Uma Qualquer História Especial escrita por UQPE


Capítulo 62
Capítulo 62 - O Jornal




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/6715/chapter/62

A rapariga, que a avaliar pela quantidade de fotografias no seu quarto era claramente fã dos Tokio Hotel, acordava com o despertador a tocar a sua música preferida, inquestionavelmente da sua banda. Como um ritual matinal que tinha, levantou-se e ligou o computador.
Agora que eles estavam em Portugal, ela via a sua oportunidade de os conhecer. Ainda por cima, Gustav ia passar o seu dia de anos em Portugal. Ela estava em êxtase. Na esperança de encontrar notícias da sua estadia ou até mesmo do porquê da sua vinda, não que lhe importasse eles estarem cá, antes pelo contrário, foi aos sítios habituais. Fóruns, blogs, sites oficiais. Nada. Não encontrou nada. Desligou o computador e preparou-se para ir tomar o pequeno-almoço, no preciso momento em que um novo tópico fora adicionado; ela não reparou.
Pegou na sua mala aos quadrados, claro, no casaco de cabedal, extremamente parecido ao de Bill e foi para a cozinha; tencionava passar o dia à porta do hotel, à espera de algo. A mãe e o pai já se encontravam lá e ela cumprimentou-os.
- Bom dia. Queres torradas? – perguntara-lhe a mãe.
- Pode ser. Bom dia, pai.
- Bom dia, querida.
O seu pai, um homem alto e calvo, lia o jornal diário, como todos os dias. A rapariga tirou um copo para o sumo e bebeu. Olhava distraidamente para a cozinha quando de repente de engasgou.
- P... Pai? O que é isso? – perguntou, entre soluços.
Ele, não vendo nada de especial, olhou à volta à procura de algo de estranho.
- Onde? – perguntou, depois de concluir que não havia mesmo nada de estranho.
- Na tua mão! – dizia ela, aborrecida por o pai não a estar a perceber.
Ele continuava sem perceber. Só tinha o jornal.
- É o jornal, filha. Estás bem? – perguntou a medo.
- Dá cá! – pedindo, deixando as explicações para trás.
Quando o jornal foi parar às suas mãos, ela olho-o, vidrada. A letras grandes, fazendo o título da parte cor-de-rosa estava a frase: “DESCOBRIMOS O QUE TROUXE OS TOKIO HOTEL A PORTUGAL, página 28”.
Instantaneamente, correu até à página 28. Uma foto, que ela tão bem conhecia como sendo da sua banda preferida, ilustrava o artigo.
“Custou, mas conseguimos. Descobrimos o que trouxe esta banda numa visita relâmpago ao nosso país. Respondendo aos pedidos de muitas fãs, o nosso repórter especial deslocou-se ao terreno e conseguiu a resposta à pergunta que faz muitas raparigas correrem de um lado para o outro.
Tokio Hotel, o grupo composto por quatros rapazes alemães está em Portugal ao serviço do coração. Isso mesmo. Os rapazes estão apaixonados ao ponto de virem a Portugal atrás das suas namoradas.
Ontem, por volta das 15h e enquanto muitas fãs aguardavam na parte da frente do hotel, Bill Kaulitz e Gustav Schäfer, hoje aniversariante, esperavam nas traseiras do hotel pelas suas namoradas. Estas chegaram, pouco tempo depois da notícia avançada pela televisão. Pela observação que foi feita, eles já se devem conhecer há algum tempo, pois o clima que se instalou foi de grande cumplicidade.
Desconhecem-se quaisquer namoradas da banda. Há uns meses atrás, houveram rumores de que Bill, o vocalista, tinha uma amada na sua terra natal. A notícia nunca foi confirmada, mas os rumores aumentaram depois de Bill passar por um período de grande tristeza. Também se desconhecem namoradas dos dois restantes elementos, sendo um, Tom Kaulitz conhecido por não ter namorada fixa e, o outro, Georg Listing, por ser bastante reservado om a sua vida privada.
A identidade das raparigas portuguesas que andam a roubar o coração dos rapazes mais cobiçados do mundo é desconhecida e não se sabem mais pormenores sobre este namoro. De certo que não se tardara a saber mais, até porque as fãs agora terão assunto para investigar.
Para ajudar, fica uma foto, ainda que de costas, das duas belas que conquistaram estes rapazes.”
Quando acabou de ler, analisou a foto, centímetro a centímetro. Via-se apenas duas raparigas aos beijos, claramente, a Bill e Gustav.
O coração caiu-lhe aos pés. Ignorando as torradas, pegou nas coisas e saiu, deixando o seu pai pasmado por ela lhe ter levado o jornal.
Apanhou o autocarro e, em vez de ir para a escola, foi para casa da sua melhor amiga. Encontrou-a a sair do portão.
- Espera! – gritou.
- Olá. A esta hora aqui? O que foi? – perguntou a outra, espantada.
- Lê. – Estendendo-lhe o jornal.
Ela leu. A reacção foi bastante idêntica à da amiga. De espanto, claro.
- Sabes, pode ser falso. – disse, tentando-se convencer que as palavras eram verdadeiras.
- Tem uma foto. São mesmo eles. – deitando por água abaixo as esperanças da outra.
- O que fazemos?
- Envia mensagem a toda a gente. Diz que nos encontramos dentro de uma hora no Pestana Palace.
- Elas vão achar estranho. Não digo mais nada?
- Dizes: Correio da Manhã, página 28.
Uma hora depois estavam, pelos menos, umas centenas de raparigas à porta do hotel. Todas queriam o mesmo.

