Washington D.C.

O time de Steve Rogers enfrentava o do Stark bravamente. Gavião Arqueiro contra a Viúva Negra, mesmo contra gosto eles lutavam um contra o outro. Homem Formiga conta Homem-Aranha, sempre saía uma piada ou outra no meio dos golpes. Falcão contra Máquina de Combate, os dois trocavam socos, chutes e tiros no céu. Visão contra Feiticeira Escarlate, o Androide ataca sem piedade enquanto a Maximoff apenas se defendia usando seus poderes. Pantera Negra lutava com o Soldado Invernal, a luta mais equilibrada ali era deles, quando um acertava algum golpe o outro revidava na mesma hora. E por fim, Capitão América contra o Homem de Ferro, o loiro já estava exausto naquela altura do combate, seu uniforme rasgado em algumas partes, canto da boca sangrando graças ao corte feito pelo Pantera minutos atrás, antes do Rogers enfrentar o playboy. Mesmo assim, o Sentinela da Liberdade não se dava por vencido, e nem pretendia fazer.

Foi tudo muito rápido. Jhames Rhodes tentava acertar tiros em Sam, o Falcão fez uma manobra rápida e descia até o chão, Maquina de Combate continuava atacando, ele mirou no Wilson e atirou várias vezes, no entanto, Falcão ergueu voo novamente. Steve soltou um gemido de dor quando sentiu pontadas lhe atingindo nas costa, em pensamento o Rogers contou seis, ele caiu de joelhos no chão e sua visão já começava a ficar turva.

Bucky perde a concentração ao olhar para o melhor amigo e é atingido na cara por um chute do Pantera, sendo jogado longe. Rapidamente o Soldado se levanta e corre até o loiro, que estava caído no chão com o Stark ao lado.

— Se afasta dele!. — rosna o Barnes se ajoelhando e pegando o loiro no colo. — Steve! Fale comigo.

— Bucky!. — a voz do Capitão saiu fraca, preocupando o amigo.

Naquele momento ninguém mais se atacava. Todos os heróis estavam em volta dos dois, totalmente calados, Rhodes cabisbaixo observava a cena na torcida para o Capitão Rogers se levantar o quanto antes.

— Não foi muito grave. — o moreno tentava convencer a si mesmo que aquilo era verdade.

— Você é um péssimo mentiroso, Bucky!— afirma Steve sorrindo minimamente. O loiro sabia que não iria sair daquela. — Olhe para esse céu! Tão limpo, sem nuvem alguma, somente azul. Eu gosto dessa cor!.

O Soldado Invernal não sabia se o amigo delirava pela perda de sangue, ou se realmente falava aquilo em sã consciência.

— A ajuda já está a caminho. — avisa o Stark. — Entrei em contato com o Hospital.

— Escutou?. — uma chama de esperança se acendeu dentro de Bucky. — Tudo ficara bem logo, apenas resista.

— Peço desculpa, meu amigo. — os lábios do Capitão ganhavam uma tonalidade roxa. Vendo a confusão no rosto do moreno, ele continuou. — Se eu não tivesse falhado aquele dia, no trem, você não teria passado por tudo que a HYDRA lhe fez.

— Esqueça isso. — os olhos do Barnes começaram a marejar.

— Eu sempre estarei com você, meu amigo. Bem aqui. — o loiro toca o dedo indicador no peito do Soldado Invernal. — Não se esqueça disso, certo?.

— Certo!. — as lágrimas desciam pelo rosto de Bucky.

Steve sentia sua força desaparecendo as poucos, seu corpo pesava mais e mais conforme os segundos iriam se passando. Aquilo indicava o óbvio: A vida do Capitão estava se esvaziando rapidamente.

— Só que-queria agradec... — sangue sobe pela garganta do Rogers. Ele logo trata de engoli-lo novamente, faz uma careta de dessagrado antes de voltar a falar. — Só queria agradecer Os Vingadores. — vira o pescoço e escara todos que ali estavam. — Apesar de tudo, vocês são importante para mim.

— Capitão, não se esforce. — pede Natasha tristemente.

— Obrigado mesmo. — agradece novamente. Steve sentiu vontade de revelar seus verdadeiros sentimentos pela russa, mas logo mudou de ideia. Do que adiantaria? Se perguntou mentalmente. Sentiu suas pálpebras pesarem, as batidas do seu coração diminuírem e dificuldade em respirar.

