De Repente É Amor escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Minha segunda fic de amor doce !! Espero que gostem e comentem !! Dake é um dos personagens que eu mais gosto no jogo então vai ser legal escrever sobre ele.
A música tocada no capítulo ,é a música oficial do shipp pq a letra dela fala muito da história que os dois vão ter.
Boa Leitura!



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Música do Capítulo

“O mundo quebrará seu coração de dez maneiras diferentes.Isso é uma certeza.”

Na minha casa antiga em Vancouver existia um pequeno jardim,na lateral do quintal,lá minha mãe cultivava flores dos mais variados tipos,petúnias,violetas,girassóis,orquídeas,tulipas e rosas.Jardinagem era seu hobbie predileto,meu pai dizia que ela gostava daquilo desde a adolescência, quando se conheceram ela carregava em suas mãos um buquê ornamentado,que tinha como destinatário a pobre senhora Harvey ,que morava sozinha num casarão velho,minha mãe fez aquele gesto de carinho para compensar o fato de que a senhora passaria o feriado de Ação de Graças sozinha.Meu pai se apaixonou imediatamente por ela,quando tomou conhecimento do fato,após conversarem,depois de trombarem um no outro em frente a praça da avenida onde minha mãe morava.

Eles diziam que flores sempre significaram um sinônimo de vida para eles,e talvez isso justificasse que todos os anos os dois levavam centenas e centenas de flores para um asilo de velhinhos municipal.Os dois se sentiam tão conectados por isso,que resolveram me chamar de Florence.Eu gostava do meu nome,da forma como ele soava imponente e da homenagem que meus pais fizeram,destacando algo do que minha mãe gostava muito.

Gostava de flores também,do aroma delas,das cores vibrantes,da textura macia,das estações em que elas desabrochavam e revelavam toda a sua beleza escondida.Até ariscava regar a plantação da minha mãe,as vezes,quando chegava do colégio.Não é correto dizer que isso ocorria com frequência,pois eu sempre chegava tarde em casa.Eu era ajudante nas aulas de reforço do grêmio,jogadora de xadrez e estagiaria na biblioteca.Uma típica nerd canadense.Nunca tive lá minhas aventuras épicas,mas gostava da vida que eu tinha.Calma na medida certa.Tinha uma amiga da qual eu gostava muito,chamava-se Violette (uma referência as flores também) Era uma garota um tanto acanhada e tímida,mas tinha uma força admirável,nunca consegui entender como ela conseguia não demonstrar sua dor diante da morte tão precoce de sua mãe.Queria entender como ela conseguia apoiar seu pai,sem desabar no processo,mas surpreendentemente nunca tive uma resposta,pois nunca ousei perguntar,mas agora me arrependo por isso.

Eu tinha um sonho,era uma aluna promissora em busca de um futuro igualmente promissor.Queria morar em Nova Yorque,estudar em Harvad,cursar jornalismo.Meu pais me apoiavam nisso,gentis e atenciosos como eram,estavam felizes pelo fato de eu ter um objetivo.

Tinha uma vida basicamente perfeita ao meu ver.Mas eu deveria saber que tudo que parece perfeito se corrompe e se destrói.

Nevava fortemente numa quinta que antecedia o feriado de Ação de Graças.Apesar da nevasca,meus pais decidiram que deveriam ir para a casa da senhora Harvey levar o buquê de flores que ela esperava todos os anos.Sim havia virado uma tradição deles,como uma lembrança do momento em que se conheceram.Perguntaram se eu queria ir com eles (afinal era no mínimo preocupante deixar uma pré-adolescente sozinha em casa )mas eu neguei,estava distraída demais com o filme que passava na TV,ironicamente chamava-se “Se eu ficar”Logo,logo vocês irão entender o por que do “ironicamente”.Anoiteceu e eles não chegaram,me preocupei obviamente,mas me aliviei em seguida ao escutar a porta batendo,achando inocentemente,que eles haviam esquecido a chave em casa.Mas quando abri aquela porta a única coisa que vi foram dois policiais ,com expressões dilaceradas em seus rostos.Percebi naquele momento que a vida perfeita havia escapado por meus dedos.Não era justo ! Eu só tinha 13 anos! O que seria da minha vida sem meus pais ? .

Quis tanto odiar o motorista bêbado que os matou no acidente,mas não consegui,minha mãe não teria orgulho se eu fizesse aquilo ! Mas o que eu estava pensando? Ela nem ao menos estaria lá ,para me repreender.

Então acabei parando na Austrália,tive que morar na casa de uma tia que eu nem ao menos conhecia direito,tive que abandonar tudo no Canadá,se é que ainda me restava algo.E desde aquele maldito dia,não conseguir ser a mesma Flore,que sorria ao ver a mãe cultivar suas hortaliças,incrivelmente verdes.Desde aquele maldito dia,eu comecei a odiar flores.Desde aquele maldito dia,eu estava quebrada.


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Notas finais do capítulo

A referência ao filme "Se eu ficar" deve-se ao fato de que nele também ocorre um acidente que mata os pais da protagonista.
Espero que tenham gostado!Comentem!



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