Will Not Be Easy escrita por Swiper


Capítulo 2
Acontecimentos


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, valeu pelos comentários *.* amei. Primeira vez que o primeiro capítulo de uma fic minha que recebe tantos.
Esse capítulo vai ser mais voltado para o cotidiano da Claire sabe, um pouco mais sobre a vida dela.
Espero que gostem.
Boa leitura!



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Depois dos acontecimentos no mínimo estranhos, a escola teve que começar definitivamente no dia seguinte. Afinal não é qualquer dia que um corpo de uma mulher aparece nos corredores de um colégio e seu assassino não é encontrado.

Pelo o que Claire pôde ver no semblante do Xerife Stilinski, ela soube de imediato que aquele caso seria mais complicado que ele pensava e madrugaria tentando achar pistas e, provavelmente, o chamariam de incompetente por estar demorando. Claire definitivamente não gostava de Stiles, mas ela simpatizava com o Xerife, sempre tendo pena do pobre homem que teve a infeliz oportunidade de patrulhar aquela cidade maluca. Ora, em uma cidade como aquela, não havia como um xerife ser considerado eficiente, principalmente por causa dos mistérios que surgiram alguns meses atrás, como o tal lagarto gigante que andava solto por Beacon Hills (Claire não gostava de falar nisso desde um certo incidente em uma boate gay).

Mesmo assim, com toda a movimentação causada pela morte da mulher, as aulas seguiram. Felizmente, estavam bem mais tranquilas e monótonas. Uma semana depois, os testes para o time de futebol feminino começariam, uns dias depois que o de lacrosse, e Claire fez Scott prometer treinar com ela depois do jogo quando ela entrasse novamente para o time, afinal, ela era uma das melhores jogadoras. E com Scott defendendo o gol, do jeito que ele era rápido, ela poderia ficar ainda melhor.

Assim, Claire se levantou animada. Se arrumou e colocou sua roupa de treino na mochila e ficou brincando com sua bola, dando embaixadinhas dentro do seu quarto. Seu quarto era simples, bem iluminado, paredes pintadas da cor verde claro (elas já foram brancas, mas ficavam muito sujas quando ela brincava com sua bola de futebol cheia de terra), havia sua cama, um guarda roupa e uma bancada que ocupava uma boa parte da parede.

 Sua bancada era o que mais se destacava no quarto de Claire, por causa dos troféus e medalhas enfileirados, ela tinha muito orgulho do que seu time havia conquistado, era quase tão famoso quanto o time masculino de lacrosse. Também havia um laptop e um espaço que ela usava para estudar e colocar seus livros, sejam da escola ou de outros gêneros. Logo acima do seu canto de estudo, pregado na parede, um quadro onde ela coloca avisos, horários, resumos e algumas fotos, a maioria dela com seus irmãos, seu pai, seu time e Scott. Só havia uma em que Stiles aparecia e foi a muito contragosto, e muita insistência de Scott, onde apareciam os três.

Claire ainda estava concentrada na bola quando ouviu o pai bater na porta.

— Claire?

— Sim?

O pai abriu a porta e olhou com um ar de censura.

— Ainda brincando com essa bola?! Você vai se atrasar!

— Eu já estou indo pai, espera aí, acho que posso bater meu recorde.

— Você vai é chegar atrasada. Quer que eu chame o Stiles de novo?

— Está fazendo ameaça com a própria filha?

— Estou sim, vai bater seu recorde na escola. E vamos logo.

Ele deu palmas duas vezes e saiu do quarto. Claire sabia que quando ele fazia aquilo era porque estava irritado, então não teve saída a não ser aceitar e descer, sabendo que podia ter quebrado seu recorde de embaixadinhas. Ela não sabia para quê tanto estresse, quando ela era mais nova e seus irmãos ainda não haviam ido para a faculdade, era uma dificuldade imensa tirá-los de perto de uma bola e fazê-los irem para a escola.

Agora ela estava bem melhor nesse quesito.

— Vai ficar por lá ou vai voltar quando acabar o treino? – gritou seu pai das escadas quando ela estava abrindo a porta.

— Vou voltar e ficar treinando com Scott lá no jardim. Por quê?

