Counting Stars escrita por BlueBoxInSpace


Capítulo 2
Capítulo 2




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— Planeta dos doces? - pergunto curiosa
    - Sim! - o Doutor responde, animado - quer dizer não, quer dizer talvez.
    - Como assim "talvez"?
    Ele digita as coordenadas num teclado e aperta vários botões.
    - Com certeza você pensou que fosse um planeta feito de doces, não é?
    - Sim, mas...
    - ERRADO! - ele grita, me fazendo pular de susto - Na verdade, você até que está meio certa...
    - Tudo bem, agora eu estou muito confusa
    - É que na verdade eles são os maiores produtores de doces do universo, mas lá já foi um planeta FEITO de doces
    - Você quer dizer árvores de pirulito e rios de chocolate?
    - Humm... sim, isso mesmo!
    - E por que eles não tem mais isso?
    - Pra falar a verdade eu não sei, desculpe.
    Ele puxa a alavanca principal e o rangido familiar da TARDIS ecoa por toda sala de controle.
    - Mas uma coisa eu sei: com certeza você vai adorar este lugar! - ele diz com um sorriso no rosto, e depois volta à correr em volta do painel de controle apertando mais botões e puxando mais alavancas.
    Fico encarando ele por um tempo, vendo-o correr pra lá e pra cá, até que os meus pensamentos vão até o álbum e a carta sentimental.
    Fico pensando oque aconteceria depois que eu lhe entregasse tudo. Será que eu seria correspondida? Ou seria rejeitada? Se ele me rejeitasse, será que nós ainda seríamos amigos? A preocupação me enche a cabeça e eu começo à entrar em um pânico silencioso. Oque seria de mim sem aquela felicidade que ele me proporciona? E se...
    - CLARA! - O Doutor grita me sacudindo e me olhando com aquele olhar preocupado - Clara, você está bem? Você parece bem distraída ultimamente, está tudo bem?
    - Ahn... sim! Está tudo ótimo, nunca estive melhor! - minto, sacudindo a cabeça, afastando aqueles pensamentos.
    - Certo... - ele me encara desconfiado.
    Escutamos o baque pesado da TARDIS pousando e ele me dá um sorriso largo.
    - Chegamos! - ele corre até a porta e diz - Clara Oswald, conheça... oque foi? Porque está me olhando assim?
    Eu o encarava de cima à baixo com uma das sobrancelhas erguida.
    - Você não vai trocar esta roupa? - pergunto com um meio sorriso.
    Ele olha para baixo, para suas roupas sujas de fuligem. Ele ergue os dois dedos indicadores e diz:
    - Boa ideia! Obrigado por lembrar! - ele passa por mim correndo, mas para no meio do caminho e adverte - Não olhe para o lado de fora, não espie, não faça nada, OK? Quero ver sua reção - ele sorri
    Sorrio de volta e digo:
    - Fique calmo, eu não vou
    - Ótimo, daqui à pouco estou de volta, vou num pé e volto no outro!
    Ele volta à correr em direção aos corredores e me deixa sozinha na sala de controle.
    Olho em volta, admirada com a beleza da nave. Por mais que nós duas não gostamos uma da outra, eu ainda assim achava a TARDIS incrível. Me lembro de quando eu acabei me perdendo pelos corredores daqui e vi vários quartos, salas, bibliotecas, florestas, piscinas e (por incrível que pareça) playgrounds magníficos. Eu adorava perder meu tempo ali, eu me sentia como se estivesse em uma segunda casa, com um pai alegre, ajudando uma mãe igualmente alegre, a fazer as tarefas de casa.
    Mãe e pai alegres... era tudo que eu mais sonhava em ter, mas infelizmente esse sonho não foi possível.
    Minha mãe morreu quando eu tinha uns 17 anos e 3 anos depois meu pai se casou com uma patricinha que ele havia encontrado na festa da sua empresa e desde então eles começaram a se encontrar. O nome dela é Jane e ela acha que é a minha mãe e dona do meu pai. Eu me lembro de quando eu havia acabado de me formar na faculdade e meu pai (claro) foi lá para poder me ver e me dar os parabéns. Jane foi também mas ela nem sequer olhou pra mim ou disse "parabéns, Clara, estou orgulhosa de você!" como uma mãe normal faria. Estava tudo indo muito bem, até que 5 minutos depois ela disse que "precisava ir embora porque não aguentava mais olhar para a cara dessa gente pobre e feia e que precisava relaxar na sua piscina". Meu pai, claro, como um bom marido, obedeceu me deixando sozinha e sem carona pra voltar pra casa. Mas, felizmente, minha melhor amiga Jocelyn se ofereceu para me levar em casa e comemorar comigo.
    Eu odiava aquela mulher e os filhos dela, Michael e Ellie, que também vivem me infernizando.
    De vez em quando meu pai e Jane precisam sair para uma festa ou coisa assim e deixam os dois comigo. Eu sempre planejo tudo: diversão, comida, conforto e um lugar pra dormir, mas elessempre acabam com meus planos, fazendo comentários desagradáveis e especulações sobre a minha vida.
    Oh Deus, como eu sentia falta da minha mãe, se ela estivesse aqui com certeza nada disso teria acontecido.
    Lágrimas brotam nos meus olhos e em poucos segundos estou chorando, lamentando tudo oque estava acontecendo.
    - Pronto, Clara! Cheguei! - o Doutor diz entrando na sala de controle, feliz.
    Rapidamente, tento secar as minhas lágrimas mas ele nota e o sorriso imediatamente desmancha do seu rosto.
    - Ei, Clara, oque foi? - ele pergunta caminhando em minha direção.
    - Nada, eu só... lembrei da minha mãe por um momento, mas eu estou bem, não se preocupe - respondo 
    - Não fique assim, OK? Eu estou aqui, vai ficar tudo bem... - ele me abraça acariciando meu cabelo.
    Eu queria que aquele abraço durasse para sempre, mas depois de alguns minutos ele se afasta de mim e volta à sorrir correndo de volta para as portas da nave.
    - Mas agora, sem mais enrolação, Clara Oswald, eu lhe apresento: Plactinum, o planeta dos doces! - ele abre a porta revelando o lugar e por um momento eu perco meu fôlego.


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