Real world escrita por Bi Styles


Capítulo 18
Capítulo 18 -Parte 1 (Narrado por Luke)


Notas iniciais do capítulo

QUE NOME DE CAPÍTULO É ESSE 100NHOR??????????? COMO ASSIM O LUKE VAI NARRAR O CAPÍTULO, O BAD BOY MAIS FODA DO UNIVERSO?
Isso mesmo gente. O Luke vai narrar este capítulo e também o próximo. Como vem dizendo no capítulo, o capítulo 18 vai ser dividido em duas partes (pq estava ficando muito grande). OU SEJAAAAAA, vocês vão ler dois capítulos narrados pelo ponto de vista do Lucas.
Enfim, espero que gostem!



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P.O.V Luke

Acordei. Finalmente.

Peguei meu celular e constatei que eram 2 horas da tarde. Mais um recorde ultrapassado.

Vi também que haviam mensagens de várias garotas, todas pedindo perdão por algo que provavelmente não fizeram.

“Eu fui muito grossa?” “O short estava longo demais?” “O meu beijo foi ruim?” “Não sou gostosa o suficiente?”

Qual era o problema delas, afinal? Elas tinham que aprender que eu só queria um beijo e fim. Nada de namoro, nada de ficante fixa. Era só um beijo.

Parecia que todas achavam que finalmente poderiam me tirar dessa minha vida de “galinha”. A questão era: Eu estava muito feliz nessa vida, obrigado.

Larguei meu celular na cama e me levantei. Desliguei o ar condicionado e fui para o banheiro. Por sorte, a banheira já estava cheia de água quente. Graças a Deus as empregadas daqui aprenderam que minha hora de acordar era depois  das 2 horas da tarde!

Tirei minha cueca boxer do Capitão América (sou muito fã dele mesmo, e daí?) e entrei na banheira. Aquilo me relaxava.

—Luke! –alguém bateu na porta. Ao julgar pela vozinha irritante, notei que era minha irmã.

—Que foi? –gritei de volta.

—Saia logo daí! Tem uns caras aqui te chamando! –ela informou e eu franzi o cenho. Uns caras?

Ah, certamente era a banda. Hoje eu iria tocar na boate Travel e eu estava muito ansioso. Se tinha uma coisa que eu adorava era cantar. Me julguem. E agora iria ser a minha primeira oportunidade de se apresentar em uma banda de verdade.

Um dia eu estava por aí, quando vi um panfleto que dizia: Precisamos de vocalista!, seguido por uma foto da banda. E o melhor: uma banda conhecida! Soube até que já tinha fã clube.

Eu entrei em contato urgentemente, é claro. E hoje seria minha prova de fogo.

Mas, meu sonho mesmo era ser um grande jogador de futebol. Cara, como eu adoraria jogar em um dos grandes times da Europa. Como eu queria.

Mas meu querido pai, infelizmente, não me apoiava. “Seu ramo é na administração de nossas empresas, Lucas”, ele sempre falava a mesma merda.

Revirei os olhos só de lembrar disso.

Levantei da banheira e me sequei. Coloquei um short e desci.

Eu estava certo. Eram os caras da banda.

—E aí? –saudei quando cheguei na sala de estar. Eles estavam sentados nas poltronas que haviam lá.

—E aí Luke? –Kyle foi o primeiro a falar, se levantando e me dando um abraço, daqueles tipo: e aí brow.

Tyler e Dylan também tinham vindo e vieram me cumprimentar logo depois.

—Vieram para ensaiar? –perguntei, curioso.

—Na verdade, não. –Tyler respondeu.

—Só queríamos dizer que você não irá poder tocar hoje. –Dylan disse e eu tive vontade de socar alguma coisa.

—Por quê? –perguntei, apesar de querer esganar um daqueles três irresponsáveis.

—O antigo vocalista voltou. E digamos que ele quer tocar. –Kyle explicou.

—Tudo bem. –falei. –Podem sair da minha casa.

—Cara, desculpa aí. –Tyler disse. –Não temos culpa.

—Já entendi. Saiam da minha casa. –falei e eles continuaram no lugar. –Não sabem onde é a saída? É por aqui, vou mostrar a vocês.

—Hey cara. Não precisa disso não. –Dylan disse, como se queresse brigar. –Nós sabemos onde é a saída.

—Ainda bem. –respondi. –Seria muito feio eu ter que sair arrastando os três até a saída.

—Como é que é? –Tyler disse, se irritando.

—Além de idiota é surdo também? –falei e sorri, apesar de querer voar no pescoço daqueles imbecis. Meu ponto forte: sorrir, apesar de irritado.

