Uma Qualquer História Especial escrita por UQPE


Capítulo 12
Capítulo 12 - O Grande Dia




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9 da manhã e Lúcia já se levantara. A mala que havia arranjado no dia anterior estava em cima da cadeira da cozinha, à espera de sair nas costas de alguém. A lista de tarefas estava no bolso. Tomou o pequeno-almoço, meteu a mala às costas e saiu de casa.
Próxima saída: centro comercial. Aviou a sua lista de compras e dirigiu-se para a sua porta das traseiras. Bill já a esperara com um cigarro na mão. Apagou-o e cumprimentou-a. Ela pode cheirar o seu pescoço bem perfumado.
- The others are still sleeping.
- That’s ok.
- So tell me what is the surprise – disse Bill a sorrir.
Ela sorriu-lhe de volta e abriu a mala. Tirou duas t-shirts que tinha andado à procura na véspera e dois chapéus dos escuteiros.
- I was a girl scout, and now you’re a boy scout.
- What?
- You said that you want to see Lisbon, and I will show you.
- I can’t, people will recognize me.
- Well, I have the solution.
Estendeu-lhe a camisola e o chapéu. Ele vestiu-a, apanhou o cabelo e colocou os óculos de sol. Tirou as pulseiras todas e colocou na mala dela. Ela deu-lhe um espelho e ele ficou convencido que estava irreconhecível.
Apanharam juntos o primeiro autocarro em direcção à Baixa. Não falaram para não serem reconhecidos.
Passearam a manhã toda. Visitaram alguns monumentos, entraram em lojas, tiraram fotos. Até pediram a um senhor que ia na rua para lhes tirar uma foto juntos e não foram reconhecidos. Bill estava feliz por ser uma pessoa comum, embora soubesse que isso tinha que acabar. À hora de almoço, sentaram-se à beira rio. Lúcia tirou da mala duas caixas do Burger King que tinha ido comprar de manhã. Bill ficou surpreso. Comeram em silêncio. Até que Bill lhe disse:
- Thank you for today. I realy enjoy.
- Isn’t over yet.
Seguiam para o Parque das Nações. Andaram de teleférico, de bicicletas, viram o Oceanário.
Quando saíram já estava quase a cair a noite e Lúcia e o Bill disfarçado sentaram-se à beira rio. Viram o pôr-do-sol. Depois voltaram para o hotel. À porta, Bill e Lúcia voltaram à sua aparência normal. Bill tirou as suas pulseiras da mala e devolveu a t-shirt a Lúcia. No caminho, Bill pensara numa surpresa.
- Come. – disse.
Ela segui-o. Entraram no elevador e Bill tirou da carteira um cartão. Passou pelo leitor do elevador e carregou no botão do último andar, agora desbloqueado. Saíram e subiram até ao telhado. Estava frio e vento. Bill emprestou o casaco a Lúcia. O cabelo de ambos esvoaçava. Lúcia estava maravilhada. Dali via-se a cidade toda, iluminada. Lá em baixo os carros pareciam formigas. Bill observava Lúcia de perfil.
- Beautiful isn’t?
Ela não tinha palavras. Baixinho, Bill cantava a música Don’t Jump: “on top of the roof, the air is so cold and so calm... I scream into the night for you, don’t make it true, don’t jump...” Lúcia virou-se. E Bill fez o que ela não esperava.
Beijou-a. Beijou-a como se amanhã não houvesse. Beijou-a como se ela fosse a coisa mais frágil do mundo e como se se fosse partir a qualquer momento.
E continuou a beijá-la.

To be continued....


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