Amor ou amizade? escrita por Manusinha Mayara
Notas iniciais do capítulo
Oie!
Fortes emoções nos aguardam!
Aproveitem o dia! ;)
Acordei no domingo com muito bom humor. Meu pai chegaria no começo da tarde, então decidi preparar um almoço especial de boas-vindas. Estava entretida cozinhando quando a campainha tocou. Sai correndo para atender e tive uma surpresa desagradável.
- Oi baby. – Carlos me cumprimenta. Estava com uma calça jeans desbotada, uma camiseta preta e óculos escuros.
— Oi Carlos. O que você quer? – pergunto friamente, tentando ignorar toda aquela perfeição.
— Falar com você, posso entrar? – ele pergunta de um jeito sexy. Olho por cima do ombro dele e vejo Simon nos observando da varanda de sua casa.
— Pode. – respondo a contragosto. Ele entra fechando a porta atrás de si, e vai me seguindo em direção a cozinha. Ele se senta na bancada a minha frente, enquanto eu me concentro em fazer o almoço.
— O que aconteceu com você ontem? – Carlos me pergunta, retirando os óculos para me encarar.
— Você estava se divertindo com a Priscila no quarto, então decidi ir embora. – digo desviando meu olhar dele.
— Desculpe, ela ainda gosta de mim. – ele diz e parece sincero.
— Percebi. – digo curta e grossa.
Carlos levantou-se devagar, deu a volta na bancada e veio para perto de mim. Antes que eu pudesse perceber o que estava acontecendo, ele me beijou. Fiquei como uma estátua, os braços caídos na lateral do meu corpo. Ele forçava sua língua por minha boca e eu só conseguia pensar no gosto de pasta dental, misturado com uísque da noite anterior que vinha dele. Ele percebeu que não estava rolando mais aquela chama dos últimos meses e parou.
— Não está mais rolando nos dois neh? – Carlos perguntou se afastando.
— Não, gosto de você, mas só como amigo. - digo olhando em seus olhos. Quem diria que eu estaria terminando com Carlos um dia! Nem eu mesma consigo acreditar! – penso.
— Uau, é a primeira vez que sou dispensado. – ele diz e parece um pouco chocado.
— Desculpe.
— Sem problemas baby. Vou indo então. – ele diz caminhando para porta, eu o acompanho. Abro a porta e o vejo saindo.
— Carlos? – Chamei-o quando estava indo embora. Ele se virou e me encarou.
— Ainda amigos? – pergunto.
— Claro linda, amigos! – ele responde, dá uma piscadela e vai embora. Fecho a porta, e não consigo acreditar que aquilo tudo foi mesmo real.
Me concentro novamente eu meu almoço, estou preparando uma lasanha e está com um cheiro maravilhoso. Termino e a deixo dentro do forno para não esfriar, enquanto espero meu pai.
Subo correndo para o meu quarto e ligo para Manu. Conto a ela sobre a noite incrível com Simon e ela escuta tudo muito animada, depois conto sobre o término com Carlos.
— Você tem que dar uma chance pra ele! – Manu me intima.
— Não acha que estou sendo rápida demais? – pergunto indecisa.
— Claro que não! Você vai ligar pro Simon e dizer que está tudo certo e que quer ficar com ele. – Manu me aconselha.
— Meu Deus! Só de pensar nisso parece que vou surtar! – digo nervosa.
— Vou desligar agora e você liga pra ele! Promete? – Manu me pressiona.
— Sim, depois te ligo para te contar como foi então.
— Fê, não tenha medo, vale muito a pena. Acredite! – Manu me diz animada.
— Tudo bem, obrigada. Até logo! – me despeço.
Espero uns cinco minutos e então ligo para Simon. Depois de três toques ele atende.
— Alô?
— Oi, Si... Simon, sou eu! – digo gaguejando ao telefone.
— Ah, oi Fê! Estava nervoso esperando você me ligar. – ele diz com uma voz tensa.
— Porque? – pergunto curiosa.
— Vi o Carlos indo ai de manhã, imaginei que você daria uma segunda chance a ele. – ele diz e sua voz parecia um pouco triste.
— Não, eu... eu, quero...quero você! – digo gaguejando de tão nervosa. Simon fica em silencio por tanto tempo, que me pergunto se a ligação caiu. De repente ouço batidas em minha janela do quarto. Me viro e vejo Simon ali, uma mão segurando o celular junto a orelha, esta ajoelhado sobre meu telhado. Corro e abro a janela.
— Como subiu aqui? – perguntei o encarando, estava com um sorriso incrível.
— Subi na arvore, fazia isso quando éramos crianças. Lembra? – Simon perguntou animado.
