Abri meus olhos lentamente.

Onde eu estava? Aquela definitivamente não era a minha casa. Na verdade, estava mais para um casarão abandonado, todo feito de madeira, uma madeira tão escura que era quase preta. Tinha a aparência de não ser visitada há uns 100 anos, como... bem, se tivesse sido abandonada. As janelas eram de vidro, a única exceção.

Me levantei e olhei em volta. Era enorme!

Comecei a explorar o local e percebi que tinham apenas dois quartos, além do qual eu já estava (que, pelo jeito, costumava ser a sala de estar). Um era a cozinha. Ou onde a cozinha costumava ficar, porque era quase irreconhecível: a geladeira estava caída no chão, e dentro tinham coisas que eu prefiro não descrever; o fogão estava aberto e todo queimado e tudo ao meu redor estava destruído e cheirando a enxofre.

Decidi sair logo dali e ir para o outro lugar. Era um quarto. Tinha uma cama de casal verde (que parecia estar cheia de mofo), quadros com sombras e figuras que eu não conseguia distinguir e um armário grande e assustador. Um pouco relutante, abri a porta. Dentro, bem no fundo, tinha uma pequena chave fina e enferrujada. Na dúvida, a guardei no meu bolso e daí dali o mais rápido possível.

Olhei em volta e percebi que tinha uma grande escadaria que levava ao segundo andar (toda feita de madeira, assim como a maior parte da casa). Eu não sabia o que iria encontrar ao subir as escadas, mas eu não poderia simplesmente ficar parada e esperar que algo acontecesse. Subi os degraus (que rangiam porque deveriam estar ali há muito tempo) tremendo da cabeça aos pés. Uma porta separava a escadaria do segundo andar. Tentei abri-la, mas estava trancada. De repente, lembrei da estranha chave em meu bolso. Girei a chave na maçaneta e uma gota de suor escorreu pelo meu rosto. Finalmente, abri a porta.

Um grito escapou da minha boca.