas eles disseram que iam estudar para um seminário que eles não tinham feito. Era mentira, tenho certeza. Mas não queria saber o que eles realmente iriam fazer.

Subi para o meu quarto e coloquei meu pijama. Deitei na minha cama e fiquei encarando o teto.

Tanta coisa acontecendo na minha vida ultimamente... E quase nenhuma boa, honestamente.

Alguns meses atrás, pensava que esse ano seria mais um ano monótono, sem nada de especial. Mal tinha se passado 5 meses e já tinha acontecido tanta merda que eu nem consigo contar.

Nem percebi quando comecei a chorar.

Minha avó bem doente, um inimigo canalha se tornando meu amigo colorido, um quase estupro, várias decepções com um garoto que você acreditava ser perfeito, brigas com seus melhores amigos, sua família passando por dificuldades financeiras, uma briga bem feia com seu irmão... Era muita coisa pra uma pessoa só.

Estava tão absorta em pensamentos que nem percebi uns pequenos estalos na minha janela.

Enxuguei as lágrimas rapidamente e fui ver o que estava acontecendo. Abri minha janela e, ao olhar para baixo, me deparei com Luke.

—Oi. –ele disse e sorriu.

—O que está fazendo aqui? –perguntei, meio grossa.

—Vim te chamar pra sair.

—Está louco? Uma hora dessas?

—Sophia, nem são oito horas. –ele riu.

—Sair para onde?

—Não sei. Para se divertir.

—Em plena quarta feira?

—Não precisamos de dia certo para se divertir. –ele falou e eu sorri. –Vai, troca de roupa e desce.

Mordi os lábios. Eu não poderia sair de casa sem avisar meu irmão.

—Não sei se posso... –falei.

—Claro que pode. Vai, vai, vai. Tire esse pijama lindo e vem.

—Não vou nua. –disse, fingindo incredulidade.

—Eu adoraria, mas...

Corei. Luke era um idiota completo, meu Deus.

—Chego aí em cinco minutos. –falei, por fim e fechei a janela.

Nunca troquei de roupa tão depressa. Coloquei um short, uma regata e calcei uma sandália. Nem arrumei cabelo nem nada. Iria natural como a luz do dia.

Quando cheguei lá embaixo, Luke me esperava no mesmo carro que ele tinha vindo noite passada.

—Contei 10 minutos. –ele provocou.

—Cale a boca. –revirei os olhos e entrei no carro.

Ele ligou o automóvel e partimos.

—E aí, já sabe para onde vamos? –perguntei.

—Eu queria que fosse surpresa... –ele sorriu de lado.

—Deixa de ser idiota, Luke. Pra onde vamos?

—Para uma boate. Pra ser específico, para aquela boate.

Engoli em seco. Para a boate onde tudo aconteceu. Por que ele me levaria até lá novamente?

—Não. Me deixe em casa. Agora. –pedi, meio que implorando.

—Sophia, você tem que aprender a lidar com isso. Dessa vez, você terá um homem por perto e não sairá lá fora. Okay? Eu te protejo.

Respirei fundo.

—Não me perca de vista. Por favor. –implorei.

—Não precisa pedir duas vezes. –ele falou e apertou minha mão com a sua.

Assim que chegamos na boate, ele estacionou o carro e descemos. Entramos lá dentro e vi que ela estava cheia, apesar de ser meio de semana. Uma música tocava de algumas caixas de som, e eu percebi que era Codplay.

Luke se encaminhou diretamente para o bar e me chamou para acompanha-lo.

Cheguei lá e me sentei em um banquinho ao lado dele.

—Duas doses de tequila, por favor. –ele pediu ao barman.

—Espero que não esteja pensando que eu vou beber. –falei. –Odeio bebida.

—Eu também odeio. Mas, ambos estamos com problemas, certo?

—Eu sim. Você não.

—Ah, você não sabe. Estou tendo sérios problemas aí.

—E o que tem a ver bebida com problemas?

—Siga meu raciocínio: nós somos adolescentes que temos problemas. Para podermos viver a vida, temos que esquecer os problemas. E, qual a melhor coisa para isso?

—Uma pancada na cabeça? –arrisquei, brincando.

—Tequila. –ele respondeu, me ignorando.  

O barman trouxe dois copinhos com o álcool dentro.

—Eu nunca bebi nada em minha vida. –admiti.

—Eu também não, para falar a verdade. Só refrigerante.

—Por quê?

—Não gosto de falar sobre o motivo. –ele disse e achei melhor deixar quieto.  

Respirei fundo. Aquele copo me encarava e pedia para ser tomado.

Peguei o copo com determinação e virei de uma vez. O líquido desceu queimando minha garganta, o que eu achei extremamente agoniante. Mas, fora isso, o gosto era bom.

Mais algumas doses daquilo e meus problemas teriam desaparecido.

Luke virou o copo dele também de uma só vez.

—Preparada para mais? –perguntou, fazendo uma careta.

—Não sei ao certo. Amanhã temos aula...

—Vai amarelar? –ele provocou.

