War - Valdangelo escrita por wilking


Capítulo 1
Prólogo.




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Era final de tarde quando Nico acordou. Ele não entendia como já eram 16:53 da tarde e seu pai ainda não havia o chamado. E o porquê de tanto sono.

Ele levantou, cambaleante e foi até a porta do quarto a abrindo. Ele viu uma mancha vermelha na parede, que achou que era só sua imaginação por ter acabado de acordar, então, esfregou os olhos, já sentindo seu coração palpitar forte. Não era da imaginação de Nico. Era uma enorme mancha de sangue, ele olhou um pouco para baixo, com medo do que ia encontrar e viu também um rastro de sangue.

Ele ficou receoso de seguir o rastro, porque ele sabe muito bem o que acontece nos filmes de terror. E ele tinha certeza de que aquele sangue era de seu pai. Mas mesmo assim ele seguiu o rastro, descendo as escadas correndo e parando do lado de seu pai, caído do lado da porta de entrada.

Ele se ajoelhou ao lado do pai, amordaçado e amarrado, e viu a enorme ferida no rosto, um corte profundo, que jorrou tanto sangue que quase não dava para ver a cor do rosto do senhor Joshua e outro na barriga, muito profundo também.

Nico deixou algumas lágrimas caírem e levantou com as mãos tremendo para pegar o telefone. Mas ele já sabia que estava tarde demais, o pai já havia morrido.

O telefone de emergência tocou uma, duas, três vezes e ninguém atendia. Nico estava em pânico, mas ele sabia que tinha alguma coisa muito preocupante acontecendo na cidadezinha.

Ele morava em Chestersmill, uma cidade pequena onde todo mundo conhecia todo mundo. “Infelizmente” pensava Nico.

Nico era conhecido por todos como “esquisito”. Ele não gostava de vestir cores, não gostava de sair e muito menos de socializar com outras pessoas. Mas,mesmo assim ele se sentava na mesa do almoço com Percy e com seus amigos, pois o garoto mais velho dizia que Nico era um cara legal e que tinha uma divida com ele por não ter protegido Bianca, a irmã mais velha de Nico. O que Nico achava uma idiotice, pois a morte de Bianca não tinha sido culpa de Percy, e sim de seu padrasto, que a atropelou quando estava bêbado. Mas, mesmo assim ficava com ele e com seus amigos, pois era as únicas pessoas que ele tinha fora seu pai... e também, pois ele tinha uma pequena quedinha por Percy (talvez não tão pequena assim).

Nico tinha sido adotado por Joshua quando tinha seus três anos de idade, junto com a irmã, que morreu a alguns anos. Joshua era o melhor pai que o garoto poderia pedir, mas agora ele estava morto também. E Nico sozinho.

Nico escutou um barulho na cozinha e deduziu que deveria ser a pessoa que matou seu pai. Ele nem tinha pensado que a pessoa ainda podia estar lá.

Ele subiu as escadas correndo e puxou a corda, no teto, que descia a escada para o sótão, se apressando a subir até lá, e fechando a pequena portinha, colocando a corda que a abria para dentro, junto dele.

Lágrimas escorriam pelo rosto do menino, o deixando com a visão turva. Havia um pequeno espaço entre as madeiras da porta, que o possibilitaram ver o que acontecia lá em baixo, no corredor.

— Nico, Nico, Nico... por um momento eu me esqueci de você, bebê chorão. – disse uma voz conhecida para Nico. – Que tal você sair de onde esta e nós brincarmos um pouquinho? Igual eu fiz com o seu papaizinho. Acho que você já viu, não é?! – a voz se aproximava cada vez mais, fazendo Nico tremer de raiva e medo.

Nico ainda não conseguia ver ninguém no corredor, pois a pessoa ainda parecia estar subindo as escadas pelos barulhos dos passos.

— Eu estou falando sério, Nico di Ângelo, apareça agora ou isso vai demorar mais do que eu tinha planejado. – gritou.

Então Nico viu o dono da voz. O Reverendo da Igreja que tinha no bairro, com um facão de cozinha na mão, todo ensanguentado, com uma cara de maníaco que fez Nico ficar mais apavorado do que já estava.

— Nico di Ângelo! – gritou quando abriu a porta do quarto do menino com um chute e tacou o facão lá dentro, e Nico não conseguiu ver onde parou.

Nico conseguiu se levantar, segurando a corda até onde podia, e depois pisando em cima dela para a porta não descer, e pegou um baú pesado que tinha no canto do cômodo, com cuidado para não arrastar no chão, por causa do barulho e colocou em cima da cordinha, fazendo ele segurar ela e a porta não descer.