— Steve! Mantenha-se acordado, está me ouvindo?. — ordena Bucky balançando o corpo do amigo com desespero. — Não ouse fechar esses olhos, Steve Rogers!.

— Sinto muito, meu amigo. — sorriu pela última vez. Sua hora se aproximava. — Eu... Entre-entrego para... Você a minha confiança e... O meu... Es-escudo, Bucky!.

Aquelas foram as últimas palavras pronunciadas pelo Capitão América. Tony Stark não teria como fazer piada com o loiro mais. Sam Wilson jamais levaria Steve para ver um show da Madonna, que secretamente o negro é fã, como haviam combinado semanas atrás. Clint, James Rhodes, Peter, Scott, Visão e Wanda não voltariam a seguir ordens do loiro. Natasha já não precisava mais arranjar um encontro para o tímido Capitão e, nem desobedece-lo em missões colocando a própria vida em risco, o que resultava em Steve salvando-a alguma vezes. Bucky nunca mais conversaria sobre assuntos aleatórios com o melhor amigo, como vinha acontecendo nos dias anteriores.

— Ele está.... mor.. — Natasha não consegue terminar a frase. Ela até tentou evitar as lágrimas, mas não deu certo, em poucos segundos a ruiva já soluçava entre o choro.

Clint abraça a Romanoff fortemente, em uma tentativa de conforta-la. Wanda soltou um suspiro e abaixou a cabeça, não conviveu com o Capitão por muito tempo, mas sabia que ele era uma boa pessoa, foi por esse motivo que ela decidiu ficar ao lado dele na Guerra. Visão continuava fitando o corpo sem vida do loiro nos braços de Bucky. Lang e Parker choravam, mesmo que não fosse possível ver por causa da mascara. Sam chorava feito um bebê, não tinha vergonha daquilo, o Wilson era um grande amigo de Steve desde a missão do Soldado Invernal, e com o tempo a amizade entre os dois só crescia. T'Challa permaneceu neutro a tudo que estava acontecendo. Desolado, o Stark permaneceu em silêncio no seu canto. Rhodes sentia a culpa lhe corroer por dentro, se ele tivesse pensado antes de atirar nada disso teria acontecido. Bucky continuava na mesma posição, doía ver o melhor amigo sem vida em seus braços, encarou o Rogers por longos segundos.

— Eu sinto muito!. — diz Maquina de Combate tristemente.

— Isso não muda nada, Rhodes!. — Barnes eleva a voz. — Seu sentimento não trara ele de volta. Você matou o Steve. E eu nunca irei esquecer isso.

Naquele exato momento, a Guerra Civil acabou. Tony também se sentiu culpado, assim como todos os heróis, pelo ocorrido. Foi necessário que alguém saísse sem vida para dar fim naquele conflito de ideias. E essa pessoa foi Steve Rogers, o herói que defendeu os seus ideais até o último suspiro.

— — Dia Seguinte — —

Os Estados Unidos estava em luto. O maior herói, a pessoa mais patriarca de todas, simbolo de esperança e lealdade, Steve Rogers, havia sido declarado morto publicamente. O sol brilhava fortemente, as pessoas usavam preto somente pela tradição. Todos compareceram no enterro do Capitão América, Os Vingadores, a S.H.I.E.L.D., o Presidente do país e o povo americano. Ou melhor, quase todos apareceram.

— Onde está o Barnes?. — Wanda sussurra para Clint.

— Não o encontrei hoje. — o Arqueiro responde com outro sussurro.

— Ele não vai aparecer?. — a morena arqueia as sobrancelhas.

— Isso depende dele, Wanda!. — o Barton solta um suspiro pesado antes de continuar. — Bucky mal reencontrou o melhor amigo e já o perdeu. Isso abalaria qualquer um, não acha?.

— O que eu acho é que ele deveria estar aqui. — afirma a Feiticeira Escarlate seriamente. — Como você mesmo disse: Steve era o melhor amigo dele. E como o James tem a capacidade de não comparecer na despedida?.

— Ele está confuso.

— Esse argumento é inválido. — questiona a Maximoff. — James se lembra perfeitamente do Steve!.

— Eu não sei o que se passa na cabeça dele, Wanda. — informa o Arqueiro.

— Descobrirei em breve!. — diz a morena com convicção.

