Dangerous escrita por americafanfiction


Capítulo 12
If I believe you


Notas iniciais do capítulo

is it too late now to say sorry?
LEIAM AS NOTAS FINAIS



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—Você está bem? –perguntei. –Consegue se levantar?

Ele grunhiu e tentou fazer um movimento para cima, apenas para acabar machucando–se mais.

—Muito bêbado... –ele falou e riu, sentindo dor após esse movimento. –Muito fodido.

—Formule frases certas, pelo menos. –eu disse, rindo dele.

Seu rosto, que sempre me encantou, estava inchado e vermelho de sangue. Suas roupas estavam um pouco surradas e com pequenas manchas de sangue espalhadas. Observei seu rosto. O sangue que sujava sua pele fazia contraste com o verde de seus olhos, o que deixava tudo em um tom magnífico. Eu, que já era apaixonada por seus olhos antes, agora estava completamente hipnotizada.

—Você gostou de... Encarar. –ele disse, sorrindo com sangue em seus dentes.

—Pare de falar, Perseu. –eu disse. –O que nós vamos fazer? Como vamos sair daqui? Você não tem condições de dirigir e eu, nem a pau, que vou dirigir uma moto.

Ele mexeu sua mão e a moveu até seu bolso da frente da calça com um pouco de dificuldade. De lá, retirou seu celular, que estava com a tela quebrada.

—Filhos da puta. –ele disse apenas.

Isso mesmo.

Perseu Jackson estava mais preocupado com o fato de terem quebrado a tela do seu celular do que terem quebrado...

Bem, terem quebrado ele.

—Mãe? –ouvi ele falando ao telefone. –Eu sei, eu deveria ter ligado antes... Eu sei mãe, desculpa... –ele falava baixo, tentando fazer eu não ouvir. –Mãe, escuta. Eu estou aqui no bar, Beckendorf e os garotos passaram por aqui. Eu estou fodido, mãe. Você pode vir me buscar?

Ele desligou o celular assim que a pergunta foi respondida.  Eu o encarei, não entendendo.

—Desculpa... –ele disse, tentando novamente se levantar e dessa vez conseguindo. Levantei também. –Vamos ter que passar a noite na minha antiga casa.

—É? –perguntei, rindo. –Tudo bem, vou conhecer sua mãe hoje então.

—Não sei por que está rindo. –ele disse, limpando um pouco o sangue de sua boca. –Senhorita Sally é o inferno em pessoa.

Percy ficou em pé, mas estava todo errado. Fiz ele sentar em um banco que havia perto dali, e ele cambaleou para chegar até lá. Nós dois estávamos bêbados, mas eu, como sempre, tinha que ser a responsável pelos dois, pelo simples motivo de Percy ter sido espancado.

—Sua mãe não deve ser tão ruim... Você não conhece a minha para falar que a sua é um inferno.

—Senhorita Atena Chase é tão ruim assim? –ele perguntou, divertindo–se.

—Você nem imagina... –eu disse, e tentei trocar o assunto. –Então, você não vai me dizer o porquê de aqueles garotos te odiarem?

—É... –ele disse, e nesse momento, ouvi uma cantada de pneu virando a esquina, mostrando um lindo carro branco com uma moça na direção. –É minha mãe. Desculpa, não sei se consigo falar disso agora.

A mãe de Percy estacionou o carro perto de onde estávamos, e desceu praticamente correndo de lá. Do banco do carona, saiu uma garota, que deveria ter seus quinze anos. Ela lembrava um pouco de Percy.

—Que merda...? –ela gritou quando chegou perto de nós. –Meu filho...

—Eu estou bem, mãe. –ele disse, abrindo novamente seu sorriso sarcástico.

—Bem bêbado, não é? –ela disse. –Seus dentes estão molhados em sangue, Perseu. O que houve?

—Eu estava com saudade de vir aqui, e quis trazer minha querida amiga Annabeth. –ele respondeu.

Foi apenas ai que ela pareceu notar minha presença.  

—Olá. –ela disse apenas. –Ela vai com a gente? –ela perguntou para Percy, que assentiu. –Então, o que aconteceu, de verdade?

—Charles... –ele disse, e ela abaixou a cabeça. –Eu não imaginei que eles estariam aqui hoje...

—Agora você aprendeu, não? –ela disse. –Eu falei, antes mesmo de tudo acontecer, para você nunca se meter com esse garoto. Disse durante toda sua crise. Disse depois, e ainda assim... Aqui está você.

—Eu sei, mãe, eu errei. –ele disse, e tentou levantar–se. –Podemos ir para casa agora?

—Você prometeu que nunca mais ia aparecer assim em casa, P. –a garota, que eu já até tinha esquecido da presença, falou. Ela parecia triste.