— Só para avisar que vou ficar na academia até mais tarde. Os campeonatos estão chegando e os garotos precisam estar preparados. Aliás, você nunca mais pisou lá. Só fica pensando em futebol e se esquece de saber se defender.

— Eu sei muito bem me defender pai – disse Claire revirando os olhos – Eu estou com as chaves aqui na mochila. Tchau pai.

Ele acenou para a filha e voltou para o seu quarto enquanto Claire andava animada para a escola.

John Roberts era um boxeador de respeito na Academia de Boxe Muhammad Ali. Ele não fora reconhecido internacionalmente, mas, ao menos, toda criança de Beacon Hills que gostava de boxe conhecia o lutador Roberts. Ele não havia cursado faculdade e sua única habilidade era com as lutas, então, para sustentar a si e a seus filhos após a morte de sua mulher, Clarice Roberts, uma médica, ele juntou o útil ao agradável e criou sua própria academia.

Claire tinha muita consciência de que a maior parte do sustento quando ela era criança vinha de sua mãe, e quando ela morreu de um acidente de carro quando ela tinha três anos, sua família havia passado por apertos e seu pai era muito orgulhoso para pedir ajuda à família de sua mulher, que, por acaso, não gostava nem um pouco dele. A família de sua mãe vinha de uma longa geração de médicos, enquanto seu pai era pobre, filho de pobres. Então não aprovaram nada o casamento deles. Seus avós maternos gostavam dos netos e até pediram a guarda, apesar de tudo, se não fosse por seu pai bater o pé no chão e lutar até conseguir formar a academia e ficar em uma situação mais estável. E Claire tinha muito orgulho do pai por isso.

Desse modo, Claire fazia questão de ser se não a melhor, uma das melhores, seja no futebol seja na escola. Para, assim, conseguir uma bolsa de estudos na faculdade, assim como seus irmãos, Mathews e Billy.

— E aí, preparada? Eu estou tão animada! - disse Amanda sorridente para Claire quando se encontraram no colégio.

— Eu nasci preparada, vamos arrasar – disse Claire batendo os punhos com Amanda – Eu só não acredito que temos que ter aula de matemática antes, eu detesto matemática.

— Olha pelo lado bom, pelo vamos sair de uma aula horrível e vamos relaxar jogando um pouquinho de bola.

— Ainda assim.

— Deixa de reclamar. Ao menos você é razoável em matemática, eu passei por pouco bimestre passado.

— Não se preocupe Amanda – disse Scott sorrindo aparecendo de repente – Você não foi a única.

E como aonde existe Scott existe Stiles, lá estava o garoto magro com seu novo corte de cabelo.

— Ei Scott – disse Claire – Não se esqueça...

— De ir treinar com você depois, eu sei Claire. Você vem me perturbando desde anteontem.  

— É claro, se não você se esquece, e dessa vez não tem como escapar de mim.

— Ah cara, estou com tanta pena de você – Stiles soltou mais uma de suas implicâncias.

— Cuidado com a boca, Stiles, estou com uma bola de futebol na mão e não tenho medo de usar.

— E o que você poderia fazer com uma bola de futebol?

— Posso chuta-la em um lugar que vai doer muito em você.

— Vamos, tente. Venho tendo ótimos reflexos esses anos.

Claire teria feito isso se não fosse pela mão de Scott pegando a bola para si.

— Eu não preciso ver essa demonstração e por enquanto isso aqui fica comigo.

Claire rolou os olhos. Scott às vezes não a deixava se divertir.

— Ai, ai. Estou começando a ficar até entretida com essas brigas de vocês – disse Amanda.

— Cala a boca – disseram Claire e Stiles ao mesmo tempo, o que fez ambos dar olhares cerrados um para o outro.

— Certo pessoal, nós podemos ir para a classe agora – disse Scott os empurrando para a sala de aula ainda segurando a bola de Claire.

A partir daí, segundo Claire, foi só chatice. Não teve nenhuma de suas matérias preferidas e ainda teve que suportar dois horários de aula de matemática. Claire se saía bem em todas as matérias, mas se fosse por ela, matemática deixaria de existir.

Somente depois de muito tempo e aulas chatas, foi que os testes começaram e Claire já não escondia sua animação. Chuteiras, roupas folgadas e muita energia a definiam naquele momento.

O som do apito soou pelo campo, chamando as meninas que haviam ido fazer o teste.