Ali a conversa foi encerada. O enterro foi "normal", para onde se olhava era possível ver crianças, jovens, adultos e idosos chorando a morte do Capitão. Depois de horas e algumas homenagens, Os Vingadores se separaram e foram cada um para o seu canto.

Sede dos Vingadores

O local estava praticamente vazio, somente Bucky, Sharon e Wanda voltaram para ali, após o fim da Guerra Civil. A Feiticeira andava com passos largos pelos corredores, a morena rumava para o quarto do Barnes.

Parou em frente a porta e respirou fundo antes de entrar. Encontrou Bucky sentado no chão encarando a parede branca, deu dois passos para frente e o fitou durante alguns segundos.

— No meu tempo, as pessoas batiam na porta antes de entrar. — comenta o homem com a voz meio rouca.

— Por que você não foi?. — ela é direta.

— Não sei do que você está falando. — ele se fez de desentendido.

— Como teve a capacidade de faltar no enterro do seu melhor amigo?.

Bucky ergueu o pescoço e a encarou nos olhos, mas não disse absolutamente nada.

— Responda!. — pede a morena suavemente.

Ele fica pensativo durante um tempo, não sabia se respondia ou não a pergunta. Analisou a situação: Se responde-se, ela iria embora mais rápido. Se não responde-se: Wanda não pararia de lhe atormentar, sem contar que ela pode se sentir... Magoada?... E não é isso que o Barnes quer.

— Minha presença não mudaria absolutamente nada!. — por fim cede.

A Maximoff poderia lhe passar um sermão, ou algo parecido. Mas sabia que não faria muita diferença para ele. Ela o analisou de cima a baixa, Bucky estava com uma roupa simples, camisa branca e uma calça jeans preta, os logos cabelos todo bagunçado a barba para fazer e com leves olheiras.

— Você dormiu?. — perguntou preocupada. Suspirou quando a resposta não venho, contou mentalmente até 10 e fez outra. — Você ao menos comeu?.

— Wanda... — o moreno parou e procurou as palavras adequadas para usar. — Eu não preciso da sua pena, está bem?.

A Feiticeira se irritou de imediato.

— Não estou com pena e sim preocupada!. — vociferou.

— Preocupada?. — Bucky franziu a testa. — Desde quando se preocupa comigo? Mal nos falamos direito.

— Deixa eu te falar uma coisa. — ela deu outro passo para frente, ficando a centímetros do homem. — Sei o que você está passando. Senti o mesmo que você quando o Pietro morreu.

— E o que você fez para esquecer a dor?.

— Eu nunca esqueci. — responde com tristeza. — Não tem como esquecer. Apenas superei.

— Como fez?.

— Eu procurei um motivo para continuar firme e forte. — um pequeno sorriso brotou nos lábios da Maximoff. — Faço aquilo que o Pietro morreu fazendo, salvo as pessoas, elas são os meus motivos para viver. Procure um para você. Um dilema, uma lugar, um alguém por quem você seria capaz de dar a vida, caso necessário. Se agarre nisso e você conseguira superar a morte de Steve Rogers, esquecer nunca, mas quem disse que precisa esquecer para superar?.

O Barnes volta a ficar pensativo. E chega a conclusão de que não tem nenhum motivo para viver e muito menos para morrer, Steve era a única coisa próxima de ser um motivo.

— Não tenho motivos!. — declara naturalmente.

— Mentiroso!. — ela acusa na mesma hora. — Antes de morrer, o Capitão passou o escudo para você, ele que...

Antes que ela pudesse terminar a frase, o Soldado a interrompe bruscamente.

— Não, Wanda!. — ele se levanta num pulo. — Não quero substituir o Steve. Ele era único, jamais haverá outro igual a ele.

— Não estou pedindo para você substitui-lo. — a Feiticeira se defende. — Estou dizendo para você continuar o legado dele, era isso que ele queria. Você não precisa ser igual ao Steve, longe disso, crie novas histórias para o Capitão América do seu jeito, elas ficaram marcadas para sempre e o simbolo que aquele uniforme representa jamais será esquecido, tanto o simbolo quanto a pessoa por debaixo do uniforme. Steve não será esquecido, ele sempre será lembrado como o único Super-Soldado. Agora você tem a chance de deixar a sua marca, pense nisso!.

