Predestination - A Escolha do Sangue escrita por Sâmya Goulart, Amanda Lima


Capítulo 4
Liv


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/672452/chapter/4

—Então querida, como foi seu primeiro dia de aula? —perguntou vovô assim que entrei em casa.

—É, foi interessante. —e com interessante, eu quis dizer que conheci o garoto dos meus sonhos. Literalmente.

—Vovô, vou para o quarto por que apesar de ter sido meu primeiro dia já tenho dever de casa para fazer. —Menti antes que ele me fizesse mais perguntas. Era só meia mentira porque eu realmente tinha o trabalho da árvore genealógica para fazer, só não iria fazê-lo agora.

Subi as escadas para o meu quarto que era amplo. A porta ficava bem perto da estante de livros, o que fazia com que eu batesse o dedinho do pé sempre que passava por ali. Havia um quadro abstrato, daqueles que você precisa pensar pra entender, pendurado na parede, que era azul miosótis e no teto havia uma claraboia, que era perfeita em dias chuvosos. Ao contrário da maioria dos jovens da minha idade, não me importava em passar tardes em casa, mergulhada em leituras. Sempre fui uma garota organizada. Mas ultimamente algumas coisas tinham mudado, aliás, muita coisa tinha mudado. Observei o ambiente. O notebook que fora usado na noite passada estava ali jogado no chão. O guarda-roupa que outrora fora arrumado, estava tão bagunçado que comecei a imaginar que por ali poderiam sair monstros. Pendurei minha bolsa atrás da porta e joguei-me na cama, parando para digerir aquela coisa louca que eu chamei de Primeiro Dia de Aula.

Quando Nicholas se apresentou naquela manhã, não soube ao certo como reagir àquela situação. Quando o sinal tocou, pedi para que Harley me mostrasse o caminho da sala de Biologia. Fui para lá o mais rápido que pude para não me atrasar. No caminho até a sala, fiquei pensando em como assimilar o fato de que ele realmente existia.

Acabamos como parceiros em um trabalho de Biologia. No fim me dei conta de que era fácil conversar com ele se ignorasse o fato de que o via em meus sonhos. Deixei-me ficar para trás para não ter que caminhar com ele até o refeitório, teria sido embaraçoso. Quando saí da sala, encontrei Lucca parado na porta como se estivesse me esperando —que era de fato o que ele estava fazendo.

—Como você sabia que eu estaria aqui? —perguntei um pouco surpresa.

—Eu peguei sua grade mais cedo, lembra?

—Ah, é verdade! —exclamei— vamos almoçar?

—Claro, Milady. —ele disse num tom senhorial, fazendo uma pequena reverência com a cabeça e me estendendo o braço. Peguei seu braço rindo e o acompanhei até o refeitório.

—Então...Que tal um filme amanhã? —perguntou-me dando um gole em meu refrigerante.

—Ei! —reclamei —Esse refrigerante é meu. —disse indignada.

—Isso não é uma resposta. —sorriu maliciosamente.

—Posso pensar em seu caso. Agora solta o meu refrigerante —retruquei. Ele era muito amigável quando não estava descaradamente dando em cima de mim. Sério, isso não era normal.

Durante o almoço com Lucca, não pensei em Nicholas.

Ainda deitada em minha cama, pensando sobre isso, cochilei. E fui acordada pelo vovô avisando que o jantar estava pronto. Mais tarde quando me deitei de novo, fiquei pensando se sonharia com aquele rosto que agora tinha um nome.

 

* * * * *

 

Na manhã seguinte, chegando na escola, descobri que não teria aula nos próximos dois tempos. Caminhava pelo corredor quando avistei Lucca sentado num banco lendo um livro.

—Ei! —disse me aproximando.

—Você não deveria estar em casa? —perguntou-me, erguendo a sobrancelha.

—Sério cara, como você gravou os horários antes de mim?

—Simples... —começou a explicar. —É porque eu sou um espião contratado para para saber tudo sobre você. —disse ele num tom sério fingido, escondendo um sorriso no canto de sua boca.

—Você vai fazer o quê agora?

—Nada. Também tenho tempo vago.

—Então o que você está fazendo aqui? —perguntei, franzindo o cenho.

—Sei lá. Gosto de sentar aqui para ler sem ninguém me perturbando. —ele disse dando de ombros. —ah, aqueles ombros...

—Mas já que minha tentativa de ler sem ser perturbado —disse olhando para mim. —falhou, nós podemos fazer alguma coisa melhor. —levantou-se e começou a caminhar sem se preocupar se eu o acompanhava. Pus-me logo a segui-lo.

—Para onde vamos? —perguntei, curiosa.

—Você vai ver. —disse com um olhar travesso.

Continuamos andando pela escola até chegar em um corredor onde ouvia-se o que parecia serem pessoas jogando alguma coisa.

—Ah não... —Lucca bufou ao meu lado. —Pensei que não estariam treinando. —completou com um tom decepcionado. Senti minhas bochechas ficarem quentes.

—Bem, já que estamos aqui... Vamos assistir. Cruzamos a porta e me encontrei em uma quadra enorme com a superfície plana e marcações que estabeleciam seus limites, duas cestas com placares em cima estavam postadas, uma em cada lado da quadra . Sentamos na arquibancada e passamos a olhar alguns garotos jogarem basquete. Subitamente percebi que um deles era Nicholas. Eles pareciam estar tirando times. Três deles, incluindo Nicholas, se afastaram tirando suas camisas, provavelmente para diferenciar os times. Analisei seu rosto, reparando em cada detalhe, era rubro e com os cabelos negros como o ébano levemente desarrumados, ele me lembrava a Branca de Neve só que, bem... homem. Seus olhos esmeralda, sua mandíbula forte com uma barba de alguns dias. Desci os olhos para reparar em seu abdômen —que, céus, como era definido —quando notei que ele usava um colar idêntico ao meu. Ofeguei enquanto o nervosismo tomava conta de mim.

—Ei, você está me escutando? —Lucca balançou a mão em frente ao meu rosto, fazendo-me focar no que ele dizia.

—Claro que estou. —menti rapidamente.

—Não, você não está. Essa é a terceira vez que faço esta mesma pergunta. —alegou com um tom indignado.

—Ah, desculpe. Me perdi em minha própria cabeça.

—Se com sua cabeça você quer dizer o abdômen do Nicholas, então sim, você estava perdidinha. —afirmou com uma pontinha de ciúmes em sua voz. Enrubesci.

—Não estava nada. —garanti.

Quando ele abriu a boca para rebater, uma bola surgiu do nada, acertando sua cabeça.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e, se gostaram já sabem o que fazer!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Predestination - A Escolha do Sangue" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.