De Repente É Amor escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 26
Capítulo 25 - Você Não Fez Isso.


Notas iniciais do capítulo

Oi...
Estou meio hesitante porque vim com um capítulo pesado!
Gente, antes de tudo quero esclarecer para todos os fins, que eu shippo Dake e Flore sim tá! hahahaha Aquelas que tentam amenizar o impacto!
Tenho nem o que falar agora, só leiam!
Ah e quando chegar o momento, deem play na música que eu vou colocar no capítulo e sofram comigo! hahahaha
Boa Leitura!



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Ponto de vista : Dake West.

O Havaí é espetacular, isso eu tenho que admitir; Ele tem as praias com o mar mais cristalino, tem uma areia branca, que chega a ser tranquilizante, e as ondas são desafiadoras de formas que não posso nem descrever. Ele é quase perfeito, tenho que dizer. O que o impede de ser completamente? Ele não tem uma Florence Elliott lá. Não tem o sorriso dela, nem seu cheiro, muito menos seu corpo. E isso é essencial para mim.

                    Mas, quer saber? Nem Florence Elliott é mais Florence Elliott. Eu seria um idiota se não percebesse que algo aconteceu com ela, nessas duas semanas que fiquei fora. Antes ela estava de cabeça no que tínhamos, sem se preocupar com nada ao redor, agora ela estava hesitante e parecia estar sempre na defensiva. Atacando para não ser atacada, ou algo do tipo.

            A parte mais preocupante disso tudo, é que todos a minha volta pareciam saber o motivo desse comportamento e tenho que admitir também, que por mais que eu queira saber, não tenho coragem de perguntar. De ir fundo nisso, e descobrir que de alguma forma, eu não era mais o suficiente para ela.

               Então a melhor opção se tornou; Fingir que não notei nada, e conviver com a sensação de que fiz a escolha errada, ao não questiona-la. De toda forma, eu estava com ela, e apesar de todas as implicações adicionais, eu estava com Florence Elliott. Tem como eu querer mais que isso?

                   Olhei para Castiel que conversava sobre algo com Dajan, enquanto o restante dos garotos “populares babacas” como Florence nos intitulava, se ocupavam em comentar quantas garotas pegaram no fim de semana passado. Eu permanecia aqui, apenas fingindo prestar atenção neles. Estávamos em nossa aula de educação física, mas, até agora Bóris não havia aparecido.

—E você, Dake? Quantas garotas pegou no Havaí? — Viktor indagou, em determinado momento, e eu voltei a mim, me acomodando melhor na arquibancada e lançando um meio sorriso, antes de contar.

—Nenhuma, já que eu não sei se você se lembra, mas, eu tenho uma namorada. —  debocho e o mesmo solta uma risada cheia de escárnio para mim.

—Ah é mesmo, não é aquela loirinha, que anda grudada ao irmão idiota da Ambre? — zomba e os outros riem, enquanto Castiel para de falar com Dajan e o encara.

—Conjugou o verbo  errado, Viktor, Florence andava com o Nathaniel. — o corrijo, me controlando para não fazer nenhuma besteira; Do tipo acertar a cara dele.

—Sério? Porque, ultimamente ela anda bem colada a ele. Até protagonizou uma cena bonitinha com ele no corredor...Como é mesmo que ela falou? Ah lembrei! Ela disse algo do tipo, que não poderia se afastar dele, porque o ama. — me conta com uma animação irritante.

           Engulo a seco, irritado. Então, era  por isso que ela estava estranha. Só precisou que eu me afastasse um pouco, para a Elliott notar, que ama aquele babaca, e ela não tem nem mesmo a decência de dizer isso na minha cara. E como assim, revelou esse amor na droga do corredor da escola que nós dois estudamos?

                Agora, ficou claro que todas as minhas inseguranças estavam certas, em algum ponto Florence trairia minha confiança, e mostraria ser como qualquer garota dessa escola. Florence Elliott não é tão certinha como soa sempre.

      Quando aceitei todas aquelas informações, eu cheguei a conclusão que precisava socar alguém, e como o representante não estava aqui, Viktor seria o escolhido. Isso se Castiel não tivesse segurado meu ombro com força, antes de eu sequer ousar me levantar. Meu amigo me conhecia o suficiente, para saber o que eu estava prestes a fazer, e esperto o suficiente para se antecipar antes da minha ação e impedi-la.

—Fica calmo, Dakota. — ele disse firme, e depois de alguns segundos, puxei uma lufada de ar dos meus pulmões e assenti, mostrando a ele, que eu não faria nada por hora, então assim ele me soltou, mas, não saiu de perto, se sentando em um degrau acima do que eu estava sentado.

