Redescobrindo o Amor escrita por Bia Zaccharo


Capítulo 11
Tudo Vai Ficar Bem


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura...♥



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ANASTÁSIA STEELE

 

Já faz mais de sete horas que eu estou na sala de espera. Grace, Carrick, Elliot e Mia estão comigo, mas ainda sim estou nervosa. Os médicos ainda não deram nenhuma notícia, e por mais que Grace seja influente, ela também não sabe de nada.

Começo a morder a pontinha do dedo indicador e andar de um lado para o outro pelo nervosismo.

—Ana fica calma, por favor. —Pede Elliot e eu o fuzilo com o olhar. —Ok, acho que isso foi um não.

—Nada de gracinhas Elliot! —Exclama Grace. —Querida você quer comer algo?

—Não, eu só quero a minha mãe. —Digo batendo o pé no chão.

A porta se abre e todos nós nos viramos. Um médico sai de lá, sua expressão é tomada por cansaço e descontentamento. Ele se aproxima lentamente e eu sinto meu coração disparar.

—A cirurgia foi complicada. —Sussurra o médico. —Nós tivemos três paradas cardíacas, duas hemorragias, mas graças a Deus, tudo foi um sucesso. Logo ela poderá receber visita.

—Ah meu Deus! —Exclama Grace aliviada.

Coloco o rosto entre as mãos e solto um longo suspiro, aliviada.

Ela está bem. Minha mãe está bem. Eu não vou perdê-la.

Grace coloca as mãos no meu ombro e eu olho para ela.

—Tudo vai ficar bem querida.

—Eu sei... —Sorrio. —Tia Grace, será que eu posso sair?

—Aonde você quer ir? —Ela pergunta confusa.

—Ver alguém.

—Tudo bem, só não se afasta muito, e qualquer coisa me ligue. Eu me preocupo.

—Eu sei, obrigada.

Dou um beijo em Grace e saio do hospital.

Eu mal posso conter minha felicidade. Eu fiquei tão preocupada com mamãe. Tive medo em perdê-la, mas agora que ela está bem, algo precisa ser feito.

Começo a andar pelas ruas e logo chego a uma pracinha. Sorrio ao avistar um homem sentado. Aproximo-me dele e sento ao seu lado.

—Sabia que você estaria aqui. —Digo sorrindo.

—Como? —Pergunta confuso.

—É perto do parque e do ponto, os dois lugares onde nos encontramos.

—Você é uma garota esperta.

—Obrigada. —Sorrio.

—Você me deixou bem confuso. —Diz o Sr. Steele.

—É, mas aposto que você já ligou os pontos. —Falo arqueando uma sobrancelha.

—Acho que sim... —Raymond respira fundo. —Você tem os olhos iguais aos meus, sabe muito sobre a Carla, mas eu não sei nada sobre você.

—Pois é... —Sussurro. —Eu me chama Anastásia.

—Anastásia? —Raymond me olha e sorri com seus olhos brilhando.

—O que foi?

—A Carla e eu sempre falávamos que se tivéssemos uma filha, seu nome seria Anastásia.

—Acho que ela cumpriu a promessa. —Digo indiferente.

Levanto-me e começo a andar.

—Você é filha dela? —Steele pergunta andando atrás de mim.

—Sim. Sherlock. —Sorrio.

—Quantos anos você tem?

—Quase onze. —Digo rindo e começo a andar no meio-fio. —Por que você foi embora?

—Eu não fui embora. A Carla achou que eu a tivesse traído, mas fui tudo uma armação da minha mãe para nos separar.

—E ai você foi embora?

—Não! A Carla fugiu antes que eu pudesse explicar.

—E por que você não foi atrás dela? —Paro e o encaro.

—Eu nunca consegui achá-la.

—Ela está em um hospital. —Volto a andar no meio-fio e abro os braços para me equilibrar. —Eu descobri só hoje que a mamãe estava com um tumor.

—Tumor? —Raymond pergunta preocupado.

—Sim. Ela quase morreu, mas tudo deu certo. Eles fizeram uma cirurgia nela. —Balanço cabeça para afastar as lembranças das horas de aflição. —Sabia que eu tive medo de perdê-la?

—Claro que teve, ela é sua mãe.

—Não por isso. —Reviro os olhos. —Nós passamos por muitas coisas juntas, e agora que ficamos livres, ela adoeceu. Eu tive medo que ela não pudesse ser feliz depois de tudo.

—Depois de tudo o que?

—Meu pai... Digo, meu padrasto, o homem que me criou. Ele nos batia muito, deixava-nos trancada, sem comida.

—O que? —Raymond segura meu braço e me faz parar. —Ele bateu em vocês?

—Sim. —Digo e o empurro. —E não me toque de novo se não eu grito.

—Me desculpe. —Ele fala encolhendo os ombros. —Mas o que houve com ele?

—Bem. —Volto a andar. —Depois que eu fugi para buscar ajuda a mamãe o matou. Ele tentou matá-la e foi em legítima defesa.

—Uau...

—Você sabe que isso é culpa sua não sabe? —Arqueio uma sobrancelha.

—Minha culpa? Ela fugiu. —Defende-se ele.

—Ai está o problema, aposto que você sempre soube como era sua mãe, mas mesmo assim a deixou interferir no seu casamento, se você amasse a mamãe de verdade nada atrapalharia, nós três poderíamos estar juntos e felizes hoje.

—Nós três?

—Sim. Ou você ainda não notou que você é meu pai?

—Anastásia. —Raymond para, mas eu continuo andando. —Porque você fala isso com tanta naturalidade? Eu fiquei fora por dez anos.

—Dez anos e meio. —O corrijo. —Eu falo porque é a verdade. Eu não vou correr e te abraçar, se é o que você pensa, eu quis muito saber quem era o meu pai, e agora eu sei, mas eu não me sinto feliz com isso, porque eu descobri que você não foi homem de verdade para lutar pela mulher que amava.

—Eu lutei por ela.

—Não o suficiente.

—Mas o que eu posso fazer?

—Você ainda a ama?

—Eu não sei... Foram dez anos, mas eu nunca consegui esquecê-la, e querendo ou não nós ainda somos casados.

—Eu sei disso. Eu vi o registro de casamento. Ela ainda guarda, assim como a aliança e todos os presente que você deu.

—Ela guarda?

—Sim.

—O que eu posso fazer Anastásia? Ela nunca quis me ouvir...

—Tenta de novo. —Paro e olho para o hospital do outro lado da rua. —Ela está lá dentro. Você está tendo mais uma chance de revê-la, vai desperdiçar?

Raymond me olha e depois olha para o hospital.


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Notas finais do capítulo

Sei que todos pediram muito para a Carla não morrer, e pedido concedido, eu pensava em matá-la, mas ai muitas coisas se complicariam, e depois de tudo que ela passou não seria justo com ela, nem com a Ana. ♥