De Repente É Amor escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 41
Capítulo 40 - O Discurso.


Notas iniciais do capítulo

Não! Esse não é o último capítulo, é o penúltimo hahahaha.
Boa Leitura!



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        Música

 Ponto de vista: Florence Elliott.

A escola que frequentei por anos, e tive as melhores experiência da minha vida, estava cheia como nunca vi antes, com alunos, professores e familiares prontos para presenciar a formatura desse ano. A decoração consistia nas cores vermelho e prata e vários balões se espalhavam por todo o recinto.  Havia um clima bom, a qual todos compartilhavam no ginásio.

            Me virei, ao de Lynn que me ajudava a entregar as becas e capelos da cerimônia para os formandos, e encarei uma cena que me fez sorrir livremente; Minha tia se encontrava abraçada a Faraize, já que agora, eu vou deixar de ser uma aluna dessa escola e ele não será mais meu professor, os dois podem mostrar seu amor sem restrições. Pelo menos, ela teria alguém para cuidar dela quando eu fosse para faculdade.

        Os dois sorriram para mim de volta.

—Ainda não acredito que a diretora chamou a Peggy para ser a oradora da classe...Ela não tem medo do que a mesma possa falar? — quando Lynn faz aquele comentário, eu gargalho. Em seu vestido caro, e com um elaborada maquiagem ela faz o mesmo.

—Peggy irá se controlar, ela amadureceu ao longo desse ano, e a diretora sabe disso. — lhe tranquilizo sobre isso, me sentindo realmente orgulhosa do quanto minha amiga cresceu. Refletindo agora, é estranho pensar que houve um tempo em que Peggy não era minha melhor amiga, porque agora ela é mais que isso, Peggy é minha irmã, e eu a amo.

—Acho que todos amadurecemos. — Lynn concorda, olhando agora para Castiel que estranhamente conversava com Ambre — falando nessa, foi surpreendente quando descobri que a mãe dela conseguiu uma bolsa para ela em uma faculdade em Milão, e agora a mesma ia ficar longe de Nathaniel — no fim é outra realidade, existir uma versão dos fatos na qual mesmo os dois sendo irmãos tão diferentes, fiquem separados. — E olha lá, seu príncipe encantado esperando por você. — se refere a Dake que vestido em um belo smoking se encontrava na entrada do ginásio.

                  Peço licença a ela, e em seguida me encaminho em direção a meu ex namorado e atual amigo. Dake sorri quando me vê, mas, de um jeito meio melancólico, já que sabemos que essa formatura é mais que o início de uma nova fase, é praticamente nossa despedida. 

—Olha que surpresa, meus pais não poderão vir para minha formatura, o trabalho os ocupou. — Dake me conta não parecendo incomodado com isso.

—E você está bem quanto a essa situação? — só quero confirmar.

—Bóris é a única pessoa que preciso aqui, entende isso? — quando ele faz essa pergunta calmo, olho para Agatha de novo e dou um sorriso.

—É. Eu meio que entendo desse sentimento. — é lógico que entendia.

—Como você está? Digo, sabendo que irá hoje mesmo para o EUA e iniciará uma vida nova. — questiona isso dado o fato de que decidir passar as férias em NY, antes de ir para Boston, será bom para me acostumar antes de entrar na faculdade oficialmente.

—Feliz, ansiosa e com muito medo. — sou completamente sincera.

—Estaria preocupado se o medo não aparecesse. Mas, eu sei que tudo dará certo. — tenta me tranquilizar e eu olho para ele com carinho.

—Como tem tanta certeza disso? — quero entende-lo.

—Você é incrível, Florence Elliott, acredito no seu potencial para vencer. — dito isso, ele me oferecesse seu braço para que passemos a caminhar pelo evento juntos.

             Avistamos muitas das figuras que com certeza quero evitar no futuro, como Debrah e Viktor, mas, no limitamos a apenas revirar os olhos para eles. Encontramos o casal vinte da Austrália mais conhecido com Rosalya e Leigh e os cumprimentamos com felicidade. Disse a eles que esperaria ansiosamente o convite do casamento deles que com certeza aconteceria um dia. Os dois riram, mas, concordaram.

           Dake me abraçou em meio a alguns cumprimentos seguintes e eu sorri para isso. Era sua forma de aproveitar nossos últimos momentos. Castiel logo passou a nos acompanhar, e aproveitamos para relembrar um pouco das histórias que vivemos ao longo desse ano.

               Logo que a cerimônia acabasse, todos iriam para a casa dele , para encherem a cara em uma festinha particular, quer dizer, nem todos, eu pegaria meu voo para NYC ainda hoje.  Acho que isso era a única coisa que ainda o animava para ficar na formatura sem reclamar, a simples ideia de se embebedar logo depois.

                  Quando a diretora subiu no palco anunciando que ia começar, os garotos e eu seguimos para nossos lugares. Me sentei ao lado de Agatha que agarrou minha mão com orgulho e observei todos os meus amigos se acomodarem ao lado de seus familiares. Senti uma mão tocar meu ombro e quando me virei me deparei com a imagem de um Logan elegante. O mesmo sorriu, antes de ocupar a cadeira próxima a mim. Lutei para esconder um sorriso.

