Tag, you're it! escrita por Luiz


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

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Ela Estava sozinha na rua, a noite, o tempo já não estava mais como antes, a lua se cobria de nuvens como alguém se cobre de sabão durante seu banho. Ela estava sem rumo, àquela noite parecia não acabar e as ruas deixavam o clima ainda mais sombrio.

Ela sabia que qualquer coisa poderia acontecer, porém havia inocência, seu corpo ainda era de uma menina e mal sabia das maldades do verdadeiro mundo.

No fim da ruazinha, depois de quase uma hora caminhando sem nenhum movimento de veículos ela houve a musica de longa duração, ela nunca acabava, seus ouvidos de alguma maneira agradeceram por ouvir algo a não ser a grama molhada que Melanie sapateava enquanto chutava as pedrinhas que cruzavam seu caminho. Por mais que não se lembrasse de onde vinha, a música era muito familiar vindo então alguns momentos de sua vida na sua pequena cabeça oca de criança.

A noite continuava longa, a música continuava, e de qualquer maneira ela não olhava para trás e apenas continuava andando sem nenhuma pausa, então cada vez mais a música serena e relaxante como a de um carrossel ia se aproximando de suas costas.

- Você está sozinha criança? – Disse o desconhecido – Andar aqui por essas horas é perigoso, você sabe disso não é?

Melanie continuava calada, seus olhos iam se juntando aos poucos, era tarde, provavelmente hora de uma criança como ela estar no terceiro sono, por mais de tudo isso continuou andando sem olhar para trás.

-Não me ignore, tenho doces para você! – Disse o desconhecido abaixando suas janelas matizadas enquanto a música ia parando lentamente – Você não gosta de sorvetes?

Era a minivan de sorvetes, dali que vinha o som tão familiar.

Melanie virou lentamente seu corpo para o desconhecido, ele não parecia natural como qualquer outra pessoa, havia olhos grandes, orelhas grandes, e uma máscara de médico pelo que ela se lembrava.

- Eu não posso comer sorvetes, eu tenho alergia! – Disse Melanie quase gritando fechando a cara como criança mimada.

Por mais que Melanie era criança, ela não era burra, aquilo não era um sorveteiro.

- Vamos! Eu sei que você quer! – Disse o estranho sorveteiro enquanto caminhava com sua “mão” lentamente para a maçaneta da porta da minivan – Não tente me enganar, eu conheço meninas mentirosas.

Melanie não perdeu tempo, o olhar de monstro do sorveteiro á encarava, na sua cabeça era ameaçador, ele provavelmente não iria lhe oferecer sorvete novamente.

Melanie começou a ouvir delírios do sorveteiro em sua cabeça, o sorveteiro abria a porta com seus olhos gigantes á encarando como se dissesse:

-“Eu vou te cortar e fazer de você um jantar, você chegou até aqui, agora vai ganhar seu prêmio!”

Melanie poderia ter aceitado o sorvete, mas infelizmente já era muito tarde, ela saiu correndo no pátio de estacionamento próximo, se escondendo entre os carros.

- Não adianta se esconder, eu vou te pegar e então vai estar com você! - Disse o sorveteiro erguendo suas “mãos” para seu rosto enquanto tirava sua máscara cirúrgica de seu rosto revelando seu enorme focinho que de tal maneira Melanie não notou.

Era um lobo, Melanie sabia que não era um sorveteiro comum, o carro era familiar e ela não queria imaginar o que aconteceu com o verdadeiro sorveteiro da minivan. Para infelicidade de Melanie, lobos não eram tão amigáveis e era um de seus piores medos.

Melanie não se segurou, seu grito saiu de tal maneira inexplicável, ela se segurou mas seu instinto infantil gritou mais alto.

- Vamos brincar de pega-pega já que você quer! – Disse o Lobo saindo lentamente em direção ao carro de onde veio o grito. ^

Melanie começou a correr, não tentou ao menos ser discreta nem mesmo tentou fazer com que o lobo não á visse, sem direção andava na frente dos carros parados ali mesmo.

O lobo não corria, andava enquanto inalava o ar frio tão fundo, suas pupilas dilataram e sua boca abriu mostrando logo sua grande fileira de dentes pontudos e afiados.

- Não sei se te enveneno primeiro ou se já quero sentir o teu sangue em meus dentes – Disse o lobo já soltando a respiração – Amo ouvir quando você respira, espero que Deus não deixe você ir embora!

Melanie ficou tão horrorizada naquele momento, não sossegava em um canto, simplesmente saiu novamente correndo entre os carros, e dessa vez o lobo começou a correr seguindo Melanie sem parar, logo então, perdeu ela de vista onde se encontrava três carros que supostamente ela havia se escondido atrás de um.

- Uni, duni, tê! Peguei sua dama pelos seus pés. – Dizia o lobo fazendo o típico jogo - Se ela gritar, não a deixe ir, Uni, duni, tê! Sua mãe disse para pegar a melhor garota, e essa garota é você!

Ele caminhava para trás dos carros, onde encontrou Melanie, a segurou pelo braço e a puxou para o chão arrastando-a para dentro do caminhão.

- É melhor que fique aqui, vamos achar outra amiguinha pra você! – Disse o lobo abrindo seu enorme sorriso com seus enormes dentes arrepiando Melanie até na raiz do cabelo.

O lobo pois se a fechar as portas traseiras, deixando Melanie no canto, entrou na cabine do motorista e ligou a música lenta e relaxante novamente andando pela cidade.

Pela surpresa de Melanie, o sorveteiro familiar estava ali dentro, junto com ela, já em seu sono infinito com marcas de quem aparentemente tentou lutar, segurando em sua mão direita um facão de carne que não fazia sentido nenhum estar ali, mas Melanie estava pouco se fodendo, engatinhou até o sorveteiro já morto, pegou o facão e rasgou a grade onde separava ela da cabine do motorista.

- Cahan. – Tossiu para chamar atenção do lobo.

Logo ele se virou para ela, por surpresa dele, a garota que ele achava inocente rasgou sua garganta com o facão de carne o deixando inconsciente derramando sangue em seu limpo uniforme de sorveteiro, o carro continuou em movimento até bater em um poste próximo, mas nada aconteceu.

Melanie pois se a ir novamente para a trazeira da minivan, pegou uma das casquinhas que havia ali, exagerou no sorvete e abriu a porta da minivan indo embora como antes, sapateando na grama enquanto chutava as pedrinhas que estavam em seu caminho.

- Hoje eu não vou pra de baixo da terra. – Disse ela com um olhar psicótico. –Ah, quase esquecendo! Eu não sou alérgica a sorvete.


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Notas finais do capítulo

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