A caça escrita por Moon Biscuit


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira One-shot aqui! >.
Espero que gostem.



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Eu corri e corri, tão rápido o quanto pude .
Os pés ,  já sangrentos, protestavam em dor.
O corpo cansado pela distância percorrida e o sangue perdido.

Corre, rápido, apresse-se... lenta.Eu tentei incentivar-me mentalmente.

Eu não permitiria... ele não me alcançaria... eu ia voltar para meus pais bem...

" Corre, acelera... mais rápido! "

Forcei as pernas doloridas e os pés latejantes a ir mais depressa.
Ignorei a dor dos pés descalços.
A estrada era de terra e pedras pontudas, com uma densa e sinistra floresta ao redor.
Seres estranhos estavam a espreita, mas não ousavam se aproximar. Não queriam intervir.
A criatura que me perseguia, que estava caçando, era , sem brilhos de dúvidas, a mais perigosa entre eles.
Sempre fui uma boa corredora. Percorrendo longas distâncias sem preparo físico e sem se cansar.
Me encontrava mesmo em um período cabisbaixo da minha vida em que eu me vi comendo mais do que necessário e engordando um pouco.
Mesmo assim, eu ainda conseguia correr. Como um cervo antes da morte.
Por mais hábil que eu fosse, ele era ainda melhor.
Tão superior. Tão perfeito... Tão diabolicamente assustador.
Ouvi seus passos, pegando meu ritmo, que diminuía pelo cansaço.
Eu era uma humana frágil e não poderia suportar tanto esforço dessa forma sem abrandar um pouco.
Além de que o desespero e medo, que me tomaram nas primeiras horas desse dia, tinham tirado boa parte de minha energia.

Flash Back....

" Tinha tido um sonho maravilhoso. Com um lindo campo florido, cheio de rosas pretas e azuis, brilhando com a luz do sol.
A única coisa que estragou o sonho, foram os corvos negros que teimavam em pousar perto de si.
Ela deu de ombros para a questão.
Foi só um sonho, não era nada mais que isso...
Doce engano.
Fez sua rotina matinal. Calma e sem preocupações, despiu-se no quarto sem medo de que uma criatura vil pudesse-lhe espiar.
Doce ingenuidade.
Ela pegou seu vestido simples.
Um longo vestido com poucos babados, apenas uns enfeites, como fitas na barra e babados no colo, inteiro da cor azul marinho profundo.
Ele era de manga curta e de colo retangular, mostrando seu colar em formato do brasão da família e sua marca de nascença em seu braço esquerdo, que tinha formato de uma lua minguante. Penteou os cabelos castanho escuro devagar, observando-o cair em forma de cascata suave quando o deixava por sua conta.
Ela olhou-se no espelho, questionando a si mesma sobre algo.
Tinha a sensação de estar sendo cuidadosamente estudada
Deixando o cabelo solto e poupando-se de calçar algo em plena manhã, ela foi cumprimentar os bom dias aos criados.
Ao chegar na sala de estar, olhou com horror absoluto a cena diante dela.
Todos os empregados, eram agora cadáveres jogados um por cima dos outro sem o menor cuidado.
Alguns sangravam, outros apenas estavam lá, com olhos mortos, boca aberta e sem vida alguma.
Segurou um grito, quando viu seus três irmãos no meio da bagunça.
Seus olhos , de uma cor cada, percorreram o salão, olhando o final de uma tragédia, em que fora posta de lado.
Seus pais, foram colocados em posição sentada no sofá.
Sua mãe teve a barriga aberta, espuma saia de sua boca.
Seu pai tinha o pescoço quebrado, uma morte instantânea.
Como tudo aquilo aconteceu sem que ela soubesse? Não ouvisse?
Seu olho cor do azul oceano turbulento, agora chorava. O outro,cor de castanho carmim, tremia em uma mistura de pânico e raiva.
Ela encontrava-se incapaz de chorar e sofrer de forma igual.
Ao mesmo tempo que queria se afogar em lágrimas e morrer, queria escapar, sobreviver e se vingar.
A vontade de fuga gritou nos dois lados, quando uma voz rouca sussurrou-lhe no pé do ouvido:
Espero que tenha apreciado seu presente, My Lady.
Isso fora o estopim... ela começou a correr.

Voltando...

