ANASTÁSIA STEELE

Ouço mais um grito e encolho-me ainda mais.

Mais um grito me faz colocar as mãos cobrindo os ouvidos. Queria poder não ouvir, mas por mais que eu tape os ouvidos os gritos de mamãe só continuam mais estridentes, eles não ecoam apenas no lado de fora, mas ecoam no meu coração ferindo-o mais e mais.

O estalar de um tapa se pode ouvir e com mais um grito tudo se cala. 

Ouço passos e logo a porta batendo. Abro um fecha na porta do guarda-roupa onde estou escondida e logo vejo mamãe caída no chão, mas papai não está aqui. Estico-me um pouco e pulo para fora do guarda-roupa, caminho até mamãe e me abaixo ao seu lado acariciando seu rosto que agora tem machucado horríveis.

—Anastásia. —Mamãe sussurra tentando se levantar.

—Mamãe... —Digo baixinho e algumas lágrimas rolam pelo meu rosto.

—Você precisa ir. —Ela diz quase sem forças.

—O que? —Pergunto confusa.

—Você tem que sair daqui, ele vai te matar.

—Mas se eu for ele vai matar você mamãe. 

—Não, ele não terá coragem, mas eu preciso que você fuja, encontre ajuda e volte para me buscar.

—Mamãe. —Meu queixo começa a tremer e o medo invade-me.

Um barulho de chave desvia nossa atenção para a porta.

—Vá Ana! Por favor. —Implora mamãe. —Encontre ajuda.

—Tu-tudo b-bem. —Gaguejo em meio aos soluços. —Eu vou. E eu prometo voltar mamãe.

—Eu sei que voltará. Eu te amo minha menina.

—Eu te amo mãezinha.

Dou um beijo em minha mãe e me levanto, corro até a janela e abro a mesma, olho para mamãe caída no chão e sinto meu coração partir, mas eu vou fazer isso por ela. Pulo a janela rapidamente e saio correndo pelo gramado alto que cerca a casa, logo avisto o portão e corro para fora indo em direção as ruas.

Eu vou mãezinha, mas eu juro com todo meu coração que voltarei. Eu jamais te deixarei sozinha.

Nunca!

Eu te amo.