De Repente É Amor escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 13
Capítulo 12 - Ter Medo E Enfrentar.


Notas iniciais do capítulo

Voltei e vim com um capítulo simplesmente fofo (acho que esse é meu capítulo favorito até agora)Espero que gostem e que comentem!
Links camuflados no capítulo.
A música que está no inicio do capítulo é a mesma que o Castiel dança. Se vocês a traduzirem, verão o quanto ela combina com a história!
Desculpem os erros ortográficos, não revisei esse capítulo!
Boa Leitura!



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           Música do capítulo!

Ponto de vista: Florence Elliott.

  Aliso meu vestido e suspiro, a medida que me encaro no espelho do meu quarto. O vestido branco — cor que Rosalya exigiu que todos vestissem. — se adéqua perfeitamente ao meu corpo e destaca as curvas naturais que tenho. Meus cabelos loiros estavam presos em um trança lateral bem elaborada, e a maquiagem leve realçava o sorriso que agora se destaca em meu rosto.

—Você consegue Flore, é só sua primeira festa, nada vai dar errado. — me auto motivo de forma confiante, então para completar a produção, pego um colar prateado e o coloco em meu pescoço.

            Antes de ir, decido fazer algo. Me sento de frente para minha escrivaninha, e abro o arquivo que guarda meu artigo para Harvard e continuo de onde parei.

[...] Aprendi algo sobre os populares que até então não estava claro para mim. Alguns deles não são do jeito que aparentam. Eles só tem medo de mostrar quem eles são realmente e não serem aceitos, ou simplesmente tem medo de tratar as pessoas bem, deixar elas entrarem em suas vidas, e depois elas simplesmente os decepcionarem. Ás vezes, aquele Bad Boy que você acha que só se comporta daquela forma por ser um babaca, é na verdade um cara incrível, que teve seu coração quebrado pela garota errada. Todos tem medo, a forma que lidamos com ele é o que nos define. Algumas pessoas usam um medo como desculpa para se esconderem do mundo, outras o camuflam com superioridade. Mas não importa o que façam, ele continua lá. Então, o quão mais fácil seria se essas pessoas que tratam os outros com indiferença por não acharem a si próprios o suficiente, simplesmente aceitassem que todos somos diferentes, que não há melhores ou piores, que cada pessoa carrega seu temor interno, e ter lidar com o temor dos outros é algo realmente horrível? [...]

 

                Quando me senti satisfeita com o que escrevi, salvei o arquivo, e rumei para fora do meu quarto. Na sala, encontrei minha tia distraída, assistindo um filme. Soltei uma tosse forçada para que ela me notasse ali, e foi o que ela fez.

              Agatha arregalou os olhos quando me encarou, e praticamente saltou do sofá, vindo em minha direção.

—Oh querida, você está tão linda. — ela fala emocionada.

—Eu só coloquei um vestido. — digo sem entender a reação dela.

—Não importa, você está realmente incrível. — me elogia. — Onde está aquela câmera em que você vive colada? Precisamos tirar uma foto sua, agora. — ela anuncia dramática.

—Tia, eu não vou a um baile, é só uma festa. — murmuro um tanto incomodada com o comportamento dela.

—Você vai a uma festa, querida, entende como isso soa surpreendente? — indaga e eu reviro os olhos.

—Tia!. — reclamo manhosa e em resposta ela me abraça com carinho.

—Divirta-se. — ela ordena, antes de beijar minha testa fraternalmente.

            O luau aconteceria num canto afastado da praia, ou seja, da minha casa até lá, eram bons minutos de caminhada. Mas aquilo me ajudou a assimilar o fato de que eu estava indo a uma festa, como uma adolescente normal faria. Eu estava reagindo, e eu tenho que concordar com Agatha, que  isso é realmente surpreendente. Eu estava mais mudada, do que pensei que estava. Eu sentia essa mudança, em cada poro do meu ser, e me encontrava simplesmente feliz por ela.