—Eu sei, Leila... Me desculpe. –ele disse, tentando abraçar ela e se machucando.

—Vamos para o carro. –Sally disse.

*

A casa da mãe de Percy era um sobrado de dois andares não muito grande e um tanto antiga. O pátio era algo enorme, talvez cinco vezes maior do que a casa em si. Enquanto Percy tomava banho, fiquei sentada na sacada de seu antigo quarto observando a extensão do terreno enquanto fumava um cigarro. O sol já estava nascendo, e eu nem tinha visto o tempo passar. Muita coisa havia acontecido nas últimas horas.

Além de ter deixado minha antiga eu para fora ao enfrentar Drew, eu havia deixado outra coisa acontecer que eu havia prometido para mim mesma que nunca mais aconteceria: deixei minha atração por Percy deixar de ser carnal para virar algo a mais. Passara de ser atração física e agora era algo como uma conexão quase que espiritual. Como duas pessoas tão diferentes poderiam coexistir juntas?

Eu não sabia o que sentia, pois nunca soube lidar com meus sentimentos, mas sabia que já havia sentido isso antes com outra pessoa.

Quase que instantaneamente me peguei pensando em Jason, meu primeiro e único amor. O que vivi com ele foi algo tão novo, tão jovial e até hoje eu não consegui compreender o por quê de eu ter fugido sozinha, sem ter deixado nem sequer uma explicação a ele. Eu era tão jovem e burra... Mas por incrível que pareça, não me arrependo de nada do que fiz.

Bem, quase nada.

Quando traguei meu cigarro pela última vez, cogitei acender outro e continuar minha linha de pensamento, mas fui interrompida por Percy.

—É tudo muito bonito por aqui, não? –ele disse, e eu olhei para trás, onde ele estava encostado no batente da porta.

Ele estava sem camisa, e seu abdômen estava completamente visível. Isso seria algo muito bonito de se admirar em outras ocasiões, mas toda a extensão de seu peito e sua barriga estavam com roxos e cortes ainda sangrando um pouco. E seu rosto...

—Uhum. –concordei, voltando a encarar o horizonte.

—Você não vai falar nada? –ele perguntou, andando com dificuldade até meu lado e ficando de pé. –Nada sobre eu ter sido muito idiota por ter batido nele?

—Se você já sabe disso, quem sou eu pra te criticar? –perguntei, pegando outro cigarro de meu maço e o acendendo com meu isqueiro.

Ele riu, mas não disse mais nada. Encostou–se na grade da sacada e ficou olhando para mim, talvez sem querer. Me vi o encarando ele também, completamente perdida em meus devaneios. A cena se tornou algo completamente bonito de se descansar os olhos: o sol nascendo no horizonte e Percy ali, me encarando como se eu fosse a única coisa que existisse no mundo.

Fechei os olhos ao tragar meu cigarro e percebi que estava extremamente cansada, deixando escapar um bocejo.

—Eu também estou com sono. –Percy disse, desencostando–se da sacada e estendendo a mão para me ajudar a levantar. –Vamos dormir?

Fiz que sim, aceitando sua ajuda e levantando–me. Entro no quarto logo atrás dele.

—Eu não mudei meu quarto desde que saí daqui, com 16 anos. –ele disse. –Então não repare no ar de ‘garoto sonhador’ que esse quarto trás.

—Hm, então este é o Percy com 16 anos?! –perguntei, rindo ao ver uma foto dele com um amigo. Ele estava com o cabelo bagunçado muito grande, do tipo que se estivesse molhado chegaria a cair em seus ombros.

—Todo mundo teve essa fase! –ele disse, rindo. –Mas mais tarde você faz graça de mim por causa das coisas do meu quarto, agora vamos dormir antes que meu padrasto chegue.

Assim que enxerguei sua cama, uma súbita vontade de dormir me cutucou. Eu estava muito cansada mesmo. A cama estava arrumada, então apenas levantei as cobertas e deitei na cama, enrolando–me nos lençóis e cobertas como se fosse um casulo. Percy fez o mesmo e deitou–se ao meu lado, no lado esquerdo da cama de casal.

Eu estava virada para ele, e ele para mim.

—Boa noite, Annie. –ele disse, sorrindo para mim e virando para o outro lado.

—Boa noite... –eu sussurrei, e fiquei um tempo calada. –Não. –Disse após uma pequena pausa. –Você não me contou aquela história.

—Qual história? –ele perguntou, virando–se para mim novamente.