Ele abriu a pequena janela que tinha no cômodo, que dava para o lado direito da casa, e viu que conseguia passar por ela, pelo seu tamanho e seu peso, que não eram grandes coisas e depois pensou como poderia quebrar um braço ou uma perna pulando quase do telhado de sua casa, mas então mediu o risco de ficar ali dentro com o Reverendo maníaco e decidiu que quebrar um dos membros não seria nada comparado ao que o louco poderia fazer. Então, ele colocou um pé para o lado de fora, e depois o outro, ficando no parapeito da janela e sentindo que ia acontecer uma grande merda. Então, se jogou, tentando manter os joelhos dobrados e os pés em direção do chão, então, suas pernas pararam no chão só, que as mãos também foram parar no mesmo, fazendo com que o impacto no seu pulso esquerdo desse um “creck” e doesse para caramba. Ele tinha quebrado o pulso.

A dor era tanta que ele nem percebeu o que acontecia na rua logo a sua frente, o caos que estava.

Ele apenas se levantou, segurando o pulso e fazendo uma cara de dor e andando devagar para a frente da casa. Então, ele levantou a cabeça e viu o que estava acontecendo. Tinha pelo menos uns sete carros batidos na rua e tinha coisas jogadas pela rua inteira. Tinham bolsas, ursos de pelúcia e tinha um corpo também, que Nico conhecia do time de futebol da escola.

— Mas que merda que está acontecendo aqui... – Nico falou abaixando sua voz a cada palavra.

— É simplesmente, a nova guerra, meu jovem. – disse uma voz atrás de Nico, o fazendo pular de medo e se virando para ver quem era.

Era a sua vizinha, Marie, uma idosa que tinha uns cinco gatos dentro de sua casa, que viviam fugindo para o quintal da casa de Nico e fazendo alguma bagunça.

— Senhora Marie? O que está acontecendo? Você tem que me ajudar, meu pai foi morto pelo Reverendo e ele está doido atrás de mim. – Nico falou com a mulher, desesperado. — E eu ainda quebrei meu pulso, está doendo.

— Vamos entrar para minha casa, aqui não é seguro. – a senhora disse, puxando Nico para dentro de casa com ela.

Nico entrou depois da mulher e rezou para que a mulher não ficasse igual ao Reverendo de uma hora para outra. A mulher pediu para Nico se sentir em casa e que se sentasse no sofá, enquanto trancava as cinco fechaduras a porta e verificasse se todas as cortinas da casa estavam fechadas. Logo depois, tocou o pulso de Nico, fazendo com que a dor se extinguisse.

— Mas... como... assim? — Nico falou mexendo o pulso freneticamente.

— Nico, eu só preciso que você entenda bem o quê aconteceu e como eu quero realmente te ajudar. Mas, você vai ter que fazer o quê eu te falar e seguir as regras, mesmo que seja difícil. — disse a mulher, séria.

— Dona Marie, o que como assim? — disse Nico, confuso.

— E fique quieto, pois eu odeio ser interrompida. — disse Marie, logo continuando de tomar o líquido uma xícara que estava encima da mesa e empurrando outra para Nico, que ficou quieto logo após a fala da mulher e pegou a xícara, tomando um pouco daquele chá estranho e logo após largando, aquilo era horrível. — A dois séculos nós temos evitado isso; essa guerra que está acontecendo agora, esse genocídio que está para acontecer. Mas, eles descobriram que outros dois Traidores e não gostaram nada, e isso despertou de novo a fúria dos Maiores.

— Semi anjo? Maiores? Traidores? — Nico falou enterrando as mãos no rosto. — Certeza que você não está ficando igual o Reverendo?

— Eu disse que eu não gosto de interrupções! — disse a mulher brava, fazendo com que uma fraca luz se emanasse dela e assustasse um pouco Nico.

— Anh, a senhora está... brilhando. — Nico disse.

Aquilo era muita maluquice para um dia só.

