De Repente É Amor escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 16
Capítulo 15 - Suposições Estilo West.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Queria ter postado bem antes, mas é que minha casa está em reforma e tudo está um caos aqui!

Por conta da minha demora vou liberar alguns spoilers para vocês: Escrevi um capítulo esses dias, que me rendeu boas risadas. Por que? Digamos que nele a Flore tem um sonho um tanto "quente" com Dake, no meio de uma aula, após uma briga deles hahahahahaha. E ela diz a seguinte frase: Dake West me transformou em uma pervertida.
Mais 3 spoilers:

1- Teremos um capítulo da Flore bêbada.
2 - As possibilidade dela voltar ao Canadá é bem tentadora.
3- Dake fará algo com a Flore que ninguém esperava.

Quem quiser adivinhar o que levará a essas 3 sugestões; Podem tentar e me dizer nos comentários!
É isso!
Boa Leitura!



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  Ponto de vista: Florence Elliott.

Franzo as sobrancelhas, enquanto observo Peggy chutando o Armim de brincadeira, enquanto ele resmungava algo sobre odiar a areia da praia. Céus! Eles eram um casal estranho.

      Volto meus olhos, para o livro em minhas mãos e abro um sorriso, quando leio um dos trechos que eu mais gosto.

             Aquele tinha tudo para ser um fim de semana normal. Mas não era! Faziam exatamente uma semana desde que Dake e eu começamos a namorar, e desde o dia que iniciamos essa relação, não nos desgrudávamos um do outro. Naquele sábado, decidimos aproveitar a praia, e convidamos nossos amigos. — na verdade, eu fui a responsável pelos convites. — Peggy, com muito custo conseguiu convencer Armim a vir com ela, e agora os dois estavam em seus mundos particulares, ou seja, enquanto o moreno jogava em seu console, Peggy teclava em seu celular. Enfim, eles não estavam aproveitando a ideia central da saída, que era usufruir da praia.

           Para ser sincera, nem eu. Enquanto Dake surfava com toda sua animação e maestria, eu procurei um lugar com sombra, me deitei e iniciei uma leitura agradável. No fim, todos estavam felizes.

               Castiel e Lynn não vieram, ambos inventaram compromisso ridículos. — ele disse que tinha que comprar cordas para sua guitarra, e ela inventou uma ida ao dentista. —Os dois estavam tentando se manter afastados de nós, para que não percebêssemos  que todo mundo já notou; Eles estavam se pegando as escondidas.

             Para isso ter algum sentido, tenho que lhes contar que quando Castiel ficou sabendo que ela estava ajudando Nathaniel, não demorou nem mesmo um dia para que ele surtasse de ciumes e tomasse uma iniciativa a beijando. Parece que Nathaniel, tem alguma coisa que faz as inseguranças dos caras despertarem.

         Bom, quanto a minha semana em si: Ela se passou de uma maneira...Movimentada; Aguentei mais algumas piadinhas de pessoas desocupadas, por causa do meu namoro com Dake. Ajudei Peggy a divulgar a feira de alunos estrangeiros que logo ocorreria no colégio. Escrevi algumas matérias sobre esportes. Um por cento do tempo em que estive com Dake, ele me ajudou a acrescentar mais detalhes no meu artigo sobre popularidade, e nos outros noventa e nove por cento, demos alguns pegas no sofá da minha casa.

     Depois de mais duas páginas me canso do livro, por hora, e o deixo de lado, voltando minha atenção para o mar, onde Dake estava. Bufo de raiva ao ver várias garotas conversando com ele, enquanto o mesmo saia da água. Lide bem com isso, Florence! Você sempre soube que seria assim.

      Calma!

     Mais calma! 

     Muito mais calma!

         As garotas apertaram os ombros dele, como de estivessem distraídas. Mas estava claro que elas só queriam sentir seus músculos destacados e bem definidos.