—Relaxa cara, como somos seus amigos, antes mesmo de você voltar, planejamos uma coisinha para o representante se tocar, de que está saindo da linha. — ele anuncia esfregando as mãos.

              Franzi as sobrancelhas e encarei o garoto a minha frente.

—Que tipo de “coisinha?” — indaguei sem entender.

—Bem, não é de hoje que esse cara, fica brincando com garotas que não são dele.  Não é mesmo, Castiel? — pergunta, fitando meu melhor amigo, que revira os olhos.

—Me tira fora dessa, Viktor, superei a fase de brigar com alguém pela Debrah. — conta sem muito interesse.

—O fato é que ele fica entrando no nosso caminho constantemente, seja com as nossas garotas, ou até mesmo nos denunciando para a diretora, quando cometemos pequenos erros, que facilmente poderiam ser ignorados, se ele fosse um cara legal. Então, nós resolvemos dar uma pequena lição nele, está dentro Dake? — questiona com uma expressão desdenhosa.

—Que tipo de lição? — preciso dos detalhes.

—Farei uma festa bem animada no Iate do meu pai, ele estará aconrado especificamente na praia do infinito. Cedi a Ambre algumas comodidades, caso ela convença seu irmãozinho a ir, e do jeito que ele é idiota para o lado dela, é claro que vai. Então, depois de dar-lo algumas bebidas, o desafiaremos a dar um mergulho, e logo ele vai aprender a não mexer conosco. — conta seu plano, e Castiel bufa.

—Você sabe o porquê da praia ter o nome “infinito” certo? — quero saber, se ele tem o conhecimento dos riscos.

—Você acredita nos mitos, Dake? — questiona zombando.

—Não são mitos, Viktor, aquela praia é proibida para os banhistas, existe água lá sim, mas, abaixo dessa água só o que existe são plantas marítimas e pedras. — o contrariei, pois sabia a verdade.

—Está com medo de machucar o cara que é apaixonado pela sua namorada, desde sempre? Onde está sua masculinidade, Dake? — questionou me desafiando a responder.

—Viktor, cala a boca. — Castiel que até agora não tinha se manifestado sobre esse plano, disse essas palavras sério.

—Que foi? Dake precisa de alguém para defende-lo? — não gostei da posição que Castiel assumiu. Como se eu não fosse capaz de tomar minhas próprias decisões e arcar com as consequências delas.  Qual é! É a minha namorada que está fazendo coisas suspeitas com o Nathaniel, não a dele. Eu preciso tomar alguma atitude sobre isso.

—Supondo que eu aceite, onde entro nisso? — questionei e Viktor deu uma risada nasalada; Ele sabia que eu já havia aceitado.

—Você que vai desafia-lo a pular, você “dorme” com a garota que ele quer, é obvio que ele vai cair no seu jogo e tentar se mostrar o melhor...Olha, não precisa se preocupar, se a situação se tornar grave, mandamos alguém do time de natação ir salva-lo. — garante e eu suspiro.

—Estou dentro. — falei só para confirmar.

—Castiel? — Viktor indaga, arqueando uma sobrancelha.

            Ele se levanta, e nos encara sem acreditar que estávamos fazendo aquilo.

—Bom, diferente da maioria daqui, eu não sou um idiota. Estou legal na posição de amigo da Flore, valeu, mas, essa eu passo. — nos diz com determinação.

—Como assim?  — quero entende-lo.

—Vou simplificar para você, West, se Florence Elliott descobrir que você fez uma dessas com o melhor amigo dela, ela não vai querer olhar mais nunca para sua cara. — me comunica.

—Ela só vai saber se você contar. — disse o obvio e ele revirou os olhos.

—Pela minha parte, não se preocupe. — depois disso, nos deu as costas, não se importando em cabular mais uma aula em sua vida.

        Olhei por onde ele tinha saído, e suspirei. Eu não desistira da ideia de Viktor, porque Castiel é um covarde.

[...]

        Ponto de vista : Florence Elliott.

 Enquanto caminhava lado a lado pelo calçadão da praia, com Peggy em meu encalço, eu me encontrava tremendamente hesitante sobre o que fazer. Certo, ela havia basicamente me convencido a ir a festa do Viktor, e era até onde o Iate estava ancorado, e aonde deveríamos embarcar logo para ir até a praia em que a festa aconteceria.  Só que isso não mudava o fato de que eu ainda estava com aquela decisão, que tinha alguma coisa errada sobre aquela festa.

                Para me convencer, Peggy argumentou dizendo que conseguiríamos muitas matérias aqui, e que a festa até me ajudaria com meu artigo. Quero dizer que foi por esse segundo que eu vim, mas, mentiria, o que me fez vir, foi o fato de que Peggy é persuasiva de uma maneira irritante e mesmo se eu não tivesse um motivo real para estar aqui, eu estaria aqui de qualquer forma.