                 Não foi difícil encontrar a festa. As tochas acesas na areia da praia, junto as tendas e toalhas brancas, se destacavam de longe, assim como a música harmoniosa que tocava, e que podia ser ouvida a quilômetros. O local estava cheio de pessoas lá da escola. Não havia grupos específicos, como no refeitório, todos estavam incrivelmente misturados.

              Me aproximo mais e olho por cima dos ombros das pessoas, procurando por rostos conhecidos, então abro um sorriso, quando avisto, Castiel sentado na areia, saindo da sua zona de conforto ao trocar a guitarra pelo um violão, e tocar o instrumento, a medida que Lysandre cantava uma música suave.

        Todos ao redor deles, os olhavam encantados. A canção se adequava perfeitamente a praia e aquele momento. Sem que eu espere, meus olhos se encontram com os azuis cristalinos de Dake, o mesmo estava próximo a uma mesa de petiscos, e agora me encara intensamente. Solto uma risada, quando vejo que ele é o único diferente na festa, enquanto todos vestiam branco, Dake era o único com um casaco moletom preto.

—Aparentemente, você não gosta de seguir regras. — aponto para o moletom, quando Dakota se aproxima e ele sorri com diversão.

—Não é para isso que as regras existem? Para serem quebradas? — questiona se fingindo de confuso, e isso me faz sorrir.

—Na minha concepção, existem para serem seguidas. — murmuro.

              Dake se posiciona ao meu lado e passa a observar Castiel e Lysandre, e seu pequeno  show.

—A propósito, você está linda essa noite. — ele elogia, sem me encarar.

—Vindo de você, essa frase soa como um “Olá” diário. Diz isso pra todas, não é mesmo? — indago irônica.

—Não quer dizer que eu esteja sendo sincero todas as vezes, mas nessa eu estou. Então, lide com o fato de que eu estou te elogiando, e não crie motivos bobos para não aceitar isso. — retruca, ainda sem me encarar, e aquilo faz com que meu sorriso se alargue.

—Você é fofo, achando que manda em mim. — acuso divertida.

—E você é fofa, fingindo que no fim não vai ceder aos meus pedidos. — diz de volta.

—Depende do pedido. — digo, dando de ombros.

—Florence, você sabe que está brincando de com fogo, certo? — questiona, finalmente se virando para mim.

          Me aproximo dele, de uma forma que faz com que nossos rostos quase encostem um no outro.

—E quem disse que eu tenho medo do fogo? — após perguntar isso, me viro e procuro outra coisa para fazer, bem longe dali.

                Não demoro a encontrar Nathaniel, o mesmo estava dando uma bronca em Ambre, mas logo a ignora, quando me vê. A loira revira os olhos ao notar minha presença, e assim nos deixa a sós.

—Eu queria uma irmã menos complicada. — Nathaniel anuncia e então me olha dos pés a cabeça. — Você está linda. — diz com um sorriso.

—Obrigada. — sorri ao me lembrar que fiz um drama imenso quando Dake me elogiou, apenas para implicar com ele.

—Rosa realmente sabe como dar uma festa. — Nath diz, olhando para o cenário ao seu redor.

—É...Ela parece alguém talentosa. — concordo.

—Você está sem sua câmera, então não tem para onde fugir, hoje...Vai se divertir, então? —questiona brincalhão.

—Esse é o plano. — admito com um sorriso.

—É um ótimo plano. — diz.

—Estou torcendo para que seja. — comento sincera.

      Começamos uma conversa animada sobre a festa, e eu me diverti vendo o Nathaniel mais leve do que o de costume. Parece, que no fim, não sou só eu que estou mudando.

           O representante foi educado ao pegar bebida para nós, e dado certo momento, voltei a procurar Dake por meio de olhares, supondo que ele já havia encontrado um rabo de saia para se distrair. Me surpreendo ao ver ele conversando com Castiel e Lysandre, agora que um DJ tocava no lugar deles.