        Dane-se a calma.

         Quando estava prestes a me levantar e falar algo bem mau educado para aquelas va...Adoráveis senhoritas, Dake fez algo que me surpreendeu, ele as dispensou, sem a menor dificuldade ou hesitação. Fiquei aliviada, e sorri com orgulho.

                De qualquer forma, me levantei e em passos lentos fui até onde ele estava. Dake me avaliou de cima a baixo e se focou em meu rosto, querendo checar minha expressão.

—Que bom que você as rejeitou rápido, porque se não, não iria demorar muito para elas terem ao menos uns cinco dentes quebrados. — falei divertidamente, e Dake abriu um daqueles sorrisos West, que arrepiam até partes do seu corpo que você não sabia que poderiam ficar arrepiadas.

—Você fica tão sexy quando ameaça alguém. — ele comenta rindo, então num movimento rápido e preciso, eu me encontro com a cintura enlaçada por ele.

—Acredito em você. — digo sem a miníma modéstia. Acho que eu estava passando tempo demais com ele.

—E fica ainda mais sexy quando assumi que é maravilhosa. — continua com os elogios, enquanto aproximávamos nossos corpos ainda mais.

—Somos tão ridículos como casal. — murmuro meio desconcertada, ao encarar os lábios atrativos dele.

—E você liga para isso? — indaga com diversão, ao notar que eu estava distraída com a sensualidade em pessoa que ele era.

—No momento, não estou ligando para nada. — sou sincera e sem mais delongas o beijo. Querendo saciar minha vontade. Querendo mostrar a todas as garotas que ele era meu namorado, e querendo mais uma vez sentir que eu estava sendo feliz de verdade. Sem nenhum fingimento.

    

Gargalhei contra seu rosto, quando em um movimento surpreendente Dake me ergueu no ar, como se eu fosse uma pena. E apesar de eu estar com medo de cair, e meus óculos escuros estarem deslizando por meu rosto, enquanto todos nos encaravam com estranheza, eu simplesmente soube que ele nunca me deixaria cair. Que ele até poderia me fazer bombear, mas ele nunca me deixaria no chão.

          Dake virou amigo de Armim naquela tarde, o que eu consideraria improvável em outras ocasiões. Nós quatro conversamos sobre vários assuntos, rimos bastante e nos divertimos. Apesar da milhares de brigas que tivemos ao longo dessa semana, Dake me mostrou mais uma vez que ele poderia ser incrível quando queria.

                     [...]

    Quando a noite chegou, Dake e eu fomos para minha casa e nos jogamos no sofá, mas dessa vez não tínhamos a intensão de dar uns pegas, só queríamos assistir um filme. Ao invés de escolhermos um, ligamos a TV e decidimos que assistiríamos o primeiro que passasse. Como num golpe triste, o maldito filme que passava era o “Se eu ficar”. Dake não percebeu meu desconforto de primeira, ele se acomodou e me puxou para seus braços.

             A medida que a sequência de cenas se passava, as lembranças daquela noite voltavam em minha cabeça. E foi ai que Dake, notou que eu não estava prestando atenção na TV.

—Esse filme estava passando no dia que meus pais morreram. — esclareço e sem hesitação, Dake desliga a TV e se vira para mim.

—Você está bem? — seu tom é calmo.

—Estou...Ele só me fez pensar em certas coisas. — digo, fazendo uma careta.

—Que tipo de coisas?. — pergunta sério.

—Coisas estúpidas. — falo desviando os olhos.

—Florence....  — aquilo soa como se ele estivesse insistindo para que eu falasse. E ele estava.

—Você sabe...O dilema da protagonista tem haver com a escolha de ficar ou morrer, sabendo que ela perdeu basicamente tudo que tinha...É meio impossível não se imaginar nessa situação... — são palavras embaralhadas, e com um sentindo evidente, duro demais para ser falado as claras e diretamente.