Tyler quis avançar para cima de mim, mas Kyle o interceptou.

—Não cara, não destrói sua vida assim. –Kyle disse. –Esse aí é filhinho de papai. Faça alguma coisa com ele e você se lasca.

Dei um meio sorriso e disse:

—E aí? Vou ter que mandar vocês saírem novamente?

Eles não falaram mais nada. Apenas deram as costas e saíram.

—Não precisava ser tão grosseiro, Luke. –minha irmã entrou na sala e comentou.

Revirei os olhos.

—Você ia tocar em uma boate? –ela perguntou, incrédula.

—Ia sim, por quê? –cruzei os braços.

—Por que o papai não iria gostar. –ela informou.

—E você sabe que eu não ligo. –dei um tapinha de leve em seu ombro e fui para a cozinha.

Chegando lá, vi a cozinheira, Mauren, balançar seu traseiro para lá e para cá, num ritmo de uma dança esquisita.

—Belo traseiro, Mauren. –observei e ela deu um pulo.

—Seu moleque! –ela repreendeu.

Mauren era a empregada mais antiga da minha casa. Ela era a única empregada que eu gostava, pois me viu crescer. Ela praticamente me criou, já que meu pai vivia viajando e minha mãe... Minha mãe partiu.

Que ela nunca soubesse disso, mas eu era muito grato a ela.

—Tem almoço ainda? –perguntei, me sentando no balcão da pia.

—E isso lá é hora de almoço, moleque? –ela disse, com as mãos na cintura.

—E eu vou ficar morrendo de fome? –fiz biquinho.

—Não tenho culpa se você dorme até 2 horas da tarde.

Ela se virou e continuou secando a pia.

—Mauren... –chamei, fazendo o possível para minha voz sair bem fofinha. –Estou com fome.

—Ah moleque, você sabe que não pode falar assim comigo, porque eu amoleço.

—Mauren...

—Tá, chega. –ela disse e abriu o forno. –Deixei uma quentinha para você. Mas nem se acostuma, viu?

—Obrigada, minha flor do campo. –dei um beijo estalado na bochecha dela.

Ela revirou os olhos, mas pude ver um resquício de sorriso em seu rosto.

Levei a quentinha para o sofá e, antes de sentar, peguei o controle e liguei a TV. Graças a Deus tínhamos TV a cabo. Coloquei em um canal onde passava Star Wars- O despertar da força e comecei a comer.

Porém, como sempre alguém tinha de estragar minha diversão. Dessa vez, foi minha querida irmãzinha.

Ela foi pra frente da TV e cruzou os braços.

—Luke, precisamos conversar. –informou.

—Pode pelo menos sair de frente da TV? –falei de boca cheia.

—Não fala de boca cheia!

Terminei de mastigar a comida e falei:

—Conversar sobre o quê?

—Sobre essa bandinha.

—Eu entrei faz pouco tempo, mas já saí. Você deve ter ouvido.

—Eu ouvi. Mas, Luke, o papai viajou só faz 2 semanas, e você já colocou piercing, recebeu duas reclamações da escola e entrou em uma banda! Tem que frear aí, por que o papai pode querer fazer algo com você.

—Eu não me importo, Lauren.

—Você não, mas eu sim! Se toca, garoto! Você já vai completar 17 anos, tente ser mais responsável.

—Se eu prometer isso, você me deixa assistir o filme?

—Estou falando sério, Luke.

—Eu também.

—Olha, só vê se fica longe de confusão. Por favor. Se não fizer por você, faz por mim.

—Tá. –falei e virei minha cabeça na direção da TV.

—Luke...

—Prometo ficar longe de confusão. –eu disse e vi que ela se sentiu mais aliviada.

Ela apertou meu ombro de uma forma carinhosa e saiu da sala.

Lauren era a pessoa mais irritante que eu conhecia. Mas é a única pessoa que eu amava de verdade.

Meu pai? Acho que o único sentimento que eu nutro por ele é nojo. E só.

...

Já era de noite. E eu não sabia o que fazer.

Se aqueles babacas não tivessem me tirado da banda, eu estaria me arrumando para ir tocar na boate.

Já tinha assistido uns 3 filmes, desde a hora que Lauren veio falar comigo. Estava cansado.

Quer saber? Hoje eu iria tocar naquela boate. Eles querendo ou não.

Fui para o meu quarto e tomei uma ducha rápida. Com um secador sequei meu cabelo e fiz um topete.