           Nath pede licença e diz que precisa atender uma ligação dos pais, lanço um sorriso em concordância e logo vejo Peggy vindo até mim com Lynn ao seu lado.

—Florence Elliott em uma festa, isso sim é um acontecimento histórico. — a pseudo jornalista diz irônica, porém divertida.

—Digo o mesmo em relação a você. — falo de volta e as duas riem.

—Então como vão você e Dake nessa bela noite? — Lynn questiona brincalhona.

—Me diga você, como vai com Castiel nessa incrível noite? — retruco e ela revira os olhos.

—Antes que pergunte eu não vou nada bem com Armin, ele não virá ao luau, prefere os vídeo games. — Peggy anuncia frustrada.

              Notamos uma movimentação no centro da festa, e assim uma música vulgar começa a tocar no ambiente. Logo notamos o porquê dela, lá estavam Debrah e Ambre rebolando e se remexendo de um jeito estranho, sem a menor vergonha.

—Por que mesmo eu não posso fazer um artigo sobre esse luau? O título “Vacas disputam por território” soa tão incrível para uma matéria, agora. — Peggy fala, encarando elas.

—Eu garanti a Rosa, que você não faria isso, mas estou realmente tentada a te deixar fazer. — digo e Peggy me olha com cumplicidade.

—Vocês realmente não prestam. — Lynn diz, bebendo um pouco de seu drink azul.

—A morena é a ex namorada complicada do Castiel, e  a loira é obcecada por ele. — explico.

—Que vadias! — ela exclama, quando o nome do ruivo é citado.

—Quem não presta agora, Peggy? — indago para a pseudo jornalista e ela se finge de confusa.

—Acho que uma certa novata. — zomba e logo rimos da cara que  Lynn faz.

           Me viro para o lado para checar se Nath já está vindo, e dou um sorriso ao encontrar outra pessoa caminhando em nossa direção.

—Sabe, Peggy, eu acho que o Armin encontrou outra coisa que o anima mais do que games. — falo para ela, e a mesma me olha com um sobrancelha arqueada.

—Por que acha isso? — questiona.

—Porque eu tenho quase certeza que essa coisa é você, e minha teoria se comprova com o fato de que ele virá até você em 3..2..1... — no mesmo instante que acabo minha contagem, Armim a chama, e ela se vira.

             O sorriso que ela abre é tão grande, que eu penso que irá rasgar sua pele. Logo, ela abandona Lynn e eu.

—Nesses momentos eu me sinto tão solitária. — a garota ao meu lado, murmura.

—Castiel está logo ali. — aviso.

—Vai se ferrar. — ela “pede” e eu desconfio que ela esteja levemente alterada com a bebida em suas mãos.   — Preciso dançar,para tirar o álcool do meu corpo. — comunica,confirmando minha teoria, então também me deixa.

                 Estou pronta para ir procurar Nath, quando ouço alguém gritar meu nome.

—Leigh. — falo ao reconhece-lo. O que foi um tanto difícil, levando em conta que as roupas peculiares foram substituídas por peças mais leves, suponho que seja por conta da temática da festa.

—Fico feliz que tenha vindo, pedi a Rosa que te chamasse, mas não estava confiando na sua presença. — ele conta.

—Obrigada por isso...E sabe como é, estou tentando novas experiências. — digo dando de ombros.

—Espero que esteja gostando. — comenta.

—Oh...A festa está incrível, Rosa tornou o luau incrível. — elogio.

—Ela é incrível. — concorda em pontos com o que eu digo. Aquilo me faz sorrir.

—Você a ama muito, certo? — indago ao ver o brilho em seus olhos ao falar dela.

—Mas do que se é possível descrever. — poetiza.

