Instituto Para Jovens Bruxos Descendentes de Salem escrita por Jack Lightwood, CrazySweety, garotainvisivel13


Capítulo 2
A Caminho ao Hospício




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Na semana seguinte, Camila estava determinada a ir até a casa de uma de suas amigas, Camy. Os sintomas estranhos não haviam parado e ela precisava tirar aquilo da cabeça. E quem melhor pra ajudar do que alguém que passava pelo mesmo?

Quando conheceu a garota, pela primeira vez sentiu que era compreendida. Mesmo com a diferença de idade, as duas tinham uma conexão. Óbvio que não tão forte quanto a dela com a lua, mas ainda assim era importante o bastante para que Camila soubesse que significava alguma coisa.

Ela desceu as escadas de sua casa e foi até a porta da frente. Assim que pisou fora de casa, entretanto, encontrou uma caixa de cor prata fosca. Ela sentiu sua mão arder como se implorasse para que pegasse o embrulho. Era a mesma sensação que sentira quando as vozes falaram pela primeira vez. Abriu cautelosamente a tampa, ignorando o nervosismo e focando na atração. Dentro, encontrou um pequeno pingente de lua pendurado em um cordão também prata. Era tão delicado que teve medo de tocar e acabar quebrando a joia. Ela procurou por um nome de remetente, mas apenas encontrou uma carta dizendo: ''Camila, este pingente irá te mostrar o verdadeiro caminho''.

Ela não tinha a menor ideia de quem havia mandado o colar para ela, e muito menos de a quem pertencia a elegante caligrafia do cartão, mas mesmo assim ela colocou a joia no pescoço e saiu de sua casa. Durante todo o caminho, ela sentiu o pingente queimar na sua pele, mas ainda assim ela se recusou a tirá-lo. De alguma forma aquele calor era bom e o simples pensamento de perdê-lo a apavorava.

Quando chegou à casa da amiga, entrou sem nem ao menos bater, agradecendo a intimidade das duas. Acabou encontrando não só Camy como também outra garota, Letícia. A primeira estava com uma expressão frustrada, sentada no largo sofá bege da sala. Ela usava óculos de armação preta e uma camisa da mesma cor com uma estampa da "batgirl". Camy tinha 13 anos e cabelos castanhos na altura dos ombros. Ela sempre usava preto e isso a fazia parecer uma mistura de nerd com gótica.

Já Letícia andava de um lado para o outro parecendo irritada e tensa. Ela tinha 16 anos, com olhos e cabelos castanhos. Usava jeans rasgados e uma camiseta desleixada. Ela era tímida, porém muito inteligente. Sempre demorava a confiar nas pessoas ou a demonstrar afeto e isso fazia com que muitos a considerassem uma pessoa extremamente fria.

— Oi meninas. — Cumprimentou Camila, finalmente obtendo atenção das duas.

— Hey — Camy respondeu tentando esboçar um sorriso.

— Tanto faz. — Letícia disse simultaneamente, ainda andando em círculos.

— O que vocês estão fazendo?

— Bem, eu estou tentando achar uma solução enquanto ela já desistiu, aparentemente. — A do meio explicou, fazendo a mais nova bufar.

— Eu não desisti de nada! Eu só não acho que...

— Foi ideia da sua mãe, Camy! Nós temos que consertar isso!

— Wow, calma ai! — Camila interveio — Será que dá pra alguém me dizer o que está acontecendo aqui? Desde quando vocês ficam discutindo? — As duas mais novas se entreolharam e suspiraram.

— Desde que a minha vida acabou.

— Estamos apenas preocupadas. —Camy interrompeu com um olhar triste — Nós vamos para uma nova escola.

— Só isso? Qual o problema de ir para uma escola nova? Não pode ser tão ruim assim. — Estranhou Camila.

— O problema é que nossas mães querem nos levar para uma droga de escola para jovens problemáticos! — Respondeu Letícia seca — Eu tentei explicar, tentei dizer que não há nada de errado. Quero dizer, não é como se eu fizesse por mal! Eu apenas não posso controlar.

— Espera, controlar o quê?

De repente a sala ficou mais fria e Camila percebeu que as luzes estavam mais fracas. Leticia agora a encarava numa postura totalmente ereta. O cordão começou a queimar em seu pescoço como se pedisse ajuda. Ela estava quase tomando coragem para falar alguma coisa quando Camy segurou no ombro de Letícia e o calor voltou gradativamente ao local.

— Let, tudo bem. Você pode falar sobre isso com ela. Ela... É como nós.

— Como vocês? Do que vocês estão falando? — A garota do meio ainda não deixara de encará-la e isso estava começando a deixar Camila nervosa.

— Você também vai, Mila. Sua mãe estava preocupada, assim como as nossas. — Camy suspirou — Você vai para o internato conosco.

— O quê? Não! Eu não vou para um hospício! Eu não sou louca! Minha mãe nunca... — Exclamou Camila assustada.

— Hospício? É apenas uma escola. — Respondeu Letícia — Ou você acha que nós somos loucas?

— Letícia...

— Não! Olha, eu não te conheço tão bem assim, mas, se ela diz que você é... Diferente como nós, tudo bem. Mas isso, isso não muda nada. Ou você me ajuda a achar uma solução ou...

— Ela está nervosa — A mais nova interveio novamente — Ignore tudo o que ela disser e apenas concorde.

— Nós partimos em uma semana — A do meio informou — Vão nos levar pela manhã. Eu já tentei de tudo. Minha mãe acha que eu sou uma aberração, as de vocês ou pensam o mesmo ou estão assustadas demais para conversar e perguntar suas opiniões.

Camila se lembrou de todos os momentos em que sua mãe a repreendeu, quantas vezes ela a proibiu de tocar no assunto “lua” e quantas vezes a palavra “assustada” podia ter sido usada para descrevê-la. Camy, por outro lado, lembrou-se da preocupação da mãe e da desolação em seu olhar toda vez que ela fazia algo “diferente”, como costumava dizer. Já Letícia preferiu não pensar em nada. Sua família era um assunto complicado. Bem, na verdade não. Era até bem simples: eles não gostavam dela então ela fingia não gostar deles.

— Está ficando tarde. É melhor irmos — Disse.

Todas concordaram e cada uma foi em uma direção para se arrumar para a noite. Ao amanhecer de exatamente uma semana depois, as meninas acordaram com um homem de terno, óculos escuros e sem nenhum cabelo na cabeça batendo à porta. Cada uma das três havia feito o seu melhor para não ir para o internato, mas havia sido tudo em vão. Não havia mais jeito.

Uma por uma, entraram em um carro preto. Elas mal perceberam quanto tempo se passou até pararem em frente a uma mansão com o nome escrito em latim.

— Estão prontas? — Perguntou o homem.

As meninas se olharam derrotadas e com os ombros caídos. Elas tinham olheiras profundas e tremiam levemente.

— Não. — Camila respondeu pelas três — Mas vamos logo acabar com isso.


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