Abri meu closet e escolhi uma regata lisa e uma calça jeans. Calcei meus sneakers preto e coloquei meu relógio de ouro.

Quando estava descendo as escadas, minha irmã esbarrou em mim sem querer. Ela me analisou de cima a baixo e perguntou:

—Vai pra onde, Luke? –perguntou, preocupada.

Valia a pena eu dizer que ia para a boate, apenas para que ela me impedisse?

—Vou sair por aí. Não aguento ficar em casa. –menti.

—Vai sair em qual carro?

—Acho que no BMW.

—Foi pro conserto. –ela sorriu sem graça.

—Bateu o carro de novo, irmãzinha?

Ela deu de ombros.

—O Mercedes tá na garagem? –perguntei.

—Tá. –ela assentiu. –Tenha cuidado, Luke. Lembre o que você me prometeu.

Assenti, meio sem dar importância aquilo. Ouvi minha irmã suspirar e apesar de querer voltar e dizer que eu não iria fazer nada demais, não o fiz.

Entrei dentro do carro e já liguei o som. Na rádio local não passava nada interessante, então coloquei meu pen drive.

Começou a tocar Love Yourself  do Justin Bieber e quando a música começou a desenrolar, não pude deixar de pensar em Sophia.

Caramba, aquela menina realmente estava mexendo comigo. Sério, todas as meninas se jogam aos meus pés para que eu dê o mínimo que seja de atenção. Sophia é a menina mais gata do colégio e nunca olhou na minha cara. A mais gata? Sim, ela é. Britney é muito linda, e gostosa também. Mas artificialmente. Sophia é bela natural. E ela ainda tem aquele sorriso extremamente provocador...

Além disso, ela foi a única pessoa (além de minha irmã e de meu pai) que conseguiu bater de frente comigo, sem temer o que eu poderia fazer. Claro que eu nunca bateria nela, nem nada do tipo. Mas ela não se deixou abater pelas minhas ameaças. E isso me deixou louco.

Lucas, tire ela da cabeça. Ela não é sua. Nunca vai ser. Olha seu celular. Um monte de garotas clama por você. Você não precisa se humilhar para ninguém. Não.

Respirei fundo.

Pronto.

Sophia sendo retirada da minha mente, agora só falta eu saber o que fazer para tocar na boate. Sem arrumar confusão.

Que merda de promessa eu fiz para Lauren?

Eu era o rei da confusão!

...

Estacionei de frente á boate e desci do carro. A hora era agora.

Entrei na boate com tudo. Até que ela estava bem movimentada.

Dei uma olhada ao redor e vi que haviam vários olhares em cima de mim. Bem, se nada desse certo, pelo menos teria algumas distrações.

Me encaminhei para o camarim das bandas. Porém, de longe, percebi um segurança na porta.

Aquele grandalhão não ia me deixar entrar...

Eu iria entrar naquele camarim. E já tinha até a ideia para conseguir isso.

Fui correndo para onde estava o segurança.

—Cara, tem uma garota passando mal ali! –falei, respirando rapidamente, para dar mais efeito ao que eu dizia.

—Mas tem outros seguranças por aí. –ele disse, mas pude ver que sua voz hesitou.

—Os outros seguranças não estão nem aí! Vai deixar uma pobre garota morrer em um banheiro imundo?

Ele hesitou por mais algum tempo. Por fim, falou:

—Tudo bem. Não deixe ninguém se aproximar desse camarim, está me entendendo?

Assenti e ele saiu em busca de uma garota que sequer existia.

Aquele cara era mesmo um idiota.

Ri, surpreso com a minha própria sorte.

Tentei abrir a porta, mas estava trancada. Ao que parece, aquele segurança não era tolo assim.

Foda-se, de qualquer forma.

Dei um chute na porta, que se abriu com um estrondo. Os caras da banda estavam sentados, mas ao ver o que aconteceu, se levantaram depressa.

—Tá maluco, cara? –Kyle perguntou.

—Só queria o autógrafo da minha banda favorita. -expliquei e olhei ao meu redor. –Cadê o vocalista?

—Ele não veio. –Tyler respondeu e sentou.

—Nossa, que péssimo para vocês.

—Bem que você poderia cantar. –Dylan se intrometeu.

—Errrrrrrrrrr........ Não. –falei rindo.

—Cara, quebra o galho da gente! –Tyler pediu. –A gente dá 25% do cachê!

—Eu não estou nessa pelo dinheiro. –revirei os olhos. –Mas não quero ser segunda opção.

—Qual é cara! Eu sei que você tá louco pra cantar. –Dylan pressionou.

—Só cinco músicas. Só cinco. –Tyler ofereceu.

