Folie à Deux escrita por sweetie
Notas iniciais do capítulo
Oi, amores!
Como vocês estão? Capítulo novinho, yaaay. Boa leitura!
O professor Anderson estava explicando, enquanto Will olhava para os lados ao redor da sala. A aula tinha começado há alguns minutos, e ainda nenhum sinal de Hannibal. Ele já tinha admitido para si mesmo que passava as semanas esperando o momento em que dividiria um período na sala, de quarenta minutos, ao lado do estudante.
Will gostava de Hannibal. Gostava da facilidade que ambos se conectavam, e eram capazes de conversar. Ele deveria mesmo gostar disso, ainda mais por ser uma pessoa que não consegue falar direito com ninguém, não por muito tempo, e não sem se sentir desconfortável.
— Procurando alguém? – a voz de Hannibal o despertou de seus pensamentos. Ele sorriu ao ver Lecter, que se sentou na carteira ao seu lado.
— Você, na verdade. – ele admite.
Ele tira o material da mochila, e coloca em cima da mesa. Sr. Anderson tinha parado por um minuto para copiar algo no quarto.
— Ainda está pensando no tal caso?
— Sim e não. – Will suspirou. – É incrível como esse assassino consegue se conectar, ou ele acha que consegue, de um jeito que a mente humana, a mente das pessoas normais não consegue.
— A sua consegue.
Will começa a gargalhar, porque o outro disse com um sorriso, e de um jeito que fez parecer que ser “anormal” fosse algo bom, um elogio. Algo o dizia que para Hannibal, realmente era.
— Eu estou tentando me concentrar aqui, Sr. Graham. – o professor Anderson interrompe o momento particular de diversão dos dois.
— Desculpa. – disse Will sincero, se voltando para Hannibal com um sorriso de lado. Depois de uns minutos em silêncio, ele diz. – Eu vou viajar com a Abigail hoje.
— Viajar?
— Sim. O pai dela sugeriu que ela passasse alguns dias longe, descansando, se distraindo... Eu sugeri que ela fosse comigo para a casa do meu tio.
— Posso perguntar o motivo de estar me contando isso?
— Por que você é meu amigo? – Will perguntou. – E talvez porque eu queria saber se você acha se é uma coisa boa ou não.
Hannibal considerou. – Não vejo problema algum. Embora eu ache que você está indo rápido demais.
— O que?! – Will ficou chocado. – Não, não. Eu não penso nela desse jeito. Nunca.
— Não, Will. – disse Hannibal. – Você já sente uma enorme responsabilidade em relação a essa menina. Talvez não fosse muito sábio aumentar essa ligação que vocês estão criando de maneira tão rápida.
— Por quê?
— Ter uma irmã substituta, ou adotar uma... Mesmo que seja só psicologicamente, por consideração. Vem com certas...
— Responsabilidades?
— Perigos emocionais. – ele disse, e então acrescentou com um sorriso. – Mas claro que esses dias fará bem a menina.
Will concordou. – Então estou fazendo a coisa certa.
...
Enquanto andavam no corredor, eles voltavam a falar sobre o caso. Era incrível como a mente de Will funcionava melhor, e ele tinha mais clareza sobre os fatos quando estava conversando com Hannibal.
— Ele gostou de matar essas pessoas, as quais ele transformou em anjos. – disse Will. – Mesmo que ele estivesse doente, e seja uma pessoa assustada e louca. Ele se sentiu bem ao matá-los.
— Você não deveria culpá-lo por isso. – Will o encarou esperando uma explicação. Afinal, matar pessoas não deveria ser algo ruim? – Deus deve gostar de matar também. Ele faz isso o tempo todo. E não somos todos, criados a sua imagem?
— Depende para quem você pergunta.
— Deus não é tão bom assim. Ele fez um telhado cair em uma igreja, matando 34 de seus súditos, enquanto eles cantavam para ele. Passou na televisão, quarta passada.
— Deus se sentiu bem por causa disso?
— Ele se sentiu poderoso.
Quando eles chegaram ao pátio, Abigail acenou sorridente para Will. Ele se virou para Hannibal, se despedindo. – Nos vemos na segunda?
— Claro. – ele concordou. – Se não me encontrar pelo campus, se sinta livre em bater na porta do meu dormitório.
Will assentiu, ajeitou a mochila nas costas e foi andando.
— Will? – Hannibal o chamou, fazendo-o virar rapidamente. – Vou sentir falta das nossas conversas nesse fim de semana.
O outro sorriu. – Eu também.
...
Will e Abigail estavam na casa do tio dele há cinco horas. Eles foram muito bem recebidos. O tio de Will era a única pessoa de toda a sua família, com quem ele se sentia em casa ao visitá-lo. Amava seus pais, mas sua ligação com Bob sempre foi mais especial. Provavelmente por ele ser mais gentil, e por compartilharem hobbies.
— Will nunca trouxe uma garota aqui. – disse Bob curioso, sentando-se com os dois na varanda.
— Ele é um bom amigo.
Will sorriu. – Tio, eu trouxe a Alana, lembra?
— Sim, sim. – ele concordou. – Ótima menina também. Como ela está?
— Não nos falamos muitas vezes, desde que mudei de faculdade. – admitiu. – Mas ela está bem.
— Bom. – ele observou o tempo, antes de acrescentar. – Se vocês forem pescar ainda hoje, é melhor irem logo.
Abigail olhou incerta para Will.
— Não se preocupe menina. – disse Bob. – Will é um bom professor, você vai voltar com um peixe enorme. Embora o tempo não esteja dos melhores.
E eles foram.
Will pegou o jipe do tio, e em trinta minutos eles já estavam no riacho. Ele sentia falta daquela quietude, precisava visitar Bob mais vezes. Era relaxante, como terapia.
— Seu tio não tem razão? – perguntou Abigail, enquanto Will preparava as iscas. – O tempo está feio.
— Você entende sobre pesca?
— Todo mundo sabe que é ruim pescar no frio.
Ele pegou a vara de pescar, e levou a garota até a ponta do riacho. – Vem. Amarre a guia, seis vezes. Encaixe a ponta entre as linhas. Amarre e apare. – ele disse demonstrando tudo, ao que Abigail assistia atenta. – Chama-se o nó de sangue.
— É lindo aqui. – ela olhou para o lugar.
— Sim, um dos meus lugares preferidos no mundo. – disse Will. – Você tem razão sobre o clima. No frio, por causa do metabolismo, os peixes ficam menos famintos.
Ela riu. – Como pegamos um peixe que não está com fome?
Will entregou a vara para ela. – Temos que fazê-lo morder, mesmo que esteja sem fome. Usando iscas vivas que se movimentam.
— Você é um bom pescador.
— Com a minha ajuda... – ele a ajudou a segurar a vara da maneira certa, sorrindo para a menina. – Você também será.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Então, o que acharam? Se puderem dizer aí embaixo, ficarei muito feliz. Em breve tem mais, com isso eu digo bem em breve mesmo.
Até mais, gente!
Beijos