— Sim, você sempre vinha quando eu ficava triste, quando me lembrava da minha mãe e chorava. – respondo pensativa.
— Vai me convidar para entrar ou vai me deixar aqui? – ele pergunta irônico.
— Entra. – digo e dou um passo para trás. Simon entra com agilidade, desliga o celular e me encara.
— Pode repetir o que disse por último ao telefone? – ele pergunta, se aproximando de mim.
— Eu... eu quero você! – digo olhando para o chão e enrubescendo.
Simon não disse mais nada, aproximou seu rosto do meu tocando seus lábios em minha bochecha.
— Se quiser que eu pare é só falar. – ele diz dando mais um beijo em minha testa. Depois outro em minha orelha, fazendo com que eu sentisse calafrios.
Perco o controle e puxo sua camisa com força, ele me beija com força também, e eu solto um gemido satisfeita. Ele coloca uma mão em minha nuca e a outra em minha cintura. Eu repouso minhas mãos em sua cintura. Como Simon pode ser tão bom nisso? – penso. Cedo demais ele me solta. Não consigo evitar minha cara de insatisfação.
— Só um minuto, meu celular está chamando. – ele diz atendendo. Eu estava tão concentrada no beijo que nem notei.
Me deito em minha cama e fico observando ele andando de um lado para o outro do quarto ao telefone. Como não o havia notado antes? Ele era lindo de uma maneira completamente diferente de Carlos. Começo a reparar em seu rosto, parece bem preocupado, tento prestar atenção ao que ele está falando, mas ele desliga.
Carlos olha pra mim e se aproxima, parece tenso. Me sento na cama e ele se ajoelha no chão a minha frente. Fico esperando ele falar, mas ele não diz nada.
— Vai me pedir em casamento? – pergunto rindo um pouco.
— Fernanda, era meu pai. – ele diz sério.
— Vão se atrasar para voltar? Meu pai disse que chegaria para o almoço, mas até agora nada. – digo olhando para o relógio.
— Seu pai passou mal, ele está no hospital. – Simon diz, segurando minhas mãos com força. De novo não! – penso lembrando da minha mãe.
— O que aconteceu? –pergunto tremendo, lágrimas já descendo pelo meu rosto.
— Não sei direito. Eu vou te levar no hospital, troca de roupa, eu vou buscar o carro! – ele diz e se levanta, sai pela porta do quarto depressa.
Forço meu corpo a se mover, visto uma calça jeans qualquer e uma camiseta. Pego o casaco que Simon havia me emprestado na noite anterior e coloco por cima. Depois de alguns minutos escuto ele buzinando lá embaixo. Desço correndo as escadas, pego somente meu celular e minhas chaves.
Entro no carro e me sento no banco do carona, ao lado de Simon. Ele acelera o carro e partimos em direção ao hospital.
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Era uma noite fria, eu tinha apenas 10 anos, era véspera de Natal mas não estávamos comemorando.
Meu pai e eu estávamos sentados na sala de espera enorme do hospital, estava vazia, só enfermeiros que passavam as vezes andando por todos os lados. O cheiro de água sanitária e álcool é forte. Estou deitada com a cabeça no colo do meu pai, sinto suas lágrimas baterem em meu rosto lentamente, ele parece não notar.
Um homem alto se aproxima de nós, ele está vestido de branco e com uma prancheta em sua mão.
— Senhor Cunha, eu sou Doutor Paulo, estava cuidando de sua esposa. – ele diz estendo uma mão para meu pai. Eu me levanto de seu colo e presto atenção na conversa.
— Como ela está? – Meu pai perguntou entorpecido. O médico se sentou de frente para nos dois.
— Foi um acidente gravíssimo, tentamos de tudo, infelizmente a atividade cerebral de sua esposa parou. Sinto muito. – ele disse e parecia realmente triste. Ficou me encarando, senti meus olhos arderem.
Meu pai pareceu perder o restante de suas forças, se ajoelhou, colocou a cabeça no chão e começou a chorar alto. Eu pulei do banco e o abracei com força. Ele chorava alto e gritava em desespero.
— Ela não vai voltar papai? – perguntei em desespero. Ele me olhou com um olhar arrasado.
— Ela foi pro céu meu amor... para sempre! – ele respondeu. Deixei que as lágrimas escorressem em meu rosto, enquanto meu pai me encarava.
Sem dizer nada ele se levantou do chão, me carregou em seu colo e nós fomos embora. Por cima do seu ombro, observei uma lágrima cair do rosto do médico, ele nos observava enquanto saímos dali.
Perdemos nosso amor, eu perdi minha mãe. – era tudo em que eu pensava.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
O que acharam?
Eu fiquei emocionada!
Até a próxima!