              Estávamos meio que sozinhas nessa; Levando em conta que Lynn viajou para casa de seus avós nesse fim de semana, e Armin não cedeu aos apelos de Peggy de forma alguma. Acho que por namorar com ela, em algum ponto, ele aprendeu a dizer não para as chantagens nada emocionais dela. Castiel eu não fazia a miníma ideia se viria, talvez não se animasse com o fato de que a namorada não estar aqui, mas, quem sabe.

           Quanto ao meu namorado; Não falo com Dake desde ontem, ele simplesmente sumiu, não foi em minha casa, ou me chamou para ir a dele, e não atendeu minhas ligações. Eu não seria o tipo de namorada grudenta, então levei em conta, que dado o tempo que ele passou fora, devia querer se divertir um pouco com seus amigos, por isso não foi mais atrás de mim ontem.

              De toda forma, preferi não dizer na mensagens que deixei, que viria a essa festa, faria uma surpresa para ele, ao aparecer lá. Do jeito que Dake quer que eu me aproxime dos amigos dele, é claro que vai gostar.

            Ao chegamos finalmente no cais, suspirei, pensando se desistir ainda não era uma opção. Logo, olhei para Peggy que ajustava sua câmera, bem, para ela não era mesmo.

          Assim, encarei a cambada de gente que já estava entrando no Iate e engoli a seco, ao notar pela milésima vez seguida, que aquele não era o tipo de ambiente que eu gostava de estar. Aquilo só se comprovou, quando Debrah passou por mim, me empurrando com o ombro, e se encaminhando em direção a rampa da entrada.

   —Ignora ela. — Peggy pediu, guardando sua câmera dentro da bolsa, e me encarando com animação. Ajeitei meu rabo de cavalo, e forcei um sorriso, para satisfazer minha amiga, o que a fez revirar os olhos.

    —O que você está fazendo aqui? — me virei rapidamente, quando ouvi a voz rouca atrás de mim. Castiel me encarava com uma expressão preocupante; Era uma mistura estranha de irritação e decepção. Fiz uma careta para o meu melhor amigo, e apertei a alça da bolsa que eu carregava.

—É uma festa, para qual eu fui convidada, por que eu não viria? — o desafiei a responder, porque seu comportamento era suspeito, Castiel soltou um palavrão baixinho, e depois suspirou.

—Flore, estar aqui, não é uma boa ideia. — ele me conta, dando a deixa para que eu finalmente fizesse o que queria desde o inicio; Ir embora.

—Eu sabia, há um motivo para o Viktor ter convidado tanta gente...Ele vai fazer algum espetáculo, não é mesmo? — questionei, ignorando suas últimas palavras, e arqueando uma sobrancelha.

—Não é nada disso...Esse tipo de festa só não é para você. — quer soar convincente.

—Deixa de ser chato, Castiel. Florence merece se divertir um pouco. — Peggy anunciou, me puxando bruscamente pelo braço. Castiel revirou os olhos conformado, e em seguida sinalizou para o Iate, para que nós três entrássemos lá juntos.

         Já dava para ouvir a música e o barulho de gente lá de fora, mas, aqui as batidas eram mais agitadas e faziam a estrutura do local literalmente tremer. Me segurei em algumas barras de segurança, enquanto andava pelo primeiro andar, e Peggy parecia eufórica, com as matérias que já devia ter formulado em sua mente, sobre as primeiras coisas que viu.

—Você viu Dake por ai? — questionei Castiel, preocupada, e meu amigo, me olhou com um ar de quem sabia de algo, mas, que não podia me contar.

—Não! Mas, aposto que já está aqui. Eu tinha acabado de chegar quando te encontrei. — me comunica, olhando ao redor, com certo desespero.

—O que está acontecendo com você? — finalmente questiono, já que Castiel não é agitado assim, normalmente.

—Nada...Eu...Só...Sinto falta da Lynn? — soou mais como uma pergunta do que como uma resposta. —Então, vou buscar bebidas, o que quer? — questiona e antes mesmo que eu responda, se vira para Peggy e questiona: — E você? O que quer? — estava querendo realmente sair dali.

—Só refrigerante, não posso ficar bêbada e perder os bafos daqui. — ela fala mais animada ainda.

—Refrigerante também. — por fim, resolvo deixar para lá, o que quer que seja que Castiel esconde.

 —Certo. Vou buscar. Não saiam daqui. — ele parecia querer ter certeza que cumpriríamos a última parte e então assenti para tranquiliza-lo.