—Sobre o que estamos falando exatamente? — indaga.

—Que eu queria ter tido a escolha. —sou direta por fim, e Dake arregala os olhos.

—O que? — pergunta sem acreditar.

—No dia do acidente...Eles me chamaram para ir com eles, levar flores para a senhora Harvey, mas eu me neguei a ir...Você sabe...Quando eles morreram fiquei devastada, e por um tempo eu queria estar lá. Com eles, queria que eu tivesse a escolha de ficar ou não sem eles. — admito.

—Está me dizendo basicamente que se a escolha fosse sua, você escolheria ter morrido naquele acidente com eles? — ele parece furioso com a possibilidade.

—Não Dake, só estou dizendo que eu queria ter tido a escolha. — não quero que ele modifique minhas palavras.

—Essa foi a coisa mais idiota que eu já ouvi em toda minha vida. — ele disse e u o encarei sem acreditar.

—É idiota eu querer não sofrer tanto pela morte deles? — indago ofendida.

—É idiota porque se você tivesse morrido naquele acidente, eu não teria te conhecido, e me desculpe se eu me irrito com a possibilidade de existir um universo em que não possamos estar juntos...É idiota porque seus pais te amavam demais, e não iriam querer que você tivesse o mesmo fim que eles tiveram...É idiota porque você fala como se não tivesse algo pelo qual lutar. — Dake discursa indignado.

—Eu nunca tive. — sou sincera.

—Então faremos você ter. — aquilo soa como uma promessa.

               Quando Dake foi embora, aproveitei para escrever um pouco mais no meu grande artigo, e para minha mais pura surpresa, recebi um Email da Peggy, onde havia uma foto anexada.  Abri o arquivo com curiosidade e sorri abertamente quando vi que se tratava de uma imagem tirada de mim e Dake na praia. A enviei para meu namorado rapidamente e ele respondeu dizendo que a colocaria em seu quarto. Não acreditei muito nisso, mas fiquei feliz com a possibilidade de ser real.

           No fim...Eu e ele...Somos reais.

[...]

      Desde que meu namoro com Dake começou, tenho a insatisfação de admitir que me afastei do Nathaniel. Não pelo pedido — ordem— absurdo do West, mas sim porquê desde que iniciei esse relacionamento, tenho me focado só em Dake realmente. Por isso naquela manhã de segunda feira decidi que meu melhor amigo seria minha prioridade. Assim, quando o intervalo chegou o raptei do grêmio, e o levei em um lugar tranquilo para lancharmos juntos.

—O ginásio?É sério? — o representante, cheio de sacolas, indagou quando chegamos ao enorme espaço de esportes.

—Ninguém vem aqui nesse horário. — falei dando de ombros, então o ajudei pegando uma sacola onde continham os hamburguers.

          Nos sentamos na arquibancada mais alta, tendo uma visão privilegiada da quadra de basquete e desempacotamos tudo. Não falamos nada, os únicos barulhos escutados eram de nossas bocas ingerindo alimentos.

—Eu senti falta disso. — comentei o olhando de esguelha.

—Desde que você assumiu o título de namorada de Dake West perdemos esses momentos. —É claro que ele notou.

—Eu sei! E eu sinto muito por isso...Falei que meu namoro com Dake não afetaria nossa amizade, mas tenho estado tão presa nessa bolha de namoro que ignorei todo resto. Tenho sido uma péssima amiga com você... — admiti.

—Quer saber? Não importa de verdade...Você está feliz, eu só levo isso em conta. — é nobre ao dizer essas palavras.

—Toda essa situação dá a entender que eu não preciso de você para ser feliz, o que é uma mentira...Você sempre será parte da minha felicidade. — falo com sinceridade.

—E você sempre será parte da minha. — diz de volta, com um meio sorriso.

—Céus! Eu realmente adoro essas nossas conversas. — murmuro,então me encosto em seu ombro.