Por essa hora, Lia ainda dormia e não ouviu o seu telemóvel receber uma mensagem. No dia anterior, tinham estado com eles até tarde, no hotel.
Bill e Lúcia tinham ido até ao telhado, relembrar uma coisa só deles. Gustav e Lia ficaram com o resto da banda a falarem da viagem surpresa e dos anos de Gustav.
As raparigas não dormiram lá, pois Lia tinha que ir a casa buscar a prenda do namorado e precisou da desculpa.
Acordou, meia hora depois, com a mãe a bater à porta.
- Vou trabalhar. Tens o almoço feito.
Lia levantara-se, mal percebeu que dia era. Correu até à casa-de-banho, vestiu-se e pegou na prenda de Gustav. Já ia na porta da entrada, quando se lembrou que não levava o telemóvel. Voltou a correr para trás. Agarrou o telemóvel e foi até à paragem. Correu para apanhar o autocarro. Entrou e sentou-se num bando traseiro. Preparava-se para mandar uma mensagem a Lúcia a avisar que se encontravam no hotel, quando reparou que tinha uma mensagem.
ATENÇÃO: Encontramo-nos dentro de uma hora no Pestana Palace. Leiam a página 28 do Correio da Manhã. IMPORTANTE E GRAVE!
Lia ficou preocupada. O número era duma rapariga que conheceu num fórum da banda. Olhou à volta e viu uma velhota com o jornal. Educadamente, aproximou-se e pediu para ler. A senhora emprestou-lhe o jornal.
Ela abriu na página 28. Leu. Acabou de ler. Levantou-se. Tocou para sair numa paragem nem sequer era a sua. Saiu. Procurou um quiosque. Pediu o jornal. Uma rapariga, vestida de preto e branco, pedia o mesmo. Lia não lhe prestava muita atenção, quando ela lhe falou.
- Também recebeste a mensagem, não foi?
- Ah... Sim... Claro.
Pagou e foi-se embora. Sentou-se no passeio e voltou a ler o artigo, agora com mais calma. Entrou em choque. Apanhou de novo um autocarro e foi para casa de Lúcia.
Andando sem ouvir nada nem ninguém, entrou no quarto da amiga.
- Lú, acorda. Lú! – gritou.
Lúcia acordara estremunhada.
- Que foi? Estás parva? Que horas são?
Antes de ela ter tempo de alcançar o relógio, enfiou-lhe o jornal debaixo do nariz. Lúcia foi obrigada a ler.
Quando acabou, ficou igualmente em choque. Olhavam uma para a outra quando os telemóveis das duas tocaram. As mensagens eram de Gustav e Bill e diziam a mesma coisa.
They found us.

To be continued...

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma Qualquer História Especial" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.