           Na lateral interna do primeiro andar do Iate, existe uma espécie de sofá de couro branco, acoplado a estrutura, logo, me sentei lá, conformada com o fato de que esse dia estava estranho. Peggy não se deu ao trabalho de me acompanhar, em questões de segundos, a mesma já havia sumido pelos outros três andares.

           Vi o sol indo embora, a medida que eu olhava para a paisagem quase paradisíaca a minha volta. Era melhor encarar isso, do que para as garotas que exibiam biquinis minúsculos dentro daquele “barco”. Qual é! A noite está chegando, elas não vão conseguir pegar um bronzeado. Tinham que querer exibir seus corpos sem necessidade assim mesmo?. De qualquer forma, acredito que Peggy fará uma matéria ofensiva sobre isso e me dou por satisfeita.

        Logo avistei Castiel descendo as escadas neutras, carregando consigo duas latinhas. Ainda continuava, pesquisando tudo a sua volta, me dando a impressão de que não queria que eu visse algo, ou alguém.

—Peggy? — questionou ao não vê-la.

—Bem, ela está por ai...Sendo a Peggy. — lhe conto, e ele se permite dar uma risada leve, antes de me entregar a minha latinha, e em seguida tomar o conteúdo da que seria de Peggy.

              Ele se sentou ao meu lado, como se fosse meu guarda-costas, ainda inquieto, e eu revirei os olhos. Olhei para cima apenas por distração, e não contive minha surpresa, quando avistei Nath no último andar, conversando algo com Alyssa.

—Nathaniel está aqui? — eu só queria confirmar que ele estava aqui. Castiel olhou para a direção que eu olhava antes, e soltou mais um palavrão.

—Esse idiota veio. — murmurou irritado.

—Qual é o seu problema com as pessoas virem a essa festa? — indaguei sem entende-lo.

—Nada...Eu só. — bem no momento, que ele se levantou, Viktor surgiu da onde raios eu não sei, com um microfone na mão, anunciando que agora a festa, começaria de verdade. E foi segundos depois disso, que o Iate saiu do lugar, e começou sua rota, rumo a um destino que eu desconhecia.

—Eu preciso fazer algo. — Castiel anuncia, antes de me abandonar ali. Bufei frustrada, e decidi que faria algo a respeito. Não podia ficar parada aqui. Ia achar Dake, ou então iria conversar com Nathaniel, e entender o que ele estava fazendo aqui também.

                 Esbarrei com algumas pessoas enquanto subia a escada, rumo ao segundo andar, e revirei os olhos, quando um idiota qualquer, quase derrubou cerveja em mim. Adivinha quem foi a primeira pessoa que encontrei lá? Se a sua aposta for uma gnoma de mechas, é você está certo.

           Me perguntei, como de uma hora para outra, Alyssa tinha surgido aqui, mas, obviamente não me dei ao trabalho e desprazer de questiona-la, mas, ao que parece também, me irritar virou um dos esportes favoritos dela.

—Será que podemos conversar? — o jeito calmo com que ela perguntou aquilo me assustou.

—O que? — minha surpresa ficou evidente.

—Eu fui...Um tanto...Desagradável com você...Sinto que preciso me explicar. — me comunica e eu franzo as sobrancelhas.

—Ahn...Tudo bem...Pode falar. — lhe dou a permissão.

—Aqui não, fiquei sabendo que tem um quarto nesse andar, lá deve estar menos silencioso.  — a contragosto, lhe sigo, me infiltrando no mar de pessoas que se encontram ali.

       A porta em um modelo que parecia de desenho animado, se encontrava escorada, com uma educação fora do normal, Alyssa  a abriu, e sinalizou para eu entrasse primeiro, com desconfiança fiz isso, e esse foi meu erro, assim que entrei, ela a fechou na minha cara, e me trancou lá dentro.

—Isso é sério, garota? — gritei batendo contra a superfície dura.

          Só ouvi sua risada, antes dela se afastar completamente. Droga!

           Antes de me desesperar, me lembrei que eu estava com meu celular ali, tirei o aparelho rapidamente da minha bolsa, sorrindo convencida ao notar que a idiota não havia pensado nesse detalhe. Mas, quando tentei ligar para Peggy, descobri algo.

—Que vadia! Ela devia saber que aqui não tem área. — murmurei, então me sentei na cama, que soava estupidamente confortável. Tentando buscar uma maneira de me descobrirem ali, sendo que estava um barulho grande lá fora.

[...]

             Fiquei exatas duas horas presa ali, tendo como única diversão, aquela TV que passava os piores filmes possíveis. Aquela droga de cabine não tinha nem uma daquelas janelas redondas super fofas. Qual é! Toda cabine tem que ter uma janela, que porcaria!

