Um Minuto escrita por White Crown Phoenix


Capítulo 1
Um Minuto




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Manuela estava sentada no sofá, esperava ansiosa seu marido. Fazia dois meses que havia se casado com Joaquim Vaz, o amor de sua vida.

Conhecera-o quando tinha apenas 17 anos, por obra do destino se tornaram amigos íntimos, confiavam um no outro cegamente, e foi por isso que se apaixonaram. No início, nenhum dos dois contou o que sentia, com medo da amizade acabar, mas uma carta os uniu.

Manuela escrevera uma carta para Júlia e deixou a carta em cima da cama e foi tomar banho, nisso Joaquim chega, fica esperando e repara na carta. Ciumento e possessivo como era em relação à amiga, abriu a carta e leu; terminou de ler quando a morena saia do banho com uma toalha enrolada no cabelo e já vestida. Ele, surpreso pelo que acabara de descobrir e ela surpresa por Joaquim ter lido a carta contendo seus sentimentos se encararam.

Com vergonha e medo Manuela voltou correndo para o banheiro e trancou a porta por dentro, se encostando nela e escorregando por essa caindo sentada no chão gelado, seus olhos se encheram de lágrimas e logo não conseguia mais parar de chorar, perderia seu melhor amigo e amado.

— Manuela, vamos conversar. — ele disse mansamente, ainda estava confuso, mas havia um sorriso em seus lábios, afinal descobrira que o amor que sentia pela amiga era igualmente retribuído em segredo. Não ouvindo resposta decidiu fingir que estava bravo com ela. — Manu, se não sair desse banheiro agora serei obrigado a arrombar a porta, estou falando sério!

Manuela tremeu, sabia que ele não blefava, aprendeu com o tempo de amizade que devia obedecer o rapaz quando este estava nervoso. Tremendo, levantou e secou as lágrimas com a blusa, sabia que ele notaria, mas não queria que ele a visse chorando.

Destrancou a porta e a abriu devagar, Joaquim estava sentado na cama, a carta na mão e os olhos voltados para ela a fizeram desistir de conversar com ele. Mesmo com medo da reação do amigo, sentou na cama um pouco longe e encarou o chão enquanto suas mãos se enrolavam uma na outra nervosamente.

— Para com isso, Manu. — Joaquim disse enquanto colocava sua mão sobre as de Manuela.— O que significa isso? — perguntou levantando a carta no alto, Manuela respirou fundo criando coragem para não gaguejar.

— Jo-jo-aquim. — como era idiota em gaguejar em um momento tão crítico, mas não conseguia, estava nervosa e com medo. — Não era pa-para você des-descobrir. — abaixou a cabeça envergonhada, seu ato fez com que não notasse o sorriso de satisfação do garoto.

— Por que não era para eu descobrir? — perguntou e levantou o queixo da morena com a mão. — Por que estava escondendo de mim seus sentimentos? Pensei que fossemos amigos. — como poderia perguntar isso a ela quando ele mesmo não revelava seus sentimentos? A resposta era simples: tinha medo de perdê-la.

— Eu ti-tive medo de que se conta-tasse nossa amizade aca-cabasse. — então os dois esconderam por causa do medo da amizade acabar?

— Pois saiba que eu te amo e estou disposto a enfrentar tudo por você.

Manuela o encarou com os olhos brilhando de felicidade, saber que o sentimento era recíproco a fazia sentir uma alegria imensa. Joaquim aproximou seus rostos com calma, seria um momento marcante para os dois. Mesmo sendo 2 anos mais velho que Manuela, ele sentia um medo enorme de perdê-la.Os lábios se tocaram em um beijo calmo e suave.

O namoro durou 5 anos por insistência dos pais de ambos, que não queriam que os filhos se casassem tão cedo, mas quando viram que eles eram felizes com o outro, permitiram que eles se casassem.

Manuela acordou de suas lembranças e viu seu celular tocando, nem olhou no visor quem era, Joaquim estava demorando para chegar e isso a deixava preocupada, tinha uma ótima notícia para lhe dar.

— Eu te amo. — Manuela ouviu a pessoa do outro lado falar e imediatamente reconheceu a voz. — Olha, eu só tenho um minuto.

E a linha caiu, os olhos de Manuela se encheram de lágrimas. Havia sido uma despedida, ele estava lhe abandonando, como podia? E os anos que passaram juntos? E os obstáculos que venceram para conseguirem se casar?

E os cinco anos que passaram juntos para que os pais deles permitissem o casamento? Como ele podia ir embora do nada? Logo agora que receberam uma bênção, o fruto de seu amor. Manuela estava grávida e Joaquim não estaria mais ali com ela, como criaria a criança?

Jogou o celular para longe de si e sentou no chão se encolhendo, abraçou as pernas e escondeu a cabeça nelas, as lágrimas grossas escorriam de seus olhos. Teria que aprender a viver sem o marido, teria que cuidar da criança sozinha.

~*O*~*O*~

5 anos depois

Manuela estava sentada no sofá da sala, na televisão passava um desenho infantil qualquer. A morena não estava nem ligando para a televisão, sua atenção estava voltada para a pequena criança sentada ao seu lado no sofá.

Ele sim assistia prestando a maior atenção do mundo. Enquanto o menino assistia Manuela colocava em sua boca a comida. Sabia que ele só comia se fosse assistindo, por isso todo dia era sagrado que no horário do almoço ele assistisse seus desenhos favoritos, era o único jeito de fazer o menino comer sem reclamar.

Terminou a tarefa de alimentá-lo e suspirou observando seu filho: tão parecido com Joaquim. Samuel Vaz nascera com o cabelo negro e os orbes pretos, era a figura do pai, só que menor e menos quieto, como André costumava dizer.