                 Pretendo continuar aquela conversa, mas então outra presença surge em nossas vistas, um animado Castiel me olha com expectativa e eu temo o que virar a seguir.

—Vem, vamos dançar. — nem se importa em estar nos interrompendo.

—Não. — nego, incrédula.

—Eu não peço duas vezes. — avisa.

—Bom saber. — falo com deboche.

—Qual é! Eu não gosto de fazer esse tipo de coisa, Florence, e estou te convidando, estou saindo da minha zona de conforto, pode fazer o mesmo?. — questiona, oferecendo sua mão.

                   Penso em quantos limites ultrapassaria se fizesse aquilo, mas o lado da Flore que se arrisca praticamente grita para que eu aceite o desafio e me deixe levar pela situação.

         Mordo os lábios, indecisa, e me rendo com um suspiro.

—Nos vemos depois, Leigh. — anuncio e ele simplesmente sorri.

              Sigo Castiel, não me dando ao direito de me arrepender, e encolho os meus ombros quando todos nos encaram, enquanto seguimos para o centro da festa, onde o DJ está.

          Engulo a seco, antes de enganchar meus braços no pescoço de Castiel e me mexer lentamente, enquanto a música toca. Castiel revira os olhos por minha “Animação”. Quando as batidas da música aumentam, ele dá um jeito com que eu me desvencilhe dele e me faz girar, até voltar para os seus braços.

—Se solte. — ele pede com um sussurro.

            Completamente envergonhada, mas decidida a superar os tais limites, ergo meus braços para cima, e de um jeito estranho remexo minha cintura. Castiel aprova meu movimento, então eu simplesmente me deixo levar pela canção e antes que eu perceba lá estou eu dançando ao ritmo da música e me divertindo.

             Não demora muito para que Rosa venha dançar também, e em seguida Lynn e para minha surpresa até Peggy. Logo estamos todos fazendo movimentos estranhos e rindo. Simplesmente sendo adolescentes. Não ligo mais para o que as pessoas irão pensar, só sou feliz.

            De longe, vejo Dake me observar, mas ele não vem até mim. Ele apenas sorri pelo meu breve momento de libertação, e então eu noto que preciso que ele viva aquilo comigo, sinalizo para que ele se aproxime e com a minha permissão, logo me vejo dançando com ele. Pele com pele.Respiração com respiração. Olhar com olhar.

                 Quando a música agitada acaba a maioria das pessoas se dispersam pela praia. — até mesmo Dake, que em determinado momento, simplesmente some. — Então para minha surpresa, Nath aparece e me convida para dançar a próxima música, que por sua vez é lenta e romântica.

            Ele segura minha cintura, a medida que encosto minha cabeça em seu ombro e me aconchego em seus braços.

—Se alguém me dissesse que isso um dia aconteceria, eu acharia que a pessoa estava mentindo. — Nath murmura em tom sereno.

—O que? Nós dois dançando uma música lenta e abraçados? — arisco.

—Não! Você se divertindo, indo a festas, sorrindo, e esse tipo de coisa. — me surpreendo com suas palavras. — E tudo por causa do Dake. — sua afirmação me faz encara-lo. — Você gosta dele, não é? Ou melhor, você está apaixonada por ele. — aquilo não soa como uma pergunta, mas sim como uma constatação.

               Eu decido que ele merece a verdade. E eu mereço admitir o que sinto para alguém. Mereço admitir isso para meu melhor amigo.

—Ele apareceu na minha vida no momento em que eu mais precisava de alguém, e eu...Me apaixonei instantaneamente. — admito e vejo uma camada de tristeza nos olhos de Nath. — Desde que meus pais morreram, eu me transformei nessa pessoa anti- social que você conhece e isso desde sempre foi um fato...Só que na semana que você se declarou,tudo estava pior, eu estava me afundando cada vez mais, eu só via escuridão, e então houve um momento em que eu olhei para o Dake e eu vi uma luz forte, eu tive tanto medo daquilo, mas parecia ser tão bom. — digo com lágrimas nos olhos, e Nath continua me encarando atento. — Eu criei um muro ao redor de mim, para me afundar na tristeza, e nunca deixei que ninguém ultrapasse ele. Porque, ás vezes as pessoas constroem muros, não apenas para manter os outros fora, mas para ver quem se importaria o bastante para destruí-los. — falo.