                  Minha salvadora apareceu por uma coincidência.

—Droga! Essa porta está trancada. — eu reconhecia aquela voz. Eu sempre reconheceria aquela voz. Escutei aquela voz gritar comigo desde que entrei no jornal da escola. Peggy.

         Me levantei tropeçando com meus próprios pés, e gritei para ela, que nitidamente também me conheceu.

—Alyssa me prendeu aqui, preciso que encontre  a chave. — Peggy concordou, mas, não a vi mover um centímetro em busca dela, só o que ouvi foi um click, e de repente minha melhor amiga, surgiu, olhando para minha cara com uma expressão desdenhosa.

—Portas de Iate não tem chave. — esclarece e eu a olho com uma expressão que diz “Sério, Peggy? Agora?” e a mesma levanta as mãos em sinal de rendição. —Sua sorte é que eu decidi que precisava fotografar todos os lugares desse Iate, se não ficaria aqui para sempre...Aliás, há quanto tempo está aqui? — questiona curiosa.

—Há duas horas, você por acaso sentiu minha falta? — indago incrédula pela consideração dela.

—Não! Essa festinha está bem interessante, a noite mal começou e seu namorado já está protagonizando uma ceninha lá em cima. — me conta como se não fosse nada, e eu arregalo os olhos.

—Cena do tipo? — quero me manter calma, para não surtar.

—Do tipo; Ele e o Nathaniel, resultado negativo. — sua explicação me faz surtar.

          Música

Com uma velocidade que eu nem sabia que tinha, saio dali correndo e subo aquelas escadas mais rápido do que o flash subiria. O que encontro quando chego lá, é os populares fazendo um coro, com os dizeres “Bebe, bebe, bebe” incentivando Nathaniel a consumir vodka, e pela expressão dele, aquele não era o primeiro copo que bebida.

              O que me deixou estática, foi ver que Dake era um grande incentivador daquilo, na verdade, depois de Viktor, ele parecia o mais animado.

—O que está acontecendo aqui?  — questionei para um garoto qualquer, optando pelo anonimato, antes de decidir o que fazer sobre tudo isso.

—Dake West desafiou Nathaniel a pular no mar, e agora o mesmo está enchendo a cara para tomar coragem. — me explica, e eu estanco no meu lugar.

           Droga! Aquilo não pode ser verdade.

—Qual é! Vai amarelar mariquinha? Já tomou coragem demais, se não pular agora, vai mostrar que é um covarde. — foi só quando ouvi meu namorado aquilo, que realmente acreditei. Um bolo se formou em minha garganta, a medida que aceitei aquela informação.

                    

Amando e lutando

Acusando, negando

Eu não consigo imaginar um mundo sem você

Foi ai que resolvi  reagir, me impulsionei para frente, e em questão de segundos, me encontrei no meio da rodinha que se formou ali. Vi que Dake fraquejou por um segundo ao me ver, mas, a presença de Viktor o fez ficar firme sobre a atitude estúpida. Notei que Castiel estava li, e quando ele me lançou aquele olhar de “Eu sinto muito” eu percebi, que ele sabia que isso aconteceria. Por isso ele não me queria aqui. Por isso ele não queria Nathaniel aqui. Mas, isso eram detalhes, que eu podia ignorar por hora. O foco agora é acabar com aquilo

—O que é isso Dake? — questionei entredentes, jogando minha bolsa no chão, e encarando ele, totalmente furiosa.

—É só uma brincadeira, Flore. — tenta se justificar, mas, na realidade, ele não parecia nem um pouco disposto a querer me dar uma explicação.

—Uma brincadeira ridícula. Nathaniel não vai se jogar daqui. — afirmo com toda certeza que tenho.

A alegria e o caos

Os demônios de que somos feitos

Eu estaria tão perdido se você me deixasse sozinho

—Isso é uma decisão dele, gatinha. — quando Viktor diz esse absurdo, tenho mais raiva ainda de Dake, por o mesmo não me defender, sobre a forma nojenta que aquele “Gatinha” soou nos lábios dele.

             Engulo a seco, e me viro para Nathaniel, que parece um pouco zonzo.

             Seguro seu rosto, com minhas duas mãos, e o encaro nos olhos, pouco me importando com a expressão de fúria com que Dake me encara.

—Nath, você não precisa fazer isso. Não precisa provar nada a ninguém. — lhe digo e ele me olha com uma expressão de mágoa.

—Não preciso mesmo? — questiona um tanto abalado.

—Não! Isso é uma coisa idiota. — falo com firmeza, tentando soar convincente.

