Dez coisas que odeio em você! escrita por Gemini


Capítulo 3
Odeio como dirigi meu carro!


Notas iniciais do capítulo

E ai galerinha. Trouxe outro capitulo para vocês!


Gamora, Leifa e Vampira90 obrigada pelo carinho de vocês!

Um beijo a todas.



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Odeio como dirigi meu carro!

 

A situação entre Ichigo e Rukia havia piorado. Os amigos inesperáveis haviam dado “um tempo” na amizade e não se falavam há quase três meses. Rukia até tentou esquecer o pequeno impasse que havia acontecido entre ela e o laranja dentro da sala de aula. Afinal, O amigo era um idiota e isso ela nunca conseguiria mudar...

Ichigo era um menino e meninos são assim mesmo, insensíveis!

No entanto, nos últimos dois meses, Ichigo havia ficado inacessível para a pequena Kuchiki. Pois Inoue Orihime agora andava muito colada a ele. E nem Ichigo e nem Rukia conseguiram se falar depois da mancada do leonino. Consequentemente, resultando naquele enorme abismo que todos dentro da sala de aula, e fora dela, viam crescer e tomar forma, mas que ninguém conseguia contornar. Tudo tinha acontecido de forma tão natural, que nem mesmo os protagonistas da historia, pensou que fosse tão longe.

Não era culpa da garota de cabelos vermelhos desbotados que havia ficado comovida com gentileza do Kurosaki e passou a suspirar ao lado dele. Nem da turma que ficou sentida ao ver o casal inabalável quebrar. Não. Ninguém tinha culpa que Ichigo havia simplesmente decidido substitui-la. E mais ainda, nem ela mesma tinha culpa por ser uma baixinha sem peitos... No entanto, mesmo sabendo que não tinha culpa de sua fisionomia, nada a impedia de ficar desolada, triste. Tornando sua imagem enternecida para o irmão.

Byakuya, preocupado, pois o rapaz de cabelos laranja havia sido o primeiro amigo que Rukia havia feito, e, consequentemente, se tornado a única companhia da morena (além de ser filho de seu colega de trabalho), resolveu promover um jantar e convidou a família Kurosaki para jantar junto com ele e a irmã. E quem sabe assim desvendar o que havia acontecido.

— Quem você convidou para o jantar, Nii-Sama? – A morena perguntou enquanto colocava os pratos na mesa.

— Seu amigo e a família dele. – Byakuya respondeu calmo, olhando de canto para a irmã.

Rukia prendeu a respiração. Fazia quase três meses que não falava com Ichigo e evitava toda e qualquer aproximação do adolescente. Por varias vezes trocou de rua. Seu lugar na escola não era mais ao lado do menino de cabelos laranja. Já não almoçavam mais juntos e sua porta da sacada estava sempre fechada.

— Algum problema? – indagou Byakuya, Rukia tinha estagnado com alguns pratos nas mãos.

— Er... n-não, Nii-Sama. – A baixinha soltou uma expressão nervosa. – apenas achei que você não gostasse da família Kurosaki. Está sempre os evitando. –Soltou.

Byakuya estagnou. De fato, não gostava de Kurosaki Isshin, pai de Ichigo. O homem era seu total oposto. Era escandaloso e estava sempre querendo chamar atenção com seus sorrisos e mancadas. Também não gostava de Ichigo. Via nos olhos do adolescente que ele queria bem mais que a amizade de sua irmã. Só Rukia não havia percebido isso. No entanto, não podia ignorar os sentimentos de Rukia. E o semblante triste da pequena durante todos aqueles dias o fez pensar que aturar a família apenas durante um jantar valia bem mais. E em todo caso, poderia contar com Kurosaki Masaki e suas filhas, Karin e Yuzu.

Humpf. E não gosto. – foi sincero. – mas isso não quer dizer que eu não possa chamá-lo para jantar. Além do mais, não é de toda a família que não gosto... – disse Byakuya, ajudando a colocar a mesa. – Apenas seu amigo Ichigo e o pai banana dele é que me tiram do serio.

Rukia sorriu com a sinceridade do irmão, mesmo que uma dorzinha incomoda permeasse seu peito ao escutar o nome do amigo. A morena havia colocado o ultimo prato na mesa quando escutou a campainha tocar. Seu irmão pediu para que atendesse.

Finalmente a família tinha chegado. Rukia suspirou fundo, pedindo forças para sobreviver àquela noite.

— Yo. – Isshin falou empolgado, assim que a morena abriu a porta. Fazendo os grandes olhos violáceos exprimirem uma reação assustada.