—Então Dake o destruiu. — Nath adivinha.

—Ele o quebrou a marteladas. — corrijo. — Eu nunca precisei de uma pessoa que tentasse me consertar, eu só precisava de alguém que me aceitasse com as minhas partes quebradas, e Dake faz isso. Quando estou com ele, eu sou eu mesma, ou melhor dizendo, eu sou uma versão melhor de mim...Todos sempre me olharam com pena, e me trataram como se eu fosse quebrar a qualquer momento, mas Dake me balança, ele me força a viver. Ele me fez superar pouco a pouco tudo de ruim que eu sentia...Dake me fez ver que pessoas ficam órfãs todos dias, mas que isso não as fazem parar de viver, elas dão um jeito de seguir em frente. E Dakota West foi o jeito que eu arranjei de seguir em frente...Dake é meu fogo, quando eu estou fria...Eu sei o quão imperfeito ele é, mas de um jeito completamente estranho as imperfeições dele se encaixam com as minhas...Porque quando estamos nós dois, sozinhos, ele é simplesmente a pessoa mais incrível do mundo. E ele sabe disso. Sabe que cada provocação minha é uma forma de gritar: Obrigado por continuar aqui. — meu desabafo, faz Nath suspirar.

—Já pensou em dizer tudo isso a ele? — pergunta sério.

—Ele não se importa. Porque ele não quer se importar. Porque se ele se importar de algum jeito, eu acabo saindo quebrada disso. — murmuro, já chorando.

—Me corrija se eu estiver errado...Mas não foi você mesma que disse que Dake é ótimo em aceitar suas partes quebradas? — indaga, antes de acariciar meu rosto.

—Você não me odeia por estar apaixonada por ele? — pergunto séria.

—Você está feliz. Eu estou feliz. Essa é a lógica. —o abraço em meio aquela dança, feliz pelas palavras dele.

                  Após aquela conversa reveladora, tanto para ele quanto para mim, decido que não tem mais sentido permanecer na festa, por isso em passos largos sigo para minha casa, sem me dar ao trabalho de me despedir de ninguém.

                   Quando estou prestes a subir na escadaria da varanda, escuto uma voz que eu reconheceria a milhas de distância gritar meu nome. Me viro aturdida, ao ver Dake correndo em direção a mim.

—O que foi? — indago quando ele chega mais perto.

             Assim que percebe que estou tremendo de frio, Dake faz questão de me passar seu casaco e ficar apenas com uma blusa leve azul.

—Eu precisava conversar com você. — explica.

—Sobre o que? — pergunto curiosa.

—Eu ouvi tudo que disse ao Nathaniel. — arregalo os olhos ao escutar isso. — Enquanto eu ouvia cada palavra, fiquei me perguntando se aquilo era real ou só uma alucinação minha. Soava meio estranho, você ter dito tudo aquilo ao representante e não a mim, então eu entendi que fui um completo idiota quando não aceitei sua declaração depois de nossa reconciliação. Mas esse erro não supera o outro de eu não ter dito que me sentia do mesmo jeito. — aquela altura, eu me encontrava mais do que surpresa.  — Você uma vez me disse que se algum dia nós dois nos gostássemos muito, seria muito complicado. Mas e se eu te dizer, que as coisas então se complicaram? — Eu não fui capaz de dizer nada. — Eu tenho medo, Flore...Tenho medo de não ser o suficiente para você, tenho medo de te machucar. Porque me importo com você, mais do que me importo com qualquer outra pessoa no mundo. Eu nunca senti o que sinto por você por outra pessoa, e esse sentimento não apareceu naquele dia do supermercado, surgiu muito antes, quando eu te vi pela primeira vez e soube que havia algo de diferente em você...Você disse que eu trouxe luz para sua vida...Você, Florence, trouxe um arco iris para a minha...Quando estou com você a única coisa que penso é no quão incrível seria te beijar, e quando te vejo com o representante só penso no quão sortudo ele é por ser bom para você... — não deixo que ele termine.

