Só podia estar ficando louca.

Comecei a segui-lo para fora das dependências do baile, passamos por uma praça pouco iluminada e por uma rua até chegar a um pequeno campo gramado que antecedia a floresta, então entramos nela. Andamos até uma pequena clareira com copas de árvores muito altas, só uns feixes de luz da lua conseguiam passar pelas folhagens, já que era uma noite muito clara.

Luke parou se virou para mim e fitou meus olhos.

— Lindos olhos- Sorri e agradeci. Ele começou a chegar mais perto de mim e algo dentro de mim deu um alerta, como se eu estivesse acordando de um transe. Caramba, eu estava sozinha em uma clareira dentro de uma floresta com um cara que eu acabei de conhecer, Cat iria me matar. DEUS, A CAT!

Me sobressaltei e disse:

— Meu Deus eu deixei minha amiga lá no baile, ela deve estar morrendo de preocupação.

— A esse ponto ela já deve ter percebido que você deu sorte e conheceu alguém. – Deu um sorriso de lado que eu teria achado lindo se eu não tivesse preocupada.

— Sabe, eu realmente deveria voltar.

— Ah não vai mesmo, não pretendo nem deixar você voltar pra sua casa hoje – Abriu um sorriso malicioso e eu definitivamente estava com medo agora.

Não pensei em mais nada pra falar a tempo e ele começou a chegar cada vez mais perto de mim e apesar de eu estar com medo, se ele acabasse chegando muito perto, eu sei que não responderia mais por mim, Então fiz a única coisa que eu consegui pensar tão rápido, dei meia volta, seguirei meu vestido e saí correndo mais pro meio da floresta.

— LUCY!! – Foi a última coisa que eu ouvi dele antes de ter corrido o suficiente. Quando percebi que ele já estava longe e que não estava sendo seguida, me escorei em uma árvore, ofegante. Pude notar que nessa parte da floresta, os troncos eram mais grossos e as copas das árvores mais volumosas, o que fazia ficar mais escuro. Elas também não eram muito espaçadas. Foi quando eu percebi pela primeira vez que estava sendo observada por um vulto preto  que vinha na minha direção devagar, ele ainda estava bem longe de mim para minha sorte. Nem pensei duas vezes e saí correndo de novo.

Corria. Corria pela minha vida. Não podia parar, não podia respirar. Uma olhada sobre meu ombro e a próxima coisa que vejo é terra, tropecei em um galho. Estava perdida, ele já estava perto agor, muito perto e aproveitou que eu estava no chão para vir pra cima de mim. Não pude fazer nada, então fechei os olhos, virei meu rosto, levantei meu braço sobre a minha cara e mesmo com os olhos fechados pude perceber um clarão e quando abri os olhos novamente, ele havia sumido. Na noite escura. No meio da floresta...