Já era noite agora.
A lua cheia, que parecia tão bela no céu sem estrelas.
Uma luz suave no meio do imenso manto negro do céu noturno.
A mesma lua que , um dia , adorei, apavorava-me naquele exato momento.
A luz pálida brilhava sobre mim, dando-lhe minha localização exata.
Ao invés de iluminar-me, mostrar meu caminho e guiar-me para longe do que me caçava, revelou-me tudo de mais sombrio que a floresta tinha a oferecer.
Sem nuvens para obscurece-la e sem estrelas para ofusca-la, foi a lua mais assustadora que presenciei.
Ouviu seus passos acelerando.
Seus sapatos batiam no chão com certa força.
Ele tinha cansado de jogar. Isso era mau.
O vento sereno que passou, trouxe-me seu perfume viciante, como isca para animais em uma armadilha de caçador.
Tentei acelerar, mas já não aguentava a dor que me sucumbiu.
Deveria saber o que aconteceria ao competir com alguém assim...
Ofeguei e arfei, o ar estava ardendo nos meus pulmões e queimava a garganta.
Meu cabelo chicoteava ao meu redor , meu colar balançava .
Olhando para a estrada a frente , um feche de esperança chegou.
Conhecia bem o caminho, era apenas alguns metros distante da cidade.
A esperança era pouca.
Eu estava em pedaços e a essa hora, não terá ninguém na rua.
Já estava correndo por horas a fio , com ele em meu encalço.
Torturando-me ao seu bel prazer, fazendo-me acelerar ao chegar mais perto até a atual situação.
Sinto-me vazia de forças. Não nutrida e sedenta por água. Dores em toda parte.
Para piorar a situação, meu vestido agarrava, por vezes, em espinhos que foram jogados perto de mim.
Tive de me auto-parabenizar pelo tempo percorrido e por ter durado tanto , mesmo que não fosse o suficiente para escapar.
Eu tenho meus limites... já o ser atrás de mim os desconhece.
Escorreguei em uma pedra redonda, cortesia do sangue em meus pés, espatifando-me no chão.
Agora, com o rosto arranhado e empoeirado, braços esfolados , mãos queimadas ao rasparem e o vestido rasgado até metade da coxa, eu me desesperei.
Soltei um pequeno gemido de dor, tentando-me levantar.
O homem abrandou e ouvi-o reduzir sua corrida a mil, a um caminhar suave e quase imperceptível. Tão sutil quanto se permite ser,mas ainda provocando um pequeno ruído de seus sapatos , fazendo-me ciente de sua aproximação.
A floresta era puro silêncio.
Sentia que os animais observavam com estranha admiração suas ações.
Um único corvo gritou a distância.
Seu som doentio, soando satisfatório aos meus ouvidos.
Agora ele estava agachado ao meu lado, acariciando meus cabelos carinhosamente.
Sentia-me absurdamente pequena e intimidada ao ver a altura da sombra que ele projetava.
O medo parecia ter sumido do meu coração e o cansaço me consumia rapidamente.
Minha mente tentou fazer-me permanecer acordada, mas meu corpo se recusava.
— Obrigado por ter me mostrado seu talento. Eu quase não consegui acompanha-la. — Ele disse, com a voz rouca e sedutora. - O destino é realmente uma coisa engraçada... às vezes para bem ou para mal... O único problema do destino... é que até ele faz decisões erradas... — Disse, um sorriso maléfico brotou em seus lábios.
Deu uma risadinha sobre algo desconhecido por mim.
Durma agora My lady . — Ele disse.
Senti-o me pegar como uma noiva.
Ele parecia tomar cuidado com minhas feridas.
Apertou-me suavemente contra si.
Senti tudo flutuar.
Negro passava na minha visão.
A última coisa que me lembro, era o belo rosto pálido e os olhos rosa brilhantes, sombreados pelo luar.
" Demônio. "


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Notas finais do capítulo

Opiniões por favor?Eu me arrisquei nesta fic,porque eu queria muito escrever uma fic assim e tinha que escrever,mas não tenho experiência nenhuma com esse gênero.@.@ Só que li uma e achei maravilhosa,então tive que tentar!Pensei em fazer uma fanfic longa,mas achei esta melhor como apenas uma one-shot.Eu tenho esta fanfic em uma conta no Devianart,mas está em ingles.E o título é " The Dark encounter"Meu nome lá é Litlesheep.Aqui o Link: http://litlesheep.deviantart.com/Lá também tem meus desenhos,se quiserem ver :)Obrigada por lerem!