Uma garota sortuda escrita por Ayachan


Capítulo 1
Um susto agradável


Notas iniciais do capítulo

Eai tobikkos preparadas para mais uma aventura com os lindos membros do jump? Provavelmente todos irai aparecer mas os principais serão daiki inoo e yuya *-*



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Nascer pobre não é tão ruim como as pessoas pensam, quer dizer, dependendo do nivel da pobreza. Eu por exemplo não sou tão necessitada a ponto de não ter comida pra comer ou roupas para vestir. Do ponto de vista da sociedade, diriam que estou na média, mas havia razões para eu me considerar pobre.

Hey! Say! JUMP era a boyband da minha vida, atrás daqueles rostinhos jovens estava homens com muita experiencia de vida por conta de sua estréia ainda pequenos. Eu não tive o privilégio de conhece-los nessa época, mas logo que os vi pela primeira vez, enquanto navegava na internet, me apaixonei por eles.

O que era mais frustante, era o fato de mesmo sendo louca por HSJ, eu não tinha dinheiro para comprar seus itens para fãs - álbuns, singles, calendários etc - e nem ir para seus shows, mesmo morando em Tokyo.

Meus pais tinham uma pequena venda de verduras no centro da cidade. Por serem os donos eles ganhavam uma quantia considerável em dinheiro, mas diziam que eu não devia esbanjar comprando "besteiras".

Fiquei brava, mas não queria brigar com meus pais por isso, porém eles disseram que se eu conseguisse um trabalho eu poderia ficar com todo o dinheiro e comprar o que quisesse. Óbvio que procurei por um bico por toda parte, mas sendo uma adolescente de 15 anos, nunca achava oportunidades.

No finalzinho de 2015, esperava muito ir para o Contdown Concert do Hey! Say! JUMP, eu iria começar o ano bem mais motivada e com certeza conseguiria um emprego. Tentei persuadir minha mãe ao máximo mas ela disse que fizemos um trato e eu devia comprir. Então comecei 2016 como qualquer outro ano, mas uma parte de mim ainda estava esperançosa por um ano melhor.

Na madrugada de sábado, acordei com barulhos vindos do quarto ao lado. Eu morava em um apartamento e sabia que à esquerda de meu quarto havia um cômodo vazio. Olhei as horas em meu celular e vi que já passara das 2:00 horas. Normalmente eu estaria caindo de sono e custaria muito para levantar da cama, mas com aqueles ruídos, meu sono vôou pra longe.

Saí daquele pequeno cubículo e atravessei a sala, tudo silenciosamente na ponta dos pés. Quando cheguei à frente da porta, pensei duas vezes antes de girar a maçaneta, mas concluí que se fosse um ladrão ou algo assim era só correr para meus pais e chamar a polícia, os ladrões do Japão não eram muito bom em crimes e improvavelmente teriam armas.

Logo após a porta, me deparei com o corredor que nos levava a todos os quartos do 2° andar do apartamento. O quarto barulhento era o único com a porta aberta e por ela uma luz forte iluminava parte do chão. Todas minhas hipóteses de ser apenas um animalzinho fazendo bagunça foram embora, afinal que animal consegue ligar uma lâmpada? As probabilidades de ser um ladrão cresceram, a minutos atrás pensava que não seria grande problema se fosse um ladrão, mas ao me deparar com essa situação notei que era sim um problemão. Ele poderia me machucar, sequestrar ou até matar. Eu tinha que voltar para meu apartamento logo, mas antes que pudesse mover um dedo, ouvi passos que saim do quarto e vinha pro corredor. Paralisei de medo, provavelmente a única parte ativa do meu corpo era meu coração que batia rapidamente, só saí do transe quando vi a ponta do tênis da pessoa saindo da porta. Na tentativa de entrar correndo pra meu quarto, bati meu pé na estante onde ficava a tv e perdi o equilíbrio caindo diretamente no chão.

A dor não era importante agora, a única coisa mais preocupante era o som dos passos da desconhecida pessoa em minha direção. Eu estava apenas tentando não ser percebida mas fiz exatamente o contrário. Lágrimas de medo começaram a escorrer e fechei os olhos, assustada com o que poderia acontecer comigo. Dava pra correr, mas não adiantaria nada agora que chamei a atenção dele. Minha respiração falhou quando senti sua presença bem atrás de mim.

- É... Você... Está tudu bem? - perguntou uma voz que eu tinha certeza já ter ouvido em algum lugar.

Virei minha cabeça em direção a voz e tomei um susto maior do que antes.

Daiki Arioka estava ali, quase agachado, com as mãos no joelho e me olhando. Quando viu minhas lágrimas ficou com um olhar confuso, mas não perguntou nada sobre elas.

- Daiki?! - exclamei com a voz um pouco alta demais para ser usada no meio da madrugada. - Daiki Arioka?

- Sim, sou eu. - respondeu, deu para ver um pouco de felicidade em seu rosto, por ser reconhecido por alguém que não ele não conhecia.

Limpei minhas lágrimas rapidamente. Daiki ofereceu sua mão para eu me levantar e, claro, aceitei. Enquanto nossas mãos estavam juntas, tentei ao máximo memorizar a sensação daquele toque.

- Eu sou muito fã de Hey! Say! JUMP e vou sempre apóia-los! - falei animada.

- Obrigado. - agradeceu dando uma leve reverência e com o sorriso um pouco maior.

Eu observava cada detalhe de seu rosto, o cabelo alaranjado levemente enrolado, as bochechas arredondadas que davam à ele o ar de garotinho, os olhos pretos. Tudo eu já havia visto mil vezes em fotos e videos, mas agora estava mais realista do que nunca.