— Muito bem, meninas, formem um círculo aqui. Rápido – gritou a treinadora Ruby. Ela era uma mulher loira com alguns fios grisalhos, estava na casa dos quarenta e se não obedecessem a suas ordens, seu humor se esgotava rapidamente. Ela era agradável, mas rígida e cobrava muito de seu time.

A treinadora Ruby era tão diferente de Bobby Finstock e ao mesmo tempo tão parecida que surgiu até uma piada interna entre os times de futebol e lacrosse, com muita gente fofocando que eles tinham alguma coisa.

As várias meninas rapidamente se moveram e formaram um círculo.

— Ok, vamos repassar os avisos – disse a treinadora com sua voz autoritária – Vamos fazer vários testes, capacidade atlética, veremos o quão rápido vocês correm e se chutam bem uma bola. Temos muitas meninas e pouco tempo, então farei rápido. Todas as vagas no time estão disponíveis. Alguma pergunta?

A maioria apenas se entreolhou, mas teve uma mão que levantou.

— Até a vaga de capitã do time? – perguntou uma garota de cabelos ruivos que olhava desdenhosamente para Claire.

Aquela era Victoria, a pior inimiga/rival que Claire tinha. Vivia tentando ocupar seu lugar de capitã e ser melhor, em geral, do que ela. Ela não era popular ou coisa do tipo, mas tinha um grupinho de amigos que junto àquela ruiva, adorava tirar sarro dela e a deixavam morrendo de raiva. Sim, existia alguém no mundo que ela odiava mais que Stiles, Victoria Hastings.

— Sim senhorita Hastings, a próxima capitã pode continuar sendo Roberts, como pode ser você ou até alguma das novatas. Bem, então se ninguém quer perguntar mais nada, enfileirem-se todas, vamos correr.

Todas obedeceram e ao comando da treinadora, trinta e duas garotas correram em linha reta. A treinadora com seu cronômetro para avaliar as mais rápidas.

Assim que suas pernas se movimentaram, ela sentiu a alegria percorrer seu corpo. Finalmente estava voltando às atividades escolares que realmente gostava. Naquele momento não existia matemática, apenas a corrida e o futebol. E tudo aquilo a dava satisfação.

Claire gostava de correr, então ela sempre era uma das primeiras, infelizmente, Victoria também era rápida. Tudo o que a morena podia fazer era passar dela.

Quando todas as meninas chegaram, ela ficou na terceira posição, segundo a treinadora. As únicas na frente dela eram uma maratonista em treinamento e uma queniana estudante de intercâmbio. Até Claire não podia lidar com elas. Mas ela com certeza ganharia delas quando começasse os treinos com as bolas. A mira da menina era ótima.

— Morales, Brown e Miller - chamou a treinadora Ruby – Vocês estão fora.

As três olharam para a treinadora com caras incrédulas e tristes.

— Desculpem meninas, mas estamos com bastante gente, temos que eliminar eventualmente.

Eles olharam com raiva para a mulher loira e saíram resmungando.

Logo depois, começaram os testes com as bolas. Treinadora Ruby colocou a goleira anterior no gol e pediu para todas as meninas baterem cinco vezes a bola. Elas fizeram uma fila e Claire ficou aguardando sua vez.

Observando as meninas à sua frente, a morena pôde perceber que a maioria das novatas conseguia fazer três ou quatro gols, mas sempre tinha uma das vezes em que a goleira pegava. Mas teve uma que Claire teve um interesse. A menina era baixinha e tinha cabelos bem curtos, mas era rápida e chutava com força, provavelmente o nervosismo a fez errar uma.

A maioria das antigas jogadoras vai continuar, Claire pensou, mas era provável que a treinadora colocasse aquela baixinha para ocupar os lugares vagos. E também, a goleira era boa, ela podia dar um desconto à novata.

— Próxima: Roberts.

Claire simplesmente arrasou. Acertou todas as vezes, a goleira mal teve tempo para pensar.

— Boa como sempre, Claire – elogiou a menina no gol.

Claire sorriu e foi se juntar à mulher loira que comandava os testes.

— E aí, treinadora, quem você está pensando em colocar?

A mulher estava olhando atentamente quando outra veterana fazia seus gols.

