Tristeza da Inutilidade escrita por Toel


Capítulo 4
Capítulo 4 - Messiah?


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela demora para postar este capítulo, é que eu tinha muitas coisas para fazer e acabei atrasando o capítulo.
Não irá acontecer outra vez.
Peço desculpas.



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“Estou incompleto, preciso me completar. Preciso de ti, para mais nada me faltar.”

 

O que seria esta voz? Eu fiquei com mais medo do que eu já estava, eu não estava entendendo nada. Isso é totalmente estranho, totalmente sem sentido.

Vagarosamente subi minha cabeça e olhei para frente. Era o professor me dizendo para eu me preparar para a aula que já ia começar, vou ser franco com vocês, senti um alívio tremendo quando soube que era o professor, pela primeira vez na vida fiquei feliz em ver o professor dando aula.

O tempo passou e já era hora de guardar o material e esperar o toque para ir para casa, bem, como sempre eu arrumo meu material e deixo minha bolsa na mesa, mas algo me deixou meio inconformado, o que eram aqueles sussurros e o que diabos era aquela voz? E aquele sonho?

Ah, isso eu realmente não entendo. Deu o toque para a saída, eu estava andando para a porta, como todo mundo da sala, eles pareciam um bando de macacos malucos querendo banana, não sabem se aquietar e andar com paciência, daí eu estava na metade do caminho mas algo me impediu de andar, senti algo me puxando para trás.

Tentei virar o rosto para trás mesmo cambaleando um pouco, e vi. Era a Fernanda.

— Fred! Eu preciso falar com você sobre uma coisa.

— A-ah, desculpa, eu tenho que ir.

 

Eu não conseguiria ficar frente a frente com ela, nunca mesmo. Então eu fui embora e a cada passo que eu dava sempre sentia uma dor terrível de arrependimento, por que eu não aceitei falar com ela? Por que eu tenho que ser tão imbecil?

Chegando em casa, joguei a bolsa sei lá pra onde e fui direto para o meu quarto, me joguei na cama e me afundei em pensamentos.

Logo quando eu menos percebi, eu caí no sono.

 

— Lhe falta coragem, caro Fred? — Uma voz calma e ao mesmo tempo assustadora sussurrou nos meus ouvidos. — Então eu lhe dou coragem, caro Fred.

— Quem é?

 

Olhei para os lados e eu não via nada, estava tudo escuro, tudo sombrio e estava frio, eu não conseguia respirar direito, eu não estava enxergando nada.

 

— O meu nome é Messiah, e estou aqui para salvá-lo da sua situação. Pois eu sou você, e você sou eu. Sou tudo o que você não entende, e sou tudo o que você quer ser.

 

Esse nome ecoou nos meus ouvidos, Messiah? Mesmo eu sabendo que aquilo era um sonho, parecia real, eu não conseguia me livrar daquilo, mesmo forçando para acordar.

 

— O que você quer de mim?

— Eu não quero nada de você. Pois eu sou você.

 

A escuridão sumiu, e eu consegui ver. Eu estava numa sala vermelha e tinha um ser estranho em minha frente, ele era todo branco, tinha aparência humana, mas não parecia tão humano assim, vestia um terno, parecia muito culto, estava sentado numa cadeira na minha frente, o cabelo dele era branco e caído com uma franja, igual ao meu, e os seus olhos eram amarelos da cor de um olho de um gato. Ele movia a cabeça de um modo estranho, dando a impressão de que estava inclinando-se para o lado.

— Heheh, você não deve me conhecer, mas eu te conheço. Apenas entenda, eu sou você.

 

Acordei com um susto, sentei na cama e parei para respirar. Meus olhos estavam esbugalhados, e eu estava suando frio, minhas mãos estavam tremendo e eu estava respirando muito forte.

Afinal, o que era aquilo? Por que outro sonho estranho desses? Sinceramente, eu vou procurar um psicólogo, vai ser melhor pra mim, vai que ele pode resolver meus problemas.