                Desde o episódio da última feira o mesmo tem tentado se aproximar de mim, semana passada me deu alguns livros de jornalismo, jantamos na praia e ontem prometeu que estaria na minha formatura e cá está ele. Na verdade, não estou fazendo o minimo esforço para mante-lo longe de mim, porque no fim não quero seu afastamento. Meus amigos — que ficaram por dentro da história, e da razão de eu ter agido como uma vadia por um dia no dia do nosso reencontro. —  e minha tia tem me apoiado firmemente nessa situação e depois de Peggy xingar muito meu então pai, ela declarou que pode até tentar não fazer careta cada vez que ver ele.

                 Ao meu ver, também acho que ele quer se despedir antes da minha ida para a cidade que nunca dorme.

            Acenei para Castiel que se encontrava com seus pais e seu sogro Liam Gilbert e ele revirou os olhos para mim. Eu sentiria falta até daqueles momentos bobos no meio da escola. Esse ano foi mágico no resumo para mim, vivi coisas que nunca imaginei que viveria e amei da forma mais intensa que pude, eu me arrisquei na minha própria história e tive recompensas, algumas partes foram complicadas sim, mas, no geral ganhei mais do que perdi.

                Fitei Dake que comentava algo com Bóris e ele sorriu.

          Segundos se passaram e logo a hora da diretora chamar os formandos ao palco em ordem alfabética. Quando Ambre subiu ao palco com seu vestido rosa esfuziante todos assobiaram inclusive eu, que fiz isso as gargalhas. Castiel logo se encontrava no palco também, com sua expressão séria de sempre. Não demorou muito para Dake estar lá, bati palmas com animação para ele.Assim a lista se seguiu e minha vez chegou. 

             A hora de Peggy discursar chegou. Nos posicionamos de forma que pudéssemos escutar a nossa fofoqueira predileta que se encontrava elegante de um jeito que nunca esteve antes. A mesma inclinou sua cabeça em direção ao microfone da bancada e suspirou. Lhe enviei um olhar de incentivo e ela sorriu.

—Tenho que admitir que fiquei incrédula, quando a diretora me escolheu para discursar, e pior que isso foi escolhido porque vocês votaram, qual é! Eu sou a garota que vocês mais devem odiar na Sweet Amoris, eu revelei os segredos sombrios de vocês e de vez em quando aumentei algumas coisas a respeito das histórias. — Peggy diz aquilo risonha. Dake ao meu lado franze as sobrancelhas, assim como a maioria das pessoas.

—Tem certeza que a Peggy recebeu votos os suficientes para estar ai? Tipo, quem votaria na contadora de segredos ambulante? — Dake brincou e eu sorri de lado sem olhá-lo.

—Eu votei. Quinhentas vezes. — revelo, encarando minha amiga com orgulho. — Peggy só precisava de alguém que acreditasse nela, e que fosse capaz de manipular a urna. — comunico a ele que gargalha. — A Cara de bocó de todos quando ela fizer o melhor discurso de todos será minha recompensa. — comento risonha.

—No começo do ano, eu era eu...Nada me interessava mais que uma boa fofoca e uma intriguinha básica...Então, eu me aproximei de certas pessoas. — Peggy me olha e faz uma careta engraçada. — Enfim, não quero entrar em detalhes, mas, coisas aconteceram e eu mudei, porque, assim como as estações, as pessoas tem habilidades de mudar. Não acontece com freqüência, mas, quando acontece, é sempre para o bem. Algumas veze,  leva o quebrado a se tornar inteiro de novo. Às vezes é preciso abrir as portas para novas pessoas e deixá-las entrar. Na maioria das vezes, é preciso apenas uma pessoa que tenha pavor de demonstrar o que sente para conseguir o que jamais achou possível. — olho para ela emocionada, assim como a maioria das pessoas. — O que quero dizer é que; Talvez por ser o nosso último ano na escola, dominados pela nostalgia, nos permitimos ver coisas que sempre estiveram a nossa frente e nunca aproveitamos, e isso é errado, não podemos deixar para notar no fim o que pode ser um novo começo todo dia.  Devemos todos os dias, notar uns aos outros, não importa quão diferente possamos ser, ou quantos defeitos possamos ter, sempre temos que dar uma chance, é para o nosso melhor. O futuro está ai, estará amanhã quando as férias antes da faculdade começarem, mas, o que importa é o que somos hoje, quem amamos hoje. Digo, passamos tanto tempo tentando descobrir quem queremos ser, acho que se nos focarmos mais nas pessoas e nos momentos a nossa volta e dar importância a isso, um dia a resposta aparecerá como em um passe de mágica. — encerra de modo simples e centenas de palmas são pouco para definir o quão verdadeira ela soou.

               Sibilei um “amo você” para ela, que respondeu do mesmo jeito.

