Ao avesso escrita por angelinacortez


Capítulo 3
Capítulo 2




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Caminhei até a área que Camille fumava, e a encontrei, segui indo até a garota.
–Trouxe o pen drive? -disse logo sem mimimi. Essa era uma coisa que todos sabiam sobre mim, sou sempre direta.
–Trouxe queridinha, está na minha mochila. Quem vai falar lá na frente? Camille disse começando a caminhar em direção a sala de biologia, e eu a seguindo. Lofo chegamos na sala, que ainda estava um pouco vazia.
–Você, ué. Já tinhamos combinado. Eu já fiz os slides. -eu não poderia falar, eu travo toda vez que tenho que falar pra muitas pessoas conhecidas.
–Tudo bem. Eu falo, patricinha. -de novo, ela ia começar a querer me irritar, logo cedo.
–Já te disse que não sou patricinha, e que era pra parar de ficar dizendo o que não sou.
–Não é patricinha? Daquelas que procuram o homem perfeito e tudo mais, e ficam querendo dar ordens por ai e tudo mais? Tem certeza? -disse Camille trazendo seu rosto pra perto do meu, nossos rostos estavam quase colados, sentia o hálito da garota, que cheirava a cigarros.
–Quer que eu prove que não é atrás de um homem perfeito que eu estou, que eu não sou a patricinha que todos acham? Quer a prova? -cheguei mais perto do rosto dela, colocando uma mão em sua cintura e outra em sua face, roçando de leve o lábio dela no meu.
–Quero! E quero ver agora! -após a garota dizer já respirando com menos facilidade, eu puxei sua cintura pra colar totalmente na minha, e toquei finalmente nossos lábios, começando um beijo, que durou pouco tempo, pois um minuto após, chegou o professor separando nós duas e dizendo que gostaria de começar a aula. Percebi que uma parte da turma, consideravelmente grande parte, que havia dentro da sala, alternavam o olhar entre mim e Camille, e quando me olhavam, era aquele olhar de espanto, certamente não esperavam isso de mim, até porque, muitos ali sabiam que eu fiquei 1 mês pegando o goleiro do time da escola. Camille se sentou na minha frente, mas até o momento que o professor nos chamou pra apresentar o trabalho, o rosto dela estava uma mistura de choque, espanto e parecia que tinha um sorriso querendo sair dali, o professor nos chamou e logo ela se recompôs. Seguimos até a frente da turma, espalhadas pela turma havia caras de espanto, nojo, choque. Também tinha gente com um sorriso malicioso pra mim e pra Camille.
–Qual das namoradas fizeram os slides, e qual irá "discursar"? -disse o professor com cara de debochado, me tirando do transe de olhar para as pessoas a minha frente.
–Primeiro: Não somos namoradas.
Segundo: Tira essa cara, tome vergonha na cara e pare de tentar insinuar algo.
Terceiro e último: Eu fiz os slides e Camille irá falar sobre o tema pesquisado. -disse já sabendo que após a segunda frase, o professor não terá mais dado muita bola pro que falei, e me mandará pra direção.
–Pra direção, Thalia, imediatamente! -disse Fábio, o 'fessor', vermelho de raiva, com o coral de risadas da turma, atrás.
–Beleza.. a aula tava sem graça mesmoo.. -disse debochadamente indo pegar meu material, e saindo da sala assoviando, como se tudo isso fosse normal, se bem que, era.. em quase todas as aulas do Fábio eu era tirada de sala, e como sempre fui em direção as escadas de incêndio, subindo até o terraço do prédio no qual estava. Fui checar o horário e vi que ainda faltava 1h30 de aula de biologia. Fiquei no terraço aproveirando a vista, quando escuto o barulho da porta da escada de incêndio sendo aberta, só pensei em uma coisa: "-FODEU! ME DESCOBRIRAM!"
Mas ao contrário de quem eu imaginava, quem estava ali era Camille.
–Oi. -pela primeira vez, a vi com vergonha de mim. Olhei o relógio pensando que havia extrapolado o tempo e que já tinha acabado os tempos de biologia, mas ainda faltavam 45min pra acabar a aula. O que diabos aquela garota estava fazendo ali?!