Quando eu estava mais descansado eu me levantei e fui no banheiro, tomei banho e me arrumei pro colégio. Me sentei na mesa para tomar o café da manhã, minha mãe como sempre já tinha tudo preparado na mesa e o meu pai lendo jornal enquanto tomava seu café.

— Pai, eu quero ir num psicólogo.

— Por que filho? Você sabe que a gente está numa situação crítica financeira.

 

Realmente, a gente estava passando por um aperto, como sempre. Meus pais “morriam” todos os dias para pagar a conta, um psicólogo só iria atrapalhar.

— Ah, nada não, era besteira. Deixa pra lá.

 

Neste exato momento eu senti minha cabeça latejar, parecia que algo queria sair dela, parecia que ela iria explodir.

— Olá, caro Fred. — Uma voz ecoou em minha mente. — Eu quero um tempo para conversar com você. Se você me permite.

 

Tudo ficou escuro e frio, eu não enxergava mais nada. Senti meu corpo cair.

— Bem-vindo novamente, caro Fred.

 

Tudo voltou ao normal, e eu estava na mesma sala vermelha do sonho. E lá estava ele, sentado em sua cadeira.

— Espero que entenda, eu não quero machucar você, apenas quero te ajudar. Entenda que o amor que você sente me acordou. Você não está ficando louco, meu caro. Eu sou você. E finalmente vou te explicar tudo.

 

Quando me dei conta, eu estava caído no chão, me levantei e uma cadeira surgiu em minha frente, Messiah fez um movimento com a cabeça que deu a entender que ele queria que eu sentasse. Eu sentei e ele continuou.

— Meu nome é Messiah, e eu sou o seu ponto de equilíbrio, sou a sua salvação. Eu posso te ajudar nos seus problemas, me desculpe por te fazer ter tanto medo, mas de todos os meus visitantes nenhum saiu “ileso” nessa parte. — Ele deu um leve sorriso. — Bem, me considere como se eu fosse a sua “máscara”. Pois às vezes você vai precisar parar de viver como você, e viver como outra pessoa, você vai precisar mudar o seu jeito de ser. E eu estou aqui para te ajudar nisto, caro Fred.

— Ah? — Eu ainda não conseguia acreditar nisso, seria isso real? — É, é. Continue.

— Ahem. — Ele pigarreou um pouco para falar. — Toda vez que você não conseguir superar uma situação que você ache difícil, me chame. Eu estarei dentro do seu inconsciente, para sempre. Mas lembre-se, eu tomarei conta de você, e você ficará nesta sala exatamente onde está agora. Mas tenha certeza que seu problema será resolvido quando voltar a sua consciência.

— Ah. — Eu ainda não conseguia acreditar, eu não conseguia decifrar nada. — Tá.

— Mas lembre-se sempre: “Memento Mori”.

 

Tudo escureceu outra vez, e eu abri os olhos. Eu estava caído no chão da minha casa, e meus pais olhando pra mim estranhando o acontecimento.

— Filho! Você está bem? — Meu pai gritou com a voz preocupada se ajoelhando e tocando em meu rosto.

— A-acho que sim, pai.

— Ó MEU DEUS! Filho! Olha! NUNCA MAIS ME DÊ UM SUSTO DESSES! TÁ ME OUVINDO? — Minha mãe gritou que nem uma louca com lágrimas saindo dos olhos — Vá pra sua cama e descanse um pouco!

 

Além de eu não saber o que diabos tinha acontecido, eu não queria mais fechar os olhos, não quero me encontrar com o tal Messiah de novo, mas como obediência a minha mãe, fui para a minha cama e fiquei deitado lá por um tempo olhando para o teto.

— Fred?

 

Olho para a porta e vejo.

Era a Fernanda.

 


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Notas finais do capítulo

Obrigado pela leitura.:P



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