—Como você está? — se vê no dever de perguntar isso.

—Bem...Sabe como é...Minha relação com Dake é...Bom...É o Dake. — acho que o nome explica tudo.

           Passamos a conversar sobre assuntos mais leves, e eu notei o quanto sentia falta daquilo. Falta de ser a melhor amiga do Nathaniel. Quando eu estava com ele, eu era uma pessoa diferente de quando eu estava com Dake, e era bom poder assumir essa posição às vezes.

 —Já pensou...Nós em Nova York, comendo fast foods originais e melhores do que esse? — brinquei a medida que deixava aquele hamburguer de lado e sugava um pouco de Milkshake pelo canudo.

—Isso soa como algo bem possível. — Nathaniel comenta me olhando.

—Sim...Quando eu for para Harvard... Se eu for para Harvard, você pode me visitar nas férias, e então faremos esses lanches super gordurosos e teremos mais dessas conversas libertadoras. — murmurei divertida, mas Nath me encarava sério.

—Não foi isso que eu quis dizer... — fala por alto e eu engulo a seco.

—O que quer dizer? — indago hesitante.

—Eu mandei uma carta de inscrição para Harvard...O curso de medicina é bastante avançado lá. — fico estática de primeira, por suas palavras, e em seguida abro um sorriso e me jogo nos braços deles.

—Isso...É incrível. — anuncio animada e quando me separo dele, vejo que tem mais.

—Isso não é tudo...Eles me aceitaram, Flore...Eles me deram uma bolsa...Quando o ano letivo acabar, serei um universitário de Harvard. — o olho emocionada.

—Parabéns!— digo, ainda com um sorriso enorme.

—Estaremos no futuro um do outro, Florence Elliott. — ele fala com um sorriso contido.

—Não precisava de uma carta para saber disso. Esse fato sempre esteve claro. — comento o olhando.

—Tenho certeza que será aceita, que se transformará em uma renomada jornalista e realizará cada sonho seu, e quer saber? Eu estarei lá por você...Eu sempre estarei. — diz, acariciando minha bochecha.

[...]

            Ponto de vista: Dake West.

Me despeço de Castiel no corredor, quando o mesmo diz que precisa ir até o porão encontrar Lysandre. — Sei que a verdade é que ele vai atrás de Lynn, mas finjo que acredito em sua mentira — Penso que seria legal ir até a sala do jornal. Flore não almoçou conosco hoje, e eu nem ao menos a vi no refeitório, seria bom saber onde raios ela se meteu. Mas minha intenção de encontra-la, se desfaz quando uma figura vulgar surge em minha frente.

—Debrah. — quase rosno essa palavra. Ela me lança um daqueles sorrisos cínicos e eu me pergunto o que tinha na cabeça quando pensei por um momento que ela era gostosa. No fim, acho que eu não estava pensando necessariamente com a cabeça.

—Dake. — ela cantarola, ainda com aquele sorriso.

—Precisa de algo? Já esclarecendo que seja o que for eu não farei...Ou vai ficar barrando minha passagem? — sou direto e ela me olha de um jeito suspeito.

—Calma garotão, agora que foi domado pela órfã canadense, se esqueceu dos seus amigos? — debocha.

—Bom, eu continuo falando com o Castiel, que é meu único amigo...Então, não. — falo a encarando.

—Ouch... Essa doeu. — dramatiza.

—Debrah, sai da minha frente. — peço sem a miníma sutileza.

— A ófã é realmente boa no que faz...É surpreendente. — ela diz com toda sua maldade.

—Vá direto ao ponto. — ordeno, pois sei lidar com a mesma.

—Só estou dizendo que todos pensavam que Florence Elliott era somente uma coitada que apenas existia em um mundo a qual ela não era suficiente...Mas ela se provou bem mais esperta do que parecia. — haviam segundas intenções ali.

—Direta, Debrah. — quase grito para que ela seja isso.