- Então, com licença. - falou enquanto começava a andar, em direção oposta ao quarto onde estava.

- Espere! - pedi fazendo-o parar e se virar novamente. - o que faz aqui Arioka-kun?

Era difícil dizer "Arioka-kun", normalmente quando falava sobre Hey! Say! JUMP com minhas amigas, eu chamava-os mais intimamente possível, no caso do Daiki eu chamava-o de Daiki ou Dai-chan. Isso não mudava nada, mas assim eu me sentia mais próxima a eles.

- Eu estou de mudança. A partir de hoje vou morar aí. - moveu a cabeça em direção ao quarto ao lado do meu apartamento.

Fiquei surpresa, nunca imaginaria que um dia seria vizinha de Daiki. Tentei olhar pra ele mais uma vez, mas ele já estava de costas pra mim andando. Aproveitei para dar uma espiadinha dentro do novo lar do ídolo. Era engraçado pelo fato de antes eu estar morrendo de medo de entrar e agora morrendo de curiosidade.

Coloquei apenas a cabeça dentro do cômodo. Vi que a planta do apartamento era exatamente igual ao meu. Alguns móveis maiores já haviam sido colocados e havia várias caixas de papelão fechadas e espalhadas. Ouvi passos e vi Daiki voltando com mais uma caixa nos braços, idêntica as outras dentro do quarto. Entrou e colocou-a em um uma parte vazia do chão.

- Posso te ajudar a carregar as caixas? - perguntei tentando ser prestativa.

- Não precisa. Essa foi a última. - respondeu olhando pra bagunça que teria que desencaixotar.

- Eu te ajudo a arrumar suas coisas então. - ofereci-me

Daiki me olhou e percebi que estava sendo muito intrometida. Eu conhecia-o e admirava-o, mas para ele eu era uma completa desconhecida.

- Desculpe, estou atrapalhando, não é? - desculpei-me olhando para o chão e decepcionada comigo mesma por estar tirando a paz de Daiki.

Estava prestes a voltar, mas parei com suas palavras:

- Bom, se quer tanto me ajudar, eu não tenho coragem de dizer não. Isso é, se você não se incomodar com as horas.

Dei um sorriso tão grande que fez Daiki sorrir também. Provavelmente ele conhecia os sentimentos de um fã e sua vontade de ficar perto dos ídolos. Acho que ele apenas queria que meu amor de fã não diminuísse, mas eu sabia que mesmo se ele me mandasse de volta pra cama, eu continuaria gostando dele tanto como gostava antes.

- Muito obrigada! - eu disse.

Entrei em seu apartamento e fiz tudo o que Daiki me pedia, o que eram coisas simples e fáceis, como colocar revistas nas estantes ou o despertador na cabeceira, mas confesso que passei boa parte do tempo distraída apenas olhando seus músculos aparecerem ao carregarem coisas pesadas.

Meu pensamento foi até longe, se ficar perto de Daiki já me fazia feliz, ficar perto do meu membro preferido me faria sentir nas nuvens. Seria maravilhoso se pudesse ver pessoalmente Yuya Takaki.

- Obrigado por me ajudar. - agradeceu, depois de desencaixotar a ultima caixa.

- Eu é que devo agradecer por me deixar ajudar. - falei, embora Daiki houvesse feito a maior parte do trabalho.

- Não é melhor voltar à dormir? Já são 3:50.

- Sim! - respondi com um sorriso que não queria sair do rosto. - Mais uma vez obrigada!

- E... Poderia me fazer um favor? - perguntou Daiki, assenti. - Por favor não diga à suas amigas que estou morando aqui. Se houver muito paparazzi terei que me mudar de novo.

Refleti por um momento. Então era por isso que Daiki estava se mudando, a multidão de fãs em sua casa ou apartamento anterior, o obrigou a vir até aqui. Tive muita sorte por morar no mesmo prédio que Daiki escolheu.

- Claro. - repondi - Mas por que escolheu esse apartamento?

- Pesquisei os moradores e vi que a maioria são pessoas mais velhas, e os fãs do JUMP são pessoas mais jovens, só havia você que poderia ser uma fã.

"E eu sou!" - completei em minha mente.

- E por conta de ser um apartamento um pouco barato, dificilmente as fãs me procurariam aqui. - continuou.

Fiquei um pouco envergonhada por morar nesse apartamento barato, mas foi isso que me permitiu meu encontro com um dos meus ídolos, então estava tudo bem. Certamente, se eu fosse procurar os prédios que poderiam ser habitados por alguem do Hey! Say! JUMP eu pesquisaria em apartamentos melhores que esse. Daiki foi muito esperto.

Nunca imaginei que ser a única garota do prédio daria nisso. Agradeci à Deus um milhão de vezes em minha mente.

- Prometo não contar à ninguém. - falei com convicção.

- Obrigado, e boa noite. - Daiki segurou a maçaneta, para fechar a porta, mostrando assim o fim de nossa conversa. Provavelmente estava cansado e precisava dormir, e eu também.

- Boa noite. - desejei e voltei a meu apartamento.

Deitada novamente na cama, repassei esse recente acontecimento em minha mente. Era tanta alegria que fiquei com vontade de gritar, mas segurei. Demorou um pouco para o sono voltar, por conta da minha animação, mas dormi profundamente, agarrada ao travesseiro e um sorriso enorme no rosto.


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Notas finais do capítulo

Eai o que acharam? Qualquer propostas ou sugestões pode dizer mas não garanto que atenderei a todas. Obrigada por ler ;)



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