Instituto Para Jovens Bruxos Descendentes de Salem escrita por Jack Lightwood, CrazySweety, garotainvisivel13


Capítulo 4
Uma Amiga Desaparece




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Depois que Camy saíra em disparada da sala, o grupo permaneceu em silencio. Camila sentia o cordão queimar seu lábio enquanto o mordia para controlar o nervosismo. Ela não deveria estar ali. Ela não era louca ou uma aberração para estar naquele lugar. Ela era apenas uma adolescente comum, certo? Tudo bem que nos últimos meses algumas coisas esquisitas aconteceram, mas... Não! Coisas esquisitas acontecem com qualquer um. Sim, ela sempre fora diferente, mas não a esse ponto! Onde a mãe dela estava com a cabeça quando decidiu traze-la para esse lugar?

— Tá legal, onde estão as câmeras? — Letícia perguntou sarcástica.

— Câmeras? Querida, eu não sei se...

— Escuta, eu não sei se isso é algum programa de TV ou algum tipo de pegadinha de boas vindas ou o quê. O fato é que eu estou indo embora agora. Eu ia esperar anoitecer para sair desse lugar, mas isso aqui é pior do que eu pensei. Você vem comigo, Camila? – Chamou, nem sequer tentando esconder sua irritação.

Camila a encarou ainda processando o que a outra dissera. É claro que se pudesse ela iria embora. Ela preferia mil vezes estar na sua casa, perto de seus amigos e no seu quarto em vez de estar numa mansão qualquer com uma mulher que aparentemente esquecera-se de tomar algum remédio para a cabeça. Ainda assim, ali naquela sala, estranhamente ela se sentia em casa. Ela sentia que aquele era o seu lugar. Então por que ela estava concordando com a cabeça para a pergunta da amiga?

— Você acha que isso é uma brincadeira, querida? Eu posso lhe provar que não. – Afirmou a diretora — Quer sair? Pois bem, façamos um acordo. Eu deixo você sair, sem a menor resistência e ainda te dou uma carona para onde você quiser ir. Isso, é claro, se você ainda quiser ir depois de ouvir o que eu tenho a dizer. — A mulher disse, sorrindo de forma pacifica.

— E o que seria, exatamente? — Leticia ainda mantinha a compostura, com uma sobrancelha levemente arqueada.

— Uma palavra. Apenas uma palavra. E, se você ainda quiser ir depois disso, estarei às suas ordens.

— Uma palavra? Só isso? Sem truques? — A diretora concordou — Então tá, pode ir mandando preparar o carro.

— Não tenha tanta certeza, querida. Pronta? — A garota deu um meio sorriso sarcástico — Pois bem. — Ela levantou-se, andou até parar em frente à morena e inclinou-se sussurrando perto de sua orelha: — Spike.

E então, tão repentinamente quanto Camy havia saído do cômodo, o corpo de Leticia enrijeceu-se. As mãos dela tremiam fortemente, até que ela cerrou os punhos para contê-las. Ela andou para trás até que suas costas se chocaram com a parede. Era como se quisesse ficar o mais longe possível da mais velha. Sua expressão de choque logo foi substituída pelos olhos fechados e a cabeça balançando em negação.

— Talvez alguma de vocês duas devesse ir atrás dela. — A loira disse com calma, como se não tivesse acabado de traumatizar uma garota de 16 anos — Um rosto amigo sempre pode ajudar a acalmar uma mente ferida. Bem, dependendo do rosto, é claro. — Ela completou lançando um olhar divertido para a garota que ainda tremia no canto.

Ela estava se divertindo com aquilo! De alguma forma ela achara uma palavra forte o suficiente para fazer a teimosia da morena desaparecer e aquilo a divertia! Camila tentou analisar os outros rostos da sala, buscando entender algo. Leticia permanecia parada, os olhos fechados e os punhos cerrados e puxando o ar com força como se tentasse manter a respiração constante, tarefa na qual ela não estava se saindo muito bem. Os outros lançavam olhares de compreensão para as duas, como se já tivessem passado pela mesma situação varias vezes.

— Vocês são malucos. — Ela disse finalmente, com a voz mais rouca do que esperava — Completamente malucos! — Encarou a amiga mais nova, verificando que esta ainda se mantinha na mesma posição. Dirigindo-se exclusivamente a ela, então, disse: — Eu vou procurar por ela e então nós vamos dar um jeito de sair daqui, tudo bem?

A garota não respondeu, mas abriu os olhos e Camila viu neles algo que nunca pensou que veria: medo. Medo não, pavor. Ela estava apavorada e aquilo fora o suficiente para que a mais velha decidisse que tinham de sair daquele lugar o mais rápido possível. Ela ignorou o colar queimando seu pescoço e foi em direção à porta. Quando já estava andando pelo corredor vazio, no entanto, sentiu uma mão agarrar seu pulso. Ela já estava pronta para gritar quando viu o rosto de quem a agarrara. Os olhos turquesa pareciam inseguros por trás das lentes dos óculos e ele deu um sorriso tímido.

— Hey, calma, tudo bem! Desculpa te assustar. Eu só achei que você poderia precisar de ajuda. Sabe, esse lugar pode ser bem confuso. Eu ainda me perco às vezes — E riu levemente envergonhado.

— Certo, é, claro. Obrigada. — Respondeu, sentindo as bochechas esquentarem. Ela voltou a andar, tão atordoada com toda a situação que nem notou sua mão ainda segurada pelo garoto — Thomas, certo? — Ela perguntou virando para olhar seu rosto — Seu nome, aquela garota disse que era Thomas, não é? Eu sou Camila.

— É, é Thomas. Prazer em conhecê-la, Camila. — O garoto sorriu parecendo genuinamente feliz — Agora vamos achar a sua amiga.


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