       Alyssa faz a menção de me afastar dele, mas, Castiel a impede, sabendo que só eu seria capaz de fazer Nathaniel desistir.

—Certo, ouça-me...Sou eu, Nath, sua melhor amiga, e eu estou dizendo, não precisa fazer isso. — repito, enfatizando ainda mais. Ambre parece tremer, quando nota que o irmão quer fazer mesmo isso, e chuto que ela tem algo a ver com toda essa palhaçada, mesmo que indiretamente.

Você se trancou no banheiro

Deitada no chão quando eu termino

Eu te puxo para sentir seu coração bater

Você pode me ouvir gritando

Por favor não me deixe?

—Eu quero me divertir. — Nathaniel me conta como se fosse um segredo. Olho para cada um deles ali, e paro em Dake. Ele jogou baixo, certo? Bem, eu iria mais baixo ainda, se isso significasse impedir Nathaniel.

Segure firme, eu ainda quero você

Volte ainda preciso de você

Deixe-me pegar sua mão, vou fazer tudo certoCorrigir

Eu juro te amar toda a minha vida

—Então, olhe para a garota que você ama desde sempre. — pedi com a voz embargada e ele engoliu a seco, por eu não ligar para essa exposição. — Essa mesma garota, está te implorando para que não faça isso. — completo e quando penso que é o suficiente, Nath mostra que se irritou com minha frase, e tira minhas mãos do seu rosto, indo em direção a beirada do Iate, sob os gritos animados dos idiotas ali.

—Algum de vocês façam algo! O impeçam. — peço, mas, ninguém faz. Porque, cada idiota ali queria ver aquilo. Chorando, olhei para Castiel, que apenas desviou o olhar. Ele era uma pessoa boa, mas, aquele ainda era o Nathaniel, e Castiel não o suportava.

             E foi sob meu grito horrorizado, que Nathaniel o fez. Ele pulou com uma determinação preocupante. Mergulhou naquela noite escura, e um tanto fria. Ambre foi outra, que quase caiu com o impacto, ao ver o que o irmão acabara de fazer.

             Atordoada, passei a mão por meus cabelos, e foi ai que notei algo, aquelas pedras ao redor da praia, com coloração escura e pontiaguda. Eu conhecia aquele lugar. Ofeguei incrédula e dei um passo para trás, encarando Dake horrorizada.

—Você não fez isso. — me neguei de novo, a acreditar naquela crueldade. — Você não o instigou a pular aqui. — praticamente berrei, e alguns pareceram confusos, mas, Dake tinha total conhecimento sobre o que eu falava.

Aguente, eu ainda preciso de você

—Florence... — Ele tenta me acalmar, mas, no estado de raiva que estou, nada faria isso.

—Você sabia, Dake. Sabia que essa praia é proibida para mergulho, você trabalha na droga do aquário municipal e é um surfista, conhece cada praia daqui, e ainda sim, fez com que ele pulasse logo nessa. Você queria que ele morresse. — ele pareceu assustado com minha acusação.

—É só uma droga de brincadeira, e de qualquer forma no último momento, combinamos que assim que ele pulasse, alguém da natação ia com ele. — grita para se explicar.

— Na verdade...Acho que ninguém pulou com ele. — Viktor revela, se mostrando pela primeira vez preocupado com a situação.

—Já era para ele ter voltado.  — Castiel menciona e é só nesse momento, que noto que ele não voltou. Olho em volta, assustada. — Alguém precisa pular, alguém precisa ir atrás dele. — falo desesperada.

—Seria suicídio a esse ponto...Já que nem ele voltou. — um idiota qualquer fala isso, e eu quase vomito, com nojo dessas palavras.

—Ele não voltou porque está bêbado, vocês embebedaram ele. — acuso, agoniada com os gritos de horror da Ambre.

               O mundo girava ao meu redor. Eu não posso perder ele. Nathaniel não pode morrer. Eu sei o quanto dói quando alguém que você ama se vai. Não posso ter essa dor de novo.

                       Dake me encarava de olhos arregalados, enquanto tudo parecia passar em câmera lenta para mim, logo, que eu dava alguns passos para trás, quase desmaiando. Me virei, na beirada, sem subir no pequeno degrau, e comecei a soluçar, buscando uma solução.

 

Longo, infinito, rodovia

Você está em silêncio ao meu lado

Dirigindo um pesadelo, não posso escapar

                    De repente, um flash de todos os momentos que tive com Nathaniel se passou em minha mente. Eu amava, como iria abrir mão assim dele?

           

Rezando Impiedosamente

A luz não está se apagando

Escondendo o choque e o frio em meus ossos

Eles te levaram para uma mesa

Eu ando de um lado pro outro

enquanto você fica imóvel

Eles te puxam pra sentir seus batimentos cardíacos

Você pode me ouvir gritando

Por favor não me deixe?

