Ela os perseguira por cada canto de seu antigo caderno de desenhos, até que eles conseguiram chegar ao ponto crucial. Dentro da caixa de brinquedo, todos os resquícios da feliz infância da princesa, e seu mais odiado bem e mais precioso tesouro. Seu quadro estava lá, sua face sorridente, sua imagem casta e pura.

De certa forma olhar aquilo doeu em si. Ela já fora daquele jeito? Ela realmente já fora como a garota do quadro, apenas uma criança doce, ingênua e feliz? Ela já tivera aquela expressão em seu rosto? Ela sabia que a resposta era sim. Embora não fosse mais, um dia Mary fora apenas a princesa, que vivia harmoniosamente cada dia.

Então o silencio foi tudo que ela escutou, seguido pelo perturbante som de chamas crepitando. A dor durou segundos, quando foi substituída pela anormal sensação de leveza. O abismo negro a sua frente aos poucos tornava-se do mais puro brando.

Quando ela partiu, deixando apenas cinzas para trás, sua alma cintilava em dourado, tal como a rosa que segurava com ambas as mãos. Ela estava livre, como nunca estivera desde o momento em que fora pintada.

“Obrigada! ”

“Estou indo papai. ”

E eles viveram felizes para sempre.