—Veja bem...Com toda aquela pose de mocinha indefesa, ela fez com que Nathaniel, o cara mais sério e centrado do universo ficasse louco e quase desesperado por ela. O representante pularia de uma ponte, se ela quisesse...E então depois, ela conseguiu uma faceta ainda maior, ela fez com que Castiel...O garoto marrento e impenetrável se importasse com ela. E agora, ela conseguiu com que você, o galinha ficasse de quatro por ela. — aquele comentário me incomodou, mas eu fingi que não.

—Você ainda não chegou a onde queria. — falo a encarando.

—Só pense comigo: Para ela conseguir vocês três, ela deve ter usado o mesmo método...E como ela te conquistou Dake? Aposto que envolveu muito contato físico. — fala maldosa.

—Você não conhece a Florence...Um fio de cabelo dela é  mais digno do que você por completa. — retruco, ainda que no fundo uma parte desconfiada de mim, acredite que aquilo pode ser verdade.

          Até então levei numa boa, essa aproximação estranha dela e do Castiel, deixei meu incomodo guardado em um canto da minha mente, mas Debrah o trouxe de volta. Será que eu estava fazendo o número do pior cego é aquele que não quer ver?

—Se você diz. — ela fala com escárnio.

—E nunca mais ouse se referi a ela como a “Órfã canadense”...Ou melhor dizendo: Nunca mais ouse falar da Flore. — digo a olhando firmemente.

—Tudo bem...Só não finja que no fundo você não concorda que sua adorável namorada age de um modo suspeito. — deixa a discórdia, antes de se virar e sumir no corredor.

              Suspiro, engolindo todas aquelas palavras e me encosto em um dos armários, refletindo sobre elas. Debrah era uma maldita, disso eu sabia. Mas...E se ela estivesse certa? Não, claro que ela não estava! Flore não era assim! Ela nunca tinha beijado alguém, ela não teria esse tipo de intenção com Castiel, ela não teve com o bonzinho do representante, por que teria com que ele?.

           Mas isso não queria dizer que Castiel não tinha com ela...Eu precisava esclarecer aquilo com ele...Precisava eliminar minhas suspeitas...Ele era meu melhor amigo, mas era homem antes de tudo.Eu, mesmos sendo um dos melhores amigos dele, fiquei  com Debrah, uma garota a qual ele ainda gostava. Por que ele não faria isso comigo também?.

                 Como se fosse destino, depois de algum tempo o procurando, o encontrei saindo da biblioteca. — Ele deveria estar se agarrando com Lynn lá. — O ruivo me olhou desconfiado quando notou minha expressão, mas não me questionou sobre ela.

—O ensaio já acabou? — indaguei com certa ironia.

—Sim...Lysandre não estava muito disposto hoje. — diz com seu semblante de sempre.

—Eu estava pensando...Poderíamos ir pra praia, pegar algumas ondas. — falo, pois aquele seria um ótimo lugar para conversarmos.

—Não dá...Falei para Florence que ajudaria ela e Peggy a preparar a parte musical da feira dos estudantes estrangeiros. — ele diz como se não fosse nada importante.

           Aquilo é o ápice para mim.

—Você e ela estão bastante próximos. — comento com quem não quer nada.

—Ela é minha amiga. — fala como se fosse obvio.

—É! Estou tentando entender suas motivações para manter essa amizade...Porque ela surgiu do nada, aparentemente. — falo com deboche.

—Não faça isso, Dake. — Castiel diz com um tom sério.

—Não fazer o que? — questiono o desafiando a responder.

—Não insinue que eu me aproximei dela porque tenho interesses ocultos...Eu não quero ficar com a Florence...Não aja como o babaca que você é, desconfiando dela. — diz me olhando firmemente.

—Me desculpe se todos os sinais indicam que você tem segundas intenções...Eu nem ao menos sei porque essa amizade se iniciou. — falo irritado.