— Y-yo... – murmurou tímida. Reconhecendo o homem com a barba por fazer.

— Ah, querido. Não faça assim. Está assustando nossa anfitriã. – Masaki repreendeu o marido e o homem baixou o semblante como se fosse uma criança. – desculpe-me querida, meu marido não tem educação. – falou a matriarca da família.

Rukia sorriu divertida. Não era a primeira vez que via a família toda reunida, e daquela vez não foi diferente. E assim como das outras, daquela vez também não pode negar-se a ficar admirada com o modo como aquela mulher tinha total controle de tudo e ainda parecia tão linda. Masaki era uma mulher muito bonita. Possuía ondulados cachos ruivos e olhos castanhos. Um sorriso gentil, que fez a pequena Kuchiki se aquecer.

— Tudo bem. – Rukia falou com as bochechas rosadas. – Entrem..., meu irmão está na cozinha. – A família Kurosaki entrou na residência dos Kuchiki. Karin e Yuzu logo sentaram no sofá. Masaki e Isshin foram recepcionados por Byakuya que os ofereceu uma taça de vinho antes da refeição. Restando na entrada somente Ichigo e Rukia.

O silencio era mortal entre eles. Tanto Ichigo quanto Rukia não sabiam o que dizer ou fazer. Era difícil... A situação entre eles era algo insustentável. Uma parede de gelo sem bifurcações. Rukia olhava para o chão, com medo de se mover e quebrar. O mesmo acontecia com Ichigo que olhava de canto para a amiga. Talvez, analisando a situação. Tentando antever um momento crucial. Amava a aquela pequena briguenta e aquela briga estava acabando com suas forças.

Ambos suspiraram cansados, unidos por uma mesma decisão.

(...)

Ichigo e Rukia abriram a boca ao mesmo tempo... Virando-se um para o outro ao mesmo tempo. Os punhos em riste e os corações batendo aos pulos, como que em concordância para o fim daquela briga sem sentido. No entanto, do mesmo modo em que ficaram corajosos por lutarem um pouco mais, recuaram com suas armaduras e cavalos.

— E ai? – o laranja falou depois de bagunçar o cabelo de forma eufórica. Ele sabia que Rukia era uma garota orgulhosa demais para ceder.

— E ai... – a baixinha murmurou. Sentindo o peito aquecer por ouvir novamente a voz do amigo.

— Como você está? – perguntou baixo, soltando um sorriso travesso.

— Sobrevivendo. – Rukia murmurou. Ichigo achou divertido aquele jeito retraído da amiga. Ela nunca havia sido daquele jeito.

Ela parecia mais magra e consequentemente mais alta. Talvez não tivesse se alimentando direito. O rosto estava um pouco pálido, mais do que de costume. Os cabelos envolviam o pescoço fino. Os lábios teimosos estavam sendo oprimido pelo opilado de dentes.

— Rukia... – Ichigo chamou. A morena o olhou com esperança. Um nó pendia em sua garganta. – eu...

— Vamos crianças, hora de comer. – Isshin interrompeu todo empolgado. Chegando com um sorriso livre e sem culpa.

Ichigo suspirou. Rukia baixou a cabeça e entrou, seguindo em direção à cozinha. Seus sentimentos estavam bagunçados.

— Pai, você é um idiota. – o laranja falou. Frustrado por não conseguir completar seu intento de pedir desculpas a amiga.

Ichigo seguiu com o pai para dentro da casa. A decoração ainda era a mesma. O sofá possuía a mesma cor marrom. A estante era cheia de bibelôs e fotos. O carpete ainda era felpudo e tudo estava como sempre esteve. Byakuya era muito metódico com suas coisas.

— Venha Ichigo ou vai ficar sem comida. – Isshin exclamou da porta da cozinha.

— Velho idiota! Deixe de ser retardado. Nós não estamos em casa. – bradou o mais jovem. Seguindo para a cozinha, encontrando todos já sentados. Byakuya estava na ponta. Seus pais estavam ao lado dele: um de cada lado. Yuzu e Karin próximos da mãe e Rukia próxima a Isshin.

— Venha filho idiota. Sente-se aqui perto da Rukia-chan. – Isshin falou puxando o braço do filho. Ichigo nem teve tempo de negar, foi forçado a sentar-se com tudo na cadeira ao lado de Rukia.

— Desculpe-me. – pediu para a garota. Rukia somente balançou a cabeça. Era perca de tempo perder a calma com Kurosaki Isshin.