— Nove da equipe antiga vão continuar. Como a senhorita Clark preferiu terminar seu último ano sem participar do time, perdemos uma grande força de ataque. Você e ela eram quem fazia mais gols, preciso achar alguém à altura.  Eu estava pensando em Lusalah, Winston e Cho.

— Não conheço nenhuma.

A treinadora apontou discretamente para a garota queniana, uma menina alta cheia de sardas e uma asiática.

— Outra que me chamou a atenção foi a senhorita White, a baixinha, mas ela não corre tão rápido. Bem, vamos ver com os outros testes.

Logo depois de vários chutes, várias defesas e vários gols, a treinadora começou outro teste. Ela não mandou ninguém embora, mas deixou claro que só dezessete garotas iriam ficar no time.

Ao redor de todo o campo havia cones e aros no chão e a treinadora mandou todas fazerem aquele percurso, pulando barreiras, desviando, correndo e chutando bolas. E a treinadora não mandava parar, obrigava-as a fazerem aquele percurso direto, sem parar, fazendo voltas e voltas pelo gramado.

Só depois de inúmeras voltas e muito suor, a treinadora finalmente soou seu apito e mandou parar. As meninas foram ao chão, respirando rápido e limpando suas testas.

— Ai! Me esqueci de como é estar de volta – comentou Amanda ao seu lado.

Claire riu, mas assim que olhou para as meninas, notou uma que não estava sentada. Victoria estava lá em pé, olhando superiormente para Claire. Como se por estar em pé, era melhor do que ela.

— Odeio essa garota – disse Claire para sua amiga.

— Ela logo vai ver que não foi uma boa ideia ficar em pé. A treinadora vai voltar a nos fazer suar, ela vai ficar toda cansada.

— E eu estou só aguardando por isso.

As meninas deram aquele sorrisinho maldoso e bateram os punhos. Nenhuma das duas gostava daquela ruiva.

A treinadora aguardou o momento de descanso das meninas, mas logo mandou ficarem de pé. Formou dois times entre as garotas e como tinha um número ímpar delas, a treinadora tirou duas jogadoras veteranas para revezarem.

Os times estavam misturados com veteranas e novatas, então não teria muita desvantagem. E como se o destino aprovasse a desunião das duas, Victoria e Claire ficaram em times opostos. Claire não teve pena.

Sempre que tinha uma oportunidade, ela corria para fazer o gol. Victoria parecendo cada vez mais cansada.

A maioria das novatas tinha receio de chutar para golear, então as veteranas passavam para estas, para aumentar a confiança. E se caso elas ficassem nervosas, era só passar para Claire que ela marcava.

 E assim, driblando, passando bola, recebendo e chutando para o gol, o resultado acabou ficando por 4x3 para o time de Claire.

— Muito bem, meninas, podem ir para os chuveiros, eu vou colocar a lista das meninas que vão ficar no time no quadro do lado da minha sala.

As meninas se dispersaram e foram aos vestiários.

Depois de banhada e vestida, lá estava Claire ansiosa para ir procurar Scott. Fazia muito tempo em que eles não faziam algo do tipo. Antes, era muito comum ele ajuda-la no futebol e ela ajudava-lo no lacrosse, era uma ajuda mútua e um dos momentos de amigos deles, mas fazia muito tempo que eles não faziam isso. Sempre que ela planejava algo do tipo ou até uma atividade mais descontraída, como um filme no cinema ou boliche, ele sempre inventava uma desculpa ou simplesmente se esquecia. Ela ficava com raiva e frustrada, afinal, ela também era uma das grandes amigas de infância dele, Scott também podia compartilhar coisas com ela, e não só com Stiles. Então era claro que ela o perturbou todo dia para ele ir para sua casa, e como ele ainda não tinha inventado uma desculpa nem nada, ela estava muito feliz.

— Ei Amanda – chamou Claire – Quer ir treinar com a gente hoje também?

— Ah não, valeu Claire, mas eu na verdade vou estudar matemática, eu não quero ficar com notas baixas.

— Mas eu posso te ensinar depois.

— Nós duas sabemos que isso não vai acontecer. Qualquer coisa, se Scott não aparecer, eu vou lá estudar com você.