–Que foi, Camille? -sim, sou direta. Sim, não tenho vergonha na cara. E sim, eu estava pouco me fodendo pro que eu tinha feito com Camille na sala de aula.
–Ignorante. Vim informa-la que você ficou com 6,8 de P1. E queria saber porque, diabos, você me beijou. -disse Camille, com cara de quem está por cima, é pessoal, Camille voltou ao normal.
–Foi você quem disse que queria uma prova de que eu não era uma patricinha que estava somente a procura do homem perfeito. -eu disse arqueando minha sobrancelha.
–Disse que queria uma prova, não um beijo. -após o dito, a garota a minha frente mudou sua postura, ficando com a coluna ereta e com o semblante sério.
–O beijo que dei em você, uma garota, prova que não estou a procura somente de um homem perfeito, prova que posso estar disposta a uma mulher perfeita. E venhamos e convenhamos, todos sabemos, que de patricinha não tenho nada. -continuei com minha cara debochada vendo ela voltando a ficar envergonhada sem saber o que falar.
–E você, por acaso, me perguntou se eu sou afim de garotas?
–Não precisei perguntar:
1 -> eu vi você se pegando com Jasmine.
2 -> eu vi você com 1/3 das garotas lésbicas daqui, cada dia uma diferente, naquele beco há alguns quarteirões da escola.
3 -> pare de palhaçada, diga de uma vez, você sempre quis me beijar.
4 -> O 4 eu faço ao vivo. -ela me olhou sem entender, e eu aproveitei o momento confusa dela, pra me aproximar e puxá-la pela cintura, a beijando rapidamente. Dessa vez, sem interrupções, cortamos o beijo com selinhos, estávamos sem fôlego, mas quando o mesmo voltou, ficamos nos "atracando" até o horário do intervalo. Quando bateu o sinal, descemos sem trocar uma palavra, o resto das aulas do dia, nenhuma Camille fazia parte. Deu a hora da saída, e eu fui logo, queria saber sobre a mudança.
Estava caminhando até o ponto, quando percebo que um moto ta me seguindo, fico em dúvida entre correr ou não, antes de eu me decidir a garota, sim, a garota, que pilotava a moto, tirou o capacete, logo reconheci Camille.
–Quer carona, Lia? -estranhei, ela acha que só porque nos pegamos ela pode agir como se fosse um ficante fixo.
–Ta confundindo as coisas, darling. -disse dando ênfase no "darling".
–Não estou. Agora sobe na moto, e para de doce. -disse Camille com uma cara de que eu me arrependeria se não subisse na moto. Decidi subir logo, ela não me mataria, né?!
Dei as coordenadas a garota, de como chegar em minha casa, e poucos minutos depois estava em frente ao meu portão.
–Valeu, darling. Até. -já estava caminhando em direção a porta, quando me venho a ideia. Voltei pra próximo da moto, levantei a viseira da Camille, e lhe dei um "beijo de despedida".
–Sabe como é né, Camille?! Pra não esquecer do gostinho. -disse dando uma piscadela e voltando a abrir a porta. Entrei em casa e olhei da janela, a garota acenando e indo embora.
–Veio rápido, filha. -falou minha mãe, surgindo de sei la onde me dando um susto.
–Aah sim. Uma colega me deu carona, Camille, se lembra dela?
–Sim, a mãe dele é um amor de pessoa, elas moram na rua de trás. -é, minha mãe me deu uma informação da qual eu não sabia.
–Hmm... enfim.. mãaaae?? Já viu quamdo vamos nos mudar? -disse me animando do nada, minha mãe deve achar que a própria filha é uma maluca, bipolar.
–Ta mais animada que eu e seu pai juntos, e olha que nós gostamos muito de saber que vamos nos mudar pra lá. - "EU DISSE!"
–Estou cansada daqui, mamiizinha!
–Não sei porque, aqui sempre foi legal.
–Sei la mãe, é que era legal antes, e a Senhora sabe que eu adoro mudanças..
–Tudo bem. Acho melhor começar a arrumar suas coisas em, no máximo, 1 mês, iremos estar nos mudando.
–YUUUUUUPIIII!!!!!! -gritei enquanto ia pro meu quarto, quando estava fechando a porta do meu quarto, escutei minha mãe rindo sozinha, provável que o riso seja por causa da filha maluca que tem.


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