Folie à Deux escrita por sweetie


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Olá, amores. Esse foi bem mais rápido, né?
Fui tirar o fim de semana para olhar as fics, e bem, tem capítulo novinho pra vocês. Boa leitura!



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Will acordou suando demais por causa de mais um pesadelo. Olhou o relógio, e ainda eram três da manhã. Para ele, com os problemas constantes de sono, a pior parte de acordar no meio da noite, é que era praticamente impossível voltar a dormir de novo.

Ele continuou deitado até as quatro, mas nada aconteceu. Então resolveu sair, andar a noite pelo campus, para pensar um pouco e tentar relaxar. Queria que tivesse um longo feriado, ou que o ano acabasse amanhã para poder ir à casa de seu tio Bob de novo. Ele precisava de um descanso mental, físico, de todos os jeitos possíveis.

Tinha alguma coisa sobre andar a noite, sem destino, sem nenhum barulho de estudantes conversando, aquele total silêncio, que fazia com que Will se sentisse melhor. Ele andou até o mais longe que pôde do prédio no campus, olhou para a lua, as estrelas e sentou-se no banco, fechando os olhos.

Mas ao abrir, ele não estava mais no banco no pátio da faculdade, ele estava em uma das cadeiras duplas que ficava no corredor do dormitório de Hannibal.

Levantou imediatamente, e passou a mão no rosto, abrindo e fechando os olhos, confuso, tentando entender como ele tinha ido parar ali.

— Will. – disse Hannibal ao abrir a porta e encontrá-lo ali. – Eu não estava esperando você.

— Eu-eu... – ele gaguejou, e olhou para Hannibal quase como em um pedido silencioso de socorro. – Posso entrar?

— Claro.

Hannibal buscou um copo d’água para ele, assim que notou a expressão perdida do amigo. – Aqui. Beba.

Ele respirou fundo, e notou que Hannibal tinha sentado ao seu lado, e estava esperando com que ele começasse a falar. Tentou sorrir. – Desculpa te preocupar, é só que... Eu não sei muito bem como eu cheguei aqui.

— Como assim?

— Eu estava tendo pesadelos, e acordei no meio da noite... Tentei voltar a dormir, mas como eu não conseguia mais, eu resolvi sair para andar. – disse Will. – E quando eu abri os olhos, eu estava sentado aqui no corredor.

— Você perdeu a noção do tempo.

Ele passou a mão no cabelo. – Desculpa, deve ser cedo. E eu estou aqui te perturbando com meus problemas.

— Eu estava indo para a minha aula, na verdade. São seis e alguma coisa.

— Por favor, eu vou para o meu dormitório. Não quero atrapalhar, ou fazer você perder uma aula...

— Will... – Hannibal o interrompeu. – Sua saúde é mais importante, eu devo insistir que você fique um pouco.

Ele concordou.

— Ótimo. Vou preparar um café da manhã. Aceita?

— Eu ainda estou de pijamas. – ele disse olhando envergonhado para si mesmo. – Hannibal, sério... Eu não devia estar atrapalhando.

— Nunca peça desculpas ao vir até mim. – disse Hannibal, ignorando os protestos do amigo, e preparando os ovos para eles comerem.

Eles se sentaram em uma mesinha improvisada no canto do quarto de Hannibal. Will ainda não tinha comentado mais nada sobre o acontecimento.

— Eu estou preocupado com você, Will.

— Eu vou ficar bem. – este tentou desconversar. – Sempre fui um pouco instável.

Hannibal o encarou. – Certo. Continuo preocupado, mas vou considerar que pode ter sido efeito dos pesadelos.

— Embora você acredite que possa ser outra coisa.

— Ainda não sou um especialista. Mas sim, acho que pode ser algo. – ele disse, e então sorriu tranquilizador para Will. – Não se preocupe com nada agora. Prometo que não vou te assustar com diagnósticos antecipados.

— Obrigado. E pelo café da manhã.

— Mas ainda vou insistir que você passe a manhã aqui, até que tenha despertado adequadamente.

— Na verdade, eu acho que vou para o meu quarto dormir. – ele disse, se levantando. – Não tenho certeza se eu dormi sentado ou não, então estou caindo de sono.

Só que na hora que ele foi andar, o seu corpo cambaleou, e Hannibal teve que segurá-lo pelo braço. – Will, você não vai a lugar algum.

O outro se deu por vencido. – Mas não serei uma boa companhia, estou realmente morrendo de sono.

— Sem problemas. – Hannibal abriu o guarda-roupa e tirou uma coberta, colocando na cama, e fechando as cortinas. – Descanse um pouco aqui.

— O que? Não, não... Hannibal, eu estou te dando muito trabalho.

— Não me faça lhe forçar a ficar.

Will sorriu. – Tudo bem.

— Se você não se importa, eu vou tentar chegar ao final da aula. Não menti ao dizer que sua saúde é mais importante, mas talvez eu tenha um teste hoje.

— Por favor, vai.

— Tem certeza que vai ficar bem? E que não vai sair andando por aí, assim que eu fechar a porta?

— Pode me trancar por segurança. – ele brincou.

...

Quando Hannibal voltou para o dormitório, Will ainda estava dormindo. Ele sorriu com a cena, e se sentou em uma das cadeiras, digitando uma dissertação no notebook enquanto esperava o amigo acordar.

Ao dizer a Bedelia que ele tinha oferecido que Will ficasse ali durante a manhã, ela revirou os olhos, e disse que ele estava se afeiçoando demais a ele.

— Will é meu amigo.

Ela discordou. – Eu acho que os seus sentimentos em relação ao Will, estão ultrapassando esse estágio.