Claire fez uma careta, mas não pressionou mais. Amanda sabia muito bem dos bolos que Scott dava e muitas vezes Claire arrastava a amiga para os lugares do passeio, para se caso ele faltar, ela ainda ter uma amiga para aproveitar. E ao negar ir com ela, Claire sentia uma falta de apoio, mas conhecia dos problemas em matemática da garota.

Assim, se conformou e foi ver a lista das meninas no time. Ela continuava, assim como Amanda e isso já bastava. Fez uma careta ao ver o nome de Victoria na lista, mas gostou por ter todas as veteranas que fizeram o teste ali.

— Eu estou indo Claire, tchau – despediu-se Amanda.

Claire acenou e pegou seu celular para ligar para Scott.

Oi Claire – disse Scott na linha.

— Eu já terminei os treinos e você prometeu ir jogar comigo.

— Eu sei, não se preocupe, eu não me esqueci. Só tem uma coisa, eu estou na delegacia.

— E por que você estaria na delegacia?! Você fez alguma coisa?

— Não, não, vim com Stiles. Ele queria com saber com o Xerife sobre a amiga dele, a Heather.

— Ah sei.

Claire se lembrava de uns dias atrás Scott ter pedido para ela ir a uma festa de uma amiga de Stiles, para não ficar sozinho com tanta gente desconhecida. Ela não queria, mas Scott tinha aqueles olhos fofinhos de cachorro que a fizeram ceder. Então, ela não teve alternativa a não ser ir e logo que chegaram, ele presenciou uma cena bem estranha. A “amiga” de Stiles veio lhe tascando um beijo e o puxando para fazer sabe-se lá o quê. Claire achou aquilo nojento e patético. Quem iria querer beijar Stiles?

— Você pode vir aqui?

— Eu não quero ir de carona com Stiles.

Ela ouviu Scott rir do outro lado da linha.

— Eu estou de moto. Consegue vir para cá.

— Acho que sim, vou pedir carona ao pai da Amanda. Te vejo aí então.

— Ok.

— E nem pense em fugir daí, Scott McCall, hoje você vai jogar comigo.

— Claro.

— Tchau.

Correndo para alcançar sua amiga, ela desligou o telefone e disparou pelo corredor.

Assim que chegou à delegacia, despediu-se deles e entrou.

Todos trabalhavam normalmente, alguns olhavam curiosamente para Claire, mas muitos já tinham visto a menina por lá. Muitas vezes por ter se metido em encrenca por causa de Scott, que não queria participar das doideiras de Stiles sozinho e acaba a levando junto. Isso já tinha causado muitos castigos para ela.

Ela passou pelos policiais e avistou Scott sentado em uma cadeira logo a frente do escritório do Xerife.

— Hey, Scott – chamou a menina.

— Oi – ele sorriu ao ver a amiga e se levantou.

— Stiles te deixou por aqui?

— Não, ele está na sala com o senhor Stilinski. Ele queria ver as pistas que encontraram sobre a amiga dele.

— OK. Então...

Antes que pudesse completar a frase, um barulho ensurdecedor se espalhou pela delegacia. O som de uma explosão. Ela gritou de susto e protegeu sua cabeça quando uma rajada de vento passava por ela. Poeira e madeira voaram para todos os lados.

Ela sentiu Scott a envolver com os braços enquanto sentia gelo correndo em suas veias. Com um zumbido no ouvido e muito medo, ela abriu os olhos relutantemente. Ela podia ver corpos de policiais caídos no chão, feridos, gemendo de dor e outros terrivelmente quietos. Os que estavam bem, pareciam confusos e desorientados. Computadores e papeladas jogadas no piso e muito sangue escorria pelo chão.

Claire estava imóvel, olhando com terror para tudo aquilo que aconteceu em um piscar de olhos.

Ao seu lado, a porta do xerife se escancarou, revelando pai e filho com rostos surpresos e amedrontados. Xerife Stilinski sacou sua arma e mandou seu filho ir para trás. Ele avistou Claire e Scott abraçados e deu a mesma ordem aos garotos. A menina estava em um ligeiro estado surdo, mas conseguiu entender através dos gestos do adulto.

Eles se abaixaram atrás de uma mesa que por algum milagre ainda estava de pé, com apenas alguns metros de distância da parede às suas costas, mas isso não fazia a morena se sentir mais protegida.