O jantar seguiu descontraído. Byakuya havia encomendado vários pratos japoneses como Yakissoba, sushi e udon para acompanhar. Preparou suco para as pequenas Karin e Yuzu. E abriu vinho para os adultos e mesmo sendo menores, Byakuya deixou Ichigo e Rukia provassem do vinho. Talvez, por efeito da bebida, todos conversavam de forma amena e sem restrições: família, rotina, trabalho, escola... A família Kuchiki descobriu que apesar de se mostrarem inabaláveis, a família Kurosaki também tinha problemas, mais usava a união e a conversa como base de resolução de problemas. E mesmo depois do termino do jantar, Byakuya convidou Isshin e Masaki para tomarem um pouco mais de vinho, mas somente Isshin aceitou beber na biblioteca. Masaki foi somente para acompanhar o marido, afinal, alguém tinha que levar todos para casa.

Ichigo e Rukia ficaram na sala, junto das pequenas irmãs do laranja. Brincando com as mesmas. Parecia que o tempo havia parado para eles. Nada de brigas e situações constrangedoras. Ichigo não estava implicante e Rukia não precisava rebater nada, nem ficar zangada. E ambos podiam ficar perto um do outro. Brincando, fazendo competição de força.

— Faz tempo que não fazemos isso... – murmurou Ichigo cansado. Havia sido atacado por três pequenas de muita força.

— É... – Rukia devolveu. Sentia-se aquecida por um sentimento de felicidade. Tudo estava acontecendo de forma tão natural. – deveríamos fazer isso mais vezes.

Os olhares se cruzaram. Rukia sorria leve, Ichigo retribuiu.

— Isso é um sinto muito ou um aceito suas desculpas? — perguntou o Kurosaki.

Rukia pôs a mão no queixo.

— A segunda opção. – respondeu depois de algum tempo. Ichigo sorriu.

— Ok. Por mim tudo bem, Rukia. – falou tocando no cabelo da morena. Fazendo-a ruborizar. O coração da pequena quase saiu saltitando. Algo em Ichigo estava diferente.

— Ora, acho que já chega, não é querido? – Ichigo e Rukia afastaram-se rapidamente ao escutarem Masaki falar, saindo da biblioteca, empurrando Isshin que também resmungava alguma coisa. – vamos crianças, despeçam-se da Kuchiki-chan. – ordenou a mulher. – é hora de irmos para casa.

Karin e Yuzu abraçaram Rukia e deram um beijo no rosto da morena. Logo em seguida, Rukia e Byakuya acompanharam a família ate a porta.

— Tenham uma boa noite. – Byakuya desejou cortes.

— Querida, eu não encontro a chave do carro. – Isshin declarou tateando os bolsos.

Masaki sorriu. Ichigo elevou a mão à testa e deixou uma grande quantidade de ar sair por seus pulmões.

— Não viemos de carro querido. Nós moramos aqui do lado, esqueceu? – a ruiva falou ainda guiando o marido.

— Ah, que bom. Você não vai precisar dirigir. – Isshin tinha um sorriso travesso no rosto. – Odeio como dirigi o meu carro. – Rukia abriu a boca surpresa. Aquele era o momento para Masaki perder a compostura e mandar o marido para algum lugar e com passagem só de ida.

No entanto, ao contrario do que Rukia pensou, Masaki apenas balançou a cabeça – Eu sei querido. Assim como você sabe que eu também odeio quando você dirigi o meu. – Masaki volveu. Seu sorriso era ainda maior e mais gentil. – Ichigo traga suas irmãs.

— Ok. – Ichigo pegou nas mãos das duas meninas, uma de cada lado. – Boa noite Rukia, a gente se fala. – volveu e acompanhou a mãe.

— Estranhos. – murmurou Byakuya quando a família já estava longe. Rukia sorriu divertida.

Realmente, Rukia tinha que concordar com o irmão. A família Kurosaki era estranha, mais era uma família de verdade. Não que ela e Byakuya não fossem. Apenas a família do amigo não se abalava por qualquer coisa boba. E isso só fazia de Kurosaki Masaki a mulher mais linda e mais gentil do mundo. Era isso que o amigo transmitia quando dizia, com muito orgulho, que era filho dela. Ou mesmo quando o Isshin a chamava de querida. E a pequena Kuchiki almejava algo assim... Que em um futuro muito maior, alguém se orgulhasse ao dizer que era filho dela e que pertencia a família dela.

— Vamos, Nii-Sama. Temos muita louça para lavar. – Rukia mensurou. Seu sorriso gentil havia voltado.

A atitude da mãe de Ichigo conseguiu estimular alguma coisa dentro da pequena. Algo positivo. Ichigo era um idiota, mais eles eram amigos. E não era uma briguinha daquelas que mataria isso.

***


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Notas finais do capítulo

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