Choice (Crânio & Magrí - Os Karas) escrita por Lieh
Parte II
Ficava mais difícil, a medida que os minutos passavam. Eu o esperava. A sala de jogos estava vazia e obscura, a não ser pelo zumbido dos meus ouvidos, meu coração batendo freneticamente, minhas pernas bambas, e minhas mãos suando frio. “Calma”-dizia a voz vencedora – “Você não vai confessar um assassinato!”. Talvez eu me saísse melhor confessando um crime do que eu estava prestes a fazer.
Porque, enquanto eu caminhava pelos solitários corredores do colégio, eu considerei um simples que eu deixei passar, motivo da minha aflição: E se Crânio tivesse me superado? E se ele não me amasse mais como antes? E se realmente ele seguiu o meu conselho naquela tarde no carro de Andrade e tivesse seguido com sua vida? O que eu ia fazer? Fiquei sem respostas. Até a voz se calou. Porque eu não seria egoísta o suficiente para obrigá-lo e chantageá-lo a ficar comigo.
Poucos segundos depois, Crânio abria a porta e entrava na sala. Meu desespero e histeria eram tão grandes que considerei a hipótese de sair correndo dali. Ignorei esse pensamento e tentei me concentrar.
Ele atravessou a sala, e parou a uns dois metros de mim, perto de uma das mesas e me encarou. Vi o choque atravessar seu rosto. Minha expressão estava tão horrível assim?
- Magrí, o que aconteceu? – Eu ouvi a preocupação na sua voz, e também um pouco de tristeza por me ver tão aflita.
Eu o encarei, com as mãos em punhos, sem saber por onde começar, ou como. Não encontrei a minha voz em lugar nenhum. Continuei o encarando e vi sua expressão indo da preocupação para o desespero.
Meu Deus, como sou dramática! Qualquer garota conseguiria fazer isso sem problemas, fácil, simples. Eu estava exagerando.
Ele se aproximou um passo, e vi suas mãos irem estendidas a mim, como se fosse me abraçar e depois recuarem.
Reuni todas as forças que eu ainda tinha e dei um passo corajoso, e não havia mais distância entre nós. Eu estava perto o suficiente para tocar seu peito, perto até para...
Eu não tinha nada a dizer, só havia uma maneira de ele entender o que eu queria. Se ele me rejeitasse, aceitaria de bom grado e o deixaria em paz.
Ergui os meus braços trêmulos para seu pescoço e o puxei para mim. Sem pensar, sem raciocinar, sem considerar o que diabos eu estava fazendo, eu o beijei.
De início, percebi a confusão e o choque em seus lábios, porém com o tempo, ele relaxou e correspondeu. Logo senti seus braços me envolvendo, aprofundando o beijo.
Nunca me senti tão feliz em toda a minha vida. Toda a aflição, angústia e desespero sumiram. Num átimo também percebi que ele estava feliz.
Crânio encostou a testa na minha e sussurrou:
- Tanto drama só por isso? – deu uma risada brincalhona e aliviada eu também ri meio sufocada.
Nós dois nos olhamos e sorrimos feito bobos um pro outro. E nos beijamos de novo docemente.
Eu tinha feito a minha escolha. E iria com ela até o fim. Não importava o que teríamos que enfrentar. Porque Crânio e eu estaríamos juntos.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
È isso. È uma fic curtinha, só pra matar a vontade =)
Bjos e obrigada por lerem!