The Woods escrita por The Wanderer


Capítulo 15
Treacherous


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente que acompanha a fic!!
Eu sei, eu sumi. Escola. Ta hard.
Só comentando que o tema desse capítulo é uma música da Taylor Swift na qual eu faço uma pequena referência discreta no meio da historia e eu acho que a letra dessa música descreve perfeitamente a relação da Lucy com o Luke.
Enfiiim, obrigada por esperarem pelo novo capitulo, fiz especialmente pra vocês, espero que gostem!!



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Encarava-o com meus olhos arregalados, congelada no meu lugar. Simplesmente não conseguia processar isso.

— C- como? – Eu mal conseguia falar.

— Lucy, tem muita coisa que você não sabe. – Sua expressão era mortalmente séria e por algum motivo que eu não sabia explicar, encontrei-me a abeira das lágrimas. – E tem muita coisa que preciso te explicar.

 - Eu estou indo. – Peguei minha mochila e minha muleta e andei em direção a porta o mais rápido que pude.

— Eu conheci sua mãe. – Ele ergueu a voz e eu parei a um passo da porta.

Olhei para o chão, fechei os olhos e a primeira lágrima caiu. Eu estava mortalmente assustada.

— Como... – Sussurrei ainda de frente para a porta.

— Eu treinei com ela quando tinha mais ou menos sua idade. – Fechou os olhos provavelmente tentando organizar os pensamentos. – Ela era minha melhor amiga.

— Treinou...? – Eu não fazia menor ideia do que ele falava.

— Lucy... O que vou te falar agora... Você não vai acreditar de principio... Sente-se, por favor. – Virei-me para encará-lo.

Ironicamente, éramos os únicos naquela biblioteca. Como de estivesse em algum tipo de modo automático, andei até a cadeira mais próxima a ele e esperei ele falar.

— Lucy, não tem maneira fácil de falar isso. – Ele fez uma pausa fechou os olhos novamente e respirou fundo. – Lucy Blackwood... Você é um anjo. – Prendeu a respiração. – A última da linhagem Blackwood. – Então soltou a respiração.

Consegui apenas manter minha expressão neutra enquanto minhas lágrimas caiam livremente pelo meu rosto. Eu não tive como, não encontrei forças e nem reações para expressar alguma. Era demais, muita coisa que eu simplesmente não conseguia entender, digerir.

— Sua mãe... – Isso também estava sendo difícil para ele eu podia dizer, mas ele parecia ter as palavras certas como se tivesse treinado para isso. – Sua mãe foi vitima de uma emboscada dos anjos da escuridão... Eu estava com ela nesse momento... Eu prometi para ela que te contaria tudo, eu sabia que esse dia iria chegar. – Ele parecia estar segurando as lágrimas enquanto meus olhos já deviam estar completamente vermelhos e meu rosto lavado pelas lágrimas que caiam incessantemente. – Seu pai era um espião  mas ele infelizmente foi descoberto... Ele foi tomado como um herói para os anjos da luz.

Eu sabia que era adotada, meus pais nunca me esconderam isso, mas eles sempre me disseram que não sabiam quem eram meus pais biológicos, que eu havia sido deixada na porta deles em uma cesta.  Então por que eles tinham aquele livro guardado?

Mesmo que a história batesse com o fato de eu desconhecer meus pais biológicos, eu simplesmente não podia aceitar isso, era muita loucura. Levantei-me e lancei-lhe  um olhar frio.

— Chega. – Falei no tom mais baixo e ameaçador que conseguia.

Dessa vez andei até a porta e ele não tentou me impedir.

~’’~

Luke saiu andando sem rumo da escola.

Não conseguia entender essa crise possessiva de ciúmes que teve há pouco, era quase como se ele estivesse cego. O jeito como aquele cara ruivo olhava para Lucy conseguiu mexer com ele de uma forma que ficou completamente fora de si e ele não conseguia parar de pensar nisso.

Não conseguia parar de pensar nela.

Naquela hora que Lucy saiu com Dale, ele sentiu pela primeira vez que seria capaz de mata-la, a raiva que sentia era insana. Mas era da maneira errada, essa raiva era ciúmes.

Logo em seguida ele sentiu culpa. Culpa por querer mata-la naquele momento. Ele sabia que isso seria o certo, querer mata-la, mas não conseguia. Apenas conseguia sentir culpa.

Luke não entendia o que estava acontecendo de errado com ele mas se deu conta de que estava indo para a casa de Lucy. Escalou até a janela dela ( que ele sabia onde ficava por já ter observado a casa dela) e percebeu que ela não estava em casa.

Ele sabia que teria que mata-la no instante em que chegasse em casa, não podia mais adiar as coisas, mas algo em sua mente estava errado. Sentia-se em aflição. Sentia culpa.

~’’~

Cheguei com casa com dor de cabeça e com sorte antes de começar a chover. Deitei-me no sofá e tentei dormir para ver se eu conseguia parar de pensar em  tudo o que o bibliotecário disse.

Após mais ou menos 1h de tentativa frustrada, decidi subir para o meu quarto, pelo menos la tinha minha cama. Depois de muito esforço para passar as escadas entrei no meu quarto, andei em direção a minha cama e ouvi minha porta bater atrás de mim. Virei assustada e vi um garoto loiro de olhos azuis com o rosto todo cortado na minha frente me encarando.

— Como você entrou aqui? – Gritei assustada.

— Sua janela estava aberta.

— Eu moro na porra do segundo andar da casa.

— Eu sei escalar bem. – Deu de ombros.

— SAI! – Berrei.

— Não antes de te falar tudo o que eu quero.

Chegou bem perto de mim e dei um passo para trás, senti a minha cama bater na minha panturrilha. Lá fora, ouvi o som de uma chuva leve.

— Fica bem longe do Dale, Lucy. – Estreitou os olhos de maneira ameaçadora.

— No momento o único que eu quero ficar longe é de você! – Estreitei os olhos também tentando parecer ameaçadora.

Ele segurou meus ombros e olhou bem no fundo dos meus olhos. Alguma coisa em seu olhar me deixou intrigada.

— Eu sinto que tem algo de errado nele. – Por algum motivo que não consigo entender, meu olhar ficou preso diretamente no dele, que por usa vez parecia novamente ler meus pensamentos. – Eu sinto que ele pode te fazer mal.

— Esse parece muito com você. – Só consegui sussurrar sob a intensidade de seu olhar.

Então ele fez algo inesperado. Olhou para baixo, deu um passo para trás, parecia quase... Vulnerável.

— Como seu eu conseguisse te machucar sem morrer por dentro... – Sussurrou de maneira falhada quase inaudível.

Minha surpresa foi tanta que em um primeiro momento, achei que tivesse ouvido as palavras erradas, mas ele virou de costas para mim como se eu o tivesse machucado. Então ele andou para a janela e eu ouvi o som da minha própria voz pedindo para ele ficar.

Da minha janela, eu podia ver que “chuvinha leve” havia se transformado em uma chuva torrencial quase que de uma hora pra outra. Ouvi eu mesma usando isso de desculpa como se estivesse assistindo a cena fora do meu corpo e as palavras viessem por vontade própria.

Ele virou para me olhar com um olhar surpreso, então andei até minha cama, como se meus pés estivessem por conta própria e me deitei em um lado na cama, deixando espaço para ele se deitar do meu lado. Lentamente, ele caminhou até minha cama, deitou do meu lado e cautelosamente passou o braço ao meu redor me puxando para perto dele. Ficamos assim até que eu adormeci.


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Notas finais do capítulo

Oie de novo, gostaram?
Comentem please, bjs bjs



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