Os dois se encararam nos olhos por longos segundos, um tão perto do outro, Bucky conseguia sentir o perfume de rosas que a morena usava.

— Eu preciso ir agora. — Wanda desvia a olhar, se vira e caminha até a porta, estava prestes a sair quando se volta para o Barnes novamente. — Tente comer alguma coisa, por favor.

—— 3 semanas depois ——

Nesse tempo, Bucky e Wanda se aproximaram muito um do outro. A Feiticeira ia todo dia no quarto do Soldado para jogarem conversa fora, a Maximoff obrigou o homem a assistir alguns filmes famosos, como Titanic e Avatar. Nos momentos que passavam juntos, Barnes conseguia esquecer seus problemas, o que era bom.

— E o Pietro levou um soco da garota, só porque desmanchou a xuxinha do cabelo dela. — Wanda contava mais uma de suas histórias que passara ao lado do irmão. — Aquele dia foi engraçado!.

— Deveria sorrir mais. — o Barnes aconselha encarando a mulher que tinha um belo sorriso no rosto. — Você fica ainda mais linda.

— Obrigada!. — ela agradece um pouco corada, há tempo não recebia um elogio igual aquele. — Agora é a sua vez de me contar algo, sempre sou eu quem falo das minhas histórias.

— Tudo bem!. — o Soldado concorda. — Ahm... Deixa eu ver... Já sei! — ele comemora brevemente. — Quando o Steve ainda era... O Steve, quero dizer, franzino e tudo, ele sempre era vitima dos valentões. Ele apanhava muito, mas sempre se levantava e se colocava em posição de luta, mesmo sabendo que não tinha chance alguma, sempre que possível eu o ajudava. Ver aqueles cara maltratando o meu melhor amigo me deixava com raiva e eu devolvia tudo o que eles faziam com o Steve.

— Então quer dizer que o Steve sempre foi valente?. — a morena arqueia as sobrancelhas.

— Sim!.

De repente o celular de Wanda vibra, a mulher rapidamente o checa.

— Mensagem da Sharon!. — avisa enquanto lia. — Preciso ir! A gente se vê depois.

— Certo!. — Bucky concorda.

Ela se despede e sai.

—— 2 dias depois ——

O Barnes andava de um lado para o outro do quarto. Ele estava preocupado, mesmo sem saber o motivo, desde que Wanda recebeu a mensagem de Sharon ela não apareceu mais. O que não era normal.

Bucky estava decido a sair do quarto quando a Agente 13 abre a porta bruscamente.

— A Wanda sumiu. — a loira avisa com aflição.

— Eu pretendia ir atrás de você agora mesmo para conversar sobre isso. — notifica seriamente.

— Ela tinha ido para um missão, teria que investigar sobre a Yakuza, algo simples e rápido. — explicava a Carter. — Mas era não voltou até agora. Precisamos acha-la.

— Pensa, pensa!. — o moreno batia os pés freneticamente. — Eu vou atrás dela.

— Ótimo!. — Sharon sorri. — Vou preparar o seu uniforme de Soldado Invernal.

A loira já ia saindo as pressas, quando Bucky chamou sua atenção.

— Não!. — berra. A mulher se vira para ele novamente. — Prepara o uniforme do Ste... Do Capitão América. Eu vou tomar um banho... E Sharon, arranje uma tesoura, certo?.

A Carter da um rápido aceno e se retira. O Barnes segue para o banheiro logo em seguida.

[...]

— Terminei. — comemora a Agente 13 sorrindo com satisfação.

— Ficou ótimo!. — fala Bucky se olhando no espelho.

Gostava da "nova" aparência, sem barba e com cabelos curto. Estava parecido com o antigo Bucky Barnes. Usava um uniforme idêntico ao qual Steve usou na Guerra Civil, ele sentiu um pequeno desconforto quando se analisou, mas logo tratou de se sentir melhor. Até que azul não lhe caia tão mal.

— Quais as informações da missão, a qual Wanda foi selecionada?.

— Ela tinha que investigar sobre a Yakuza, como já dito.

— Onde era essa missão?. — o moreno perguntou andando até o sofá.

— Hell's Kitchen!. — diz a loira. — É um lugar bem perigoso.

— Entendo. — Bucky pega o escudo que se encontrava em cima do sofá. — Trarei Wanda de volta, custe o que custar!. — afirma decidido.