Engoli a seco, e após um suspiro cheio de medo, eu também fiz. Eu mergulhei no mar, sob os gritos de todos. Logo que entrei na água, senti a temperatura dela gelada de um modo assustador, parecia que minha pele estava prestes a rasgar, meus pulmões doeram e meus olhos queimaram. Vendo que eu não tinha muito tempo, inclinei minhas mãos para baixo e meus pés para cima, e comecei a realmente nadar, procurando por Nathaniel naquela imensidão escura. Aos meus olhos a água estava preta, mas, eu sabia que isso devia-se ao fato de ser de noite. A maré subiu rapidamente, e de modo bruto fui jogada contra uma pedra, batendo a cabeça nela. Minha testa ardeu mais que o corpo todo, e ali notei que eu havia me machucado.

               Meio fora de órbita, me lembrei que eu não podia desistir, e com dificuldades voltei a nadar. Foi quando vi algo diferente, perto a duas pedras maiores, quase fechando os olhos pelo incomodo que causava deixar eles abertos, fui até lá, e me tranquilizei ao notar que era Nathaniel, ele estava desacordado, e ao que aparentava o que lhe impediu de voltar, eram algumas plantas marinhas que prendiam seu pé, me afundei mais um pouco, e o soltei daquilo, já ficando sem ar. Enlacei uma das minhas mãos em sua cintura, e rapidamente peguei impulso para cima, querendo o levar a superfície.

 

Segure firme, eu ainda quero você

Volte ainda preciso de você

Deixe-me pegar sua mão, vou fazer tudo certo

Eu juro te amar toda a minha vida

Aguente, eu ainda preciso de você

Eu não quero deixar ir

Eu sei que não sou tão forte

Eu só quero ouvir você dizendo, querida

Vamos para casa

Vamos para casa

Sim

Eu só quero levar você para casa

            Quando cheguei lá em cima, puxei todo ar que pude e me tremi de frio. Foi ai que notei que outra pessoa havia pulado; Castiel. Dake provavelmente devia ter tido a ideia de pular também, mas, seu melhor amigo deve ter o convencido a ficar, já que se eu o visse sendo hipócrita ao tentar salvar Nath, depois de tê-lo jogado aos leões, eu não iria mais querer olhar na cara dele.

             Meu amigo se assustou ao ver o corte em meu rosto, mas, eu balancei a cabeça, como se dissesse que era só superficial. Ele puxou Nathaniel, e eu, com uma força que ele sempre aparentou ter. Depois disso, foram mais algumas manobras, para finalmente estarmos os três dentro do Iate de novo.

          Me desvencilhei de Dake, quando ele veio para cima de mim, preocupado, por eu estar machucada, e observei assustada, os caras da natação finalmente fazerem algo, ao tentarem reanimar Nathaniel, enquanto Ambre chorava ao lado dele. Senti uma apavorada Peggy, jogar uma manta quente sobre mim, e agradeci com o olhar.

            

Segure firme, eu ainda quero você

Volte ainda preciso de você

Foram algumas tentativas, até meu coração se acalmar, ao ver Nathaniel acordando, confuso, porém, vivo.

 

                Agora eu podia despejar tudo o que sentia.

           Me virei para Dake, deixando claro o quão decepcionada e enojada eu estava com a atitude dele.

—O que foi isso? — finalmente formulei a pergunta correta. — Você...Você...Ia matá-lo, Dake. — falo com a voz embargada. — Sabe, o que aconteceria se Nathaniel morresse aqui?  Eu ia te odiar Dake, para sempre, com todas as minhas forças. — fui sincera e aquilo o atingiu.

—Você se jogou em um mar cheio de pedras por ele, sabendo que poderia morrer. — soltei uma risada com escárnio ao ouvir aquela. Não era possível que depois do que ele fez, ele ainda iria querer me acusar de algo.

—É! Eu fiz isso. — admito sem problema algum. —Quer que eu diga por que fiz? Quer escutar para decorar? — questiono, me aproximando dele ainda tremendo, o desafiando a responder. — Eu fiz porque eu amo ele. — Dake engoliu a seco. — Porque, eu sou um ser humano, Dake...Eu posso amar várias pessoas ao mesmo tempo...Eu não sou uma propriedade sua. — a forma como gritei aquilo, enquanto chorava quase me fez ficar rouca. — Eu só preciso saber; Por quê? — falei em um tom mais baixo dessa vez.

        Dake passou as mãos por seus cabelos, desesperado para me explicar.