—Cala a boca. — grito e é a vez dele de arregalar os olhos. — Para de dizer que não é o suficiente, porque eu digo com toda maldita certeza que você é...Eu não quero o Nathaniel, não quero nenhum outro cara que não seja você, e dane-se se você é um babaca, você é o babaca pelo qual eu estou completamente apaixonada.

               Após essa declaração tão direta, ele nada fala, eu penso que ele irá ignora-la como na última vez, só que para minha total surpresa, num ato impulsivo Dake cola seus lábios nos meus. Fico estática e de primeira não consigo retribuir, pois assimilar aquilo tudo me parece dificil.

         Dake se afasta frustrado e quando vejo uma ponta de arrependimento crescer em seus olhos, decido que é o meu momento de controlar a situação.Assim tomo seus lábios e quando ele vê que eu quero isso tanto quanto ele, segura a lateral do meu rosto e aprofunda nosso beijo, de uma maneira que nossas línguas entram em contato uma com a outra. Nossas bocas se encaixam perfeitamente e todo o resto é simplesmente incrível ; A sensação de frio na barriga, as mãos suando a medica que a caricia acontece, a respiração descompassada tanto pelo nervosismo quanto pelo ato em si.

           É como uma dança, que está em sincronia e perfeita harmonia. Naquele momento a última música que tocava na festa antes de eu sair me vem a mente. Como uma trilha sonora coerente para aquele primeiro beijo.

                   Quando o ar nos falta, nos afastamos minimamente e eu permaneço de olhos fechados, querendo memorizar aquele momento com todos os detalhes dele. Mas quando os abro, vejo Dake me olhar com certa adoração.

—Você nunca tinha beijado. — ele nota e eu não me envergonho por isso, simplesmente gargalho.

—Eu faria isso com Kentin Blancherd no baile...Mas eu não fui ao baile, então decidi adiar o momento. — explico divertida e Dake também gargalha com isso. Enquanto rimos, encosto minha cabeça em seu ombro.

—Eu realmente estou apaixonado por você, Florence Elliott. — ele diz me olhando intensamente.

           Ousada de novo, decido repetir o beijo e dessa vez sou ainda mais atrevida, pois sou eu que agarro o rosto de Dake, enquanto ele abraça minha cintura. Mesmo que isso surpreenda a mim mesma, ele não parece surpreso com a minha atitude, no fim Dake me conhece bem.

    Não me arrependi de até aquele momento não ter beijado outro cara. Dake era o cara certo para mim, da maneira mais incerta possível.

          Serei extrema ao dizer que enquanto beijava Dake várias vezes naquela noite entendi que  a dor não é bonita, mas o que pode ensinar é bonito. A laranja precisa ser espremida para sair o seu melhor. A perda pode mostrar que, às vezes, é preciso deixar o velho partir para algo novo chegar. A tentativa de superar alguns medos pode fazer surgir uma coragem que não existia. A dor só é capaz de devorar um coração sem esperança.

            E Dake, ele se tornou a minha esperança e de um modo estranho, eu me tornei a dele.


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Notas finais do capítulo

A Flore nunca tinha beijado, surpresos? Eu não me surpreenderia, depois da morte dos pais dela, ela ficou tão na dela que nem ligou para essas coisas de namorado. Mas Dake foi o primeiro cara que ela beijou, fofo demais!
Será que teremos um namoro desses dois pela frente?
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