—Pode ser as músicas que eu escolher? –indaguei.

—Só é dizer quais são, que a gente procura as cifras agora. –Kyle falou, depois de todo o tempo calado.

—Ótimo. Me tragam caneta e papel. –pedi.

...

As cortinas do palco se abriram. Tyler começou a tocar os acordes de Pride da banda U2 (que por sinal era a minha banda favorita), no baixo. Pude ver, por cima, que algumas pessoas já tinham sacado qual seria a música.

A pista de dança que se encontrava de frente ao palco já estava cheia de gente. Antes de nós entramos, tocava um DJ. E agora nós iríamos colocar aquela galera para dançar.

Senti a adrenalina correr pelo meu sangue. Era agora.

Comecei a cantar os primeiros versos:

“One man come in the name of love (Um homem veio em nome do amor)

One man come and go (Um homem veio e se foi)

One man come, he to justify (Um homem veio para se justificar)

One man to overthrow (Um homem para subverter)”

A adrenalina ameaçava explodir a qualquer momento meu cérebro. Mas eu não ligava. Queria era que explodisse aquilo de uma vez.

Quando chegou na hora do refrão, não me aguentei e praticamente comecei a pular, junto com a multidão:

“In the name of love (Em nome do amor)

What more in the name of love (O que mais em nome do amor?)

In the name of love (Em nome do amor)

What more in the name of love (O que mais em nome do amor?)”

Aquela noite seria ÉPÍCA!

Eu já estava cantando a décima primeira música. E olha que só eram 5 no meu acordo...

Minha voz, graças a Deus, não dava sinais de cansaço. Muito pelo contrário, continuava normal. Devia ser a adrenalina que ainda corria forte em minhas veias.

O pessoal estava completamente maluco. Eu cantei tantas músicas animadas que já estava empapado de suor, de tanto ter dançado e pulado. E parecia que o público gostava. E muito.

Agora, eu estava cantando uma música lenta, para os casais. E olhe que a pista estava lotada deles. A música era With or Without You, da banda U2.

“See the stone set in your eyes (Veja a pedra jogada em seus olhos)

See the thorn twist in your side (Veja o espinho cravado ao seu lado)

I wait for you (Eu espero por você)

Sleight of hand and twist of fate (Num passe de mágica e num desvio do destino)

On a bed of nails she makes me wait (Numa cama de pregos ela me fez esperar)

And I wait... without you (E eu espero… sem você)”

Foi nessa vibe romântica que eu avistei ela. Caramba, eu não podia vê-la que meu corpo inteiro reagia, querendo que o corpo dela estivesse colado ao meu.

Desde a aposta que eu fiz com Michael, eu venho pensando nela. Foi uma merda eu ter feito isso com ela, apesar de ser minha inimiga. Eu era um canalha, mas eu fazer isso com ela me deixou com um peso na consciência tão gigante que só Deus faz ideia.

Ela não merecia isso. Nunca.

Lucas, pare de pensar nisso. Vamos lá. 3 2 1. Respira fundo. Ela falou mal da sua mãe, lembra?

Droga, mas ela estava tão gostosa! E ainda estava me olhando, maravilhada. Me surpreendi quando um sorriso se formou em meu rosto, e muito mais quando ela o retribuiu. Que mundo maluco esse em que a gente vive, ein?

Terminei de cantar a música e falei rapidinho com os garotos para que eles adiantassem uma música.

Então os acordes da música que eu havia escutado mais cedo no meu carro.

Por que eu estava cantando ela? Não faço a mínima ideia.

Quando dei por mim, já estava cantando e olhando para Sophia.

“For all the times that you rained on my parade  (Por todas as vezes que você estragou meu dia )

And all the clubs you get in using my name (E todas as baladas que você usa meu nome para entrar)

You think you broke my heart, oh girl for goodness sake (Você pensa que quebrou meu coração, ah garota, pelo amor de Deus)

You think I'm crying on my own, well I ain't  (Você acha que estou chorando sozinho, bem, não estou)”

E daí que ela era minha inimiga? Eu iria cantar aquela música para que ela entendesse o recado. Que eu iria pegar ela naquela noite. Ela querendo ou não.

Que droga foi essa que eu disse? Eu não era nenhum estuprador (até porque eu odiava esse tipo de cara). Não iria forçar ela a fazer nada. Mas, enfim. O recado estava dado.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Ah gente, gostaria muito de agradecer cada um pelos comentários! MUITO OBRIGADA MESMO! ♥
E aí, gostaram do ponto de vista do Luke?



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