— Fique quieto! — a mulher disse brava, fazendo Nico se mexer no sofá. — Eu vou explicar tudo, você só tem que ter paciência. A dois séculos, ou seja 1716, um anjo e um demônio se apaixonaram. Ninguém poderia imaginar que um demônio e um anjo poderiam amar, e muito menos um ao outro. Eles foram chamados de Traidores. Mas, aquela paixão proibida levou a algo mais; uma criança nasceu, meio anjo, meio demônio. Ah, aquela pobre criança não sabia o quê viria para si... Os pais desse semi tiveram que o deixar jogado em um canto da terra, pois se Lúcifer ou Deus o achassem a coisa seria feia. Mas, esconder essa criança só piorou. A criança cresceu normal, com humanos, e assim, constituiu uma família. Mas, sendo metade anjo e metade demônio, o deixou com um poder extraordinário; ele era mais forte que qualquer anjo e demônio, e conseguia matar qualquer um se quisesse. Mas, como toda história, ele teve que ter um fim. E assim que um demônio cruzou com ele na Terra, o levou direto para seu mestre. Lúcifer. E então esse ser com um dom único sumiu. E claro que se ele tivesse conhecimento de seus poderes ele tinha lutado, mas ele ainda não sabia, infelizmente. Ele era imortal, então sabemos que Lúcifer está o segurando no Inferno, mas, Deus não podia ir buscá-lo, pois isso levaria a uma guerra enorme, essa guerra que está acontecendo agora ainda é pequena em comparação ao que aconteceria se Deus fosse até o Inferno buscar Cronos. Nós sabemos que ele teve três filhos, meio humanos, meio anjos e meio demônios; Zeus, Poseidon e Hades, que geraram outros filhos, que geraram outros filhos. Zeus, Poseidon e Hades são imortais, e seus filhos também, mas, a geração de bisnetos que nasceu no final do século passado, início desse século, não é. E eles estão em perigo agora. — disse, colocando sua xícara encima da mesa, e olhando para Nico. — Agora, a guerra para acabar com esses bisnetos e com esses novos Traidores está começando e eles não vão parar, até que todos estejam mortos.

— Meu Deus! — Nico disse e Marie olhou feio para ele.

— Não se deve chamar Deus, criança burra. — disse Marie, com cara feia. — Você é um dos mais procurados por ele!

— E-EU? — Nico falou preocupado. — Como assim?

Marie suspirou, colocando a mão na testa.

— Criança burra, você não é um bisneto, mas ainda está jovem e ainda tem como matar você. Você é neto de Cronos e filho de Hades, o único filho dele que restou, pelo que sabemos. — disse Marie, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.

— Filho de Hades? Eu sou neto de Cronos? — disse Nico assustado, fazendo Marie revirar os olhos.

— Sim, sim. Está ficando chato esse negócio de ter que repetir. — disse Marie se levantando e indo até a cozinha, deixando Nico sozinho na sala.

Uma mulher de uns 35 anos saiu da cozinha, com cinco outros homens, que pareciam ter uns bons dez anos a menos que ela.

— Tenho que levar você ao acampamento. — disse, pegando um casaco de couro dentro do armário que havia do lado da porta de entrada.

— Hum, cadê Marie? — perguntou, confuso.

A mulher colocou a mão no rosto e se obrigou a ficar calma.

— Depois brigam comigo por te chamar de criança burra... — ela murmurou brava. — Eu sou Marie, essa é minha verdadeira forma, aquilo era só um disfarce para fugir de demônios. Agora venha logo, que os meus gatinhos aqui não tem muito tempo para levar a gente até lá antes de serem pegos.

— Esses são seus gatos? Meu... Isso parece Cinderela demais. — murmurou Nico, beliscando sua palma da sua mão para ver se aquilo não era realmente um sonho.

— Na verdade eles sempre foram anjos. Anjos menores, na verdade. Só que uma idosa com um monte de jovens em uma casa ficaria uma coisa estranha para um disfarce, então, eles se transformaram em gatos. — falou Marie, sem muita importância.

Então, de repente, eles estavam em uma clareira, no meio da floresta.

— Achei que nós íamos de carro. — disse Nico, colocando a mão na cabeça, meio atordoado por ter caído deitado no chão.

— Levante logo, precisamos correr antes que algum demônio que esteja espreitando aqui perto nos veja. — disse Marie, começando a correr e com seus gatos a seguindo.

Nico então se levantou e foi atrás, correndo o máximo que podia. Para uma mulher de 35 anos Marie corria bem demais.

— Por que não usou seus poderes de anjo para nos colocar dentro desse lugar? Meu... — Nico quase disse Deus, de novo, mas Marie olhou feio para ele, fazendo com que ele parasse.

— Nós não podemos entrar no acampamento usando qualquer tipo de poder, eles são fortes e podem fazer as barreiras que protegem o acampamento se quebrarem e deixarem qualquer anjo ou demônio entrar. — Marie explicou, ainda correndo.

Então, eles passarem por duas árvores que estavam alinhadas, e logo depois, estavam em um acampamento de veraneio normal, com vários campistas com camisas de cor laranja, com gente treinando... espadas?! É, parecia que a vida de Nico ia mudar bastante...


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Notas finais do capítulo

O porquê do Reverendo ter matado o pai de Nico e querer matar ele vai ser explicado no próximo capítulo, mas acho que já da para entender o que ele era, não é mesmo?



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