Millennium escrita por LucasLight


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

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                                     Capítulo 4

                                       

No dia seguinte fui acordada com pétalas roçando o meu rosto, pétalas são sensíveis, mas quando querem te acordar deixam toda a sensibilidade de lado. Consegui abrir os olhos e vi que as “pétalas” estavam querendo transmitir uma mensagem do meu pai:

- Bom dia dorminhoca! – falou meu pai através das pétalas.

Só de ouvir a voz dele uma paz me invadiu. Dei um mínimo sorriso:

- Bom dia p-aaa-pai – falei bocejando

- Como estão as coisas por aí?

- Bem, e aí?

- Não posso falar o mesmo...

- O que aconteceu pai? – sentei na cama, um pouco mais alarmada.

- Não se preocupe pequenina, tudo está se resolvendo. – ele e sua mania de tentar me deixar calma.

- Pai, fala logo!

- O rei se foi minha fadinha!

- “Se foi” quer dizer “morreu”, partiu dessa para melhor? – ou pior

- Sim! – uma pontada de remorso me atingiu, há três dias eu estava amaldiçoando um morto e sua família em luto...

- Que pena. – eu não tinha mais nada o que falar.

- E é por isso pequenina, que eu vim te avisar que... – ele hesitou – talvez... Eu não possa me despedir pessoalmente de você.

Ta, eu já esperava por isso, mas não ia aceitar tão fácil!

- Pai! Você sabe quanto tempo eu ficarei fora?

- Sim pequenina...

- O senhor sabe o quanto é importante para mim me despedir de você? – sim eu estava apelando.

- Sim minha fadinha, mas...

- O senhor não pode vir aqui rápido só para me dar um abraço?

- Minha filha eu não posso, agora eu sou o regente do trono.

Meu cérebro acelerou, pifou, tentou funcionar de novo, mas por nada nesse mundo ele conseguia assimilar o que meu pai acabara de falar.

- Pai o senhor é o comandante do exército! – disse com uma pitada de sarcasmo

- Sim. E por ter a confiança da família real, como o rei Edward morreu e seu filho terá que cumprir o seu destino como alado paladino, eu regerei o trono...

- E ficará preso aos problemas do reino! Percebe que não terás tempo para nada? – eu estava um pouco alterada - Agora quando me perguntarem eu direi que sou órfã de pai!

- E você acha justo que eu coloque o comando de todo o planeta e todos os seus problemas nas costas de um garoto de 16 anos? Enquanto todos estarão estudando ele terá que reger o reino!

- Ele deve ter competência... – continuei insistindo

- Eldest, quer dizer... Ele é só uma criança como você Pequenina!  - Eldest não é o herói das histórias do papai? Perguntei-me.

Silêncio...

- Você deveria se alegrar! – Continuou ele

- Ah claro! Estou muito feliz em perder o meu pai! – levantei de onde estava e encarava aquele bando de pétalas como se tivesse realmente em frente ao meu pai.

- Filha, poderei te dar o que você quiser!

- Mas não poderá me dar sua atenção e companhia! Ah! Por favor! Pelos Alados anciões! Eu não quero saber de conforto! – sentei-me de novo – só quero me despedir do meu pai antes de ficar confinada naquele colégio! É pedir demais?

- Filha desculpa, estão me chamando. Talvez esse seja nosso ultimo contato.

- Que seja...

- Eu gostaria de poder m-

- Pai! Estão te chamando não é? Pois vá, não se preocupe comigo – dessa vez não fiz o menor esforço de dar um mínimo sorriso...

- Tudo de bom pequenina, te amo, tchau!

E as pétalas saíram pela minha janela em direção a algum lugar desconhecido...

- Filha? – dessa vez minha mãe que me chamou.

- Entra...

Ela entrou e se sentou ao meu lado.

- Ouvi a voz do seu pai...

- Mensagem por pétalas...

- Hum... E aí?

- Ele não virá! Só isso! Precisamos comprar o material certo? Pois bem, me dê 30 minutos e nós vamos lá ok?

- Podemos ir mais tar-

- Vamos agora! 30 minutos e desço.

Minha mãe simplesmente se levantou e saiu. Uma das coisas que eu gosto nela, se a pessoa não ta a fim de conversar ela não insiste. E eu definitivamente não estava a fim de conversa, eu queria era sair do meu quarto amaldiçoando todo mundo, quebrando tudo, e socando qualquer individuo que estivesse na minha frente!

 

 

Moro exatamente em Bloodhgäm. Saio de casa, ando algumas quadras, atravesso uma parede e me encontro no sempre movimentado centro da cidade.

Eu e minha mãe fomos direto às lojas corretas para não ficar naquele sufoco que é o centro antes das aulas começarem. Antes de chegar a ultima loja onde eu compraria meus caldeirões, eu reconheci uma cabeleira ruiva no meio de tantas outras pessoas:

- Rupert! – ele se virou.

Rupert era a única pessoa que eu queria ver naquele momento.

- Anna! – ele disse alegremente.

De imediato eu senti aquela sensação de paz que só ele e o meu pai conseguiam me passar, era tão bom ouvir a voz dele depois de tanto tempo...

- Estou triste com você! – falei com um sorriso de canto a canto. Estranho não é? Mas o fato é que eu não consigo disfarçar minha felicidade.

- Nossa mil desculpas! Juro que tentei de tudo para ir ao seu aniversário, mas... Desculpa?

- Claro que desculpo! – eu sorri e ele devolveu com um sorriso que apagava o sol.

- Anna! Vamos, não agüento mais toda essa gente se espremendo! – ela resmungou aparecendo ao meu lado – ah! Rupert, como vai sua família?

- Muito bem Senhora Gresham!

- Olha Rup, se você nos der licença...

- Claro, senhora! Tchau Anna! – ele fez um aceno para minha mãe e me beijou o rosto.

- Nos vemos na Millennium? – perguntei

- Mas é claro! Estou muito feliz sabendo que vamos estudar juntos novamente! – eu não pude deixar de sorrir.

- Tchau então! Até mais...

Seguimos caminhos diferentes e finalmente entrei na loja Caldeirões e CIA junto a minha mãe:

- Maldita família – resmungava um velho dentro da loja.

- É... hum... – começou minha mãe.

- Senhora Gresham! Desculpe o mau modo, como vai o Ethan?

Ele tinha que tocar no nome do meu pai! Deu vontade de responder: ele ta lá naquele palácio de mauricinhos!

- E porque não responde garota? – falou o velho.

- E-eu?  - perguntei incrédula

- Por favor, senhor de idade! Velho é para matar qualquer um!

- Hã... Desculpe-me senhor...

- Não gosta da família real? – perguntou ele com uma sobrancelha erguida.

- Para ser sincera? Não! – respondi fazendo bico

- Minha filha... – repreendeu minha mãe

- Deixe sua filha colocar para fora o que sente... Não a repreenda, às vezes é bom discordar da maioria um pouco. – disse o senhor de idade com um sorriso meio maléfico no rosto.

- Desculpe Kuantos, estamos com pressa. Quanto fica tudo?

- Ah! Nada! Já que é para essa garotinha pode levar por minha conta... Essa garota tem futuro! – ele disse sorrindo, mostrando fileiras de dentes podres.

Sorri de volta, e eu e minha mãe voltamos para casa.

Muita coisa tinha acontecido em um dia só, finalmente faltava pouco para ir a tão desejada escola Millennium.

                                             


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