—Você é mais idiota do que eu pensei... Foi ela que me convenceu a te perdoar, quando o lance com a Debrah aconteceu...Ela nunca tinha falado comigo, mas rompeu essa barreira por você. Por se importar com você e quando ela fez isso eu percebi o quão incrível ela era, porque ela estava depositando suas fichas em um babaca que não merecia isso. — fico estático com a revelação. — Estava tentando acreditar que você se tornaria alguém melhor por ela, mas não vai...Você ainda vai perde-la e Nathaniel estará a espreita para conquista-la, e quer saber? Vou parabenizar o representante quando isso acontecer... — diz sem a menor sutileza.

—Eu preciso ir. — digo, quando noto o quão idiota eu estava sendo.

—Vá, antes que eu quebre sua cara. — ele pede.

[...]

  Ponto de vista: Florence Elliott.

   

Entrego para Peggy os panfletos que a diretora me deu, para divulgarmos a feira e ela logo trata de espalha-los pela escola. Não demora muito para que eu publique um aviso no site oficial, explicando a proposta do evento; Tratava-se de uma feira, onde vários países do mundo teriam seu minuto de fama, onde suas culturas, costumes e características seriam apresentadas por alunos de cada um deles. Ela ocorreria no fim de semana, e seria aberta para todos os públicos.

    Suspiro quando encaro meu celular e noto que Castiel estava atrasado. Ele seria o responsável pela parte divertida de tudo. Já que a banda dele tocaria na feira, e precisávamos conversar sobre isso, para definirmos que tipo de repertório ele poderia ter. Já que a diretora tinha algumas exigências. E me deixou encarregada de passa-las.

           Reviro os olhos quando o ruivo adentra a sala, de maneira calma, e trato de passar para ele, a lista de músicas que a diretora exigiu que tocassem. Penso que ele discutiria por ter que cedes aos caprichos dela, mas ele não faz isso. Só lê o material em silêncio.

—O que está acontecendo? — indago, fazendo com que me encare. Castiel suspira e larga a lista em uma das mesas.

—Só estou cansado. — responde, desviando seus olhos.

—Vou perguntar de novo e dessa vez quero a verdade: O que está acontecendo? — questiono.

—Se eu quisesse desabafar arranjaria um psicologo. —é o Castiel quando diz isso.

—Ou podemos pegar luvas e bater em sacos vermelhos...Estou disposta a repetir aquilo. — falo, ainda não desistindo.

—Dake sugeriu abertamente que eu me aproximei de você por que tinha segundas intenções. — eu sei que ele não queria deleta-lo. Mas também sei, que para Castiel importa que eu saiba da verdade.

—É claro que ele sugeriu. — murmuro inconformada.

—Em defesa dele, Dake nem ao menos nota quando está agindo como um idiota. — ele diz com certa ironia.

—Desde que começamos a namorar tivemos umas quinhentas brigas, sobre motivos incoerentes...E eu relevei e me convenci de que eu também não sou a melhor pessoa do mundo em lidar com relacionamentos...Mas Dake, ultrapassa todos os limites. — desabafo com palavras, já que bater em algo estava fora de cogitação hoje.

—Eu não disse para que se magoasse. — fala me encarando.

—Não estou magoada...Isso é só...Uma confirmação básica e esperada de que Dake sempre vai ser o Dake...E eu não sei se posso lidar com Dake sempre. — murmuro.

—Você pode. — ele parece convicto ao dizer isso.

—Por quê? — questiono querendo uma motivação.

—Porque se não pudesse, nem teria tentado para começo de conversa. — diz e após isso faz algo que me deixa surpresa: Ele beija minha testa. Isso mesmo! O cara mais marrento da Sweet Amoris foi carinhoso comigo!.

[...]