— São que horas? – perguntou Will, sentando-se na cama, despertando Hannibal de seus pensamentos.

— Seis e quarenta. – ele respondeu, olhando a hora no computador. – Você descansou bastante. Espero que não tenha perdido muitas aulas.

— Nada que eu não possa recuperar. – ele foi até a pia, e lavou o rosto. – Você perdeu o teste?

— Foi adiado.

Hannibal fechou o notebook. Levantou da poltrona, e foi se sentar ao lado de Will, colocando a mão em seu ombro. – Você melhorou um pouco ou...?

— A dor de cabeça passou. Talvez eu só estivesse precisando de uma boa tarde de sono. – ele sorriu. – Obrigado. Agora eu vou para o meu dormitório, já tomei demais do seu tempo hoje.

— Tem certeza que está se sentindo melhor?

— Absoluta. – Will respondeu. – Além disso, eu tenho que começar a estudar um texto que terei que apresentar em dois dias... Não posso ficar dormindo o tempo todo.

— Você vai se sair bem.

— Normalmente, apresentações já são complicadas. Mas eu estou tendo problemas de concentração, aí fica mais difícil decorar as coisas.

— Eu armazeno tudo no meu palácio mental.

— Palácio mental?

— Você não tem nenhum lugar, mesmo que imaginário, ou sendo a compilação de outros especiais e importantes de sua vida, para o qual você foge ao fechar os olhos?

Will pensa por um momento. – Tudo que eu preciso é de um riacho. Eu fecho meus olhos, e vou para a quietude de lá, pescar.

— Se um dia eu perdesse a minha liberdade, o meu palácio não seria apenas um lugar de lembranças ou para guardar coisas. Eu viveria lá.

— Por que você perderia a sua liberdade?

— É apenas uma suposição.

— Você conseguiria ser feliz lá?

— No meu palácio? – ele pergunta, e Will assente. – Não completamente. O meu palácio é composto por memórias, e nem todas elas são agradáveis. Tem muitos quartos que eu não posso visitar sem...

— Eu entendo.

Hannibal sorri. – Eu imagino que sim. – porque ele realmente acredita que Will consiga compreender.

E ele de fato, consegue. Mais até do que Hannibal pode imaginar.

...

Will saiu do dormitório de Hannibal, com todos no corredor olhando para ele com uma expressão suspeita. Era óbvio, todos tinha o visto saindo, mas não entrando. Tirando que ele estava de pijamas – se arrependeu de ter recusado pegar uma das roupas de Hannibal emprestado. Se bem que seu estilo e tamanho de roupas eram tão diferentes de Lecter, que as suspeitas existiram do mesmo jeito. Não precisava ser um Sherlock Holmes para deduzir que todos achavam que ele tinha passado a noite ali.

A coisa boa disso tudo era que Will não dava a mínima para as fofocas da faculdade. Senão já teria surtado no ensino médio pelos boatos de que ele tinha ficado seis meses em um hospital psiquiátrico, quando ele estava sofrendo por depressão por causa da morte da mãe, a quem ele era muito, muito apegado.

Ah, e também tinha a fofoca que Abigail estava tendo um caso com ele, e Derek a matou por ciúmes. Quer dizer, tinha sim algo nesses comentários que o irritava: falarem besteira sobre Abigail, logo ela que não merecia nada disso.

Depois da morte da garota, uma estudante de jornalista do campus, Freddie Lounds, publicou todo o diário da garota em seu blog na internet para conseguir popularidade. E esse era o novo assunto correndo pelos corredores. Por que não podiam deixar a garota em paz?

— Will. – Brian o chamou, acordando o garoto de um sono pesado. - Desculpe te acordar, eu sei que você passou a noite fora e tal... – ele deu um sorrisinho. – Mas o Jack tem notícias sobre o cara que faz os anjos, você vai gostar.

Will se sentou na cama, e colocou os óculos. – Ok... Ele está aqui?

— Não, não. – ele disse. – Eu estou indo pro FBI agora, e ele exigiu que você fosse comigo. Prepara o estômago, acho que vamos olhar uma cena de crime.

— Ok, eu só vou tomar um banho e me trocar.

— Sem problemas.

Ele pegou as roupas, e foi para o banheiro. Apenas voltando para dizer a Brian, antes de entrar. – Brian, sobre os boatos que devem estar circulando. Hannibal é meu amigo, só isso.

O outro levantou as mãos na defensiva. – Ei, cara. Juro que não tenho problema com gays, lésbicas... bissexuais.

— Nem eu. – disse Will. – Mas ele é realmente só meu amigo.

— Anotado. Agora vai logo, Crawford odeia atrasos.

...

Trinta minutos depois de chegar ao laboratório do FBI, Jack Crawford veio falar com Will, mostrar a autópsia de Abigail, e contar as novidades sobre o caso.

— Aqui está o resultado. – ele entregou os papéis a Will. – Você estava certo. É outro assassino, e... os pulmões foram removidos.

— Quase certeza que ela estava viva quando ele os removeu. – disse Brian, com um nó na garganta.

— Brian comentou de uma cena de crime... – disse Will, tirando os óculos.

Jack assentiu. – O assassino dos anjos, o encontramos morto... Ele se transformou em um anjo também. Estamos indo para lá agora. Você vem?

— Claro.

— Will? Está tudo bem? Você parece meio... – Jack procurou as palavras certas. – Abalado. Eu já disse, se estar nesse caso for demais para você-

— Eu estou bem, Jack. Prometo. – ele disse, tentando convencer a si mesmo de que era verdade.


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Notas finais do capítulo

É tão divertido escrever fics hannigram, fico aqui morrendo de saudades dos dois. Espero que tenham gostado!
Beijos :3
Até o próximo!



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