—De você e Charles. –eu frisei em Charles, e ele fechou os olhos, respirando fundo. –Você já sabe mais da metade da minha vida, e as únicas coisas que sei sobre você são que você é viciado em nicotina, faz dividas com amigos e leva garotas para um bar no meio do nada.

Ele riu.

—É longa. –ele disse.

—Eu tenho todo o tempo do mundo. –respondi, o fazendo sorrir.

—Você é sensacional, sabia? –ele disse, eu sorri. –Então, tudo começou quando eu tinha uns 14 anos, Beckendorf era meu melhor amigo. Ele é dois anos mais velho do que eu, mas eu achava que isso realmente não importava. Um dia, Charles se meteu em uma briga, e saiu com vários hematomas, e depois que eu descobri quem bateu nele, fui atrás dos caras e basicamente os espanquei, os deixando no hospital.

Eu me espantei, não esperava que ele fosse do tipo que saía batendo em pessoas aleatórias.

—Então... isso se tornou uma rotina. –ele continuou. –Charles começou a andar com um pessoal um pouco mais da pesada, e eu nunca quis me envolver nisso, mas ele me tornou seu ‘guarda costas’. Eu era seu braço direito. Ele me dizia uma pessoa, eu arrebentava a cara dela, seria bom para os dois: ele não precisaria sujar suas mãos e eu teria uma forma de descontar minha raiva em alguém.

—Alguém inocente. –eu disse.

—Alguém inocente. –ele concordou. –Mas ele foi se envolvendo cada vez mais, até que percebi que o que antes eram apenas eu e ele, agora já era basicamente uma gangue. E sabe, todo mundo se conhece por aqui, ou seja, comecei a ser olhado com cara feia e a ser chamado de criminoso. Eu, de fato, era criminoso, mas acreditava que não tanto quanto Charles. Tudo começou a envolver a polícia, sabe, quando há muita movimentação de drogas em um lugar pequeno, é fácil da policia saber de tudo. Enfim, a polícia começou a ir atrás do chefe, que era Charles, e foi atrás de mim para interrogatórios. Falaram que se eu dissesse o nome de quem estava no comando, eles me dariam imunidade.

—Espera, quantos anos você tinha mesmo? –perguntei.

—Eu já tinha 16 nessa época. –ele disse. Então, depois de eles me ameaçarem de todas as formas possíveis, eu entreguei Charles. Nunca vou esquecer o olhar que ele me lançou no momento que me viu ao lado dos policiais. ‘Você está morto, Jackson. Quando você menos esperar...’

—Uau. –eu disse apenas.

—Essa foi sua reação? –ele disse. –Você não vai ir embora depois de descobrir as coisas ruins que eu já fiz? –eu neguei com a cabeça. –Eu posso já ter matado alguém...

—Todos nós já fizemos coisas ruins, Percy. –eu disse. –Mas isso não nos torna más pessoas, isso significa que somos iguais a todos e que também erramos.

A cada palavra que saía de minha boca, eu sentia sua respiração se aproximar da minha. Alguns raios solares invadiam o quarto pelas frestas da janela, iluminando uma pequena parte de seu rosto. Seus hematomas estavam muito visíveis e seus olhos estavam mais verdes que o normal.

—Você é sensacional, sabia? –ele repetiu.

Nossos narizes estavam encostados.

—Você já disse isso. –falei.

A respiração dele estava se misturando com a minha. Tão perto...

Mas tão longe.

—Eu acho que devemos ir dormir. –falei, sem mover sequer um músculo para sair dali.

Ele fechou os olhos e respirou fundo, eu fiz o mesmo. Virei para o outro lado, e senti ele virando para o outro lado também. Eu não sabia por que eu havia feito aquilo, mas agora que já tinha passado, não havia nada mais que eu pudesse fazer.

—Boa noite, Annie. –ele disse.

—Boa noite. –sussurrei, antes de cair no sono quase que instantaneamente.


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Notas finais do capítulo

IM SORRY
eu sei que demorei (exatamente) TRÊS MESES pra postar capitulo novo, mas eu juro que tem uma explicação: eu tava apaixonada.
Dangerous não é uma história amorzinho, e se eu escrevesse nesse meio tempo eu ia fazer uma cagada SENSACIONAL nesse capitulo pq nÉ, O PROPÓSITO ERA SER ASSIM O CAP E SE EU ESCREVESSE QUANDO ESTAVA APAIXONADA EU IA FAZER ROLAR UM SEXO MT LOKO E AMOROSO e eu n sou assim
enfim, outra que eu prometi que só ia postar depois de ter saído o trailer novo, e o trailer eu pedi dia DEZESSEIS DE SETEMBRO e até agora não ficou pronto, então fiquem putas com o site de design.
BEIJOS E COMENTEMMMM PLEASEEEE



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