Dane-se a escola.

—Mais duas doses de tequila, por favor. –pedi ao barman.

...

Já tinham sido quantas doses mesmo? Dez? Quinze? Não sei ao certo.

Só sei que eu estava muito feliz. Tanto eu quanto Luke.

Eu não estava completamente bêbada, mas tudo estava zonzo. E eu só queria rir. E chorar.

A boate estava cada vez mais cheia e olhe que eram que horas... onze da noite?  Meia noite? Quantos zeros tinham naquele relógio?

—Não sei por que eu choro tanto, sabe... –continuei meu desabafo. –Nunca tinha chorado, aí depois daquele infeliz ocorrido... BUM! Virei um choro ambulante.

—Realmente. –Luke riu e eu ri também. A risada dele era tão doce. Eu queria beijar ele agora mesmo. –Meu pai quase me matou quando viu meu piercing. Disse que iria arranca-lo. Duvidei que ele arrancasse. E o que ele fez? Foi transar com uma qualquer por aí.

—Parece que é de família pegar qualquer uma. –falei e nós rimos.

—Meu pai é um canalha. –Luke disse, amargurado. –Já devo ter tantos irmãos por aí que dá para abrir uma creche.

—Meu pai deve estar uma hora dessas com um litro de vodca na mão e caindo pelas ruas. –falei e vi que aquilo me machucou por dentro. Lágrimas, fiquem no cantinho de vocês.

—Por isso que você não gosta de beber, não é? –ele ficou sério de repente.

—Também. A bebida estragou a vida dele. E levou a nossa junto. –senti lágrimas escorrerem pela minha bochecha.

—Quer saber por que não gosto de beber? –ele riu fraco. –Minha mãe foi morta por causa de um idiota bêbado. A bebida levou a vida da minha mãe... –os olhos dele brilhavam devido as lágrimas. –E sabe o pior? Eu vi ela sendo morta. –Luke pigarreou. –Acho que precisamos de mais uma dose.

—Não posso vender mais para vocês. –o garçom disse. –Já estão no limite da sanidade.

—O quê? Eu estou ótimo. –Luke afirmou com convicção.

—Além do mais, vocês são de menor. Não deveria nem ter vendido a vocês. –o garçom continuou. -Os dois tem que ir para casa. Querem que eu chame um táxi? –ele ofereceu.

—Nós não vamos embora agora. –Luke disse e se levantou, quase caindo no chão. –Opa.

Me levantei e tudo girou ao meu redor. Me apoiei no balcão e por sorte não caí.

Uma música que eu conhecia começou a tocar: No control do One Direction.

—Vamos dançar! -falei e puxei Luke para a pista de dança, onde havia muita gente.

Fomos bem para o meio dela e eu me deixei levar pelo som da música que eu tanto amava.

Na hora do refrão, gritei:

Waking up  (Acordado)
        Beside you I'm a loaded gun  
(Ao seu lado, sou uma arma carregada)
        I can't contain this anymore  
(Não consigo mais aguentar isso)
        I'm all yours, I've got no control  
(Sou todo seu, estou sem controle)

 

Luke dançava bem esquisito. Talvez eu estivesse dançando também.

Mas, pela primeira vez em dias, eu estava me sentindo bem. A tequila me fez bem. Deveria tomar mais vezes.

—Sabe, Cupcake, você deveria ser divertida assim mais vezes... –Luke disse e me puxou para perto. Continuamos a dançar, mas agora mais próximos.

—Eu sou divertida! –exclamei e joguei meus braços pra cima.

—E insuportável também! –ele completou e riu.

—Por que você é tão idiota, Luke? –perguntei, quase gritando devido ao barulho.

—Não sei. –ele riu. -Por que você estava com ciúmes hoje de manhã?

—Por que eu não quero ser mais uma que você pega e usa. –falei e nós rimos. Eu acho que não deveria ter falado isso, ou deveria...

—Eu não quero isso pra você. –ele disse e me puxou de vez, fazendo com que meu nariz tocasse no dele.

A hora do dia que eu mais gostava chegou.

Luke me beijou de forma intensa, igual naquele dia na quadra.

Minhas mãos bagunçaram seu cabelo tão bem arrumado e ele riu no meio do beijo. Suas mãos agarraram minha cintura de maneira firme, de modo que se eu caísse, ele cairia também.

Nossas línguas travavam uma disputa sem vencedores e eu senti seu gosto. Gosto de álcool. MUITO BOM. Minhas mãos passeavam pelas suas costas e eu senti uma vontade enorme de ver aqueles músculos por debaixo da blusa.

Luke parou de me beijar por um instante e falou, com a testa encostada na minha:

—É por isso que eu estou apaixonado por você, Cupcake.

Ele tinha dito isso mesmo? Acho que minha mente estava pregando peças...

Tudo ficou embaraçado, mas eu pisquei pra afastar. Ri e disse:

—É por isso que precisamos ir para casa.

Continua...


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Notas finais do capítulo

O QUE ACHARAM? TAM TAM TAM TAM!