   Ajudo minha tia a recolher a louça do jantar, e quando acabamos, lavamos ela juntas e trocamos poucas palavras sobre nosso dia. Agatha estava cansada, pois hoje teve que cumprir o turno de uma amiga sua no salão, por isso, decidi não enche-la com meus dramas e receber seus conselhos bem elaborados.

              Não demora para que ela comunique que irá dormir, a abraço e desejo uma boa noite de sono. Aproveito para acabar alguns trabalhos escolares pendentes, tentando ignorar Dake por mais um tempo, mas aparentemente ele não quer isso, pois cinco minutos depois a campainha toca.

    Abro a porta sem a miníma animação e mesmo notando a cara que faço, Dake me dá um selinho como cumprimento, e adentra a minha casa sem a menor cerimônia.

—Mal nos vimos hoje. — ele comenta. Oh, ele vai agir como se não tivesse sido um idiota.

—Eu estava ocupada...Por causa da feira. — murmuro, e então noto que não vou conseguir fingir que não sei de nada. — Castiel me contou sobre hoje. — sou direta e Dake suspira.

—Vou ter direito a uma explicação? — Dake questiona.

—Não! Porque você fez de novo! Você sempre faz isso...Essas suposições impulsivas que só fazem sentido na sua cabeça. Fez isso quando me viu com Nathaniel e supôs que estivéssemos juntos e fez isso hoje quando acreditou que Castiel só é meu amigo porque quer transar comigo. — praticamente gritei.

—É sério que brigaremos por isso? — indaga um tanto incrédulo.

—Sim. Porque é irônico demais que logo você não confie nas pessoas. — falo sem nem pensar no que digo.

—Então eu não sou confiável, é isso? O que eu fiz para você duvidar de mim? — questiona ofendido.

—E o que eu fiz? E o que o Castiel fez? — retruco e ele suspira.

—Me desculpe por ser assim...Mas é que tudo que é em relação a você, faz com que eu me sinta um maldito inseguro. — ele quer que aquilo seja uma justificativa.

—Então será isso? Toda vez que se sentir inseguro fará algo estúpido? — indago com deboche.

—Não...Eu... — não deixo que ele termine.

—Vai embora Dake, se ficar brigaremos mais e será inútil e desgastante. — falo, apontando para a saída.

—Temos que resolver isso agora. — ele fala.

—Se ficar, você odiará a resolução que tenho para isso. — comunico.

            

[...]

        Na manhã seguinte, eu não me encontrava no meu melhor humor, enquanto caminhava rumo ao estacionamento, em busca do meu carro. Eu sempre tinha que dirigir quando brigava com Dake, o que era péssimo, pois toda vez que eu fazia isso, estava irritada demais. E isso não era bom.

                Reviro os olhos, quando avisto meu carro e vejo que o West está encostado nele. Dake não esperou para prolongarmos a discussão de ontem.

—Nada de jantares, presentinhos ou sanduíches prediletos pela manhã? — indago com ironia.

—Só desculpas. — fala, afundando suas mãos no bolso de sua calça.

—Por qual erro exatamente? — continuo com a ironia.

—Por não ser o namorado que você merece. Por cometer erros. Por não ser a pessoa mais digna do universo. Por ter ouvido as insinuações maldosas da Debrah. Por tudo. — É claro que a Debrah estava envolvida nisso.

—Me dê uma boa razão para aceitar suas desculpas. — peço.

—Eu não tenho. — é sincero ao admitir.

—Você acabou de me dar uma: Você está sendo sincero. — afirmo.

—Isso significa?...  — ele quer que eu explique.

—Que você tem que treinar e controlar essas suas inseguranças. Mas em geral, você sabe; Eu não vou desistir de nós tão fácil assim. — falo sincera também.

         É com completo alivio que Dake me beija.


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Notas finais do capítulo

Reflexões agora:
Nathaniel+ Flore+ Harvard = Não vou responder hahahahaha.
Dake dá cada bola errada né não gente?

Comentem!



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