Manuela havia aprendido a viver sem o marido, embora se lembrasse dele toda vez que olhava para o pequeno. Passara a gravidez toda chorando por ter sido abandonada pelo moreno que tanto amava, por sorte Isabela, Julia, Dóris e até mesmo a Priscila lhe apoiaram.

Disseram que tudo bem, que era só ela arrumar outra pessoa, mas tudo isso mudou quando ela decidiu contar que estava gravida.

FlashBack>>”— Vocês devem estar se perguntando por que eu chamei vocês aqui. — todos estavam presentes: Isabela, Omar, Julia, André, Priscila, Felipe, todos os amigos estavam na sala de Manuela esperando pacientemente a notícia que a morena lhes daria. — Eu es-estou grá-grávida. — anunciou a morena com receio.

Nesse exato momento Omar Ferraz, cunhado da morena, levantou do sofá furioso indo na direção da porta. Fora necessário que Felipe, André, Priscila e Julia o segurassem para que não saísse por aquela porta e procurasse Joaquim em todos os cantos do mundo para lhe matar. Como dono das empresas Ferraz tinha poder suficiente para fazer isso.

Depois de um tempo, com Omar já sentado calmo no sofá, começaram as perguntas.

— Você está gravida de quantos meses? — perguntou Isabela sorrindo, nem dava para notar a barriga da irmã. Manuela sorriu, tinha certeza que seu filho nasceria bem, afinal, passaria com a melhor médica de São Paulo, Isabela Ferraz, sua melhor amiga e irmã.

— Três meses. — respondeu docemente, sorrindo para a irmã. Sabia que todos estavam preocupados com ela, mas conseguiria vencer a dor da solidão e criar o seu filho com todo amor possível.

— Ele sabia? — perguntou Julia receosa, não queria que sua cunhada voltasse a chorar, se surpreendeu quando viu Manuela abrir um sorriso sincero e com todo amor do mundo responder.

— Não, eu iria lhe contar quando chegasse em casa, mas ele não veio. Fiquei tão surpresa que esqueci completamente o que iria falar.

E de repente, surpreendendo a todos, Omar levantou do sofá e se ajoelhou na frente da cunhada e prima que se encontrava sentada. O homem levantou a blusa da morena e beijou sua barriga. Era uma cena emocionante e as irmãs sorriram com a cena, Manuela se emocionou, sabia que poderia contar com ele para tudo que precisasse.

— O próximo será meu. — comentou ele, tudo que mais queria era ter um filho, já vinha há meses tentando engravidar Isabela, mas nunca conseguia. Mesmo assim não perdia as esperanças.”<< FlashBack Off

E não foi. Alguns meses depois que Manuela anunciou que estava grávida, Isabela também anunciou estar grávida e logo em seguida Julia.

Júlia teve gêmeos, Sarah e Alex. André, marido da morena, ficara muito feliz por aumentar a família.

No aniversário de 4 anos de Samuel, a alegria foi geral. Julia e André trouxeram os gêmeos para brincar com o pequeno Samuel. Priscila e Theo trouxeram presentes para o menino e Omar e Isabela voltaram de viagem para a festa do pequeno, o filho de 2 anos.

Todos queriam pegá-lo no colo, e toda vez que o pequeno Samuel sorria os presentes também sorriam. Eram lembranças que Manuela nunca queria esquecer, lamentava por Joaquim não estar presente nessas lembranças, mas já não chorava com a falta do amado.

~*O*~*O*~

A campainha tocou e Manuela se levantou para atender. Andou na direção da porta e a abriu encarando com os olhos arregalados a pessoa tão conhecida por sua mente e corpo. Os olhos castanhos se encontraram, o pequeno Samuel se escondeu atrás da mãe observando o homem na porta. Trajando terno e gravata, Joaquim parecia um empresário importante.

— Desculpe ter ido embora daquele jeito Manu, meu pai havia me ligado desesperado de Paris dizendo que a empresa estava falindo e que precisava de mim. Não queria ir, mas ele me obrigou dizendo que tiraria a coisa mais importante de mim se eu não fosse. — os olhos de Manuela já estavam cheios de lágrimas de emoção. — Por favor, me perdoa, esse tempo que fiquei lá foram os piores dias da minha vida. E lá aprendi o quanto precisava de você, eu te amo tanto Manuela.

Manuela estava sem ação, sabia que ele estava falando a verdade, eles nunca conseguiram mentir um para o outro. Uma mãozinha puxou sua calça e seus olhos desceram na direção da criança.

— Quem é ele? — perguntou Joaquim, suas esperanças foram despedaçadas, se ela tinha um filho é porque havia se casado de novo.

— É o meu filho. — Manuela respondeu, mas logo em seguida se corrigiu. — Nosso filho, Samuel Vaz. — o menino saiu de trás da mãe revelando a cabeleira negra e os olhos igualmente negros.

Joaquim sorriu, seus olhos se encheram de lágrimas enquanto se abaixava e abria os braços esperando que o filho corresse em sua direção. O menino encarou a mãe que sorriu e acariciou levemente seus cabelos, permitindo assim que ele prosseguisse.

A criança correu e se jogou sorrindo nos braços do homem que nem sabia quem era, mas que sentia que era alguém importante. A morena chorou de emoção, seu filho finalmente conheceria o pai.

— Eu te perdoo Joaquim. — falou ela, Joaquim sorriu feliz abraçado ao filho. — Te perdoo e te aceito de volta. — o moreno se levantou pegando o filho no colo, se aproximou de Manuela sorrindo e lhe deu um selinho. Encarou o filho e beijou carinhosamente sua testa, finalmente teria uma família, a família que sempre quis ter.


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Notas finais do capítulo

Sei que não ficou muito boa, escrevi num surto de inspiração... espero que gostem..
kissus ja ne
RCB



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