—Eu...Eu não tinha a intenção de matar ele, Okay? Eu só escutei coisas que aconteceram com você e ele enquanto eu estava fora...E achei...Achei que não faria mal fazer uma brincadeira com ele. — quando ele acabou de dizer aquilo, meu coração doeu.

—Por favor não me diz que você fez isso de novo, Dake...Não me diz que ferrou com tudo, porque não confia em mim...Não me diz que quase matou ele, porque é inseguro...Não me diz isso. — pedi, chorando como se não houvesse amanhã.

—Eu não sei o que eu fiz...Só...Viktor disse coisas...E por um momento, achei que tivesse escolhido me abandonar por ele, e não se deu ao trabalho de me avisar...Eu...você estava estranha...Eu...Eu. — as palavras que saiam da boca dele, nem fazia mais sentido.

—O que você acha que eu sou? — foi uma Flore meio letárgica que questionou aquilo. — Acha que eu sou uma vadia depravada como a Debrah, que ficaria alguém que sabe que o namorado não suporta, pelas costas dele? Acha que se eu decidisse ficar com o Nathaniel, eu não seria sincera com você?...Quer saber? Não precisa responder, eu já sei a resposta. É isso que você acha sim. Desde o início. Sempre é mais fácil para você, supor versões da verdade, em que eu sou uma vaca, do que resolver as coisas, me perguntando...No fim, você me considera do mesmo nível que ela. — falei aquilo com desgosto, e que bom que Debrah não reagiu sobre isso, se não eu não me importaria em agredi-la nesse momento.

            Encarei Nathaniel, que olhava para toda aquela situação meio grogue, e depois voltei novamente para Dake, que a essa altura também chorava. Lágrimas verdadeiras ou falsas? Isso eu não sei...Não sei nada sobre ele. Nunca soube.

—Quer saber? Talvez, eu deva me transformar nisso de verdade. — constato com desdém. — Talvez, eu deva me tornar a vadia que você sempre achou que eu fosse, para provar sua teoria...Talvez, eu deva transar com o Nathaniel e implorar que ele me faça dele...Não...Acho que devo transar com o Castiel, você já não desconfiou de nós dois, uma vez?...Melhor, eu devia transar com o Armin, e ser uma vaca como amiga, talvez isso me coloque realmente no nível da Debrah ou da Ambre. — Viktor queria um espetáculo, então ele teria. — Ou eu posso transar com qualquer um, e virar a garota mais rodada da Sweet Amoris, chegando ao seu nível, Dake. — falei aquilo, me deliciando por ser cruel, já que eu só sabia uma coisa sobre o Dake; Seu ponto fraco, que é seu ego. —Então, talvez eu possa ir um dia a um super mercado, aceitar a ajuda de um idiota e estragar a vida dele. — falei como se fosse uma ótima ideia. — Não sei...Só sei que eu cansei. Cansei de amar você, eu estou farta. — despejei aquilo. — Eu não mereço isso. Droga! Eu não mereço o fato dos meus pais terem morrido...Eu não devia estar aqui agora, na droga desse Iate. Essa não devia ser a minha vida. Eu deveria estar no Canadá agora, com meu namorado perfeito, mas, olha que porcaria, ele namora minha ex melhor amiga. Isso parece justo, Dake? — aquilo sim era um surto. —De qualquer forma valeu, você foi a experiência da qual eu vou me arrepender pelo resto da vida, que eu precisava ter na adolescência. — agradeci com deboche.  —E vocês? — falei apontando para aqueles populares nojentos. — O quão abomináveis são? Mostrar superioridade para vocês, é quase matar alguém? Você são desprezíveis...Me desespero ao saber que existirão mais de vocês, quando tiverem filhos...Filhos de pessoas que querem fazer mal a alguém só porque essa pessoa é justa e os “desafiou” de alguma forma...Então que fique claro, oficialmente agora. Eu estou desafiando vocês...Vão tentar me matar? Ah, já sei, que trágico seria se a órfã fosse assassinada em um acidente de carro repetindo a história...Alguém se importaria comigo? Não! Porque vocês não se importam com ninguém, vocês são ruins, são...Não sei nem como definir...Quer saber? Dane-se New York, se eu escrever sobre pessoas como vocês, não falarei sobre algo que não entendo, falarei sobre algo que eu tenho nojo. —  após o fim do meu discurso, todos ficaram calados e eu me dei por vencida por fazer isso.


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Notas finais do capítulo

E isso gente, foi o fim de um namoro, deixem suas opiniões!
Falem a verdade, vocês sabiam que em algum momento Dake ia fazer isso de novo!
E é com prazer que anuncio que nesse capítulo, uma nova fase da fanfic se anuncia, e o que vem por ai é mais emocionante ainda!
Comentem!



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