Os outros policiais sacaram suas armas, se preparando para combater qualquer coisa que viesse ataca-los novamente. Ficaram olhando para os lados como se esperassem que alguém fosse atirar neles, mas tudo o que aconteceu em seguida foi o apagar das luzes. Claire ficou ainda mais assustada. Ela sabia muito bem que apagões em situações como aquela não eram boa coisa. Já era fim de tarde e a pouca luz que entrava pelas janelas deixava uma penumbra pairar sobre o local.

Um silêncio mortal se espalhou entre os presentes, mas Claire estava muito ciente do som do seu coração batendo rápido em seu ouvido. Esperando, somente esperando para o pior. Ela estava entre os dois únicos adolescentes ali e mantinha apenas a cabeça levantada para cima da mesa. Sua respiração acelerada.

A tensão foi quebrada com um grito e vários tiros.

Claire tapou as orelhas com as mãos, os olhos arregalados e seu corpo tremendo por inteiro. À sua direita estava Stiles, que segurava fortemente um pedaço do que se parecia a perna de uma mesa, e do seu outro lado, Scott estava agachado, mas parecia pronto para pular em qualquer um que viesse. Claire simplesmente não sabia como aqueles dois estavam tão calmos naquela situação. Eles eram malucos!

Mais gritos puderam ser ouvidos, pessoas caíam no chão, os disparos eram constantes e ninguém parecia acertar quem estava causando aquilo. A situação estava ficando violenta e todos estavam desesperados, perdidos. Foi então que uma coisa grande, feita de madeira foi jogada em direção eles. Era larga e girava rapidamente.

Provavelmente se ela estivesse sozinha teria morrido. Ela estava em choque e seu corpo paralisado, ela demorou tempo demais para perceber o que era aquela coisa voando pelo ar. Ela prendeu sua respiração inconscientemente e não conseguia mover nenhum músculo.

Mas alguém pareceu ter sentidos mais rápidos do que ela. Mãos seguraram seu braço e a puxaram para o lado bem a tempo de um armário bater contra a mesa em que eles estavam se escondendo.  Claire deslizou pelo chão enquanto os móveis voavam em direção à parede. O barulho do impacto foi horrível, a madeira se quebrando e rachando e destroços caindo sobre ela. Ela passou os braços sobre a cabeça e encolheu as pernas, querendo mais do que nunca sumir daquele lugar. Seu grito de susto e medo sendo engolido.

Claire estava coberta com partes de mobílias de madeira e podia ouvir muito bem gritos, mais objetos se quebrando na parede e o som de luta, que estava assustadoramente perto. Ela não tinha coragem de abrir os olhos, o que devia ser um erro, mas ela não podia impedir. Quase havia sido morta alguns instantes atrás e ainda tinha riscos extremamente perto dela.

Naquele barulho e caos que estava acontecendo, ela realmente poderia ter se engado, mas podia jurar que tinha ouvido um rugido, como de um lobo no meio dos tiros. Ela conseguia escutar a luta e se encolhia ainda mais, tentando se camuflar na pilha de escombros que havia sobre ela. Seu coração martelava em sua cabeça e surgiu o som de vidro se quebrando.

Os tiros cessaram e os gritos pararam. Tudo ficou quieto novamente, um silêncio pesado e assustado.  Ninguém tinha coragem de se mover ou falar, estavam apenas parados, ainda tentando entender o que havia acontecido. O tempo passando vagarosamente e Claire sentia a garganta fechada.

Com muita lentidão, entre passos incertos e respiração ofegante, o mundo pareceu rodar novamente. Gemidos de dor encheram o ar novamente e muitos voltaram a gritar ordens e mandando calar a boca de estagiários. A morena deixou-se respirar novamente e sentia agora a dor passar por seu corpo, agora que a adrenalina estava saindo de seu organismo.

Ela abriu os olhos ainda assustada e percebeu Scott tirando os pedaços de madeira em cima dela.

— Você está bem? – o amigo perguntou preocupado.

Claire se sentou no chão, dolorida e começou a tossir. Ela estava coberta de poeira e seu corpo tremia. Ela ofegou bastante quando teve coragem de levantar os olhos e olhar para Scott.

— O que foi que aconteceu?


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Notas finais do capítulo

E aí??



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