             Então, chegou a hora, sob gritos, aplausos, assobios e promessas silenciosas, jogamos nossos capelos para cima e nos consideramos oficialmente formados.

              [...]

              Lágrimas de saudade antecipada e de felicidade banhavam meu rosto, quando meu seleto grupo de amigos e eu nos encontramos parados em frente a escola, olhando o prédio que foi nossa segunda casa por tanto tempo. Recordei-me do tanto de artigos que escrevi para a Sweet Amoris e sorri.

—Eu nunca pensei que seria tão difícil dizer tchau para essa escola. — Peggy revela abraçada a Armin, lutando para não deixar suas próprias lágrimas escaparem.

—Não é a escola, o difícil é se despedir da nossa vida quase fácil, onde nossa única preocupação era quando seria  o próximo jogo da temporada para registrar. — explico a ela.

—Ou então quando seria a próxima vez que eu daria um ataque de ciúmes. — Dake complementa e eu dou uma risada, logo que ele segura em meu ombro.

—As coisas eram até fáceis, só não sabíamos. — Lynn diz fazendo uma careta.

—Esse clima deprimente está tão ridículo. — Castiel debocha com sua expressão mais tediosa.

—Okay, vai me dizer que não sentirá falta dos ensaios no porão, das bebedeiras ilegais, ou das brigas com Nathaniel? — o provo e ele ri.

—E você? Vai sentir falta do nosso “desabafo” secreto? — zomba se referindo ao boxe, os outros não entendem, mas, também não questionam.

—Não tenho muito para desabar hoje, então estou bem. — tento lhe garantir isso.

—Certo, para isso não presenciar isso ficar mais estúpido do que já está, vou indo, a festa me espera. Te vejo em NY loirinha. — Castiel me presenteia com um abraço leve e eu o aperto para que saiba que o amo. Ele abraça um a um, antes de se encaminhar rumo a sua moto.

—Também vou com ele, amo vocês gente. — Lynn se despede de um jeito mais contido, e após outro festival de abraços, vai embora.

                  Peggy e eu nos encaramos chorando, e quando nos abraçamos isso só se intensificou.

—Tem que me ligar todos os dias, e me contar tudo sobre a Califórnia. Eu te amo, Peggy. Você é mais que minha melhor amiga, você é minha irmã, obrigada por tudo. — lhe agradeço com sinceridade e ouço seus soluços.

—Eu poderia ter sido melhor, eu sei disso agora, mas, eu prometo, nunca vou te abandonar a partir de agora, Florence Elliott, eu te amo também. — aceito aquela promessa com felicidade.

               São trocados mais alguns abraços com ela e Armin, até só restarmos Dake e eu. De modo, quase automático ele segura minha mão e eu o sigo até seu carro.

[...]

              O mar estava calmo e a praia quase vazia, enquanto nós dois a observávamos, sentados na varanda da minha casa. Tal como fizemos várias vezes desde que nos tornamos amigos. Dake já tinha se despedido de seu paletó e gravata e eu me livrado das minhas sandália. Até certo  tempo, o silêncio nos acompanhava naquele momento. Mas, eu decidi mudar isso.

—Tempo funciona. — o surpreendo com aquela frase e ele me encara sem entender. — Um dia, sentados nessa mesma varanda, tivemos uma conversa, na qual eu te aconselhei a dar um tempo ao Castiel, e você me questionou se tempo funcionou comigo. Ele funciona, porque no começo do ano, eu estava tão quebrada, que nem imaginei que quando ele acabasse, eu teria tantas coisas para agradecer. Tudo graças a você. — lhe comunico de modo calmo e ele assente.

—Eu estou com medo. — Dake admite e meus olhos marejam. —Com medo de viver sem você estar perto de mim, com medo do que posso me tornar sem sua presença. — diz sincero.

—Você já se tornou algo sem mim, se tornou uma pessoa melhor. — lhe garanto isso.

—Está acabando, Flore. — nota, olhando para o sol indo embora.

—Eu sei. — praticamente sussurro.

—Não é estranho? Um dia eramos só vizinhos que não se falavam, pessoas cujo os comportamentos era completamente diferente um do outros...Então, nos tornamos amigos, parceiros e em seguida nos apaixonamos. Primeiro foi indiferença, desconhecimento, depois foi surpresa, deboche, ironia, e em seguida carinho e salvação.e de repente... — não deixo que ele termine.

—De repente foi amor. — Dake sorri concordando. — Você sempre esteve aqui do lado, e eu nunca te enxerguei com outros olhos, e então de alguma forma aconteceu, nós nos apaixonamos, erramos, eu tive que mudar, assim como você, nós crescemos, nos descobrimos, nos magoamos mais e então percebemos que sempre vamos nos amar.  — faço um resumo dessa trajetória.

                  Nos olhamos com toda paixão que nutríamos um pelo o outro, e sem pressa colamos nossos lábios um no outro de forma amorosa e desprovidade de desejos carnais. Foi rápido como uma brisa suave.

—Acabou. — Dake sussurra contra meu rosto. Toco sua bochecha sorrindo.

—Acabou.


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Notas finais do capítulo

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